Redação Newly

Prime Control investe em inovação e encerra 2023 com crescimento

Empresa que se destacou como líder no relatório ISG Provider Lens™ Next Gen ADM Services Brasil e como vencedora do ISG Paragon Awards na categoria Inovação e atingiu R$ 50 milhões de receita até o final deste ano

A Prime Control, empresa de tecnologia brasileira líder em testes e qualidade de software, manteve seu crescimento, projetando um aumento de 20% em seu resultado operacional. Com foco na otimização e promoção da excelência operacional, atingiu a casa dos R$ 50 milhões de receita bruta em 2023. Para isso, a companhia conta com 10 grandes novas contas à sua carteira de clientes, como Azul Viagens, Lojas Renner, Grupo Boticário, C&A, VIVO, Sascar, dentre outras.  

Como reflexo destes esforços, a Prime Control conquistou, pelo quarto ano consecutivo, a posição de líder no quadrante de testes contínuos na edição de 2023 do relatório ISG Provider Lens™ Next-Gen ADM Services para o Brasil. A pesquisa, divulgada pela parceria TGT ISG, traz uma análise detalhada do mercado nacional de tecnologia.  

Segundo o CEO da Prime Control, Everton Arantes, crescer em competitividade e expandir o portfólio foram passos fundamentais para manter-se na liderança. Além de atrair grandes clientes, a empresa destacou-se no relatório pela inovação, introduzindo soluções robustas e personalizadas. “A manutenção da liderança é atribuída à alta especialização da Prime Control, à determinação em oferecer mais aos clientes, à construção de produtos diferenciados e à demonstração de que é possível abordar desafios de maneira inovadora. O mérito dessa conquista é compartilhado pelo time, cuja dedicação em fazer acontecer foi crucial”. 

Além dos avanços em produtos e serviços, a Prime Control priorizou o desenvolvimento de talentos por meio do Prime Hero Academy. Onze profissionais foram contratados após passarem pelo programa, que já beneficiou mais de 2 mil pessoas desde sua criação em 2018. Este ano, a Prime Control entrou para o top 100 melhores empresas de TI para se trabalhar, com base na avaliação do Great Place to Work.  

Novas soluções, como o Test Data Management (TDM) para geração de dados de teste e a solução de Service Virtualization, contribuíram para consolidar o portfólio de oferta de serviços da Prime Control. Da mesma forma, os investimentos no Intelligent Quality Dashboard (IQD), abrangendo uma visão 360° dos dados gerados no ciclo de vida das aplicações, desde a perspectiva operacional até a executiva, foram um dos pontos altos dos investimentos. A empresa também fez o lançamento do API Test Generator, uma solução autônoma para geração de testes de API, que trouxe eficiência e produtividade aos especialistas de qualidade da Prime Control. 

De acordo com o CEO, o ano de 2023 teve o maior volume de investimentos já registrado dentro da empresa, direcionados principalmente para inovação, impulsionando a evolução do core da empresa. “Em um ano desafiador para o cenário de negócios, enfrentamos obstáculos extremos, especialmente no mercado, impactando setores cruciais, como o varejo. Nos últimos doze meses, concentramos nossos esforços na solução de monitoramento sintético em produção, que é 100% focada na melhoria da experiência do usuário a partir a aplicação de testes no ambiente de produção. Por meio dela, é possível simular todo o cenário dos clientes em produção com massas reais, atendendo todos os aspectos de segurança, governança e compliance para o mercado financeiro. Isso já está sendo pilotado em um grande cliente do setor bancário.”, diz o CEO.  

Além disso, a Prime Control inovou ao iniciar a oferta de Real User Monitoring (RUM), a partir de soluções simples, sem impacto na aplicação. Desta forma, o cliente consegue monitorar toda a jornada do usuário, permitindo antecipar problemas, gerando alertas em tempo real, melhorando conversão, identificando pontos de impacto, entre outros. 

Demonstrando os resultados do investimento, a primeira edição sul-americana do ISG Paragon Awards, realizada em novembro deste ano, premiou a Prime Control pelo destaque na categoria Inovação, com um case de observabilidade e automação para uma grande varejista de setor de moda. “A ênfase foi na melhoria dos serviços, com foco especial nas áreas de quality e segurança, resultando em inovações, diferenciais e melhorias de produtividade”, explica.  

Uma das metas para 2023 era se consolidar como referência no setor de qualidade de software. Por isso, a empresa também investiu na realização de eventos próprios, com destaque para as edições do Prime Control Experience. A segunda edição reuniu cerca de 52 líderes de 38 empresas como Lojas Renner, VIVO, Azul Viagens, Itaú, dentro outros.  

Para 2024, a Prime Control planeja fortalecer ainda mais suas parcerias, com base no sucesso de 2023 da cooperação com a Perfecto, Tricentis, SAP, Fullstor, dentre outras. “O foco será na incorporação de Inteligência Artificial Aplicada (AIA) em nosso core, buscando parcerias estratégicas alinhadas a essa visão. Pretendemos nos consolidar em três unidades de negócio: Quality Assurance, Intelligent Process Automation e uma nova unidade dedicada ao Digital Experience Monitoring, provendo visibilidade end-to-end sobre a jornada do cliente, capturando a experiência real do usuário, compilando dados estratégicos e gerando insights de negócio”, finaliza o CEO.  

De professor a analista de QA: com curso gratuito, hoje ele trabalha em uma das maiores empresas de qualidade de softwares do Brasil

Curso gratuito de capacitação da Prime Control, Prime Hero Academy, já beneficiou mais de 2 mil alunos; Breno Alves da Silva foi contratado após concluir o curso

Até 2025, o Brasil terá uma demanda de 797 mil profissionais de tecnologia. No entanto, com a quantidade de pessoas formadas anualmente no país, estima-se que existirá um déficit de 530 mil vagas não preenchidas nesse setor, de acordo com uma pesquisa da Endeavor em conjunto com dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

Breno Alves da Silva dedicou anos de sua vida a ensinar. Ao se deparar com a oportunidade de adentrar no mundo da programação e da tecnologia, Breno se juntou a turma do Prime Hero Academy, iniciativa de cursos gratuitos de programação idealizada pela Prime Control, empresa brasileira especialista em desenvolvimento e testagem de software. O programa da Prime Control visa treinar, selecionar e fortalecer o potencial de pessoas com interesse em aprender tecnologia, seja como iniciantes ou aqueles em transição de carreira, como é o caso de Breno. A capacitação é 100% gratuita e feita pelo time de especialistas da Prime Control.

