Opinião

Automatização de testes a cada entrega aumenta a qualidade de um produto de TI de forma eficiente

* Por Leonardo Dominguez Dias

Se você está pensando em criar um novo produto de TI, é imprescindível testar todas as funções em diferentes cenários para alcançar o bom funcionamento do software e assim, evitar que falhas e bugs cheguem aos seus clientes e impactem os resultados de negócio. Os mesmos procedimentos de testes de construção são necessários na hora de fazer alterações ou atualizações. Na chamada do V Simpósio Brasileiro de Teste de Software Sistemático e Automatizado (SAST) deste ano, é citado, que estudos empíricos apontam que atividades relacionadas a testes representam mais de 50% dos custos de desenvolvimento.

Leonardo Dominguez Dias- Sócio-diretor da Evo Systems.

Vale citar, que caso o sistema seja crítico ou core da sua empresa e esteja em evolução, o teste automatizado é uma ótima solução, e que ainda pode ser executada a cada etapa do desenvolvimento, integração de incremento de software e disponibilização do software em ambiente produtivo.

Porque considerar a automatização de testes de software

Na velocidade que as organizações demandam seus projetos, a adoção de metodologias ágeis também tem crescido progressivamente, favorecendo a entrega, mas também expondo o gargalo da verificação de sua qualidade. Afinal, entregas novas funcionalidades são mais urgentes e geram a sensação de quantidade sobre a qualidade das aplicações, que muitas vezes passam a sensação de retrabalho.

Quando os projetos são muito complexos ou demasiadamente grandes, com funcionalidades específicas e difíceis, rodam fora da empresa, em todo tipo de dispositivos ou ainda em diferentes hardwares e com diferentes capacidades, está na hora de automatizar o teste, evitando retrabalho e gastos desnecessários. A automatização é muito mais rápida e menos suscetível a erros, além de ser uma solução permanente. Com a automatização, por muitas vezes, sobra mais tempo, corrige os sistemas mais rapidamente e economiza recursos que podem ser empregados para desenvolvimento de novos produtos.

A automação de testes precisa ser planejada

Para a decisão entre automatizar ou não os testes em projetos, o especialista precisa entender as vantagens e desvantagens dentro da situação do projeto que realiza.

Vantagens

  • Aumento de produtividade – testes podem ser realizado até em paralelo
  • Diminuição dos erros – scripts projetados e já utilizados em outros momentos diminuem possíveis erros de digitação ou mesmo esquecimentos
  • Reuso – reutilizar testes no mesmo projeto ou em outros projetos, pequenos ajustes podem viabilizar realizar testes em outras partes do projeto

Desvantagens

  • Trabalho para criar automatizações (ferramentas, configuração, treinamentos)
  • Custos com as estruturas para suportar as ferramentas (servidores, licenças de software)

Vale reforçar que adotar a abordagem de automação em um projeto não precisa ser total. Pode-se adotar a estratégia de automação para um conjunto de testes altamente repetíveis e que demandam uso humano intensivo, deixando outros testes de forma manual.

Os testes – Quais são e para que servem?

São várias as possibilidades de testes automatizados, mas separei alguns imprescindíveis;

Testes unitários – Protegem a implementação – É uma especificação para os comportamentos esperados do código em teste. Facilita mudanças, e simplifica a integração.

Testes Funcionais – É capaz de determinar se o que o software foi programado para fazer está de fato fazendo.

Testes exploratórios – Antes de iniciar a automação, ou para conhecer o sistema que será testado no caso de legado, os testes exploratórios são complementares a um teste planejado, executado baseado em conhecimentos adquiridos em testes anteriores ou complementares a testes de regressão.

Testes de Interface e Aceitação – São testes caixa-preta que executam a jornada completa do usuário interagindo com o software

Teste de desempenho de carga – determina o desempenho de um sistema em condições de carga da vida real. Esse teste descobre como o sistema se comporta quando vários usuários acessam simultaneamente, por exemplo.

O mercado disponibiliza inúmeras ferramentas de automação ou ainda a possibilidade de contratar uma empresa que desenvolva uma ferramenta de automatização de testes sob medida. Uma solução desenhada para cada negócio é capaz de validar o comportamento do sistema, as regras de negócios e o desempenho da aplicação e pode ser empregada em aplicações web, móveis ou responsivas, com possibilidade de replicação para diferentes dispositivos.

A hora da decisão

A implantação nas empresas pode acontecer de diferentes maneiras, iniciando pela automação de testes unitários ou então por testes funcionais que simulam o uso do sistema por um usuário. Podem ser adotados testes automatizados para medir o desempenho uma funcionalidade em uma dada situação (ex.: rotina de geração de pedido e baixa de estoque numa blackfriday)

Projetar e implementar uma estratégia de testes automatizados é uma missão do time de desenvolvimento (do CIO a equipe de projetos) em sistemas que digitalizam processos ou são plataformas de negócios. Independente da sua decisão por ferramentas prontas ou por uma desenvolvedora especializada.  Acelerar a adoção dessas técnicas por meio de treinamentos especializados do próprio time ou pela parceria com fornecedores para transferência de tecnologia e expertise é uma necessidade. Não faz sentido ficar batendo cabeça ou investindo tempo em tentativa e erro, sem resultado garantido.

 

 

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Crescimento do e-commerce requer logística eficaz

*Por Ronaldo Fernandes da Silva

Com o avanço cada vez maior da tecnologia e da inovação, é impossível falar de e-commerce sem associá-lo à uma operação logística factível. E isso tem que estar, obrigatoriamente, nos holofotes das grandes empresas, já que dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico apontam que, para 2020, a expectativa é de que o comércio eletrônico fature R$ 106 bilhões, um marco para esse setor tão pujante e que movimenta em torno de 342 milhões de pedidos.

