*Por Felipe Barranco
Que a tecnologia é responsável por grandes mudanças no mundo, não é mais novidade. Seus benefícios ficaram ainda mais em evidência durante a pandemia com as soluções que permitiram milhares de pessoas ficarem dentro de casa, seguras, e ainda assim, seguir estudando, trabalhando e se conectando com familiares e amigos. Além disso, as inovações tecnológicas são capazes de transformar também serviços tradicionais, facilitando a vida da população e, consequentemente, ajudando no crescimento de diversos negócios.
Um exemplo claro que temos foi o “boom” das fintechs, que em menos de uma década, mudou o mercado financeiro quase que completamente. Graças a elas temos hoje taxas mais baixas, inclusão de desbancarizados, serviços mais rápidos e acessíveis e a possibilidade de abrir uma conta ou adquirir um cartão de crédito em apenas alguns cliques. É fato que a digitalização e democratização aos serviços tradicionais geram muito mais crescimento às empresas e giram a economia com menos sofrimento. Por isso, além do segmento financeiro, outros tantos começaram a repensar seus produtos e futuro dos seus serviços – e um deles foi o mercado de seguros.
As insurtechs vêm ganhando cada vez mais espaço, tornando o setor segurador mais disruptivo. Uma vez que há uma mudança de comportamento entre os consumidores, que buscam por serviços digitais, mais baratos, flexíveis, simples e rápidos, as empresas, principalmente as mais tradicionais, precisam acompanhar essa transformação se quiserem manter seus negócios vivos.
Observando este cenário, em outubro de 2020, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) deu um passo importante para uma renovação dos serviços de seguros pessoais. O órgão anunciou o projeto “Sandbox Regulatório”, criado para incentivar a pesquisa e teste, dentro de um ambiente controlado, no setor de seguros, com algumas empresas selecionadas. Em três anos, a Susep pretende, assim como o segmento bancário tradicional, revolucionar a atuação das seguradoras e trazer mais benefícios ao consumidor.
Mas, como isso vai acontecer? A resposta é simples: enxergando o seguro como um aliado ao dia a dia da população. Não é novidade para ninguém que o ato de comprar um seguro ainda é muito pouco cogitado e até mal visto por muitos brasileiros, ao contrário de outros países. Faz parte de nossa cultura achar que um seguro é um mal necessário e só lembramos dele quando precisamos. É preciso desmistificar este conceito e entender que ele, na realidade, o seguro é uma forma de prevenção, qualidade de vida e que , consequentemente, gera mais economia do bolso dos brasileiros.
Com o apoio da Susep, as seguradoras digitais, assim como os bancos digitais, estão tendo autonomia em suas atuações para mudar suas formas de distribuição de um produto. Agora, o processo é muito mais simples, tal como abrir uma conta bancária ou, até mesmo, contratar um serviço de streaming por assinatura. Desta forma, o seguro deixa de ser um “complemento” de uma outra compra e traz mais identificação com as reais necessidades da população, reforçando ser um aliado ao bem-estar das pessoas e, também, das empresas. Afinal, quem não prioriza o cuidado com quem ou o que se gosta?
Com um modelo baseado na inovação e uso de tecnologia, as insurtechs estão colocando a população como parte primordial nesse processo de mudança, possibilitando soluções baratas e que fazem mais sentido à rotina de cada um e com mais transparência na relação entre empresa e consumidor. Hoje, já é possível, por exemplo, adquirir em apenas uma apólice uma personalização que inclui proteção aos móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos e, até mesmo, configuração de computadores ou proteção ao seu pet. Além disso, as contratações passam a ser menos burocráticas, com processos ágeis de compra e cancelamento de serviços. Em poucos cliques já é possível contar com os inúmeros benefícios que um seguro e assistência trazem em nosso dia a dia.
A ideia dessa mudança de comportamento no mercado de seguros é justamente criar um novo horizonte para que mais pessoas possam contemplar, de maneira justa e segura, os serviços de proteção. Depois de um período atípico que a pandemia trouxe, é mais do que uma mudança de negócios, mas uma preocupação com um impacto positivo na vida de todos.
*Felipe Barranco é CEO e cofundador da Flix, seguradora digital com foco na venda de seguros e assistências residenciais.
Fonte: VCRP Comunicação