“Antes de ingressar no Prime Hero Academy, fui professor na área de tecnologia por 4 anos. Após um ano de pausa devido à pandemia, me inscrevi no programa após ver uma publicação no LinkedIn. Embora eu não tivesse experiência em qualidade de software, minha esposa sempre trabalhou nessa área e comentava sobre o assunto, mas eu nunca havia me envolvido na produção de software e na área de qualidade. Durante as aulas, aprendi sobre esse assunto e, também, sobre automação de testes, o que me motivou a me candidatar para a vaga na Prime Control”.

Para Breno, a parte mais marcante do curso foi a possibilidade de compartilhar conhecimento e pedir ajuda, quando necessário. Ele conta que as estruturas das redes eram muito dinâmicas em relação à transmissão de conteúdo. “Era um ambiente aberto o suficiente para que não se tornasse apenas uma aula tradicional, mas sim uma discussão entre as pessoas. Todos podiam lançar dúvidas, compartilhar suas perspectivas e ajudar uns aos outros. Isso enfatizou a importância da colaboração dentro da sala de aula.”

Mas Breno não é o único que viu no Prime Hero Academy uma oportunidade. Desde a sua criação em 2018, a iniciativa já formou cerca de 723 alunos, sendo que 84 foram contratados pela Prime Control.  As edições de 2021, 2022 e 2023 somaram 2.307 inscritos e 689 alunos certificados.

O profissional de Quality Assurance (QA), ou analista de testes, é um dos principais responsáveis pelo processo de qualidade do software, sendo encarregado pela avaliação de riscos, configuração do ambiente e criação de massas de testes. Além disso, verifica e valida possíveis problemas nas soluções desenvolvidas, com foco na prevenção de falhas.

Breno se juntou à equipe de QA da Prime Control como Analista de Automação de Testes. Para ele, tudo o que foi ensinado durante o curso é útil em sua rotina, e esse é o principal diferencial do Prime Hero Academy. “Eles dizem, ‘aqui está o conhecimento e você vai usá-lo em situações específicas, em momentos determinados’. É muito prático e aplicável da mesma forma. Os instrutores explicam como isso se aplica aos clientes, o que ocorre e como você pode resolver essas situações. Muitas vezes, isso aconteceu comigo dentro da Prime, onde eu precisei aplicar o que aprendi”. Na última edição do curso, Breno foi um dos instrutores, compartilhando o conhecimento adquirido e sua experiência em QA com os novos alunos.

O Prime Hero Academy, além de aproveitar talentos, também busca fortalecer cada vez mais o setor de tecnologia, uma vez que a liderança da Prime Control compreende que toda a cadeia do setor dependente dessa força de trabalho, criando um ambiente mais robusto para a área de TI no Brasil.

O curso possui duração total de 35 horas, com 15 horas dedicadas à interação e discussão. As aulas são conduzidas no período noturno, realizadas de forma online, incorporando elementos tanto presenciais quanto virtuais. É imprescindível possuir conhecimento básico em lógica e programação para fazê-lo. Os instrutores que ministram o curso fazem parte da equipe da Prime Control. Participantes que atingirem pelo menos 70% de presença receberão um certificado. Além disso, os concluintes do curso têm a oportunidade de submeter seus currículos para participar de processos seletivos.

Desde sua criação em 2018, a Prime Control já ofereceu mais de 100 mil horas de treinamento, emitindo mais de 500 certificados e beneficiando mais de 2 mil pessoas. A próxima edição tem previsão de iniciar no segundo semestre de 2024, mas os interessados podem se cadastrar no banco de talentos da iniciativa: https://www.primecontrol.com.br/pha/

IA no varejo: market4u diminui em 90% o índice de fechamento de unidades e aumenta faturamento em 10%

Rede de mercados autônomos, market4u faz uso da IA para precificação, mix de produtos e previsão de índice de saúde das unidades

Durante a NRF Retail Big Show 2024, maior evento mundial de varejo, a Inteligência Artificial (IA), foi tema dominante no palco, sendo apontada como fator crucial para o futuro do segmento varejista. Na prática, o market4u, rede de mercados autônomos que opera em condomínios comerciais e residenciais, é uma prova real dos benefícios que a IA pode proporcionar para o varejo. Com a tecnologia, a rede conseguiu aumentar em 1,5% a média das margens das operações, expandir em 10% o faturamento e reduzir em 90% o índice de fechamento de lojas.

Segundo Lucien Newton, vice-presidente da vertente de consultoria do Grupo 300 Ecossistema de Alto Impacto, que estava presente no evento, foi dada especial atenção à integração da AI em funções de varejo fora do merchandising, explorando novas aplicações e casos de sucesso. “As discussões se concentraram em como os negócios podem se adaptar e prosperar em um mercado em constante evolução, com um foco específico em inteligência artificial, tecnologia e sustentabilidade. E como as empresas podem adicionar valor para si mesmas e seus públicos, criando experiências únicas para os clientes e se remodelando, com insights de um mercado dinâmico, destacando a importância da inovação e da flexibilidade nas operações de varejo,” ressalta Newton.

Segundo Henrique Magalhães, Chief Data Officer (CDO) do market4u, a empresa faz uso da IA na precificação dos itens comercializados e na sugestão de mix de produtos. “A Inteligência Artificial é uma grande aliada na melhor utilização dos dados que possuímos, permitindo que seja realizando análises de informações com uma precisão enorme e em tempo real, otimizando os processos de forma a aumentar a margem de lucro e a satisfação dos clientes”, comenta Magalhães.

Outro fator que também ajudou nos resultados do market4u, foi a capacidade da tecnologia para a previsão de índice de saúde das unidades. “Como a Inteligência Artificial transforma dados em insights, ela viabiliza a antecipação de problemas operacionais ou financeiros, possibilitando intervenções proativas que garantem a sustentabilidade e o crescimento contínuo do negócio”, explica.

Para o especialista, a ascensão da IA no varejo é o início da Era dourada da criatividade. “Essa tecnologia é uma ferramenta de automatização com nível de precisão jamais visto e nos dá a oportunidade única de ressignificar o propósito do ser humano, viabilizando acesso a recursos que nos permitem colocar em prática nossas ideias num piscar de olhos”, finaliza o CDO do market4u.

Fonte: market4u

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Inteligência Artificial e o futuro do trabalho: quais são os reais impactos na empregabilidade dos profissionais?