Ronaldo Fernandes da Silva – Presidente da FM Logistic do Brasil

Nos últimos anos, o setor de logística, com destaque para os operadores logísticos, tem se transformado para acompanhar o dinamismo do e-commerce e as constantes mudanças, principalmente, no que diz respeito às soluções tecnológicas e inovadoras. Isso tudo para atender ao novo tipo de consumidor, revendo os modelos de distribuição e da malha logística. Esse cenário se intensificou ainda mais e passou por uma rápida transformação digital reflexo da COVID-19, que acelerou negócios e fez com que empresas até então majoritariamente atuantes no B2B mudassem a estratégia comercial e se aproximassem rapidamente dos consumidores, passando a atuar no setor B2C.

Empresas do segmento logístico têm se preparado cada vez mais desenvolvendo soluções multicanais que envolvem a preparação para o varejo e o comércio eletrônico, controle e qualidade dos produtos, embalagem, personalização de pedidos, soluções de transporte, bem como a gestão de devoluções.

Muitas vezes, as companhias encontram desafios para administrar suas cadeias logísticas e acompanhar o crescimento do e-commerce. Os principais problemas verificados nesse aspecto envolvem canais de distribuição e tempo de resposta dos processos. A sazonalidade é um desafio muito grande, ou seja, períodos de maior demanda como Páscoa, Dia das Mães, Dia das Crianças e Natal. Para driblar essa questão, os operadores logísticos desenvolvem operações multiclientes, conseguindo assim absorver muito mais variações do que um centro de distribuição dedicado, disponibilizando informação em tempo real e visibilidade total dos processos.

O desenvolvimento de plataformas híbridas para atender o comércio eletrônico tanto no B2B como no B2C é uma das inúmeras soluções desenvolvidas por empresas que atuam com armazenagem e supply chain. Após um período de invisibilidade, a logística tem se tornado um parceiro comercial importante, principalmente, para o e-commerce. Ao fazer decisões de compras online, os consumidores consideram as condições de entrega e devolução dos pedidos, ainda mais agora, com o aumento enorme do comércio virtual, reflexo do isolamento social imposto pelo novo coronavírus. Eles querem receber com cada vez mais velocidade e agilidade. Sendo assim, a logística eficiente ajuda a criar a lealdade dos compradores. Inversamente, atrasos ou erros logísticos podem prejudicar consideravelmente a reputação de um revendedor ou fabricante.

A automação e a transformação digital são fatores primordiais para as empresas que atuam no segmento de logística. Os operadores têm buscado de forma incessante mais tecnologia e modernização para aumentar a produtividade. O avanço da digitalização das atividades e dos processos, investimentos na robotização e no gerenciamento da distribuição são primordiais para acompanhar o crescimento desse mercado.

Diante do novo comportamento de compra do consumidor, é inegável que o e-commerce veio para ficar. Todos os elos da cadeia logística precisam estar atentos em oferecer serviços cada vez mais customizados e estruturados para atender às necessidades desse segmento tão importante da economia.

 

 

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Transformação digital e humanização de processos ditarão o futuro das empresas

Por Dane Avanzi*

Desvendar os desejos do cliente é o sonho de todo empresário. Em função disso, nos últimos anos, foram desenvolvidas diversas técnicas e ferramentas para estudar o comportamento dos usuários, seus gostos e preferências, opiniões políticas, hábitos de consumo e quanto estão mais dispostos a realizar uma compra. Tudo isso aperfeiçoou os anúncios dentro e fora da internet, em uma estratégia chamada de ominichannel, e fez com que muitas empresas se sentissem seguras para criar jornadas para seus consumidores.

Dane Avanzi – Advogado, empresário de telecomunicações e diretor do Grupo Avanzi.

Essas certezas comportamentais caíram por terra com a pandemia. Enquanto muitos perderam a renda, outros simplesmente cortaram os gastos por não saberem o dia de amanhã. Se formos analisar as mais diversas áreas, poderemos observar que as certezas, em parte, sempre foram uma ilusão, principalmente nos mercados mais sensíveis ao comportamento dos clientes. As empresas que já vinham se capacitando para atender as demandas deste novo cenário colherão frutos mais rapidamente.

Podemos citar o setor varejista como exemplo. Hoje, se fala muito sobre a trajetória da Magazine Luiza e como ela se destacou no mercado nacional. Ao sair da frente de seus concorrentes, em um setor nada fácil de se destacar, o marketplace pôde encarar a disputa pelo consumidor com Amazon e outros gigantes. Novos tempos representam novas tendências e, também, novos players.

Durante um bom período será difícil prever comportamentos. Estamos em um avião sem destino certo e a viagem é de difícil visibilidade – muitas vezes, até sem equipes capacitadas. Por isso, prevalecerá a experiência e feeling dos líderes. Não me refiro a aqueles do passado, apegados às formas tradicionais de tocar um negócio, mas às novas lideranças mais aptas a ler as tendências do futuro. Eles farão a diferença nas organizações.

O principal desafio agora é desenvolver equipes ágeis e sólidas a fim de transmitir a confiança de que o amanhã será melhor. É nesse contexto que a tecnologia exerce seu papel mais importante. A pandemia não mudou o processo de transformação digital, mas acelerou tendências. Empresas nativas do ambiente digital, como o Uber, a maior frota de transporte do mundo que não possui sequer um carro, não sentiram grandes impactos além das questões de saúde e segurança para motoristas e passageiros. Já as empresas da economia formal precisarão assimilar muitos novos conceitos necessários para sua sobrevivência.

