Opinião

O impacto das cidades inteligentes na sociedade e na economia

Por Sylvio Herbst

As cidades inteligentes, ou smart cities, emergem como um conceito vital para o futuro urbano, prometendo transformar a maneira como vivemos, trabalhamos e interagimos com o ambiente ao nosso redor. Estas cidades utilizam tecnologias avançadas da informação e comunicação (TIC) para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, aumentar a eficiência dos serviços urbanos e promover um desenvolvimento econômico sustentável.

A implementação de tecnologias inteligentes nas cidades traz uma série de benefícios sociais. A conectividade aprimorada permite um acesso mais fácil e equitativo à informação e aos serviços públicos. Isso inclui desde a educação e saúde até a segurança e mobilidade urbana. Por exemplo, sistemas de saúde digitalizados podem fornecer atendimento remoto, diagnóstico precoce e monitoramento contínuo de pacientes, especialmente os que vivem em áreas remotas ou têm mobilidade reduzida.

A mobilidade urbana é outra área que se beneficia significativamente. Com o uso de sensores, dados em tempo real e aplicativos de transporte, as cidades podem otimizar o fluxo de tráfego, reduzir congestionamentos e melhorar o transporte público. Isso não só economiza tempo para os cidadãos, mas também reduz a poluição do ar, contribuindo para a saúde pública e o meio ambiente, um estudo da ONU estima que cidades inteligentes podem reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 40% até 2030.

Além disso, as cidades inteligentes promovem a inclusão social ao fornecer infraestrutura acessível e serviços para pessoas com deficiência. Tecnologias assistivas, como semáforos inteligentes e sistemas de transporte adaptados, ajudam a criar um ambiente mais inclusivo e acessível para todos os cidadãos.

O impacto econômico das cidades inteligentes é igualmente significativo. A digitalização dos serviços urbanos e a automação de processos resultam em maior eficiência e redução de custos a longo prazo. Um relatório da CBINSIGHTS, mostrou que, em 2022, os investimentos globais em startups de IA atingiram um recorde de USD 22,6 bilhões. Empresas e governos podem economizar recursos ao implementar soluções tecnológicas que minimizem o desperdício e otimizem o uso de energia, água e outros recursos naturais.

Leia também: Internet das Coisas na prática: como utilizar e criar cidades inteligentes

A criação de um ecossistema de inovação é outro benefício econômico crucial. As cidades inteligentes atraem investimentos em tecnologia, fomentam o surgimento de startups e geram novas oportunidades de emprego. Empresas de tecnologia, desenvolvedores de software e prestadores de serviços especializados encontram um ambiente propício para o desenvolvimento de soluções inovadoras, impulsionando o crescimento econômico local.

A coleta e análise de dados em grande escala permitem uma tomada de decisão mais informada e eficiente. Governos e empresas podem identificar padrões e tendências, prever demandas futuras e planejar melhor suas operações. Isso resulta em uma gestão urbana mais eficaz e em políticas públicas mais direcionadas e eficientes.

Apesar dos inúmeros benefícios, a transição para cidades inteligentes também enfrenta desafios significativos. A segurança da informação é uma preocupação central, pois a digitalização crescente aumenta a vulnerabilidade a ataques cibernéticos. É crucial investir em medidas robustas de cibersegurança para proteger os dados e a privacidade dos cidadãos.

Outro desafio é a necessidade de uma infraestrutura de TI robusta e resiliente. As cidades devem garantir que suas redes e sistemas sejam capazes de suportar a demanda crescente por conectividade e processamento de dados. Isso requer investimentos contínuos em infraestrutura básica de TI e parcerias com empresas especializadas em serviços gerenciados e monitoramento.

Por fim, a adoção de cidades inteligentes deve ser inclusiva e equitativa. É importante garantir que todos os cidadãos, independentemente de sua condição socioeconômica, tenham acesso aos benefícios das tecnologias urbanas. Políticas públicas devem ser orientadas para reduzir a exclusão digital e promover a inclusão tecnológica em todas as camadas da sociedade.

As cidades inteligentes representam uma oportunidade única para transformar a sociedade e a economia, criando ambientes urbanos mais eficientes, sustentáveis e inclusivos. O sucesso dessa transformação depende de um planejamento cuidadoso, investimentos em infraestrutura e segurança, e um compromisso com a inclusão social. À medida que mais cidades adotam essas tecnologias, podemos esperar um futuro urbano mais conectado, eficiente e justo para todos.

*Sylvio Herbst, formado em engenharia de telecomunicações e pós-graduado em marketing, co-fundador e diretor comercial de marketing na 5F Soluções em TI.

Fonte: Comunicação Vertical.

Tenho uma empresa tech: devo contratar profissionais juniores ou seniores?

Por Ana Letícia Lucca

A falta de profissionais no setor de TI é uma realidade: até 2025, haverá um déficit de 530 mil profissionais para ocupar vagas em Tecnologia da Informação e Comunicação no Brasil, segundo o Panorama de Talentos em Tecnologia do Google for Startups. O estudo, que buscou entender a realidade do setor no Brasil, se preocupou também em mostrar como a área é recente e muito desafiadora, visto que o primeiro computador pessoal, lançado pela IBM, surgiu na década de 1980. São menos de 50 anos passados desde então. Neste cenário, é compreensível que existam dificuldades para encontrar profissionais experientes no mercado, como aponta André Barrence, Diretor do Google for Startups na América Latina.

De acordo com as startups entrevistadas para o estudo, 84% acreditam que o mercado brasileiro de Tecnologia não desenvolve o número de profissionais seniores que deveria. Ao mesmo tempo, 54% percebem que cumprir todos os requisitos necessários para as vagas em Tecnologia no Brasil é muito difícil e 78% observam um grande afastamento entre os jovens brasileiros e as bases de conhecimento para a tecnologia. Ainda, 46% acreditam que a dificuldade de conseguir o primeiro emprego em Tecnologia faz com que os jovens busquem alternativas. Todos esses números anunciam uma realidade: a decisão de contratar profissionais juniores versus contratar profissionais seniores é complexa e precisa ser analisada de maneira multifacetada.