Por Durval Jacintho*

Uma das questões que mais geram insegurança e receio sobre o uso intensivo da Inteligência Artificial (IA) Generativa é a possível extinção de empregos. De acordo com o Relatório de Inteligência Artificial da Opinion Box, 38% das pessoas acreditam que a utilização da inteligência artificial pode ocasionar a perda de empregos e causar impacto socioeconômico. De certo há muita especulação e incerteza, mas ninguém pode prever ainda, com algum grau de precisão, os reais impactos desta nova tecnologia.

Tal como ocorreu nas revoluções industriais passadas, empregos perdidos foram substituídos por outros, então acredito que lutar contra a inteligência artificial não seja a melhor alternativa. O movimento Ludista – surgido na Inglaterra no século XVIII, contrário ao uso da tecnologia, quebrando as máquinas como forma de protesto contra a mecanização e as más condições de trabalho – se mostrou ineficaz diante da evolução tecnológica que resultou na 1ª Revolução Industrial. Aliás, segundo o estudo da Opinion Box, 67% das pessoas concordam que os profissionais que não aprenderem a usar a inteligência artificial podem ficar em desvantagem no mercado de trabalho. Então, como lidar com essa contradição?

Existem diversas projeções sobre a perda de empregos provocadas pela IA, porém não há muitas bases sólidas sobre o real alcance da tecnologia. Surpresa: nós ainda não vivenciamos o suficiente a IA para chegar lá e ver acontecer. Além disso, poucos falam sobre os novos empregos que estão sendo criados. O Fórum Econômico Mundial (WEF – World Economic Forum) estimou que 85 milhões de empregos serão perdidos até 2025, mas que 97 milhões de novos empregos serão criados. 

Uma pesquisa da consultoria Gartner divulgada em 2023 e feita com 821 executivos de negócios que atualmente planejam implementar IA generativa em todas as funções de negócio mostra que há uma redução prevista do números de funcionários com a adoção da IA Generativa. Essa redução deve crescer até 8,2% em 2026. Ao mesmo tempo, 51% desses executivos relatam que irão adicionar pessoal com experiência em IA.

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Ainda, entre 42% e 50% dos funcionários destas organizações pesquisadas relatam uma expectativa de delegação parcial ou completa à IA de suas tarefas administrativas e físicas de rotina, como geração de imagens e vídeos, resumo de informações e gestão do calendário. Por outro lado, os funcionários mais preocupados com a mudança ou eliminação de seu emprego expressam menor intenção de permanecer com a organização atual. Esta rotatividade potencial é um dado a ser considerado pelas organizações, pois ela pode custar milhões de dólares por ano e uma perda significativa de produtividade. Assim, é preciso estratégia e planejamento neste cenário. 

Em colaboração com a Accenture, o Fórum Econômico Mundial publicou, em dezembro do ano passado, na série “Jobs of Tomorrow”, um documento de análise do impacto potencial dos grandes modelos de linguagem (LLM´s – Large Language Models) nos empregos em vários setores, mostrando uma mudança de paradigma na forma como interagimos com informações e, por conseguinte, na forma como trabalhamos.

A análise mostra que, embora a aplicação dos modelos de linguagem possa levar a ganhos significativos de produtividade e à criação de novos tipos de empregos, existe também o risco real de substituição das funções existentes, exacerbando disparidades socioeconômicas e criando um sentimento de insegurança na empregabilidade entre a força de trabalho global. Na pesquisa, o Fórum identificou que mais de 40% das horas de trabalho poderiam ser transformadas em modelos de linguagem por meio da automação e da inteligência artificial generativa. 

Os empregos mais impactados serão os de tarefas rotineiras e repetitivas, que não precisam de um alto nível de comunicação interpessoal. Os empregados com maior potencial de aumento de oportunidades são os que enfatizam o pensamento crítico e complexo e as habilidades de resolução de problemas, especialmente aquelas em ciências, tecnologia, engenharia e matemática, conhecidas pelo acrônimo STEM – Science, Technology, Engineering and Mathematics.

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Para orientar as organizações, o documento do Fórum Econômico Mundial propõe algumas ferramentas para a definição de estratégias a partir de três transformações principais que a IA irá provocar no futuro do mercado de trabalho. As transformações são orisco de mudançase deslocamento dos empregos, considerando que os modelos de linguagem são capazes de executar muitas das tarefas de linguagem usadas no trabalho; a qualidade do emprego, não somente pela afetação do número de vagas, mas pela natureza do trabalho; e é a necessidade contínua de aprendizado e requalificação dos profissionais (reskilling).

As estratégias de negócios podem ser enquadradas em três principais planos de ação para as empresas cuidarem da abordagem da IA nas organizações:

1 – Promover a conscientização dos trabalhadores, o que envolve informá-los e educá-los sobre os impactos potenciais dos modelos de linguagem em suas funções atuais e nas futuras perspectivas de emprego, capacitando-os para envolverem-se proativamente com o cenário de evolução tecnológica;

2 – Facilitar a mudança organizacional, ou seja, as empresas precisam adaptar suas estruturas, processos e estratégias para aproveitar os benefícios de novas tecnologias, mitigando os riscos associados com tais transformações.

3 – Adaptar as normas e cultura organizacional para remodelar atitudes, comportamentos e valores dentro do local de trabalho, a fim de promover agilidade na resposta às mudanças.

Por sua vez, cada plano de ação envolve algumas atividades para a transição segura da força de trabalho em conformidade com os modelos de linguagem e, consequentemente, com a atuação da inteligência artificial no ambiente de trabalho. São elas: 

1. Implantar uma previsão proativa e comunicar expectativas quanto ao uso da inteligência artificial, assim como garantir o design inclusivo de aplicativos de IA e elaborar programas amplos de conhecimento sobre os modelos de linguagem ao lado de trabalhadores que lidam diretamente com a inteligência artificial, visando a conscientização do trabalhador; 

2. Configurar e fazer uso de mercados de trabalho internos, além de implementar estruturas de governança transparentes para modelos de linguagem e priorizar uma abordagem que considera as habilidades de toda a organização em prol da mudança organizacional;

3. Garantir maior agilidade da força de trabalho, além de aumentar a conscientização sobre os benefícios dos modelos de linguagem no local de trabalho e oferecer oportunidades de aprendizado para facilitar a mudança de normas e da cultura da empresa.  

O estudo conclui que a transformação deve ser gerida de forma responsável. Para se beneficiar totalmente da inteligência artificial e dos modelos de linguagem, as empresas devem primeiro abordar as preocupações em torno de ética, confiança, governança e legalidade.

Por isso, líderes empresariais e Conselhos de Administração devem considerar nas estratégias de governança da empregabilidade na era da IA o equilíbrio entre aproveitar as oportunidades de maior produtividade e competitividade que a tecnologia permite e gerenciar possíveis disrupções sociais na organização e no relacionamento com os stakeholders.