Humanizar os processos e capacitar as pessoas para formar equipes são ações fundamentais em momentos de crise. Líderes focados somente em resultados perecerão. O que leva a empresa para frente é o time. Time coeso, motivado, que estuda e aprende todos os dias. Criar ambientes colaborativos nos quais as pessoas possam se expressar com liberdade é essencial, além de cultivar valores como a diversidade cultural, liberdade de expressão e propósito das empresas. Tudo isso, aliado a novas ferramentas tecnológicas, como Business Intelligence, Inteligência Artificial, RPA (Robotics Process Automation), dentre outras, é o que levará as empresas para frente, permitindo cortar custos, manter o quadro de colaboradores e desenvolver novas estratégias de vendas mais inteligentes e assertivas.

 

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Os impactos da pandemia nos serviços de contact center

*Por Florian Scheibmayr 

Tradicionalmente, o setor de Contact Center tem uma importância ímpar para o ramo da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no Brasil, dado seu impacto econômico e social como gerador de empregos e agente no avanço tecnológico.

Principalmente durante Pandemia do Covid-19, esse setor precisou lidar com uma série de desafios adicionais e antecipar diversas ações para continuar a operar e prestar seu serviço à população.

Florian Scheibmayr- analista da TGT Consult e autor da pesquisa ISG Provider Lens™ Contact Center – Customer Experience

O Contact Center se tornou por vários motivos o foco das atenções e possui um papel preponderante em ajudar as empresas a impulsionarem a experiência do cliente. Isso pressupõe um aumento do uso dos canais digitais, respostas mais pragmáticas com automação e o uso da inteligência artificial, mas também preservando o lado humano dos seus clientes e colaboradores.

Em geral, pode-se constar que a pandemia antecipou a roadmap de transformação digital de muitas empresas do segmento. Certamente as empresas de Contact Center já vinham investindo em tecnologias em curso, mas a adoção de novas tecnologias, tais como as soluções em Nuvem e Workforce Management, possibilitou uma resposta eficiente à pandemia.

O trabalho remoto, até pouco tempo, era tido como uma opção a ser explorada, mas faltava o estímulo para arriscar, já que não existem apenas benefícios associados ao modelo, mas também riscos, como garantir a proteção dos dados, atender às exigências da LGPD, assegurar a prevenção de fraudes e controlar o atendimento das escalas para mitigar potenciais problemas trabalhistas.

Em busca de respostas

Enquanto estudamos os reais efeitos da crise nesse mercado, efeitos esses que serão abordados no relatório inédito ISG Provider Lens™ Contact Center – Customer Experience, a ser divulgado em setembro pela TGT Consult, estamos certos que o Contact Center as a Service (CCaas) já é uma realidade.

Ao observar os grandes Players do setor, é notável o desenvolvimento e evolução das soluções que visam a tecnologia em Nuvem (privada, pública ou híbrida). Dessa forma, a adoção, que já era prevista, será acelerada pela necessidade de dar respostas à pandemia. O estudo da ISG vai analisar esse processo e como ele deve refletir no setor nos próximos meses.

Essa adoção da computação em Nuvem tem motivado a transformação dos investimentos “capex” para despesa “opex”, e possibilitado modelos mais sofisticados de uso de Inteligência Artificial, como reconhecimento biométrico de voz e chatbots inteligentes e cognitivos. O estudo da ISG vai analisar esse processo e como ele deve refletir no setor nos próximos meses.

Conectar sem desligar (Race with the machine)

Com essa transformação em curso, a tecnologia por meio de soluções de “self-service” e robôs vai extinguir muitos dos serviços de baixo valor agregado da área de Contact Center, dessa forma, liberando a força de trabalho para outras tarefas de maior valor, conectando-se melhor com o cliente para proporcionar uma solução de fim afim, vendas mais complexas e negociações mais sofisticadas.

Há ainda espaço para iniciativas bem interessantes como a adoção de conceitos de ciência comportamental, que junto a tecnologia, podem elevar muito a qualidade da jornada de cliente.

 

Florian Scheibmayr é analista da TGT Consult e autor da pesquisa ISG Provider Lens™ Contact Center – Customer Experience, um relatório inédito que será lançado em Setembro deste ano. Empresas interessadas em participar do estudo devem entrar em contato com a ISG pelo e-mail: isglens@isg-one.com.

 

 

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Fernando Rizzatti - Sócio-diretor na Neotix Transformação Digital

Como criar um e-commerce de sucesso?

Por Fernando Rizzatti

Com a pandemia, o Brasil registra a abertura de mais de uma loja virtual por minuto. Nos últimos dois meses, surgiram 107 mil novos estabelecimentos na internet, segundo a Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). Para se ter uma ideia, a média de novas lojas era de 10 mil por mês antes da Covid-19. Apesar de oferecer novas possibilidades às lojas físicas, ter um e-commerce não é garantia de uma experiência satisfatória para o cliente, o que pode impactar diretamente as vendas e colocar toda a estratégia digital a perder. Mais do que isso: o e-commerce só se aplica a empresas que comercializam bens consumíveis e/ou alguns determinados serviços. Ou seja, não é para qualquer empresa de qualquer segmento.

Fernando Rizzatti - Sócio-diretor na Neotix Transformação Digital
Fernando Rizzatti – Sócio-diretor na Neotix Transformação Digital

Com mais de 930 mil sites de venda no Brasil, é preciso encontrar maneiras de se destacar para criar um e-commerce de sucesso. O primeiro passo é mapear todas as jornadas envolvidas no processo, desde a localização da loja virtual na internet até o pós-venda.  A jornada do usuário precisa ser elaborada por profissionais experientes, que consigam traduzir os procedimentos em fluxogramas, definindo neles todas as questões e variáveis que devem ser amplamente respondidas. Cada etapa deve ser customizada na ferramenta que for adotada.