Trabalho como CRO na Escola da Nuvem, uma organização social sem fins lucrativos que busca a inserção socioeconômica de indivíduos por meio de capacitação técnica e comportamental na área de computação em nuvem, e uma das nossas frentes é empregar as pessoas depois de elas finalizarem os estudos conosco. No meu contato com as organizações contratantes, percebo que essa decisão inclui a estratégia de longo prazo da empresa, a natureza do trabalho, a urgência das necessidades do projeto, o orçamento disponível e a cultura organizacional. Ou seja, a escolha se resume a um equilíbrio entre o custo inicial e o retorno de longo prazo sobre esse investimento.

Leia também: Com investimento de R$15 milhões, AWS e Escola da Nuvem esperam capacitar mais de 5 mil pessoas em computação em nuvem até 2025

Quando a empresa decide contratar profissionais seniores, ela ganha em experiência e autonomia: eles podem contribuir imediatamente com suas habilidades, acelerando o progresso dos projetos; e também requerem menos supervisão e orientação, sendo capazes de gerenciar o próprio trabalho de forma mais eficaz. Além disso, conseguem atuar como mentores para membros menos experientes da equipe, compartilhando conhecimentos e práticas. Ao mesmo tempo, esses especialistas demandam salários mais altos e melhores benefícios, então pode ser mais difícil encontrá-los e retê-los. Outro desafio pode ser a adaptação a novas culturas empresariais ou mudanças de processos, especialmente se eles estiverem acostumados a métodos específicos de trabalho.

Ainda de acordo com o estudo Panorama de Talentos em Tecnologia, 75% das startups entrevistadas acreditam que falta acesso à estrutura física adequada para a população desde antes da idade profissional, o que, para mim, reforça que a ausência de profissionais seniores no mercado acontece também por conta de lacunas na educação e treinamento profissional. Além disso, temos barreiras na entrada e progressão de carreira e o crescimento rápido e desenfreado do setor de Tecnologia, que os profissionais não conseguem acompanhar para se manterem atualizados (a tecnologia é mais rápida do que o humano, um ser naturalmente analógico).

Já quando a decisão é de contratar profissionais juniores e capacitá-los ao longo da experiência de trabalho dentro da empresa, o custo inicial é menor, pois essas pessoas têm expectativas salariais mais baixas, o que é vantajoso a curto prazo. Além disso, capacitar funcionários desde o início pode fomentar uma maior lealdade à empresa. Esses profissionais também podem crescer e se desenvolver dentro da organização, preenchendo futuras posições seniores. Acredito ainda que novos talentos podem trazer novas ideias, energia e uma perspectiva fresca que é valiosa para a inovação e a solução de problemas.

Contudo, eles estão mais passíveis de erros devido à falta de experiência, o que também exige um investimento significativo em tempo e recursos para treinamento e desenvolvimento até que se tornem totalmente produtivos. Dessa forma, acredito que empresas focadas em crescimento e inovação de longo prazo podem se beneficiar mais ao investir em talentos juniores, enquanto aquelas com necessidades imediatas de expertise específica ou em projetos críticos podem preferir a experiência imediata que os profissionais seniores trazem.

*Ana Letícia Lucca é CRO da Escola da Nuvem. Também é Especialista em Gestão Estratégica de Carreira e possui certificação internacional em Coach pela Lambent.

Fonte: Mondoni Press.

Social Media e uma conta que não fecha

Por Thábata Mondoni

Você não se relaciona com seu público nas redes sociais, nunca dá atenção às suas páginas e, de repente, quer vender seus produtos e serviços por intermédio delas? Essa conta não fecha! Já pensou se aquele seu vizinho que passa por você no condomínio e nunca te cumprimenta, de repente, batesse na sua porta com um sorrisão no rosto lhe oferecendo um serviço e ou produto? O que você pensaria?

Vejo muitas empresas e pessoas que estão online, mas não investem tempo para interagir com seu público com qualidade e, alguns, que se quer se interessam em compreender as ferramentas de social media para isso. Nos entanto, quando querem vender e conquistar clientes, recorrem a esses canais. Nem todo o investimento do mundo será o bastante se sua presença nas redes sociais não for real e participativa. Rede social é relacionamento, constância e autenticidade. Não basta apenas criar perfis em diversas plataformas e fazer postagens esporádicas sobre seus produtos ou serviços. É essencial cultivar uma presença genuína e engajada, construindo relacionamentos sólidos com seu público-alvo. Os consumidores nas redes sociais estão a cada dia mais exigentes. Eles observam as marcas e possuem um olhar crítico sobre como as elas se posicionam e se comportam. A todo momento você é observado.

Assim como no exemplo do vizinho que nunca cumprimenta, a falta de interação e atenção nas redes sociais pode gerar desconfiança e distanciamento por parte dos seguidores. Afinal, quem irá se sentir motivado a comprar de uma empresa que parece desinteressada em seus clientes?

As redes sociais oferecem uma oportunidade única para as empresas se conectarem diretamente com seu público, ouvindo suas opiniões, respondendo suas dúvidas e oferecendo suporte quando necessário. Ignorar esse potencial de comunicação é desperdiçar uma valiosa ferramenta de marketing.

Além disso, a consistência é fundamental para construir e manter uma presença relevante nas redes sociais. Postar regularmente, criar conteúdo de qualidade e estar presente nos momentos importantes da vida do seu público são aspectos-chave para cultivar um relacionamento duradouro e significativo.