Durval Jacintho é Engenheiro Eletrônico e Mestre em Automação Industrial pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e consultor internacional em tecnologia pela DJCon, com 38 anos de experiência C-Level no mercado de tecnologia e telecomunicações. Conselho de Administração certificado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e vice-coordenador da Comissão de Ética do IBGC e membro da Comissão de Inovação do Capítulo São Paulo Interior. Integra o Comitê de Gestão do Hub da Gestão e o Chief.group.

Fonte: Mondoni Press.

C&A: Automação da Prime Control para varejista recebe prêmio latino-americano de inovação

Projeto de automação de testes de performance e qualidade orientada por dados foi o ganhador do ISG Paragon Awards 2023, prêmio global que reconhece os melhores cases de tecnologia

A Prime Control, empresa brasileira de testes e qualidade de software, construiu uma camada robusta de testes regressivos automatizados para a C&A, varejista de moda e tecnologia. A solução permitiu que os especialistas em qualidade (QAs) da varejista tivessem mais tempo para focar em testes exploratórios e na prevenção de bugs. A automação da Prime levou a uma redução de 100% no esforço manual, liberando a equipe para tarefas mais estratégicas e aumentando a produtividade em mais de 80%.    

O projeto colocou a Prime Control no Hall da Fama da C&A em 2022 e, agora em 2023, a empresa é premiada na categoria de Inovação da primeira edição da América do Sul do ISG Paragon Awards, prêmio global que destacou a evolução da indústria de serviços de tecnologia. Segundo Everton Arantes, CEO da Prime Control, o case com a C&A enfrentou o desafio de escalar e implementar gestão de qualidade em mais de 70 squads atuando paralelamente. “Hoje, conseguimos executar cerca de 7.300 casos de testes automatizados, que abrangem tanto testes de API quanto de automação móvel, todos monitorados minuciosamente por meio de indicadores e dashboards dinâmicos. Foram automatizados um total de 1.113 endpoints, reduzindo o tempo de teste de horas para minutos e permitindo um monitoramento em tempo real da saúde das APIs.”

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Além disso, a Prime Control unificou diversos registros de execução, originalmente dispersos em diferentes repositórios, em uma base única. A solução central do projeto é o TAOF (Test Automation Observability Framework), um quadro de observabilidade robusto para automação de testes de API e mobile, construído utilizando diversas tecnologias, unindo soluções open source com ferramentas de mercado. “Os dashboards proporcionam uma visualização inteligente e rápida sobre os processos de automação, permitindo identificar avanços e áreas que precisam de atenção”, explica Everton. Esse nível de observabilidade auxilia a equipe a realizar entregas mais ágeis, além de reduzir incidentes e paradas em produção.

O Paragon Awards, realizado pela parceria do Information Services Group (ISG), empresa global de pesquisa e consultoria em tecnologia, com a TGT Consult, acontece anualmente na América do Norte, Europa, Oriente Médio e África. A edição de 2023 do prêmio foi a primeira a abranger a América do Sul, premiando empresas em quatro categorias: Excelência, Inovação, Transformação e Sustentabilidade Ambiental.

O CEO destaca que a conquista é uma oportunidade para chancelar o trabalho que a equipe vem realizando, incluindo os investimentos em inovação. “Todo o nosso esforço em manter uma atuação consistente como parceiro dos clientes, acelerando a cultura de qualidade para fortalecer ainda mais o posicionamento no mercado, mostrou resultados. A ideia é continuar colocando a Prime no centro da experiência do cliente, abordar os desafios do negócio e impulsionar o avanço com qualidade no dia a dia”, finaliza. 

Fonte: Mondoni Press

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Tempo de mudanças: Especialista destaca como a expansão IA exige a atualização dos profissionais para 2024

CEO do Mission Brasil, Thales Zanussi aponta como a tecnologia do momento tem traçado os novos rumos e tendências para o ambiente corporativo

Recentemente, o mundo foi surpreendido pelo vazamento de um plano de reestruturação interna da Google. Segundo o canal CNBC, mais de 30 mil funcionários pelo mundo serão impactados pela readequação. Se num primeiro momento a notícia poderia ilustrar uma eventual crise da gigante de tecnologia, pouco tempo depois se soube que, na verdade, as realocações fazem parte de um movimento estratégico para intensificar de forma expressiva os investimentos em soluções de inteligência artificial. O noticiário dá conta que a empresa irá injetar mais de US$ 2 bilhões no desenvolvimento da área nos próximos meses.

O caso envolvendo a Google é apenas um dentre tantos exemplos que evidenciam como a IA está transformando o mercado de trabalho de maneiras sem precedentes, criando inúmeras novas tendências e oportunidades para 2024. Graças a alta capacidade de potencializar habilidades e competências humanas, a tecnologia vem se consolidando como um apoio indispensável ao trabalho, afastando cada vez mais a noção de representar uma ameaça. 

Não é à toa que mais de 75% das empresas globais, segundo um estudo do Fórum Econômico Mundial, já buscam incorporar a IA em seus negócios. De acordo com Thales Zanussi, CEO do Mission Brasil, empresa referência em digital outsourcing e staff on demand no país, estar alheio a esse movimento transformador pode representar riscos inclusive ao desenvolvimento de empresas e negócios. 

“A inteligência artificial não é apenas uma ferramenta tecnológica, mas sim um catalisador para a inovação e eficiência no ambiente de trabalho. As corporações que adotam a IA estão vendo melhorias significativas em produtividade e eficiência, além da redução significativa nos custos operacionais,” afirma Zanussi. 

Um novo cenário para profissionais

Se não há mais dúvidas quanto aos impactos da tecnologia pelo viés dos negócios, o mesmo pode ser dito em relação ao papel dos profissionais. Enquanto algumas tarefas rotineiras e repetitivas se tornam automatizadas, novas funções e atribuições começam a surgir. 

Para se ter uma ideia do tamanho desta renovação, um estudo publicado pela edX aponta que 47% dos líderes globais acreditam que os profissionais não estão preparados para o futuro do trabalho com a IA. Segundo Zanussi, à medida que a tecnologia passa a se popularizar, os profissionais também precisam se adaptar a essa nova realidade. “Estamos diante da curva de aprendizado mais íngreme desde a popularização da máquina de escrever”, afirma. 

Ainda de acordo com o especialista, trabalhadores que consigam usufruir da tecnologia para otimizar performance estão prestigiados no mercado. “É possível dizer que a habilidade mais requisitada num futuro próximo será saber aplicar o poderio da IA na sua rotina, independentemente de qual seja o setor de atuação ou o cargo em questão”, completa.