Depois, deve-se escolher a plataforma de e-commerce ideal para o negócio, já que existem inúmeras, gratuitas e pagas. Dada a diversidade, o que deve determinar a melhor solução é o trabalho prévio de especificação do projeto. Isso quer dizer ter personas bem definidas, o mapa CSD (certezas, dúvidas e suposições), o mapa de empatia (que avalia a aderência do público-alvo aos produtos e serviços oferecidos pelo e-commerce), além é claro, do estudo das jornadas.

Para que tudo saia como o planejado, sem desperdício de recursos, é fundamental desenvolver um protótipo da loja virtual, ainda que ele seja de baixa fidelidade, desenvolvido em preto e branco, sem a aplicação de imagens, mas navegáveis, simulando o seu funcionamento. Em casos de protótipos mais sofisticados, de alta fidelidade, são criados os layouts finais, com uma experiência de navegação mais próxima da realidade.

Ainda no protótipo é preciso desenvolver testes de usabilidade envolvendo clientes reais e potenciais. É necessário identificar a quantidade de produtos que devem ser comercializados, fazer as integrações com o ERP – Enterprise Resource Planning (sistema integrado de gestão do negócio) para controle e estoque dos produtos, faturamento e emissão de nota fiscal. Além disso, é preciso definir o melhor meio de pagamento, como por exemplo, cartão de crédito, boleto, depósito em conta, etc. Depois, é chegada a hora de integrar com um sistema de logística para a entrega dos produtos.

Aliado a todas essas funcionalidades, é preciso desenvolver um layout que proporcione a melhor experiência possível ao cliente. E esse tema é delicado, já que existem empresas que oferecem plataformas gratuitas, que podem não atender às necessidades específicas identificadas no estudo de jornadas. Nesse caso, a empresa poderá gastar tempo e dinheiro na implementação de uma solução que, ao contrário de permitir suas vendas, pode acabar trazendo prejuízos. A customização é de fundamental importância para a experiência do usuário.

Outro ponto fundamental é a acessibilidade. Segundo pesquisa realizada pelo IBGE, 94,6% dos brasileiros utilizam o smartphone para acessar a internet. Portanto, é imprescindível que o e-commerce seja responsivo, adequando ao tamanho da tela do dispositivo que está acessando. Também é fundamental que a página atenda os portadores de necessidades especiais, o que infelizmente, é raro no Brasil – apenas 1% dos domínios ativos no Brasil são compreensíveis para grupos com deficiência. Nesse sentido, a loja virtual precisa pensar em soluções baseadas em diretrizes sobre o tema, como as WCAG (Web Content Accessibility Guidelines).

Quando tudo estiver funcionando perfeitamente, é crucial atrair tráfego para o seu e-commerce. Para isso, aplicar as palavras-chave certas é fundamental. O Google possui robôs que fazem a indexação de conteúdo a partir dos sites/lojas que existem na internet. Esse tipo de resultado de busca é chamado de busca orgânica, ou seja, é aquela que não está associada a uma campanha propriamente dita. É muito importante estar entre os primeiros resultados da busca orgânica. Mas, também vale a pena apostar em campanhas de mídia paga para a divulgação de seus produtos/serviços. Publicidade online no Google Ads ou nas principais redes sociais, como o Facebook Ads e Instagram Ads, é extremamente importante para a atração de leads e geração de vendas.

Por fim, é preciso muito, mas muito, teste, para que o sistema não falhe. E, mesmo tudo correndo bem durante a compra e recebimento do produto, o dono do e-commerce não pode se ser esquecer do pós-venda. O atendimento posterior a uma compra é tão importante quanto o cumprimento do prazo de entrega. Além de promover uma experiência perfeita, o lojista virtual tem que ter o foco em não fazer parte dos sites onde clientes relatam problemas de péssimas experiências, como o Reclame Aqui. Só assim, seus potenciais clientes se sentirão seguros para fazer compras e os atuais ficarão ansiosos para voltar a comprar, a fim de repetir a experiência de sucesso que tiveram.

Fernando Rizzatti é sócio-diretor na Neotix Transformação Digital. Tecnologia aplicada ao mundo dos negócios é a essência de sua trajetória profissional, de mais de 25 anos, sempre aliada à inovação que agrega valor. Da indústria de transformação, passando pelo segmento financeiro e de economia mista, tem habilidades para entender necessidades e encontrar soluções. Acredita em equipe e união de talentos. Adora música e a inspiração para compor.  Dirige a Neotix como quem compõe uma sinfonia. Cada nota é fundamental.

 

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Leonel Nogueira - CEO da Global TI

5 desafios enfrentados pelos CIOS neste momento

*Por Leonel Nogueira

Cada vez mais, o mundo como conhecemos deixará de ser físico para torna-se digital. A ávida transformação digital, da qual tanto falamos, ficou ainda mais evidente em decorrência da pandemia da COVID-19. Em isolamento social, a sociedade se viu forçada a se adaptar, rapidamente, a ferramentas digitais, quase em sua totalidade, hospedadas em cloud.

Leonel Nogueira - CEO da Global TI
Leonel Nogueira – CEO da Global TI

Neste momento, sem precedentes, tornou-se consenso que nossos maiores aliados são as tecnologias emergentes e, por este motivo, as empresas digitais, nascidas de um ambiente ágil e em nuvem, têm tido ampla vantagem em relação às empresas tradicionais, devido à cultura de inovação, flexibilidade e escalabilidade.

Um estudo da Bain & Company mostrou que a maioria das organizações gasta até 80% de seus recursos na manutenção de ambientes legados, em vez de se concentrar em projetos inovadores para momentos como este. Já a pesquisa Global CIOs 2018-2019, realizada pela Deloitte, constata que 40% dos CIOs apontam ter foco em tecnologias emergentes, contudo, apenas 19% dos seus orçamentos são destinados à inovação, cujo o foco dos CIOs reside justamente na transformação digital.