Um caso de sucesso é o da empresa de cosméticos Dove, que aproveitou as redes sociais de forma brilhante com sua campanha “Real Beauty”. Em vez de simplesmente promover seus produtos, a Dove iniciou conversas sobre autoestima e beleza real, incentivando os seguidores a compartilharem suas histórias e experiências. Isso gerou uma comunidade engajada e fiel, resultando em um aumento significativo nas vendas e na percepção positiva da marca.

Por outro lado, há casos de fracasso que demonstram os perigos de uma presença nas redes sociais mal gerenciada. Um exemplo é o da United Airlines, que enfrentou uma crise de relações públicas após um vídeo viral mostrar um passageiro sendo arrastado de um avião. A resposta inicial da empresa nas redes sociais foi lenta e insensível, resultando em uma reação negativa generalizada. Isso prejudicou gravemente a reputação da United e serviu como um lembrete de como as redes sociais podem amplificar os erros das empresas se não forem tratadas adequadamente.

Portanto, antes de pensar em usar as redes sociais como um canal de vendas, é crucial investir na construção de uma presença autêntica e participativa. Somente assim será possível colher os frutos do verdadeiro potencial dessas plataformas como ferramentas de marketing eficazes e geradoras de resultados positivos para o seu negócio. Social media é muito mais do que apenas um canal de vendas. É uma ferramenta poderosa para construir relacionamentos significativos com o público-alvo e fortalecer a marca.

*Thábata Mondoni é CEO da Agência Mondoni Press e diretora de Marketing da ABINC (Associação Brasileira de Internet das Coisas), possui 19 anos de experiência em jornalismo, assessoria de imprensa, reputação de marca e conteúdo digital. Atuou como repórter e editora de veículos como TVs, Jornais Impressos, Portais de Notícias e departamentos de comunicação de grandes empresas. É MBA em Marketing pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista pela University of La Verne, na Califórnia.

IA responsável é a chave para uma jornada digital eficiente nos bancos

*Por Everton Arantes

Lá se vai mais uma edição da Febraban Tech, e bate aquele sentimento de que passou rápido demais, mas que também deixa a certeza de que as tendências em tecnologia e inovação para o setor financeiro que vimos por lá ditarão os movimentos do mercado até a próxima edição. Durante os 3 dias de evento, lideranças e especialistas discutiram inúmeros temas para o setor, mas um deles tomou conta do evento todo: Inteligência Artificial. Só se ouvia IA para lá, IA para cá… o tema dominou todas as rodas de conversa, e bastava andar pelos pavilhões para notar que em praticamente todos os stands a IA estampava as paredes e painéis digitais.

As discussões sobre IA permearam todas as jornadas do setor financeiro, mas me chamou atenção ver a importância que o tema ganhou na jornada de experiência do cliente, na redução de custos no fluxo de desenvolvimento e em como garantir segurança, confiabilidade e proteção para os dados. Mergulhando mais a fundo neste tema, podemos dizer que todos eles estão relacionados com a extrema importância de cuidar da experiência do cliente, pois erros e inconsistências percebidos durante a navegação nos apps, sites e internet banking se relacionam diretamente com o índice de satisfação do cliente e a percepção de confiança e segurança, assuntos esses extremamente críticos quando falamos do setor financeiro e que continuam a inundar as áreas de atendimento e suporte, gerando impacto direto no custo de atendimento.

Olhando para este cenário, boas estratégias de testes, que envolvem os mais diferentes tipos de validações, atuam como ferramentas vitais para antecipar problemas e evitar que eles aconteçam e impactem o cliente. E com o uso da IA cada dia mais consolidado, é possível de forma madura incorporar o uso de automação em toda a jornada de testes, cobrindo aspectos de segurança, funcionalidades e até mesmo visuais. Uma boa estratégia de testes de software hoje deve ser contínua, com monitoramento em tempo real, sendo capaz de impactar positivamente a percepção do cliente, tendo papel fundamental na redução dos custos de desenvolvimento e atendimento.

A Inteligência Artificial vem assumindo o papel de copiloto em toda a cadeia de desenvolvimento de aplicações, auxiliando os times de tecnologia em todas as etapas, analisando dados e comportamento, ajudando a definir e priorizar o backlog de requisitos, permitindo escrever melhores user stories, apoiando desenvolvedores a corrigir inconsistências no código e auxiliando na automação dos testes. Todo esse fluxo define o que o cliente de um banco ou qualquer outra instituição financeira irá ver no site, home banking e app no celular. Usar IA e automação permite acessar facilmente documentações, logs e código, criando uma experiência imersiva, detalhada e o mais importante, resolutiva. Isso é parte da receita para entregar uma experiência incrível para o cliente.

Leia também: Como a explosão da IA e o potencial das APIs podem transformar os meios de pagamentos

Olhando para trás, quando comecei a trabalhar com testes, tudo era manual. Com a IA, um mundo de novas oportunidades se abriu, e agora temos a missão de ser cada vez mais eficientes e assertivos para garantir que o cliente navegue de forma fluida e segura durante toda sua interação. Já são quase 20 anos trabalhando com estratégias de testes para aplicações e, hoje, liderando um time de 300 especialistas em testes na Prime Control, me sinto confortável em dizer que empresas que se preocupam de verdade com a experiência do cliente, constroem estratégias robustas e inteligentes de Quality Assurance (QA), e conectam esta estratégia em todas as etapas de desenvolvimento, desde a concepção até o monitoramento no ambiente de produção.

Contar com agentes de IA como copiloto durante este processo é fundamental para lidar com a complexidade presente em todas as regras de negócio que proporcionam uma melhor experiência do cliente. Estes agentes não humanos apoiam humanos inteligentes no entendimento e detalhamento de todas estas regras, permitindo de forma massiva e em escala testar se tais regras estão sendo respeitadas durante as interações do cliente.

