Futuro da carreira de tecnologia: Upskilling e reskilling

Especialistas da Ironhack destacam que há uma tendência das empresas em investir em suas equipes para desenvolvê-las

Em um mercado de constantes mudanças e notícias recentes dominadas por demissões e congelamentos de contratações no setor de tecnologia, torna-se essencial a adoção de atitudes e ações para o desenvolvimento, upskilling e reskilling dos profissionais de forma geral. Além disso, um levantamento da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) aponta que, até 2025, 800 mil novas oportunidades de emprego surgirão no segmento. Portanto, o momento é o de identificar esses movimentos, para guiar os próximos passos das áreas internas de TI das empresas ou para os trabalhadores do ramo. 

Alguns especialistas da Ironhack, referência global em ensino de tecnologia, comentaram algumas dessas repercussões. Confira:

  • Habilidades digitais ainda estão em alta 

Apesar das demissões, a realidade é que o setor de tecnologia ainda enfrentará uma lacuna de competências muito maior do que a crise do layoff. No entanto, segundo Alexandre Tibechrani, General Manager Americas, a demanda por habilidades digitais de empresas do segmento não diminuiu no último trimestre de 2022 e não deve diminuir. 

“Mesmo em um ambiente econômico mais avesso ao risco, ainda há um aumento de contratações devido à demanda por determinadas skills. Na verdade, a maior mudança que estamos vendo é que os perfis de talentos médios e seniores estão mudando de emprego com menos frequência em comparação com o comportamento anormal que vimos durante e pós-pandemia. Passamos de ‘a grande demissão’ para uma nova etapa: ‘a grande negociação’ “, afirma

“Ou seja, é um ótimo momento para o talento júnior alavancar o desenvolvimento de novas habilidades e acessar o setor de tecnologia em áreas mais tradicionais, que pedem por essas competências. O Brasil tem uma matriz industrial muito ampla então abre-se uma oportunidade para scale-ups e PMEs adquirirem talentos que, de outra forma, não estariam disponíveis para eles enquanto trabalhavam em grandes corporações”, complementa.

  • Generalistas x especialistas 

Para Felipe Rocha, Professor Líder em Data Analytics na Ironhack, o mercado de trabalho está mudando e agora haverá mais generalistas prosperando como profissionais de dados. “Ter um especialista capaz de ‘vestir diferentes chapéus’ e navegar no vasto mundo dos dados pode ser uma grande vitória, principalmente para empresas e times de tecnologia menores”, explica.

Já Gabriel Pizzolante, UK Growth Marketer da edtech, acrescenta: “Na Ironhack, nossos bootcamps têm esse intuito, preparar as pessoas para uma ampla gama de habilidades dentro do campo que escolherem, fazendo com que fique mais fácil se tornar um profissional mais generalista, com a opção de se especializar se for exigido no futuro.”

  • Procura por bootcamps deve aumentar 

Bootcamps sempre foram uma ótima alternativa para quem está mudando de carreira e pretende iniciar uma função totalmente nova em um período de tempo muito curto. A intensidade e o nível de comprometimento exigidos oferecem uma alternativa eficaz a ter que voltar à universidade para perseguir um sonho.

“Aqui na Ironhack da Inglaterra, por exemplo, embora estejamos muito focados na mudança de carreira, estamos começando a ver mais candidatos que estão abandonando a universidade porque não era o certo para eles. Observamos que a Geração Z está adotando uma nova abordagem para o ensino superior. Eles valorizam o desenvolvimento profissional em um ritmo veloz e acima de uma carreira tradicional”, pontua Pizzolante.

  • Qualificação de iniciantes, upskilling e reskilling de equipes 

Na última década, a procura por profissionais de tecnologia mais experientes teve uma alta demanda, tornando muito difícil a retenção de talentos. Com as mudanças nas condições do mercado, o que se vê é uma tendência de que mais empresas terão o foco de investir em suas equipes para desenvolvê-las internamente, promover e retê-las por mais tempo. Com a infraestrutura certa, mais funcionários poderão mudar de carreira para funções técnicas. 

Quando se trata de upskilling e reskilling, de acordo com Jan Molendijk, também Professor Líder em Data Analytics na Ironhack, o mercado de trabalho super competitivo de hoje, com saídas silenciosas e não tão silenciosas, os empregadores não têm escolha a não ser usar o potencial que já têm em casa. “É mais fácil e barato re-treinar funcionários que são profissionais competentes em novas tecnologias do que encontrar outras pessoas que tiveram um treinamento recente nelas. A grande vantagem é que esses colaboradores já falam a língua da marca e isso também é uma vitória para eles próprios, pois não apenas mantêm seus empregos, mas adquirem habilidades, conhecimentos e experiências valiosas”, ressalta.

Fonte: Motim Comunicação

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