Fonte: Mission Brasil

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Como a IA transforma a eficiência operacional de startups de saúde?

*Por Rafael Kenji Fonseca Hamada, médico e CEO da FHE Ventures 

A inteligência artificial se tornou uma ferramenta poderosa na área da saúde e sua aplicação está revolucionando a forma como os serviços são prestados. Há muitas ferramentas que vão ao encontro desse universo. O aprendizado de máquina, ou machine learning, por exemplo, é uma subárea da IA que se concentra no desenvolvimento de algoritmos, permitindo que os sistemas aprendam e melhorem com a experiência.  

Na área, o ML é usado para treinar modelos com base em dados médicos e históricos para prever diagnósticos, resultados de tratamento e muito mais. Já as Redes Neurais Artificiais (RNAs) são estruturas de IA inspiradas no funcionamento do cérebro humano. Também são usadas em diagnóstico médico, além de análise de imagens, Processamento de Linguagem Natural (PLN), entre outras ações. 

Este último recurso, inclusive, envolve a capacidade de os sistemas entenderem e gerarem linguagem humana. Isso é utilizado para automatizar a análise de registros, traduzir informações para facilitar a comunicação entre profissionais de saúde e pacientes e até mesmo para chatbots de atendimento ao cliente. 

Principais benefícios 

Não tem como negar que a inteligência artificial fornece vantagens tangíveis não apenas para os negócios, mas também para os pacientes. Entre os principais benefícios destaco: 

Diagnóstico mais preciso: é possível melhorar a precisão do diagnóstico médico, identificando doenças em estágios mais precoces e reduzindo erros humanos.  

Agilidade no atendimento: chatbots e assistentes virtuais baseados em IA podem agilizar o atendimento ao paciente, fornecendo respostas rápidas a perguntas comuns e facilitando o agendamento de consultas. 

Análise de Big Data: a IA pode processar grandes volumes de dados, permitindo que as startups identifiquem tendências de saúde, ajustem seus serviços e desenvolvam abordagens mais personalizadas. 

Monitoramento contínuo: dispositivos de IoT (Internet das Coisas) e aplicativos de saúde podem coletar informações em tempo real, favorecendo o monitoramento do paciente e intervenções precoces. 

Redução de custos: a automação de tarefas administrativas, como faturamento e agendamento, pode reduzir significativamente os custos operacionais. 

Melhoria na pesquisa médica: a IA pode acelerar a pesquisa médica, analisando vastas quantidades de dados e identificando correlações e insights que os seres humanos poderiam levar anos para descobrir. 

Portanto, as startups que adotam a tecnologia estão em uma posição vantajosa para oferecerem serviços de saúde mais eficientes e de alta qualidade, à medida que o segmento continua a evoluir com avanços tecnológicos. 

*Rafael Kenji Hamada é médico e CEO da FHE Ventures, uma corporate venture builder cujo principal objetivo é desenvolver soluções inovadoras voltadas ou adaptadas para as áreas de saúde e educação.  

Fonte: FHE Ventures

Sociedade, governo ou indústria: quem terá maior controle da inteligência artificial no futuro?

Por Durval Jacintho*

No futuro, quem terá maior influência e controle da inteligência artificial? Essa é uma inquietude a respeito do alcance e domínio da IA sobre os humanos que gera uma disputa de poder recorrente. Aliás, com a popularização do ChatGPT – lançado pela empresa OpenAI em novembro de 2022 -, na modalidade de IA Generativa, ela alcançou o domínio público devido a versatilidade e capacidade criativa – prerrogativa até então dos seres humanos -, principalmente para a geração de conteúdo em formato de texto, áudio e vídeo.

Podemos reconhecer que o tema é complexo devido aos impactos ainda incertos de uma tecnologia de propósito geral, ainda mais porque ela gera consequências em todos os segmentos sociais e econômicos. Para começar, podemos analisar a questão utilizando o conceito de vetores e observando as forças que atuam sobre todos os aspectos da IA. Considerando a atuação e influência dos stakeholders, ações essas que podem mudar os rumos desta tecnologia e todas as suas criações, chegamos aos vetores de poder econômico, poder político e poder social.

Vetor do poder econômico

O vetor econômico representa o poder da indústria de tecnologia sob a liderança das big techs, empresas que controlam as redes sociais, os serviços de busca na internet, os aplicativos e as compras online, entre outros serviços que utilizam a inteligência artificial. Uma dimensão deste vetor é medida pelo faturamento das maiores empresas americanas e chinesas de tecnologia. O número supera U$ 1 trilhão, maior que o PIB da Holanda em 2022. São também empresas líderes em valor de mercado entre as listadas na Bolsa de Valores dos Estados Unidos. Entre as cinco maiores do mundo em 2023, quatro são big techs, sendo a Apple a maior, cujo valor acionário chegou a 3 trilhões de dólares.

Em 2022, em meio a uma derrocada do mercado de ações liderada pela tecnologia, as cinco maiores, chamadas de FAMAG (Facebook, Amazon, Microsoft, Apple e Google) investiram US$ 223 bilhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D), contra US$ 109 bilhões em 2019. Como a IA exige grandes investimentos em capital humano para pesquisa, treinamento dos grandes modelos de linguagem (LLM – Large Language Models em inglês), hardware e software, a concentração de poder só tende a aumentar nesta tecnologia. Integram também o vetor do poder econômico as startups – que muitas vezes atuam em parceria com a big techs –, os centros de pesquisa em tecnologia e os fabricantes de componentes eletrônicos, hardware e software.

No momento, este vetor é o mais influente pelo pioneirismo em lançar produtos e serviços de inteligência artificial. Porém, seu protagonismo muda rapidamente de mãos dentro da indústria conforme os avanços tecnológicos. Até 2022, a OpenAI, criadora do ChatGPT, era uma empresa desconhecida fora do meio tecnológico. Os stakeholders deste vetor estão em uma ferrenha disputa de liderança e tendem a se opor à regulamentação da IA, que lhes exigiria mais responsabilidade sobre os conteúdos publicados e mais custos para controle. Entretanto, diante das pressões pelos potenciais riscos e danos que a IA pode causar, muitas empresas se empenham na autorregulação, criando códigos internos de conduta ou aderindo à manifestos em favor da ética e IA responsável.