Quando falamos de usar a IA no ciclo de testes, e sabendo do desafio e riscos do desenvolvimento de código seguro, conseguimos ajudar a aumentar a cobertura de testes unitários e funcionais escalando isso para validar como se comporta em diferentes devices, afinal hoje temos uma infinidade de tipos de celulares e computadores em uso no Brasil e nem todos se comportam da mesma maneira.

Leia também: Ética e IA no marketing: um desafio para além da proteção de dados

Já imaginou você abrir a sua conta do banco e por alguma razão o seu saldo aparecer errado? Ou tentar fazer uma transferência e não conseguir ter certeza se ela foi feita, pois o aplicativo travou logo depois de apertar o confirmar? Estes cenários ilustram bem a importância de uma estratégia robusta de testes, pois ela impacta o coração do negócio. Todos querem e precisam confiar nas suas instituições financeiras.

Na Prime Control, com nosso time de engenheiros de testes, desenvolvemos uma plataforma de testes, a TestCaseGen, que com uso de IA conseguimos de forma automatizada ler as estórias (user stories/use cases) no seu backlog e escrever os diferentes cenários de testes. Com ela conseguimos trazer muito mais eficiência para o fluxo, reduzindo custo e possíveis erros humanos neste processo.

Nesta plataforma, temos módulos especializados que dão maior profundidade em cada etapa, como por exemplo, StoryGen que revisa e aprimora os épicos, features e user stories de forma automatizada; o Unit TestGen que automatiza e escala a cobertura de testes unitários, garantindo a criação e a manutenção destes cenários; e o API TestGen, que com o uso do conceito de low code é possível cobrir todos os testes de APIs de forma simples, afinal em arquiteturas modernas de soluções e software, quase tudo é API.

Além do TestCaseGen, que tem foco no processo de fluxo de desenvolvimento, criamos outras duas soluções que cuidam do processo de testes com o “carro em movimento”, o Prime Synthetic, que gerencia contas bancárias reais como massa de testes, permitindo que as squads executem testes automatizados ou manuais no ambiente de produção. E por fim, como nosso objetivo é garantir a experiência e satisfação do cliente, criamos o Prime RUM, que monitora em tempo real, usuários reais, identificando e resolvendo bugs de forma muito rápida e que também traz insights importantes que retroalimentam o backlog de evolução dos produtos e serviços digitais.

Todos que estiveram na Febraban Tech 2024 foram lá para mostrar o que têm de melhor, as últimas tendências e inovações. Ao participar de um evento assim, é possível mostrar que o mercado financeiro e de tecnologia está preparado para fazer o melhor, o diferente e ajudar o consumidor a dar o próximo passo é ir mais longe na jornada digital. Isso passa pelo avanço em automação de processos, qualidade de software e pela entrega de mais experiências transformadoras no dia a dia.

Meu objetivo aqui é tentar mostrar que o uso da IA, hiper automação e low code não é um sonho, e sim uma realidade concreta. Soluções robustas estão aí, disponíveis para cuidar da experiência do cliente de ponta a ponta. As soluções que construímos na Prime Control ilustram o quanto já avançamos com a missão de embarcar Inteligência Artificial no ciclo de desenvolvimento de jornadas digitais e no ciclo de testes e monitoramento delas em ambiente de produção. O desafio não está em escolher qual ferramenta usar, mas sim em qual parceiro trazer para perto e que tenha a capacidade de apoiar na construção de estratégias mais holísticas de testes, que permeiam todas as etapas de uma experiência digital e não apenas montar squads de QA. A chave deste jogo está em ter bons engenheiros de teste e excelentes estrategistas que amem ver clientes satisfeitos.

*Everton Arantes é fundador e CEO da Prime Control.

Fonte: Mondoni Press.

FEBRABAN TECH 2024 reúne lideranças para debater economia digital e tem IA como tema principal: o que isso significa?

Por Carolina Franco*

O FEBRABAN TECH 2024, maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro, chega a 34ª edição. O congresso acontece entre os dias 25 e 27 de junho de 2024, no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP). Entre as 168 marcas que estarão como expositoras, temos grandes nomes do mercado de tecnologia, crédito e meios de pagamento, como Microsoft, Prime Control, Embratel, Serasa, IBM, Mastercard, DOCK, Visa e Google Cloud.

Com o tema central “A jornada responsável na nova Economia da IA”, o FEBRABAN TECH traz para a edição de 2024 a preocupação dos bancos sobre como toda a economia e, principalmente, o setor financeiro, está se preparando para utilizar de forma responsável novos recursos e avanços da inteligência artificial. Sim, a AI volta como queridinha da vez em um dos maiores eventos de tecnologia do país. Discussões e reflexões excelentes devem sair dos diversos palcos e agendas do evento.

Aproveitando o gancho da FEBRABAN TECH e o boom gerado pela AI, que tem sido tema de vários eventos de tecnologia, vamos fazer uma pequena análise em relação ao debate central que será abordado, talvez um spoiler do que vem por aí no congresso? É bem provável que muitas provocações sejam geradas na mesma linha.

À medida que a inteligência artificial se torna uma parte cada vez mais integrada aos setores financeiros e bancários, surgem oportunidades extraordinárias, mas também desafios complexos que exigem uma abordagem cuidadosa e ética.

Proteção de dados e segurança cibernética

Um aspecto crucial dessa jornada é garantir a confiança e a segurança dos clientes, além da própria instituição. Com a adoção de algoritmos de IA para análise de riscos, prevenção de fraudes e personalização de serviços, é essencial implementar medidas robustas de proteção de dados e segurança cibernética. Isso não apenas protege as informações pessoais e financeiras dos clientes, mas também fortalece a integridade e reputação das instituições financeiras.

