*Adriano Almeida, líder da Alura Para Empresas
Se até pouco tempo atrás ainda havia uma certa desconfiança do uso da Inteligência Artificial (IA) no ambiente de trabalho, isso está acabando. Basta olharmos para uma pesquisa feita pela IBM, que revela que 41% das empresas brasileiras utilizam a tecnologia de alguma forma em seu dia a dia.
A resposta para essa aceitação cada vez maior é clara: as companhias estão percebendo que essa ferramenta é essencial no processo de tomada de decisão e uma aliada estratégica de praticamente todos os setores.
É claro que não podemos deixar de lado os benefícios que a IA traz para as atividades operacionais, otimizando o tempo dos profissionais e agilizando as tarefas da rotina. No entanto, as suas vantagens acontecem de forma cíclica, porque é com um ambiente de negócios mais eficiente e a automatização de tarefas manuais que as equipes poderão se concentrar em ações complexas, fazendo com que as próprias lideranças repensem os caminhos para onde vão seguir.
Por conta dessa estrutura, não é de se estranhar que a pesquisa também mostre que 51% dos Chief Data Officers (CDOs) brasileiros estão utilizando essa tecnologia e os dados para melhorar e agilizar suas escolhas. Além disso, outro estudo feito com mais de 370 CEOs e C-levels de companhias nacionais, realizado pela agência Data-Makers, ressalta que 28% dos casos de uso da ferramenta têm como foco o apoio à tomada de decisão.
Benefícios diferentes para cada área
Por mais que esteja claro que os efeitos da IA acabem sendo relevantes para os movimentos dos altos executivos, o seu caráter estratégico não diz respeito exclusivamente às ações desses líderes. A partir do momento que essa tecnologia agiliza o trabalho como um todo e aumenta a produtividade das equipes, as suas vantagens se transformam em resultados reais.
Na área de Recursos Humanos (RH), por exemplo, a IA pode analisar grandes volumes de currículos em um tempo reduzido, identificando os candidatos mais adequados para uma posição e até antecipando a retenção de talentos. Já na área de Compras, os seus algoritmos têm o potencial de prever demandas futuras, sugerir fornecedores mais eficientes e negociar preços automaticamente, baseados em padrões de mercado. Ou ainda, na área de Marketing, a ferramenta pode segmentar o público com precisão e personalizar mensagens, aumentando a eficácia das campanhas.
Um estudo que realizamos aqui na Alura em parceria com o Google também demonstra essa abrangência. De acordo com os dados levantados, profissionais de diferentes segmentos têm procurado aprimorar o seu conhecimento ou incorporar a IA em suas atividades; especialistas de Desenvolvimento de Software (12,5%), Educação (8,23%) e Finanças (8,17%) são os que mais vêm se aprofundando no tema, com o intuito de aplicar tecnologia em suas rotinas.
Habilidades necessárias para os profissionais do futuro
Desde que deu os seus primeiros passos no ambiente corporativo, a IA provou que não é uma ferramenta digital qualquer. Por isso, é essencial que as empresas que ainda não exploraram de perto o impacto decisivo da inteligência artificial em todos os âmbitos empresariais reavaliem essa decisão, para não correrem o risco de ficar para trás.
Todos os setores podem colher frutos com a integração dessa tecnologia aos seus sistemas e rotinas. Mas, nada disso é possível sem que os profissionais desenvolvam as habilidades necessárias nessa inovação. Isso inclui não apenas o conhecimento técnico para utilizar as ferramentas, mas também a capacidade analítica para interpretar dados e extrair insights estratégicos deles – assim como o conhecimento acerca dos riscos e das medidas de proteção que precisam ser tomadas.
Programas de capacitação estruturados a partir de uma lógica de educação continuada podem ajudar nessa demanda, especialmente por interferirem diretamente na cultura organizacional da empresa. Ou seja, qualquer treinamento ou aprendizado vai além da resolução de um problema pontual, visando mostrar que a IA pode impulsionar carreiras, processos, negócios e, acima de tudo, a inovação nas empresas.
Portanto, é uma tecnologia que não deve ser vista como uma tendência futurista, mas sim uma necessidade urgente para todas as organizações que desejam se manter competitivas. A democratização da IA no ambiente corporativo tem o poder de mudar o rumo do mercado, estimulando toda a inteligência e capacidade dos seus profissionais.
Fonte: Alura Para Empresas