Vetor do poder político

O vetor político se configura pela ação dos três poderes da república – executivo, legislativo e judiciário – e demais entes reguladores públicos e setoriais. Esse poder geralmente demonstra muita força devido a capacidade impositiva e da ação dos agentes estatais no controle, fiscalização e penalização dos demais agentes. Considerando que somente 30% da população mundial vive em regimes plenamente democráticos, se tornam recorrentes as discussões sobre o tema, pois a indústria sempre está à frente dos demais vetores e tende a desafiar regras e imposições regulatórias.

Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden assinou uma ordem executiva em novembro de 2023 em defesa da IA responsável, colocando diretrizes e barreiras no uso e desenvolvimento de grandes modelos de linguagem, que devem estar sujeitas a supervisão antes de seu lançamento. Na China, país importante na criação da tecnologia digital e com controle estatal centralizado, o órgão regulador da internet adotou medidas provisórias para reger os serviços da IA Generativa, com objetivo de criar uma lei geral para sua utilização. Iniciativas em prol da regulação da Inteligência Artificial também podem ser conferidas na Europa e no Reino Unido.

Na América Latina, somente o Peru publicou, em julho de 2023, sua lei de promoção do uso da inteligência artificial para o desenvolvimento econômico do país. Todavia, esse é um regramento muito principiológico e sumário, que não estabelece obrigações para os desenvolvedores da tecnologia. No Brasil, segue em fase de emendas no Senado Federal o Projeto de Lei PL 2338/23, que representa um avanço em termos de regulação de IA por equilibrar a proteção de direitos fundamentais humanos baseados em princípios éticos com o estímulo ao desenvolvimento tecnológico responsável. Entretanto, o projeto recebe críticas de alguns especialistas em IA, que enfatizam a dificuldade de regulação de uma tecnologia em estágio inicial de aplicações, e em contrapartida, sugerem investimentos em educação digital e reflexão da sociedade sobre o uso responsável da inteligência artificial.

Vetor do poder social

O vetor social representa as entidades da sociedade civil, das organizações não governamentais (ONGs), da imprensa, do meio acadêmico, das demais empresas e pessoas físicas consumidoras e de agremiações religiosas interessadas. É o vetor de poder mais heterogêneo e pouco escutado nas discussões sobre inteligência artificial, mas que pode ser decisivo com a união de forças em ação. Menos visível, age com base nos benefícios que a tecnologia pode trazer, resguardando valores fundamentais. Aliás, é no vetor do poder social que a maioria da população está inserida, então ela demanda do Governo a regulamentação e da Indústria a concepção de produtos regida pela “ética by design”, a fim de preservar direitos e privacidade nas aplicações da IA.

Algumas questões relativas aos impactos diretos e externalidades da IA colocadas pelos stakeholders da Sociedade são a perda de empregos para a IA, uma das maiores ameaças em todos os setores e agentes da sociedade. Segundo a OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que incluiu 38 países, até 27% dos empregos atuais podem ser substituídos pela IA, principalmente para trabalhadores cujas atividades podem ser facilmente automatizadas.

Outra questão é o direito autoral de criadores de conteúdo e do uso de imagens de artistas que são geradas pela IA para reduzir os altos custos de produções cinematográficas e produção de shows. Este debate resultou em uma greve de roteiristas e atores de Hollywood, que foi liderada pelo Sindicato de Atores com 160 mil associados. Também podemos discutir o legado digital de uma pessoa falecida, que pode ser trazida novamente à vida pelo uso de ferramentas de IA. É uma discussão no meio jurídico sobre a titularidade entre herdeiros, a responsabilidade civil e os lucros auferidos pelo uso da imagem de pessoas recriadas pela IA.

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Por fim, temos os vieses discriminatórios causados pelos algoritmos de IA, como a utilização de bases de dados incompletas, desatualizadas ou incorretas, gerando tratamento assimétrico entre grupos sociais. Por isso, a sociedade exige transparência, privacidade e explicabilidade dos algoritmos de IA. E temos ainda as fake news, que se tornam mais críveis com o uso das ferramentas de IA que permitem a geração de áudio e vídeos de alta resolução de uma pessoa a partir de textos apócrifos, como a oferecida pelo aplicativo FakeYou.

Por outro lado, os stakeholders deste vetor usufruem de vários benefícios  da IA, como na saúde, com o uso e alcance da utilização da IA no diagnóstico de doenças e procedimentos cirúrgicos e aceleração no desenvolvimento de fármacos e vacinas; da educação, na geração de conteúdo individualizado por aluno de acordo com a necessidade, assim como ambientes de aprendizagem colaborativos para professores, por meio de algoritmos e otimização dos sistema de gestão educacional; no sistema financeiro, na segurança e prevenção de fraudes, concessão de crédito e relacionamento com clientes; e em todos os processos produtivos das organizações.

As resultantes vetoriais

Diante de tantos agentes que podem modular os vetores na disputa pelo domínio, uso e controle da IA, concluímos que as principais resultantes vetoriais que irão definir o futuro da IA dependem da confluência dos interesses, negociação e benefícios logrados pelos vetores Governo, Indústria e Sociedade. São elas: regulação, mercado, pactos éticos-culturais e sustentabilidade.  

A regulação é medida pela somatória dos interesses e ações dos agentes dos vetores Governo e Indústria, que pode mover-se de intensidade e sentido de acordo com a efetiva participação da Sociedade na discussão. Já o mercado é decisivo para o futuro da Indústria, desde que esta atenda aos interesses do vetor Sociedade, que geralmente tem em suas mãos um trunfo: a seleção dos produtos e serviços de IA que aceita consumir, ainda que compulsoriamente, já que está submetida ao uso de diversas aplicações da IA sem anuência ou autorização prévia de dados. Por exemplo, os consumidores do mercado se impõem à tecnologia quando não encontram respostas para seus anseios e necessidades.

Já os pactos ético-culturais são formados pela somatória da ação de agentes dos vetores Sociedade e Governo, que atuam reativamente quando os produtos e serviços oferecidos pela Indústria provocam desvios éticos e afrontam valores culturais, além de uso criminoso da IA. Nestes casos, a Sociedade demanda ação imediata de entes governamentais por legislação que penalize os desvios. Por fim, a sustentabilidade é decisiva no futuro da IA, pois quanto maior a convergência dos três vetores apresentados, maior será o benefício para todos. Para a Indústria, a sustentabilidade será alcançada pela perpetuidade das empresas; para o Governo, será a estabilidade política e econômica necessária para enfrentar as grandes transformações que a tecnologia da inteligência artificial antevê; e para a Sociedade, será um futuro no qual esta tecnologia contribua para ampliar a produtividade, a segurança, a saúde, a mitigação dos impactos ambientais e em definitivo a qualidade de vida de todos. Que este futuro seja de uma IA inclusiva, acessível a todos e que seu uso ocorra com responsabilidade, transparência e ética.