Além disso, manter a transparência e acesso fácil no que diz respeito aos algoritmos é essencial para promover a confiança e o entendimento por parte dos clientes. Eles precisam compreender como as decisões são tomadas e como os dados são utilizados para personalizar ofertas e serviços. Garantir que os algoritmos sejam justos e imparciais também é importante para promover a igualdade de oportunidades no acesso a serviços financeiros.

Será que é possível ser inclusivo quando se fala da dados, algoritmos e AI?

A inclusão financeira é outro aspecto importante a ser considerado nessa jornada. A IA pode ser uma ferramenta poderosa para identificar e atender às necessidades de clientes que muitas vezes não são mapeados em um primeiro momento, às vezes até por falta de ferramentas e estratégia definida, permitindo uma oferta mais ampla e acessível de serviços financeiros.

Não paramos por aqui, pois o assunto é bem complexo mesmo já sendo uma realidade presente, e levanta sempre muitas discussões. Embora a automação possa aumentar a eficiência operacional e liberar recursos para atividades mais estratégicas, também pode levar a mudanças significativas na força de trabalho e exigir a requalificação de funcionários. Portanto, é crucial adotar uma abordagem responsável para gerenciar essa transição e garantir que os benefícios da IA sejam distribuídos de maneira equitativa. Gestores e RH devem seguir unidos para garantir operações eficientes e de sucesso no que diz respeito a gente e inteligência artificial.

Em resumo, a jornada responsável na nova Economia da IA nos setores financeiro e bancário envolve uma combinação de inovação tecnológica, transparência, inclusão, gestão eficiente e responsabilidade social. Ao adotar uma abordagem ética, centrada no cliente e em pessoas, as instituições financeiras podem aproveitar todo o potencial da IA para melhorar a prestação de serviços, garantir eficiência operacional, ao mesmo tempo em que protegem os interesses e direitos dos clientes e das próprias instituições.

*Carolina Franco é Executiva de Comunicação, Branding, PR e Marketing.

Como a explosão da IA e o potencial das APIs podem transformar os meios de pagamentos

Por Juliano Tozzi*

De acordo com o estudo State of the API Report, da Postman, apenas em 2023 o Brasil consumiu sozinho 52,4 milhões de APIs, figurando como o terceiro maior consumidor de APIs do mundo. Esse cenário reflete a onipresença das APIs em diversas áreas, desde aplicativos de delivery até serviços de streaming. Nesse contexto, o setor financeiro e de meios de pagamento está muito bem posicionado para alavancar o uso das APIs visando à expansão e diferenciação de seus produtos e serviços. O dinamismo desse mercado torna praticamente indispensável a utilização e disponibilização de APIs, seja pelas fintechs, instituições financeiras, órgãos reguladores e/ou serviços de proteção ao crédito. A interconexão de funcionalidades é crucial para atender às demandas do mercado e às expectativas dos consumidores. Além disso, a ampliação da oferta e da utilização de APIs tende a fomentar ecossistemas financeiros mais abrangentes, inovadores e eficientes. Investir em APIs já não é mais uma escolha, mas sim uma necessidade premente para o mercado financeiro.

O Brasil se destaca como exemplo em duas iniciativas baseadas em APIs: o Open Banking, que possibilita o compartilhamento de dados financeiros entre instituições, e o PIX, amplamente reconhecido como um sucesso no pagamento instantâneo. Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com base em informações do Banco Central e da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), o Pix foi o meio de pagamento mais utilizado no Brasil no ano passado, totalizando quase 42 bilhões de transações, um crescimento de 75% em relação a 2022. Esses números evidenciam a relevância crescente da utilização de APIs no mercado de meios de pagamento nacional.

APIs combinadas ao uso da inteligência artificial podem ser decisivas

Para escalar ainda mais o uso das APIs no mercado financeiro, não se pode descartar a combinação com a inteligência artificial. De acordo com uma pesquisa do Gartner, até 2026, mais de 80% das empresas utilizarão APIs baseadas em inteligência artificial generativa (GenIA). Ainda segundo o estudo, parte desse uso será direcionado a melhorar a experiência dos usuários (User Experience – UX) e potencializar a obtenção dos resultados desejados de maneira cada vez mais específica e direcionada. A IA pode atuar de forma decisiva no monitoramento da operação e da qualidade das APIs através de ferramentas de mercado ou soluções desenvolvidas nativamente, provendo insights importantes para os times técnicos sobre o comportamento de suas APIs e auxiliando na automação, como por exemplo, as tarefas relacionadas a recuperação e continuidade do serviço.

Leia também: Compliance, Inteligência Artificial e uma abordagem colaborativa para cibersegurança no Brasil

A incorporação da Inteligência Artificial (IA) nas APIs está transformando o panorama dos serviços financeiros, oferecendo informações precisas tanto para empresas quanto para consumidores. Esta integração permite disponibilizar funcionalidades exclusivas, como análises de comportamento financeiro, avaliações de crédito ágeis e eficazes, e detecção de fraudes em transações financeiras. Esse avanço não apenas aprimora a experiência do usuário, mas também possibilita que as organizações coletem dados valiosos em conformidade com as regulamentações de governança de dados.

*Juliano Tozzi é CTO da RPE – Retail Payment Ecosystem, empresa focada em trazer eficiência e segurança para a indústria de pagamentos por meio de tecnologia, e também integra a horizon pay, spin off da empresa. Juliano é formado em Tecnologia da Informação, Análise e Desenvolvimento de Software pela Unibratec e possui MBA em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas. Saiba mais sobre a RPE: www.rpe.tech/.

Fonte: Mondoni Press.

