De acordo com os relatórios ISG Provider Lens™ sobre o mercado de Intelligent Automation, Brasil está à frente de outros países em relação a plataformas de IA de conversação e se destaca em processamento inteligente de documentos e na digitalização de processos
O novo estudo ISG Provider Lens™ Intelligent Automation – Products and Platforms 2022 para o Brasil revela que fornecedores nacionais de plataformas brasileiras de automação inteligente se diferenciam por conseguirem criar soluções voltadas para a realidade local, mais abrangentes para diferentes casos e condições de uso em negócios. Adicionalmente, devido às iniciativas eletrônicas do governo e investimentos dos setores financeiro, varejo e saúde, o Brasil também está à frente de outros países em relação a plataformas de inteligência artificial (IA) de conversação, assim como na digitalização de processos, como revela outro estudo lançado nesta semana, o ISG Provider Lens™ Intelligent Automation – Services and Solutions Os relatórios, produzidos e distribuídos pela TGT Consult, trazem uma análise detalhada do mercado nacional de automação.
“O Brasil tem uma dinâmica de legislação tributária própria que é muito complicada quando comparamos com outros países. As empresas gastam um tempo considerável mapeando informações e alterando parâmetros de sistemas para não serem penalizadas”, explica David de Paulo Pereira, analista líder da TGT Consult/ISG e autor dos estudos. Segundo ele, isso representa, ao mesmo tempo, um grande desafio para os fornecedores de serviço e uma grande oportunidade de utilizar serviços e produtos de automação inteligente para garantir conformidade e otimização de tempo, automatizando atividades rotineiras de checagem em relação às mudanças na legislação que consomem tempo.
Segundo o analista, em outros países, a necessidade de processar invoices (faturas) ainda é grande e este é um nicho que muitos players se concentram. Com isto, as oportunidades de avanço no Brasil se concentram em outros processos e setores, como aqueles envolvendo controle de pessoas (da admissão até a demissão), o setor de saúde, jurídico, entre outros, com diversos players globais demonstrando casos de uso relevantes nestes setores. Com a Nota Fiscal Eletrônica, presente no Brasil há anos, o país se destaca em outros usos já com alto grau de automação. “Temos aqui o uso de chatbots em quase todas as redes de varejo, atendimento médico e até mesmo no serviço público. Essas tecnologias funcionam bem no país e são um grande diferencial para as organizações”.
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O relatório revela que, nos últimos anos, foi possível observar uma revolução na automação de produtos, serviços, funções de TI, processos de negócios e interações entre consumidores e funcionários que se baseia em uma vasta gama de tecnologias, principalmente aprendizado de máquina, mas também IA em geral, visão computacional, reconhecimento de voz, processamento de linguagem natural (NLP), dispositivos e sensores da IoT e automação de processos robóticos (RPA).
Em outros aspectos, como no caso de Descoberta e Mineração de Processos (Process Discovery and Mining), o Brasil ainda é iniciante no assunto. De acordo com o analista, ainda estamos passando pela fase inicial de automação de processos com uso de robôs (RPAs). Em contrapartida, o relatório aponta que o Brasil se encontra no mesmo patamar em relação a serviços e soluções que compreendem os temas de automação empresarial inteligente, inteligência artificial para operações de TI (AIOps) e automação de próxima geração (Next-Gen). “Tanto as empresas locais, quanto as multinacionais com presença no Brasil, estão fazendo um ótimo trabalho e evoluindo na mesma velocidade que as operações de outros países”, relata David.
Outro destaque deste ano é o uso cada vez mais intensivo de inteligência artificial e suas ramificações, como machine learning e deep learning. “Em todos os quadrantes vemos usos muito bem estruturados de IA, que vão desde o reconhecimento de padrões de documentos, identificação de processos feitos por computadores e seres humanos, até o reconhecimento de voz e linguagem natural para resolver as mais diversas situações”, declara o autor.
De acordo com o analista, os produtos e serviços de automação são ferramentas que tornam as organizações mais eficientes e, como consequência, mais rentáveis. “Estas tecnologias são facilmente justificáveis do ponto de vista de retorno sobre investimentos. Os gestores de tecnologia têm uma grande oportunidade de implementar soluções que trazem retorno rápido às organizações”, afirma.
Para isso, o especialista explica que os executivos e tomadores de decisão devem se atentar à capacidade de extrair o melhor das ferramentas de automação inteligente para resolver problemas reais. “O Brasil ainda é um país com muita burocracia e saber usar inteligência artificial para lidar com o burocrático e deixar o ser humano com tempo mais livre para cuidar de pessoas, sejam clientes ou funcionários, é uma grande oportunidade. Quanto às plataformas e produtos, a ideia é que os executivos busquem ofertas que permitam que pessoas não necessariamente técnicas possam utilizar as soluções em benefício da organização”, diz o autor.
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Segundo o relatório ISG Provider Lens™ Intelligent Automation – Services and Solutions 2022, pequenas e médias empresas tiveram sua visão de automação inteligente prejudicada por experiências anteriores. “Em algumas situações, os fornecedores não deixaram claro que as plataformas sozinhas não poderiam fazer a transformação completa da empresa, sendo necessário adaptar ou mudar processos ou até mesmo o perfil das pessoas. As plataformas de automação auxiliam, e muito, na agilidade, acuracidade e controle das informações, mas pessoas ainda são um fator chave para o sucesso de qualquer projeto de transformação digital”, comenta o analista.
“Alguns desafios adicionais são a formação e retenção de talentos, devido à carência de mão de obra já existente, lidar com integrações, principalmente para médias e pequenas empresas. Para os grandes fornecedores globais, a adaptação de cultura e idiomas locais dar suporte e cobertura com um país com nossa dispersão geográfica”, declara o analista da TGT.
O relatório ISG Provider Lens™ Intelligent Automation — Platforms and Products 2022 para o Brasil avalia as capacidades de 52 fornecedores em três quadrantes: Conversational AI Platforms, Intelligent Document Processing, e Process Discovery and Mining.
O relatório nomeia ABBYY, Celonis, CPQD, Google Dialogflow, IBM, Kofax, Microsoft, Nama, OpenText, Software AG, Stefanini, UiPath e UpFlux como líderes em um quadrante cada.
Além disso, AWS, Automation Anywhere e SAP Signavio são nomeadas como Rising Stars – empresas com um “portfólio promissor” e “alto potencial futuro” pela definição do ISG – em um quadrante cada.
O relatório ISG Provider Lens™ Intelligent Automation — Services and Solutions 2022 para o Brasil avalia as capacidades de 28 fornecedores em três quadrantes: Intelligent Enterprise Automation, Artificial Intelligence for IT Operations (AIOps) e Next-Gen Automation.
O relatório nomeia Accenture, Capgemini e Stefanini como Líderes em todos os três quadrantes. Ele nomeia a DXC Technology como Líder em dois quadrantes. IBM, PwC, Stoque, TCS, TIVIT e Wipro são nomeados Líderes em um quadrante cada.
Além disso, Deloitte, TCS e Wipro são nomeadas como Rising Stars – empresas com um “portfólio promissor” e “alto potencial futuro” pela definição do ISG – em um quadrante cada.
Uma versão personalizada do relatório está disponível na Capgemini.
Fonte: Mondoni Press