Neste contexto, elencamos cinco principais desafios enfrentados pelos CIOs durante o isolamento social em diferentes partes do mundo, mas principalmente no mercado brasileiro:

Manter a continuidade dos negócios

A COVID-19 forçou organizações em quase todos os setores a alterar a forma como entregam produtos e serviços. O segmento de educação, por exemplo, teve de fechar instalações e mudar as aulas para a modalidade de ensino a distância.

Toda essa mudança, sem planejamento prévio, significou novos desafios em conectividade, segurança, disponibilidade e gerenciamento para a TI, que precisou responder à demanda rapidamente para garantir que a organização permanecesse produtiva.

Adequar a Infraestrutura

Segundo a Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades, antes da pandemia já haviam mais de 12 milhões de pessoas que trabalhavam em home office, contudo, com a pandemia, em muitos casos foi necessário deslocar 100% da operação para este modelo de trabalho e providenciar e configurar notebooks a todos, garantir a disponibilidade e acesso à VPN, incrementar a segurança, entre outras demandas de infraestrutura.

Treinar e reciclar usuários

Poucos estavam preparados para as mudanças drásticas que ocorreram, incluindo a necessidade de trabalhar em diferentes: ambientes, dispositivos e circunstâncias. Neste contexto, coube a TI o desafio de treinar e auxiliar os usuários para operar os dispositivos, conectar-se aos sistemas remotamente e usar videoconferência de maneira correta e segura, entre outros.

Gerenciar e motivar a equipe de TI remota

Governança nunca foi tão importante e os líderes devem definir expectativas claras para o time referente às tarefas, prioridades e gerenciamento do tempo. Uma parte importante da operação da equipe de TI remota é estabelecer, por exemplo, um protocolo de comunicações. Uma estratégia é criar uma reunião de sincronização diária com o time para delegar tarefas, falar sobre as necessidades imediatas e planejar com antecedência a pós-pandemia.

O gestor de TI também deve observar a exaustão da equipe. A situação está se mostrando muito estressante por um período prolongado e isso é preciso ser levado em consideração nas decisões. E motivar a equipe é de vital importância, seja por meio de elogios em uma reunião de equipe ou um email de agradecimento, devido ao constante comprometimento.

Permanecer proativo, mesmo no modo reativo

Nestes momentos de crise, o movimento natural é se manter reativo à medida que surgem as demandas, que devem ser tratadas em tempo real. Mas a TI deve permanecer proativa para ajudar a manter a organização funcionando e bem posicionada para dar continuidade aos negócios.O desafio é ter ações reativas rápidas e eficazes, ao mesmo tempo em que proativamente se planeja como inovar após esse período.

 

 

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Seis recomendações imediatas para gestão de equipes de tecnologia

*Por Elemar Júnior

A crise causada pelo Covid-19 atinge estágios críticos diariamente. Sem dúvidas, a ênfase deve ser mitigar os impactos da doença, mas sem deixar de encarar com seriedade, também, os impactos econômicos. Afinal, a cada nova rodada de notícias relacionadas ao coronavírus, combinadas com a instabilidade política, reviravoltas inesperadas acontecem.

Elemar Júnior – Fundador e CEO da ExímiaCo

Em um cenário complexo, no qual as empresas buscam alternativas para manter as equipes e seguir com uma rotina razoável – mesmo diante de diversas adaptações estratégicas necessárias para os negócios – o momento requer esforços das lideranças. Mas, será que as ações de líderes têm surtido efeito? Segundo a Pesquisa Carreira dos Sonhos 2019, realizada pela Companhia de Talentos, apenas 37% dos profissionais brasileiros confiam em seus gestores.

Na gestão de times de TI, por exemplo, a confiança nos líderes é fundamental, ainda mais em um cenário cheio de complexidades e demandas por novas soluções, bem diferentes das antigas ou convencionais. O que, geralmente, se mantinha estável em médio prazo, agora passa por mudanças no curto prazo. Neste sentido, é viável observar uma série de práticas e recomendações aplicadas por empresas que têm prosperado no mercado.

  • Atualização diária de dados

Geralmente, os sistemas de apoio à decisão se diferenciam pela “temperatura” dos dados que fornecem. Em situações normais, essa medição funciona com base em três tipos de decisões: as operacionais, que trabalham com dados quentes (da última hora), as táticas, que atuam com dados mornos (última semana ou último mês); e as estratégicas, com dados frios (do último trimestre ou semestre). Essa divisão tem feito menos sentido agora, principalmente, ao avaliar o histórico dos epicentros da crise na China até a chegada aos Estados Unidos.

No Brasil, a situação se agrava diariamente. Neste contexto, os dados de três meses atrás não são válidos para decisões estratégicas imediatas. Os impactos no faturamento, por exemplo, mudam todos os dias. As projeções de receita são instáveis. A gestão, mais do que nunca, tem acontecido sem piloto automático e sem ajuda de instrumentos. Então, como lidar com o despreparo? Uma das melhores alternativas é a revisão periódica das perspectivas de análise estratégica, quase que diariamente, mas para que isso aconteça é necessário contar com dados atualizados.

  • Diferençar fatos de especulações

Temos observado uma tendência, com o agravamento da pandemia e a crescente dinamicidade do mercado, de relevância exagerada sendo empregada a informações nem tão embasadas, gerando reações e medidas desproporcionais. Com isso, os comitês de crise devem trabalhar com diferentes equipes e as interfaces para desenvolver uma visão calibrada, que se inicia com esforço de classificação das informações. Fatos apurados permanecem inalterados por mais tempo que as especulações e, por isso, são pontos mais sólidos de ancoragem estratégica. É importante criar cenários na companhia, para que os times de TI trabalhem com as áreas de tomada de decisão na filtragem de dados e na criação de análises efetivas, conforme a capacidade de análise das organizações.

