Em anos marcados por transformações complexas, as empresas se deparam com novos conceitos operacionais voltados para o uso estratégico da tecnologia
Por Fabricio Beltran*
Não há como negar que os últimos anos foram marcados por mudanças complexas no âmbito empresarial, para organizações dos mais diversos portes e segmentos. Fatores externos, tendências inovadoras, novas exigências do mercado e dos próprios consumidores, os motivos para que cada vez mais gestores se movimentassem rumo à inovação são variados e demonstram a amplitude do tema. Se é possível apontar algum paralelo entre tantos casos de transformação dos processos, sem dúvidas, a tecnologia pode ser citada como marca registrada. Não por acaso, afinal, traz consigo benefícios que vão além de novidades passageiras, concedendo uma abordagem eficiente para questões acerca da segurança dos dados, conectividade e a resiliência das equipes.
Sempre respeitando a realidade operacional apresentada por cada empresa, que circunstancialmente, acabará afetando a implementação tecnológica executada, é importante afirmar que sem o componente tecnológico, corresponder às demandas citadas no artigo torna-se uma tarefa praticamente impossível. Por isso, para compreender o que formaliza uma organização alinhada com o futuro, alguns pontos devem ser debatidos.
Cibersegurança: por que é uma prioridade?
Nos dias atuais, não é difícil identificar exemplos de empresas que sofreram com o ataque de cibercriminosos, e como situações do tipo têm prejudicado a integridade e o posicionamento mercadológico de grandes companhias. Fato é que investir na segurança dos dados é mais do que uma medida puramente estrutural, trata-se de uma ação preventiva e também estratégica, pois garante que todas as informações armazenadas serão manuseadas com responsabilidade, transparência e um alto teor analítico.
Infelizmente, atos ilícitos no ambiente digital continuarão a surgir, dentro de um modus operandi evolutivo, que apenas desafiará os níveis de segurança dos departamentos de TI. Olhando para o presente e o futuro, fica para o gestor, preocupado com a saúde de seu negócio – sob aspectos variados, inclusive o legal – a missão de identificar a melhor alternativa para que a cibersegurança seja institucionalizada internamente, diminuindo os riscos referentes ao tema. Ferramentas de onboarding digital, por exemplo, têm correspondido à altura quanto à urgência por mais estabilidade e proteção dos dados.
A conectividade como base das operações
Se por um lado, garantir a integridade das informações disponíveis é um dos pilares de empresas amadurecidas digitalmente, a conectividade representa outra vertente cuja relevância tem sido comprovada na prática. Novos formatos de trabalho, como o home office, dependem de um ambiente amplamente conectado, com serviços estáveis, seguros e que não comprometam a comunicação como um todo.
No entanto, essa é, talvez, uma das características mais superficiais no que diz respeito à conectividade, que influencia, de modo direto, na utilização de soluções de cloud, assim como em qualquer sistema inovador que exija a participação da rede local. Com a chegada do 5G no Brasil, a perspectiva é de que esse seja um tópico imprescindível para o meio empresarial.
O papel tecnológico para mais resiliência profissional
Quando o foco do debate é centralizado nos benefícios técnicos e estruturais da tecnologia, é até natural imaginar o papel do profissional em meio a tantas possibilidades estratégicas. O que se deve ter em mente é que o protagonismo humano não sairá prejudicado, pelo contrário, terá na inovação uma aliada de valor na hora de tomar decisões, sempre respaldado por um plano de fundo automatizado, em que os referenciais analíticos indicam melhores métodos de trabalho, políticas de relacionamento com o cliente, além de novas práticas a serem aderidas.
Sob a ótica do gestor de pessoas, resiliência é uma palavra empregada com bastante recorrência. Hoje, e também observando o futuro, ter uma equipe de profissionais com um nível adaptativo elevado é o que faz a diferença em momentos de crise e incerteza.
A tecnologia, sendo escalável e personalizada de acordo com as principais demandas enfrentadas pela organização, surge como um catalisador para que uma cultura corporativa muito mais flexível seja normalizada entre os colaboradores, sem desconsiderar o embasamento técnico para a aplicação de determinadas ações. No fim, é possível afirmar que a empresa do futuro deve enxergar a realidade dentro de um viés tecnológico, mas não menos humanizado, com assertividade, segurança e o equilíbrio digital necessário para que os profissionais explorem suas maiores capacitações.
*Fabrício Beltran é Founder e Head de Inteligência Artificial da Nextcode. Formado em Tecnologia de Dados, com pós-graduação em Big Data e Desenvolvimento Móvel, possui mais de 19 anos de experiência com projetos voltados à tecnologia e inovação.