Transformação digital trouxe para o marketing das agências a necessidade de criar processos, checklists e padrões

*Por Daniel R. Bastreghi

Se antes as estruturas orgânicas funcionavam bem para o marketing na mídia tradicional, a transformação digital trouxe a necessidade de padronizar alguns processos para garantir que as campanhas impactem os clientes e as pessoas certas. Para enviar um simples e-mail marketing, por exemplo, hoje é necessário garantir a qualidade do mailing, a segmentação de público correta baseando-se em filtros de dados, o respeito às leis de privacidade e configurações complexas de DNS, e integrações de sistemas para assegurar a boa entrega do conteúdo.

Junta-se a isso o desafio de que as agências precisam ser constantemente criativas, pois isso está no DNA do marketing e da comunicação. É sempre necessário adicionar elementos novos em cada entregável, pensando que cada cliente tem especificidades únicas: identidade visual, preferências, ferramentas. Nesse contexto, cada demanda possui suas próprias particularidades, então, como manter uma frequência razoável de entregáveis e garantir a produtividade do time com qualidade?    

Penso que as agências de marketing podem se inspirar bastante nas empresas de tecnologia, pois percebo que ambas compartilham contextos semelhantes: necessitam fazer entregas rápidas, com qualidade e bom nível de inovação; lidam com o intangível e com crescente complexidade; e utilizam-se predominantemente de capital humano. As agências de marketing e comunicação podem aprender muito sobre organização e inovação olhando com maior profundidade para as organizações de tecnologia, principalmente porque a transformação digital elevou a exigência de requisitos técnicos para o mundo do marketing, aspectos que não costumam fazer parte da formação de publicitários, designers e criativos, mas que são importantes para atingir bons resultados.

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Seja numa equipe de tecnologia ou de marketing, o ativo principal são as pessoas, que despendem tempo de trabalho e talento. Apesar de esse primeiro recurso ser um custo que precisa ser gerenciado, pois é ele que vai garantir a saúde dos projetos e o lucro das agências, é importante não exagerar. O uso excessivo de planilhas de tempo, por exemplo, pode levar a um micro gerenciamento ou à coleta de dados desnecessários, que não serão analisados no futuro. Nesse contexto, alguns profissionais sentem-se sufocados por controles rígidos e isso pode prejudicar a criatividade deles, uma vez que nunca se sabe quanto tempo será consumido até que uma boa ideia emerja.  

Dessa forma, cada empresa precisa encontrar o melhor equilíbrio, de acordo com o teor de suas atividades e a necessidade de gestão, para fazer o gerenciamento de tempo. Aqui, até mesmo o ócio criativo deve ser considerado, pois produtividade não é pressão, afobação ou pressa. Ela é o uso diligente do tempo e dos recursos, primando pelo que no final fará sentido e trará benefícios. Nesse sentido, se a criatividade requer ócio, o ócio precisa ser considerado como parte do processo produtivo. Mas, além disso, tem algumas outras estratégias que podemos considerar:

1.      Para estimular o foco, force o lançamento de tempo em blocos de 30 minutos, como um pomodoro. Isso estimulará as pessoas a agruparem as atividades por projetos ou clientes para que mensurem o consumo de tempo mais facilmente e percebam quantos minutos, em média, precisam para fazer cada tarefa.

2.      Estipule uma estimativa de tempo para cada demanda e combine com a equipe que, caso seja necessário extrapolar o tempo estimado, ela deve justificar isso em um campo de comentário. Isso fará com que ela reflita sobre a forma como está consumindo o tempo.

3.      Bloqueie um horário semanal seu para revisar os lançamentos de tempo.  Ao fazer sua parte, demonstrará disciplina e seriedade na revisão dos lançamentos para instalar esta cultura nos colaboradores.

4.      Para procedimentos mais técnicos, crie checklists. Em atividades reconhecidas pela altíssima qualidade, como aviação e construção civil, onde erros podem causar perdas imensuráveis, os checklists estão sempre à mão e tornam-se ferramentas essenciais. Lembre-se que checklists precisam ser curtos e práticos.

5.      A gestão a vista é sua aliada. Crie painéis de monitoramento dos tempos lançados por cliente ou demanda. Deixe-os a vista, de modo que todos possam acompanhar os lançamentos e ajudar a identificar inconsistências.

Além disso, podemos considerar ainda o uso da inteligência artificial, principalmente a generativa, para reduzir o esforço e elevar a qualidade da entrega da equipe. Aliás, de acordo com uma pesquisa da IDC, a aplicação da IA Generativa a uma série de tarefas de marketing empresarial resultará em um aumento de produtividade estimado de mais de 40% até 2029.

No entanto, é preciso fazer isso com responsabilidade e considerar que ainda estamos compreendendo todas as implicações do uso dessa tecnologia. Nesta etapa, como parte da gestão, a função é assegurar que o conhecimento interno sobre a ferramenta se espalhe o mais rápido possível e que exista boa absorção do conhecimento externo. Crie workshops recorrentes para:

  • Reconhecer bons casos de uso de IA em sua equipe;
  • Colaboração e compartilhamento interno de ferramentas e novas funcionalidades;
  • Treinamentos;
  • Discutir limites legais e éticos para uso da IA;
  • Brainstorming de tendências e impactos gerados pela IA.

As agências que cuidam da produtividade e da gestão de tempo das equipes verão melhor colaboração entre os membros do grupo e menos atrito causado por processos ineficientes e erros que poderiam ter sido evitados. Verão ainda um ambiente com relações mais leves e saudáveis. Tais agências terão mais lucro, pois possuirão maior controle sobre seus custos. Por fim, estarão mais capacitadas a apresentar resultados para seus clientes e provar o ROI de seus esforços.

*Daniel R. Bastreghi é sócio administrador e Consultor de Marketing na DRB.MKT, atuando com orientação e assessoria de planejamento estratégico, estruturação comercial, implantação de CRM, inbound marketing, ações integradas de marketing digital e pesquisas. Sendo assim, é a fonte ideal para falar sobre tendências do setor, social media, influenciadores, produtividade e gestão.  Daniel é MBA em Gestão de Projetos e especialista em Planejamento e Gerenciamento Estratégico.

