Aprovado por 80% dos gestores das empresas brasileiras, o trabalho remoto faz parte de 15,9% das negociações coletivas de 2020, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe)
No início de 2020, quando apenas 5,2% dos profissionais exerciam suas atividades em home office, o trabalho remoto parecia um cenário distante no Brasil, porém, perante a pandemia causada pela Covid-19, o país foi obrigado a fazer diversas mudanças e, rapidamente se adequar a uma nova realidade. Em conformidade com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mês de outubro, 7,9 milhões de trabalhadores estavam em home office.
Apesar das muitas dificuldades de adaptação, o novo sistema agradou bastante o mercado. Segundo uma pesquisa realizada pela ISE Business School, 80% dos gestores das empresas brasileiras afirmaram gostar do novo modo de trabalho. Embora seja bem recente no Brasil, o estudo “The IWG Global Workspace Survey”, realizado no início do ano passado pela International Workplace Group (IWG), já apontava o trabalho flexível como o novo normal.
O relatório da IWG, que entrevistou empresários de 80 países, revelou que 62% das empresas do mundo tinham uma política de espaço de trabalho flexível. Com a pandemia, a tendência é que este número aumente. A BRLink – empresa líder em gerenciamento de nuvem na AWS, é um exemplo brasileiro de organização que durante este período, mudou de posicionamento em relação ao sistema de trabalho.
“Alguns departamentos já trabalhavam em regime home office esporadicamente, com a pandemia, entendemos que o formato Anywhere Office funciona bem e conseguimos aderir com algumas adaptações em nossos processos” – comenta a Head de Gestão & Pessoas da BRLink, Ana Di Roberto.
De acordo com Ana, os benefícios do novo sistema foram perceptíveis para a organização como um todo. Enquanto os colaboradores ganharam tempo, aumento da produtividade e, principalmente, da qualidade de vida, a empresa passou a economizar com estrutura física, custos de manutenção do escritório e a ampliar e diversificar a equipe com novos talentos.
“Atualmente contratamos pessoas do Brasil inteiro, enviamos os equipamentos necessários para o trabalho do colaborador e toda a documentação é digital, os treinamentos e Onboarding, remotos” – explica.
Apesar das facilidades do sistema, o Anywhere Office só é possível se os trabalhadores tiverem um dispositivo e uma boa conexão com a internet para acessar o sistema da empresa. Em 2019, 37% dos entrevistados da IWG afirmaram que assegurar que todos os funcionários tivessem acesso a toda tecnologia de que precisavam para trabalhar de forma produtiva e segura poderia ser um obstáculo para adotar o trabalho flexível.
Este ano, Alan Yukio Oka, Cloud Product and Marketing Manager da BRLink, relatou que as empresas acabaram acelerando a migração de cargas de trabalho para nuvem, segundo ele, uma vez que os sistemas podem estar “na nuvem” e acessíveis de qualquer lugar do mundo, potencializa o conceito de Anywhere Office.
Oka que também está trabalhando neste novo conceito, afirma que na BRLink o trabalho presencial se tornou opcional e, para as empresas que pretendem aderir a flexibilização, recomenda: “Antes de adotar o sistema de Anywhere Office, é muito importante considerar a segurança. Segurança sempre é um ponto importante para qualquer negócio”.
Diante de tantas adaptações repentinas, algumas vieram para permanecer. Recentemente, a empresa de benefícios de refeição e alimentação, Ticket, realizou uma pesquisa que revelou que 36% dos trabalhadores entrevistados prestam serviço em empresas que já indicaram que adotarão o trabalho remoto para algum setor. 33% afirmaram trabalhar em organizações que optaram pelo sistema híbrido.