  • Reduzir ruído na comunicação

Períodos instáveis, como o atual, favorecem o aumento da ansiedade e disseminação de desinformação. É essencial que as empresas estabeleçam e reforcem canais consolidados de informação, constantemente atualizadas com a maior frequência possível. Como sempre, alinhamento de propósito favorece a autonomia de atuação. Uma solução viável é o trabalho em conjunto de departamentos de tecnologia com as lideranças para criar e manter canais oficiais de comunicação, com maior transparência possível e atualização, para mitigar riscos de “crises artificiais”.

  • Intensificar o combate à burocracia

Empresas de grande porte costumam formar comitês a alçadas para aprovar e direcionar a comunicação, maximizando a eficiência, otimizando alocação e reduzindo o retrabalho. No atual cenário, entretanto, ações que não agreguem valor ou com importância questionável para a adição de valor devem ser combatidas. Os processos de comunicação precisam ser diretos e simplificados, pois, agora, errar e corrigir rápido é mais efetivo do que evitar que erros aconteçam. Assim, a recomendação às equipes de TI é para que afrouxem métodos, processos e regulações para acelerar a efetividade das ações.

  • A ênfase deve ser contínua

Especialização de atividades em departamentos chaves tende a gerar maior eficiência operacional e mitigar riscos. Porém, com processos que precisam ser ajustados em função do trabalho remoto, há o risco de sobrecargas e, eventualmente colapsos da infraestrutura. Deste modo, a centralização departamental, consequência da especialização geradora de eficiência operacional deve ser substituída pela distribuição do trabalho. A ideia é eliminar pontos únicos de falha.

Deste modo, departamentos de TI precisam se ajustar para permitir que atividades específicas de determinados setores sejam executadas de forma descentralizada fazendo os ajustes necessários em aplicações e servidores. Além disso, em tempos de extrema experimentação, devem permitir algum crescimento de Shadow It.

  • Estabelecer estruturas de decisão

Na maioria das empresas, os tomadores de decisão estão nos limites de suas capacidades. É imprescindível que estruturas novas de apoio à decisão sejam estabelecidas e, também, é urgente que empresas criem comitês “quase permanentes” de crise. As “salas de guerra” precisam ser formadas e mantidas com autonomia para fazer o que for necessário reduzindo atalhos. Além disso, é importante alinhar expectativas quanto ao prolongamento indeterminado do trabalho remoto.

 

 

Sobre Elemar Júnior
Elemar Júnior é CEO da empresa a ExímiaCo e especialista com mais de 20 anos de experiência em arquitetura de software e desenvolvimento de soluções com alta complexidade ou de alto custo computacional. Tem como expertise o desenvolvimento de estratégias para a inovação.

 

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Microsserviços evidenciam impactos em escalabilidade para o negócio

*Por Giovanni Bassi

A arquitetura de microsserviços, nos últimos anos, tem se tornado realidade nas organizações e, no futuro, é possível que os sistemas tenham a necessidade de incorporar as práticas e constantes atualizações desta estrutura arquitetônica. No entanto, além de entender quais são os impactos trazidos por esse conceito tecnológico, é importante saber também os desafios.

Giovanni Bassi – Fundador e Chief Software Architect da Lambda3

Neste sentido, um dos principais desafios é a complexidade. E o que se torna complexo na implementação da arquitetura de microsserviços para uma empresa é a necessidade de conhecimento e atualização do time de tecnologia sobre o tema, demandando alta especialização das pessoas envolvidas.

Desta forma, é impossível utilizar microsserviços sem pensar em skill, disciplina e uma cultura de DevOps. O jeito mais simples de explicar essa lógica é contextualizando a diferença entre o que acontece com o estilo monolítico – aplicado em sistemas tradicionais monolíticos em um único servidor -, e os microsserviços, que utilizam dezenas de serviços sendo providos. Tradicionalmente, quando falamos sobre monolito, tratamos de sistemas legados com seus componentes altamente acoplados, que em muitos casos não permitem atualização e escalabilidade de maneira simples. Já a arquitetura de microsserviços descentraliza os mecanismos, ao invés de concentrar as informações em um único ambiente, simplificando as resoluções para eventuais problemas no sistema.

Imaginemos, por exemplo, as plataformas de serviços de streaming que usam mecanismos de microsserviços. Supondo que elas detectem problemas, não será necessário parar o sistema inteiro para fazer uma atualização, pois tudo está descentralizado. Isso reflete não somente nos times que trabalham para assegurar a qualidade da tecnologia oferecida, mas também no usuário final, que está ouvindo a sua música ou assistindo seu filme ou série preferida sem interrupções. No entanto, o cenário seria diferente em se tratando de sistemas monolíticos, uma vez que atualizações e correções da plataforma podem tirar o sistema do ar. Além disso, sem uma cultura de DevOps e automatização, realizar esse tipo de procedimento manualmente é praticamente inviável dentro de um time tradicional de infraestrutura e tecnologia.

É em situações como essa que a cultura de DevOps evidencia sua essencialidade para o negócio. Afinal, o problema exemplificado é resolvido com múltiplos processos de automatização que equipes de desenvolvimento de software elaboram. E sem automatizar sistemas internos e processos de entrega de software e de infraestrutura, é muito difícil dar conta dessa realidade.