Fonte: Mondoni Press.

Ética e IA no marketing: um desafio para além da proteção de dados

*Por Fagner Souza, gerente jurídico da SIS Innov & Tech

O uso da inteligência artificial (IA) no campo do marketing tem sido transformadora, mas traz consigo uma série de desafios éticos que demandam nossa atenção. Enquanto exploramos os benefícios e potenciais da IA nas estratégias de marketing, é imperativo que também consideremos suas implicações éticas e sociais.

Alguns desafios rondam esse dilema. Como substituição potencial do trabalho humano pela automação alimentada pela IA, replicação de padrões indesejados pela IA e, talvez o mais importante, as preocupações sobre privacidade e autodeterminação.

Neste último, a interconectividade de dados possibilitada pela IA pode representar um risco para a privacidade dos consumidores e sua capacidade de tomar decisões informadas. Os profissionais de marketing e as marcas precisam priorizar a transparência e a proteção dos dados dos consumidores, garantindo que suas informações sejam utilizadas de maneira responsável e ética. Quando usadas de maneira incorreta, em todo caso, toda a responsabilidade jurídica recairá naquele que é o dono da campanha, independentemente do meio utilizado.

Em relação à legislação, é fundamental respeitar os direitos de informação estabelecidos pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e pelo Direito do Consumidor. Embora o uso da IA em campanhas de marketing possa não exigir informações adicionais, é essencial garantir que os consumidores estejam cientes do tratamento de seus dados e das tecnologias utilizadas.

No que diz respeito ao uso de dados pessoais, também deve-se adotar uma abordagem ética. As empresas devem coletar dados apenas com o consentimento adequado e utilizá-los exclusivamente para os fins declarados. Além disso, a anonimização de dados pode ser uma medida preferível para garantir a privacidade dos consumidores e evitar possíveis violações da LGPD.

De fato, a integração da IA no marketing oferece oportunidades emocionantes, mas deve ser usada de forma responsável. Os profissionais de marketing precisam garantir que as práticas comerciais sejam transparentes e respeitosas aos direitos dos consumidores, usando apenas dados realmente necessários. Ao fazer isso, é possível aproveitar todo o potencial da IA para impulsionar o sucesso das estratégias de marketing, ao mesmo tempo em que se protege e respeita os valores éticos fundamentais.

Fagner Souza é gerente jurídico da SIS Innov & Tech.

Fonte: Nova PR.

Tecnologia transformadora: o papel da inteligência artificial na evolução dos testes de software

Por Bruno Moraes

A inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente em diversas áreas do nosso cotidiano: desde sistemas de reconhecimento por voz e rostos nos nossos smartphones até carros autônomos e robôs capazes de aprender e executar tarefas. Segundo o estudo “Inteligência Artificial – Análise Profunda de Mercado e Insights de Dados”, divulgado pelo portal de análise de dados Statista, estima-se que o faturamento desse setor aumente em média 35% anualmente até 2025, alcançando a marca de 126 bilhões de dólares.

O aumento indica uma demanda cada vez maior por soluções baseadas em inteligência artificial em diversos setores da economia. No Brasil, 41% das empresas utilizam no cotidiano alguma forma de inteligência artificial, segundo uma pesquisa realizada pela IBM. Os brasileiros também são bem receptivos a essa tecnologia: 84% acredita que a IA é confiável, de acordo com dados divulgados pela KPMG.

Os números refletem não apenas a adoção generalizada da inteligência artificial, mas o reconhecimento de seus benefícios. Essa tecnologia, é claro, também beneficia quem trabalha no desenvolvimento da área. A IA permite uma ampla gama de aplicações, desde a definição de cenários até a automação de tarefas complexas, e se estabelece como uma ferramenta indispensável, impulsionando a precisão e a eficiência nos processos.

Para os especialistas em desenvolvimento de software, a aplicação da inteligência artificial se tornou uma importante aliada do início ao fim dos projetos. Nosso exemplo de uso é na cobertura dos testes contínuos, que demandam uma grande equipe e orçamento. A IA pode ser aplicada de diversas maneiras para auxiliar a testagem de softwares, como por exemplo:

– pode ser empregada para automatizar a execução de testes em ambientes de integração contínua, permitindo uma verificação frequente de novos códigos incorporados ao sistema;

– algoritmos de IA podem ser treinados para identificar padrões e tendências nos resultados dos testes, ajudando a priorizar áreas de foco para testes manuais mais detalhados;

– pode ser usada para gerar conjuntos de dados diversos, ajudando a aumentar a cobertura dos testes;

– algoritmos de IA podem ser aplicados para monitorar o desempenho do sistema em tempo real durante os testes contínuos, identificando gargalos de desempenho, vazamentos de memória ou outros problemas de escalabilidade que podem surgir.

À medida que exploramos as diversas formas de aplicação da inteligência artificial nos testes contínuos, fica cada vez mais evidente o papel fundamental que essa tecnologia desempenha na garantia da segurança e da qualidade dos softwares. Desde a automatização da execução de testes até a geração de conjuntos de dados diversificados e o monitoramento do desempenho em tempo real, a IA oferece uma gama abrangente de soluções. Essas inovações não apenas agilizam o processo de teste, como também permitem uma detecção mais rápida e precisa de erros e anomalias.

Os resultados positivos observados no relatório ISG Provider Lens™ Next-Gen ADM Services para o Brasil de 2023 corroboram essa tendência, destacando seu uso na automação de testes, na aceleração da criação de scripts e na identificação de erros. A pesquisa também indica que a IA aumenta a produtividade dos especialistas em testagem. Isso demonstra que, com toda certeza, a inteligência artificial está transformando o processo de teste de software e se tornou sinônimo de qualidade e confiabilidade para os profissionais de Garantia de Qualidade (QA).

