Por Letícia Araújo*
A organização de treinamentos corporativos sempre foi uma ação estratégica para as empresas, com benefícios inegáveis para seu destaque no mercado e, principalmente, atratividade perante profissionais qualificados. Com a pandemia e a popularização de novos modelos de trabalho, como o híbrido, a concessão adequada destes conteúdos sofreu incríveis transformações – abrindo portas para o uso de metodologias disruptivas que, ancoradas à tecnologia, trazem resultados excepcionais para este fim.
Adequar os materiais ministrados presencialmente para o digital, sempre foi uma dificuldade comum para gestores, de forma que pudessem torná-lo tão atrativo quanto e com a mesma qualidade em ambas as formas. Com o advento do isolamento social, foi necessário se reinventar, buscando ferramentas que auxiliassem a implementação destes conteúdos por métodos criativos, ágeis e que trouxessem significado prático para o dia a dia dos profissionais.
Em uma pesquisa realizada pelo Google Cloud, o modelo híbrido já foi definido como padrão por 43% das empresas, justificados pela redução de custos com escritórios físicos, maior flexibilidade para o trabalho, fortalecimento da cultura organizacional e, especialmente, melhora na qualidade de vida de todos. Não há como fugir dessa tendência que, certamente, moldará o futuro do trabalho – muito menos, dispensar os investimentos em treinamentos que permaneçam capacitando os times.
Diante de um cenário completamente novo, organizar programas de treinamento em ambientes físicos e virtuais depende de um novo mindset andragógico. É preciso buscar inspirações na educação, na inovação aplicada em instituições de ensino e, acima de tudo, nunca aproveitar a mesma metodologia nos dois ambientes.
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A linguagem utilizada não deve ser meramente transportada, mas sim adaptada – analisando inúmeros fatores, como o tempo de cada aula, os materiais que serão utilizados e as formas em que serão exibidas. Dentre tantos insights adquiridos nestes últimos anos, as metodologias ativas se destacaram como algumas das mais benéficas nesta assertividade.
Em contraponto ao ensino tradicional, sua proposta é colocar o aluno como grande protagonista do processo. Ao invés de focar em aulas meramente expositivas, seu conceito inova na relação entre o docente e o estudante, no qual o primeiro assume o papel de mediador ao facilitar a capacitação. Todo conhecimento gerado é levado para a prática, trazendo significado para experiências passíveis do dia a dia, que façam sentido para o profissional.
Além de aperfeiçoar a qualidade do aprendizado, a absorção dos materiais é significativamente elevada, proporcionando um maior protagonismo no processo, senso crítico em relação ao conteúdo ministrado, colaboração, estímulo à liderança e maior capacidade de autogestão. As vantagens são inegáveis – mas, para serem obtidas, necessitam obrigatoriamente do apoio irrestrito da tecnologia no ensino.
Plataformas dedicadas a oferecer treinamentos corporativos surgem, justamente, com o propósito de otimizar a concessão das aulas e torná-las mais eficientes. Suas ferramentas permitem a emissão de relatórios, compilação de dados e avaliações completas sobre o desempenho dos alunos. Aliado à estas funcionalidades, é preciso avaliar a possibilidade de uso de uma ampla variedade de objetos educacionais durante o ensino.
Opções não faltam. Aprendizagens baseadas em projetos, em problemas, em metodologias imersivas, adaptativas e por meio da gamificação, vêm sendo algumas das mais utilizadas – ministradas por meio de videoaulas, textos e jogos interativos. Quanto utilizadas em conjunto, tornam o aprendizado muito mais efetivo, tanto no ambiente físico quanto online e, ainda, para os mais diferentes públicos.
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Muitas opções criativas e ilustrativas são disponibilizadas por tais plataformas – mas, lembre-se de nunca utilizá-las de forma infantilizada. Estamos lidando com adultos, os quais precisam de aulas adequadas para seus perfis. Procure entender o tempo de aprendizado de cada um, seu método de estudo preferido e como acolhê-los em programas que atendam a todos.
Os recursos tecnológicos nos treinamentos e desenvolvimentos devem servir como aliados aos processos, e não como barreiras. Todas as funcionalidades devem permitir uma linha de aprendizagem contínua, levando o conhecimento adquirido no ambiente virtual para discussões práticas no presencial. O apoio pedagógico nas ferramentas deve estar presente em qualquer plataforma escolhida, com o suporte técnico necessário para trazer aulas que qualifiquem e desenvolvam com êxito, os profissionais da sua empresa.
* Letícia Araújo é Mestranda em Tecnologias Emergentes em Educação e diretora da Treinar Mais, plataforma que facilita a aplicação e gestão de treinamentos.
Fonte: InformaMídia