Entre os principais impactos positivos proporcionados pela arquitetura de microsserviços estão o ganho em escalabilidade, custo, volume, desempenho, modernização e expansão do negócio. Além disso, ela consegue viabilizar múltiplos times trabalhando no sistema, reduzindo a dependência de equipes muito grandes (que são mais difíceis de serem geridos), otimizando as organizações das equipes e do atendimento do negócio, dando assim, mais liberdade na maneira como as empresas de tecnologia escalam.

Do ponto de vista mercadológico, há uma ampla variedade de segmentos voltando suas atenções aos microsserviços, pois eles já percebem que essa é uma solução tecnológica para uma realidade de negócio em alta escala.

E o que acontecerá quando essa realidade se tornar rotina para a competitividade de mercado e para a vida do consumidor final? Se uma empresa visa a atuação em um universo extremamente competitivo e de crescimento exponencial, é imprescindível que ela enxergue uma arquitetura de microsserviços como alternativa viável para o apoio à transformação do seu negócio.

 

Giovanni Bassi é fundador e Chief Software Architect da Lambda3

 

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Cinco lições sobre liderança no mercado de tecnologia

Ao assumirmos o papel de liderar equipes, deixamos para trás hábitos e rotinas técnicas que nos forjaram no mercado de trabalho. Neste artigo eu conto o que aprendi com minha própria transição de carreira

 

Por André Dylewski*

Há exatamente dois anos eu aceitei o desafio de gerenciar a operação brasileira da RTB House, empresa líder em ações mídia programática e retargeting no nosso mercado, na qual eu atuava há apenas 10 meses como gerente técnico. Na época, eu sabia que estava prestes a girar uma chave na minha carreira – tanto que precisei de um tempo para refletir se estava realmente preparado para aceitar o desafio.

André Dylewski – Country Manager da RTB House no Brasil

Isso porque, na minha trajetória de engenheiro de software, que começou em 2007, na FEI, em São Bernardo, e evoluiu com oportunidades educacionais e profissionais no Brasil e no exterior, estava claro para mim que o êxito dependia do aprimoramento das chamadas hard skills, ou habilidades técnicas, que na área de exatas, infelizmente, ainda pouco têm a ver com desenvolvimento humano.

Nesse aspecto, quanto mais qualificado eu me tornava, mais percebia que as novas habilidades de software e linguagens de programação já não seriam tão relevantes no meu desenvolvimento profissional se eu seguisse no meu plano de avançar como gestor, mesmo ainda dentro da área técnica e em uma empresa de tecnologia. Caberia a mim buscar conhecimento sobre o outro lado da moeda, as tais soft skills, competências comportamentais e interpessoais nada “exatas”, para ampliar minha visão sobre o mercado. Com isso em mente, comecei meu MBA em gestão empresarial, em 2017, e a consumir muito conteúdo relacionado ao assunto, desde livros a podcasts.

Sei que, assim como eu, há muitos profissionais que são apaixonados pelo que fazem e que vivem esse dilema de, ao se tornarem líderes, acabarem se distanciando da prática que os levou ao reconhecimento profissional. Mas posso compartilhar que isso é perfeitamente normal, e foi justamente essa ruptura que abriu espaço para apurar minha visão sistêmica. Quando se pensa em inovação profissional, a primeira barreira a se quebrar é sempre a da própria cabeça.

Em princípio, a ideia de dizer adeus a minha rotina de programação no Visual Studio me assustou. E, de fato, ainda tenho o programa instalado no meu notebook, mas cada vez menos eu vejo possibilidade de retomar esse velho aliado durante o expediente. Hoje, minha agenda consiste em desenvolver pessoas e novos negócios.

Uma coisa que também aprendi é que, às vezes, a paixão pelo próprio ofício pode atrapalhar o líder em transição para o gerenciamento de equipes multidisciplinares e heterogêneas. O risco é ficar mais ligado aos resultados do setor em que atuava ao invés de zelar pelo alinhamento geral de todos com a visão estratégica da empresa. Na RTB House lidero quase 40 pessoas, distribuídas entre cinco gerências que respondem diretamente a mim, além de ser responsável pelo business no mercado brasileiro, um dos dez países com maior investimento per capita em mídia programática. A visão sistêmica se tornou hoje a minha principal aliada.

Assim, compartilho aqui cinco pontos que, na minha visão, são fundamentais no processo de transição de carreira do perfil técnico para o gerencial:

  1. Quebre suas próprias barreiras: O profissional técnico tende a mergulhar na especificidade das próprias entregas e muitas vezes se distancia de pontos estratégicos ou culturais da empresa. No entanto, para fazer a diferença como líder, é importante desnaturalizar os hábitos da profissão e adquirir postura crítica sobre as próprias contribuições para os processos produtivos e o clima organizacional como um todo. Uma das formas de tomar esse distanciamento é desenvolver curiosidade genuína sobre a performance das outras áreas e buscar lapidar suas habilidades em gestão de equipes, seja em cursos, mentorias ou mesmo acompanhando podcasts.

  1. Acredite no employer branding: Ainda hoje, soa desafiador unir imagem e identidade de marca na prática da decisão de negócios. Mas isso nada mais é do que garantir que os mesmos valores e motivações cerquem as decisões relativas aos públicos internos e externos da empresa. Levando em conta que o turnover é um dos principais empecilhos de uma marca no desenvolvimento de equipes resilientes, as empresas que se posicionam bem apenas para o público externo, mas cultivam ambientes ruins, perdem talentos e, consequentemente, ficam para trás na prospecção e entrega de projetos inovadores, se atendo às tarefas de menor complexidade. Eis aí um desafio para se manter competitivo de verdade.