Durval Jacintho é Engenheiro Eletrônico e Mestre em Automação Industrial pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e consultor internacional em tecnologia pela DJCon, com 37 anos de experiência C-Level no mercado de tecnologia e telecomunicações. Conselho de Administração certificado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e membro da Comissão de Ética do IBGC e da Comissão de Inovação do Capítulo São Paulo Interior. Integra o Comitê de Gestão do Hub da Gestão e o Chief.group.

Fonte: Mondoni Press

Segurança cibernética: uma análise da ética nas empresas e do papel das lideranças a partir dos sete pecados capitais

*Por Durval Jacintho

A segurança cibernética surgiu para combater o crescente uso criminoso de computadores e redes, que causa muitos prejuízos às operações e à reputação das organizações. Sendo assim, é crucial analisar como as empresas têm lidado com este tema tanto internamente quanto no relacionamento com os clientes e fornecedores. De acordo com o Relatório de Custo de Violação de Dados da IBM, o custo médio global de uma violação em 2023 chegou a U$4,45 milhões, o que representou um aumento de 15% em três anos. 

Esses números mostram que a prevenção e a mitigação dos impactos em segurança de dados são essenciais para a sobrevivência dos negócios, por isto defendo que esse tema é uma questão de governança que deve estar no radar do Conselho de Administração e de Gestão dos C-Levels das organizações. É papel da liderança se preocupar (e muito) com a conduta ética dentro da empresa, pois ela é fundamental para garantir a proteção dos dados pessoais dos usuários e evitar o uso indevido deles por empresas ou indivíduos mal-intencionados, mas arrisco dizer que isso não acontece sempre. 

Justamente em organizações cujos líderes falham na formação de uma cultura ética de respeito, engajamento e confiança é que eu identifico práticas de riscos cibernéticos que podem ser avaliadas em uma analogia com os sete pecados capitais: avareza, gula, inveja, ira, luxúria, preguiça e soberba. Eles foram definidos pela igreja católica e revisados por São Tomás de Aquino no século XIII e são utilizados, além da religião, nas artes, na literatura, na psicologia comportamental e no marketing, porque estão relacionados aos vícios humanos. Listo a seguir minha análise dos pecados capitais da segurança cibernética: 

1.      Soberba: achar que a organização está imune a ataques cibernéticos ou que não precisa investir em segurança cibernética. Isso pode gerar uma falsa sensação de segurança e expor a organização a riscos desnecessários.

2.      Avareza: querer economizar nos recursos destinados à segurança cibernética ou usar soluções inadequadas ou obsoletas. Isso pode comprometer a eficácia e a atualização das medidas de proteção e facilitar a exploração de vulnerabilidades pelos invasores.

3.      Inveja: desejar os dados ou as informações de outras organizações ou indivíduos e tentar obtê-los de forma ilícita ou antiética. Isso pode configurar um crime cibernético e violar a privacidade e os direitos dos envolvidos. 

4.      Ira: reagir de forma agressiva ou impulsiva diante de um ataque cibernético ou de uma situação de conflito. Isso pode prejudicar o gerenciamento de crise e a tomada de decisão racional e proporcional.

5.      Luxúria: buscar prazer ou satisfações imediatas na internet sem se preocupar com as consequências ou riscos. Isso pode expor os dados e as informações pessoais ou profissionais a golpes, fraudes, vírus, etc.

6.      Gula: acumular ou consumir dados ou informações em excesso ou desnecessariamente. Isso pode sobrecarregar os sistemas de informação da organização e dificultar o controle e a gestão dos dados.

7.      Preguiça: negligenciar ou ignorar as normas e os procedimentos de segurança cibernética da organização. Isso pode facilitar o acesso de estranhos a dados importantes da organização.

Para ilustrar, cito um caso que presenciei: o presidente de uma empresa e diretores que, por normas de controle da organização, têm que aprovar todos os dias diversas atividades operacionais usando os sistema de controle, se vêem sobrecarregados de trabalho. Para evitar atrasos nos processos, entregam senhas para que subordinados de confiança aprovem pagamentos, compras, despesas de viagem, promoções etc. Neste tipo de organização de supercontrole, na qual dirigentes têm que aprovar tudo, terceirizar essa tarefa é uma violação grave das normas estabelecidas e, quando o mal exemplo vem da liderança, práticas antiéticas se disseminam. 

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Fortalecer a cultura para não correr riscos

Tanto para o exemplo citado, quanto para evitar incorrer nos pecados capitais da segurança cibernética, o ideal seria a organização identificar seu perfil de cultura para gerar mais confiança na delegação de tarefas e na organização como um todo. Claudia Pitta, palestrante e conselheira no Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), estabeleceu uma Escala da Cultura Ética em que, a depender das atitudes ou valores da empresa, pode ser cultura tóxica ou disfuncional; cultura de conformidade; cultura de integridade; e cultura de sustentabilidade.

Percebo que uma cultura ética tóxica é capaz de gerar consequências negativas para a segurança cibernética. Nesse tipo de cultura, a discriminação, a negligência, o desrespeito e a falta de transparência, além do foco exclusivo nos resultados, podem levar os participantes da organização a agirem de forma oculta, furtiva e descumprirem as normas estabelecidas de segurança, seja por falta de engajamento, baixo reconhecimento ou até reações de retaliação à organização. Muitos dos ataques hackers são provocados por colaboradores com acesso aos sistemas da organização.

É curioso que, justamente como forma de conter essas atitudes, algumas empresas contratem hackers profissionais para testar erros em processos cometidos por funcionários, causando vulnerabilidades ou até ataques. É a cultura do medo, ao invés de práticas de treinamento e conscientização. À primeira vista, a cultura mais focada no compliance parece ser a mais indicada para mitigação de riscos cibernéticos, por suas características de liderança burocrática, comando e controle. Entretanto, o incentivo à denúncia, a busca de culpados e a punição sem reeducação, abre flancos para a falta de comprometimento e zelo dos colaboradores nos cuidados que mitigam os riscos cibernéticos.

Sendo assim, acredito que as culturas baseadas na integridade e sustentabilidade são as que promovem o melhor ambiente de prevenção de riscos cibernéticos, pela confiança e respeito aos colaboradores, equidade, segurança psicológica e exemplo da liderança consciente. E nesse processo de cultura ética o posicionamento da liderança diante do tema é essencial. Os líderes dentro de uma organização são os espelhos de conduta para os demais membros. Assim, o exemplo auxilia na disseminação de uma cultura de prevenção e de segurança cibernética em uma visão ampla do tema.

