No Brasil e no mundo, as mulheres representam apenas 20% dos profissionais de TI
O mercado de Tecnologia da Informação (TI) ainda é, em grande parte, um ambiente predominantemente masculino. No Brasil, as mulheres representam apenas 20% da força de trabalho na área, segundo dados do Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA). O percentual se repete no mercado mundial. A desigualdade de gênero no setor é um reflexo de diversos fatores estruturais, desde a falta de incentivo nas primeiras fases de formação até barreiras impostas pelo próprio mercado de trabalho. Com o cenário atual, muitas empresas do setor, como a Dexian Brasil, buscam contar com mais mulheres em suas equipes, mas enfrentam dificuldades significativas para encontrar profissionais femininas qualificadas.

“Embora haja uma grande demanda por profissionais qualificadas, encontramos dificuldades para preencher vagas técnicas com mulheres. A maioria das mulheres em TI ocupa cargos de gestão ou posições como Scrum Master, que são essenciais para o bom andamento de equipes ágeis. Porém, o número de programadoras ainda é muito baixo”, comenta Andressa Saboya, Recruitment Manager da Dexian Brasil.
O Scrum Master é um papel fundamental dentro de equipes de desenvolvimento ágil de software, sendo responsável por garantir que os processos e as práticas do Scrum sejam seguidos e que a equipe tenha as condições necessárias para alcançar os objetivos do projeto. Muitas mulheres têm encontrado nesse cargo uma oportunidade de liderança e visibilidade dentro das empresas.
Além das barreiras estruturais que dificultam a entrada das mulheres na área, há desafios relacionados ao próprio ambiente educacional e ao desenvolvimento de habilidades. Mirema Rangel, coordenadora de DHO (Desenvolvimento Humano Organizacional) da Dexian Brasil, destaca um dos principais obstáculos: “O domínio do inglês é um fator que restringe tanto mulheres quanto homens de avançarem para as melhores oportunidades de TI, especialmente quando se trata de vagas para clientes internacionais, o que é uma realidade frequente em nossa empresa.”
Para Mirema, uma das formas de reduzir a desigualdade e aumentar a presença feminina no mercado de TI é uma mudança cultural que comece nas instituições de ensino. “É fundamental que as universidades e escolas técnicas incentivem as meninas a se interessarem por tecnologia desde cedo, criando oportunidades para que elas possam desenvolver suas habilidades e participar de eventos como hackathons e feiras de estágio, que são essenciais para promover o contato direto com a indústria.”
A Dexian Brasil tem se empenhado para mudar essa realidade, buscando ativamente mulheres para compor suas equipes e oferecendo oportunidades para que elas avancem nas suas carreiras. A empresa, que atua com clientes nearshore – prestando serviços para empresas no exterior a partir de sua unidade no Brasil –, tem recebido demandas específicas da sua matriz nos Estados Unidos para priorizar a contratação de mulheres.
“Temos um compromisso com a diversidade e com a igualdade de gênero. Isso se reflete nas ações que tomamos internamente, na nossa busca ativa por mais mulheres no mercado de TI, e na forma como trabalhamos para superar barreiras como a falta de fluência no inglês. Acreditamos que, com mais apoio da academia e da sociedade, conseguiremos aumentar a presença feminina e criar um setor de TI mais inclusivo e inovador”, finaliza Andressa.