  2. Aprimore a escuta ativa: Quando se assume a liderança de equipes diversas, que compreendem desde o back office ao core business da empresa, o jogo de cintura conta muito alinhar as entregas das áreas em torno dos objetivos estratégicos da organização, facilitando o trabalho em conjunto. Nesse sentido, é fundamental ter sensibilidade e empatia para dialogar com profissionais de perfis e vocações diferentes. Pode parecer intimidador num primeiro momento, mas, em longo prazo, é a escuta ativa e o diálogo com um grupo diverso que te conduzirá aos resultados mais assertivos num ambiente de negócios integrado.

  3. Compartilhe o que sabe: Liderar é ir além da excelência técnica, mas desenvolver pessoas e criar ambientes saudáveis. O nível é hard. Quanto mais conhecimento você retém consigo, mais essencial você se torna para a função em que já atua, mas não para uma próxima. Quem compartilha o que sabe com os pares se torna referência no que faz, demonstra que está sempre disposto a cooperar e zelar pelo clima organizacional saudável e produtivo, destacando-se naturalmente para novos desafios.

  1. Acredite no seu time: Liderar, principalmente equipes de diferentes áreas, é assumir e entender que o seu conhecimento técnico não é capaz de resolver todos os problemas. É também entender que mesmo dentro da sua área de expertise, você não detém o conhecimento completo nem a resposta final. Por isso, é crucial pedir opinião de outras pessoas que possuem mais conhecimento na área do que você. Isso tornará suas decisões mais assertivas, além de utilizar o melhor recurso disponível a um líder – o próprio time. Na RTB House, acreditamos que é o aprendizado contínuo que nos possibilita entregar resultados cada vez melhores para os clientes. Então mãos à obra!

*André Dylewski é country manager da RTB House no Brasil

 

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Home office para quem? Pandemia revela exclusão digital

Por Dane Avanzi

 

O futuro é digital. Quanto a isso, não há dúvidas. A pandemia de Covid-19 é vista por muitos especialistas como o marco divisório entre um mundo que conhecíamos e outro que ainda está por vir, muito mais conectado, independente e tecnológico. Mas, em um país tão marcado por desigualdades, como o Brasil, esse discurso não vale para todos: estudantes, trabalhadores e famílias inteiras sem acesso à internet estão à margem da chamada transformação digital.

Dane Avanzi – Advogado, Empresário de telecomunicações e Diretor do Grupo Avanzi.

Segundo a PNAD Contínua TIC 2018, quase 15 mil domicílios brasileiros não utilizam internet. Em áreas urbanas, o percentual de casas sem acesso às redes por falta de interesse, custo elevado do pacote de serviços ou falta de conhecimento digital chega a 91,5%. Outro dado importante é que, nas áreas rurais, a não disponibilidade do serviço de acesso à Internet na área de residência representou 20,8%. Reconhecendo as diversas realidades brasileiras, como é possível democratizar o acesso à internet neste momento tão necessário?

Temos muitos desafios em relação aos excluídos digitais. As dificuldades enfrentadas por eles vão do trabalho e dos estudos, mas até para obter informações seguras sobre como se prevenir da contaminação do vírus. O desamparo vem de muito antes: geralmente, essas pessoas vivem em condições de higiene precárias, casas sem saneamento básico e itens essenciais, considerados básicos para muita gente, como um chuveiro e uma barra de sabão. Infelizmente, com a pandemia, sabemos que essa população de vulneráveis tende a aumentar e é para os mais carentes que as autoridades precisam voltar seu olhar.

O Governo Federal tem sido protagonista de questões importantes na área de telecomunicações, como uma medida provisória que estabeleceu a prorrogação de alguns impostos relativos às empresas do setor e outra que criou linhas de crédito para as de micro e pequeno porte. Isso permitirá muitas empresas de internet ter acesso a financiamentos que poderão ser utilizados em inovações, por exemplo. Com mais dinheiro em caixa e sem ameaças ao seu negócio, essas empresas podem promover ações de responsabilidade social em prol da democratização da internet, obtendo ganho de valor à marca e, principalmente, colaborando para um país menos desigual.

Outro ponto importante é que, com o aumento da demanda, o serviço das operadoras, que há tempos está bem aquém da expectativa do consumidor, passou a ser ainda mais criticado. Somado a isso, alguns fatores devem impactar o preço dos pacotes de internet, como o princípio da neutralidade e a alta do dólar. Sempre fui contra concorrências predatórias e venda de pacotes com ticket muito baixo, por esses não conseguirem entregar um serviço de qualidade para o consumidor, aumentando muito as reclamações. O que poderia conter essa alta nos preços seria uma política pública, por parte do Governo Federal, visando diminuir a exclusão digital – algo que nunca vimos até hoje.

A Telebrás, por exemplo, tem essa como sua principal meta, mas é preciso que isso seja tratado como uma política pública, integrando governos locais e a sociedade civil, para que consiga beneficiar as populações mais carentes. A organização possui satélite em órbita em funcionamento e também redes de fibras óticas interligando as capitais. O que precisa ser feito é um investimento para levar essa rede de altíssima capacidade para comunidades para que as pessoas com menor poder aquisitivo possam ter acesso à internet, seja por meio de um custo subsidiado ou gratuito. Parcerias com ONGs e organizações de bairro podem ser um bom caminho para ter acesso a essas pessoas, em meio à situação delicada que vivemos.

Antes, falava-se de internet nas escolas. Hoje, temos que pensar em internet nas residências, tendo em vista a necessidade de isolamento social que se impõe e pode perdurar o ano todo. O tempo exige ações práticas e uma liderança com visão para promover espaços colaborativos. E acredito que essa seja a palavra-chave: colaboração. Somente conseguiremos reduzir ou eliminar a exclusão digital se todos contribuírem: Governo, empresas e comunidade.

 

 

Dane Avanzi é advogado, empresário de telecomunicações e diretor do Grupo Avanzi.

 

 

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