No entanto, existe a preocupação natural sobre a substituição do trabalho do QA pela IA. Vejamos por um outro lado: a colaboração com a inteligência artificial pode ser um trampolim para o avanço na carreira dos profissionais de QA, pois essa área carece de funcionários e a IA precisa envolver pessoas que querem fazê-la funcionar. Aliás, não é novidade que o problema da escassez de profissionais é visto em todo o setor de tecnologia da informação.

Longe de ser uma ameaça, a IA se encaixa no aprimoramento da atuação do profissional, proporcionando maior cobertura nos testes e acelerando o processo de aprendizado. Por isso, a dica para quem está no mercado é se especializar e se aperfeiçoar constantemente, já que, para utilizar efetivamente ferramentas de IA, os profissionais precisam desenvolver habilidades específicas. Clareza, objetividade e detalhamento na especificação dos testes são cruciais para garantir a eficácia e utilidade dos resultados gerados pela inteligência artificial.

Já para as empresas, investir nessa tecnologia é garantir a qualidade e excelência dos produtos e serviços. Porém, a inteligência artificial deve ser vista como um auxílio para as tarefas diárias e processos de desenvolvimento, não uma solução definitiva para todos os problemas que podem acontecer. Neste caso, treinamento adequado para os colaboradores é essencial para que a IA seja percebida como uma força que amplia a eficiência e produtividade.

*Bruno Moraes é Analista de Automação de Testes Sênior na Prime Control, empresa especializada em experiência digital e presente no mercado de consultoria digital há 15 anos.

Fonte: Mondoni Press

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Soluções open source são econômicas, flexíveis e estratégicas para o marketing das pequenas e médias empresas

Por Daniel R. Bastreghi*

O Marketing é uma área sempre pulsante que, por natureza, precisa estar continuamente inovando em suas formas de conquistar o público e fazer uma empresa crescer. Para os profissionais da área, é vital estar em contato com novas tecnologias que possam trazer vantagens competitivas para as organizações. Uma delas é o open source, abordagem de desenvolvimento colaborativo que é flexível e acessível para a experimentação, sendo uma opção especialmente interessante para as pequenas e médias companhias.

De acordo com um levantamento encomendado pela Cloudera e conduzido pela Coleman Parkes Research divulgado no fim do ano passado, 80% das empresas planejam continuar investindo em tecnologias open source nos próximos três anos. Esse tipo de solução tem como principal valor a colaboração e permite que desenvolvedores possam estudar, usar, modificar e distribuir códigos de maneira flexível para que projetos sejam criados e aprimorados rapidamente; as comunidades trabalham em conjunto e têm a chance de construir algo maior do que conseguiriam por conta própria.

Para as pequenas e médias empresas, o open source representa a oportunidade de inovar a partir de uma base tecnológica, de colaborar com o ecossistema e assim ocupar as lacunas deixadas pelas organizações maiores. Isso requer predisposição, mas as iniciativas open source permitem que, com um pouco de atenção e conhecimento, as empresas usufruam de recursos avançados. De maneira geral, as comunidades de desenvolvedores dão um grande exemplo em termos de colaboração e organização e as equipes de marketing podem aprender muito com elas.

Isso porque, no marketing ou em qualquer área, experimentar é caro, exige tempo, recursos e criatividade, além de demandar cuidados adicionais com integração ao legado e privacidade de dados. Isso nem sempre está ao alcance das pequenas empresas ou até das maiores, então soluções colaborativas entre múltiplas organizações acabam se fortalecendo. A área de software está repleta de bons exemplos. Entre as mais famosas, está o WordPress, uma consagrada solução de código aberto para gerenciamento de conteúdo que possui uma comunidade bastante ativa e um enorme repositório de plugins e temas.

Leia também: Mercado B2B perde oportunidades por não investir em marketing de influência

Outra solução interessante é o Mautic, uma ferramenta de inbound e automação de marketing muito versátil e completa; o Chatwoot também foi criado a partir de iniciativas de código aberto e favorece o atendimento omnichannel com diversas opções de integração às redes sociais, chat ao vivo e suporte via e-mail que facilitam o atendimento ao cliente; o Cal.com favorece o agendamento de reuniões comerciais; e as soluções de CRM EspoCRM e o X2CRM também são notáveis. A composição destas e outras soluções formam uma estrutura de martech muito funcional e acessível.

Soluções de código aberto são excelentes opções para iniciar e validar inovações. Conforme amadurecem, pode-se cogitar a ampliação ou troca para outras soluções. Porém, este não é o fim para as soluções de código fonte aberto. Afinal, elas podem ser facilmente customizadas e complementadas com plugins e outras integrações.

Contudo, o marketing é essencialmente uma competição. Isso significa que a colaboração massiva e aberta em algum momento se torna incompatível com a atividade de marketing. A partir de um determinado ponto, as equipes precisam reservar para si alguns recursos, estratégias ou insights para que, por definição, conquistem vantagens competitivas. No entanto, até que este momento chegue, qualquer empresa tem muito a ganhar se explorar o potencial das inúmeras soluções de código aberto existentes para marketing e vendas.

*Daniel R. Bastreghi é sócio administrador e Consultor de Marketing na DRB.MKT, atuando com orientação e assessoria de planejamento estratégico, estruturação comercial, implantação de CRM, inbound marketing, ações integradas de marketing digital e pesquisas. Sendo assim, é a fonte ideal para falar sobre tendências do setor, social media, influenciadores, produtividade e gestão.  Daniel é MBA em Gestão de Projetos e especialista em Planejamento e Gerenciamento Estratégico.

Fonte: Mondoni Press.