Durval Jacintho é Engenheiro Eletrônico e Mestre em Automação Industrial pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e consultor internacional em tecnologia pela DJCon, com 37 anos de experiência C-Level no mercado de tecnologia e telecomunicações. Conselho de Administração certificado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e membro da Comissão de Ética do IBGC e da Comissão de Inovação do Capítulo São Paulo Interior. Integra o Comitê de Gestão do Hub da Gestão e o Chief.group.

Fonte: Mondoni Press.

Cloud computing pode ser diferencial competitivo de quem está ingressando

Ao fazer parte de iniciativas voltadas para Tecnologia, é possível aprender habilidades técnicas e comportamentais importantes para o setor, além de encontrar uma comunidade engajada de colegas e profissionais como referência

O Brasil possui 8,6 milhões de desempregados, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a PNAD Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para alguns, uma maneira de driblar esse número é tentar uma carreira na área de Tecnologia, já que sobram oportunidades, mas faltam profissionais capacitados. De acordo com o estudo Panorama de Talentos em Tecnologia, feito pelo Google for Startups com o apoio da Abstartups e da Box 1824, desde 2021 até 2025, aproximadamente 53 mil profissionais irão se graduar em Tecnologia, em diferentes áreas. Contudo, a demanda projetada é de 800 mil profissionais, o que está gerando um déficit de 530 mil talentos durante estes quatro anos. Dessa forma, apostar em setores de TI no currículo, como cloud computing, pode ser um diferencial competitivo interessante. 

“Com a crescente adoção de serviços em nuvem por empresas de todos os setores, há uma demanda crescente por profissionais capacitados em cloud. Além disso, a nuvem é uma tecnologia em constante evolução, o que significa que os especialistas em cloud têm muitas oportunidades de desenvolvimento de carreira”, explica Ana Letícia Lucca, especialista em Estratégia de Carreira, que destaca que, para atuar com computação em nuvem não é preciso cursar uma universidade. “Para ingressar na área de cloud é preciso ter conhecimentos comprovados através de cursos ou certificações na área”.

Ana Letícia também é CEO da Escola da Nuvem, uma organização social sem fins lucrativos cujo propósito é capacitar jovens a partir de 16 anos e em situação de vulnerabilidade social para carreiras em cloud computing. Lá, os alunos selecionados passam por trilhas de aprendizado em habilidades técnicas e comportamentais, além de receberem acompanhamento de carreira para conseguirem o primeiro emprego na nuvem em vagas de entrada. “Nossa metodologia contempla, além da parte teórica, uma prática muito próxima ao que os alunos encontrarão no mercado. Temos a preocupação em deixá-los o mais preparados possível para a realidade”, explica Ana. 

Como são as aulas na Escola da Nuvem?

Josely Castro é instrutora de habilidades técnicas na Escola da Nuvem e ensina Fundamentos AWS aos alunos. Antes de assumir a posição, ela também passou pela trilha de aprendizado da Escola, sendo hoje ex-aluna. “Como professora, a Escola me deu a oportunidade de repassar tudo o que eu aprendi durante o curso. Aceitei esse desafio e gostei muito”, conta ela, que dá aulas tanto para pessoas que já são familiarizados com a área de Tecnologia, quanto para aquelas que não conhecem o setor ou que estão em transição de carreira. “Para os alunos que estão migrando de área, que nunca pensaram em se tornar profissionais de Tecnologia, existe uma certa dificuldade de entender termos técnicos, então eu analiso a aula e tento destrinchá-la para que eles entendam e se sintam à vontade. Também procuro deixá-los preparados para o mercado. Eles têm que olhar com os próprios olhos, mas eu também trago a minha visão”, explica. 

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De acordo com Josely, “a área de Tecnologia não é fácil, mas não se pode desistir. A transição [de carreira] pode ser rápida, mas também pode demorar. Cada um tem o seu tempo, a sua história, uma facilidade ou dificuldade para entender certo assunto. Então, eu tento deixá-los tranquilos quanto a isso. Conto um pouco da minha história, dou exemplos de pessoas que eu conheço que fizeram essa mesma transição e hoje estão trabalhando na área de Tecnologia; de pessoas que não desistiram por conta das dificuldades. Porque existe, sim, uma dificuldade. É difícil, e eu falo muito isso para eles, porque quero que entendam que não vai ser fácil, mas que é muito bom quando você faz o que você gosta”, comenta. 

E, embora existam iniciativas que visam driblar este cenário, ainda existem barreiras para o ingresso na área de Tecnologia, como a própria inclusão das pessoas em situação de vulnerabilidade, pessoas negras e mulheres, principalmente no momento da contratação. De acordo com a pesquisa #QUEMCODABR, a proporção de pessoas brancas na área da Tecnologia é maior em comparação com a sociedade brasileira. Enquanto menos da metade da população é branca (45,2%), a área de Tecnologia é composta majoritariamente por pessoas dessa cor (58,3%). Já quando pensamos nas pessoas negras, elas representam 53,9% da população, mas compõem apenas 32% da área de Tecnologia. Além disso, ao analisar a diversidade das equipes de tecnologia, percebe-se que em 32,7% delas não há nenhuma pessoa negra. E em 68,5% delas, as pessoas negras representam o máximo de 10%. Os dados foram coletados entre novembro de 2018 e março de 2019. 

Para Josely, apesar das dificuldades, é possível “se alimentar com elas e a partir disso crescer. Quando você ultrapassa uma dificuldade, consegue se tornar um profissional melhor, mais requisitado no mercado de trabalho e só vai subindo a escadinha”, comenta, destacando a importância de estar perto de profissionais que trilham o mesmo caminho que se deseja alcançar. 

“Na Escola da Nuvem você encontra muitos e bons desafios, além de pessoas que realmente gostam do que fazem e estão ali para transmitir conhecimento, compartilhar um pouco da própria trajetória. E muito conteúdo prático, muito conteúdo que nenhum curso pago vai dar. Para mim, a melhor parte é ajudar uma pessoa a se desenvolver, a crescer como pessoa, principalmente porque lá na Escola da Nuvem temos aulas de soft skills também”, finaliza a instrutora. Dentre as habilidades pessoais de um profissional de Tecnologia estão comunicação e escuta ativa, capacidade de liderança, entusiasmo para a criatividade, inovação e experimentação, observação crítica e gosto pelo trabalho em equipe.

Fonte: Mondoni Press