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Os desafios da cibersegurança: veja 7 erros que podem comprometer a segurança de dados 

Especialista no tema compartilha orientações essenciais para líderes governamentais e gestores fortalecerem a segurança digital e a governança de dados em suas instituições 

A internet transformou o mundo e a forma como os setores vendem, oferecem serviços, atendem ao consumidor e gerenciam dados. Porém, junto com a internet, novas portas foram abertas no universo online, trazendo alertas importantes sobre o cuidado com dados sensíveis e com a cibersegurança nas instituições públicas e privadas. 

No Brasil, a segurança cibernética é um tema ainda mais delicado, já que o país ocupa a segunda posição no ranking mundial dos países mais atacados, conforme aponta o Panorama de Ameaças para a América Latina, da Kaspersky. Segundo o levantamento, em 2024, foram registrados mais de 700 milhões de ataques virtuais, o que representa 1.379 golpes por minuto. 

Para Mirella Kurata, CEO da DMK3 e especialista em tecnologia e segurança da informação, esses números refletem a urgência de uma mudança de mentalidade. “Não se trata apenas de investir em ferramentas de tecnologia, mas também em processos, governança e, principalmente, na formação das equipes para lidar com essas questões de forma estratégica”, explica. Para ela, a segurança digital não é responsabilidade exclusiva da área de TI, mas deve ser compartilhada por toda a organização, principalmente em ambientes públicos, onde a gestão de dados sensíveis é prioridade. 

Por isso, Mirella aponta 7 erros mais comuns que as lideranças cometem na gestão da cibersegurança e orienta como evitá-los para construir uma cultura organizacional mais segura, eficiente e preparada para os desafios digitais: 

  1. Encarar tecnologia apenas como despesa, e não como investimento: a visão equivocada de que tecnologia é um custo operacional impede as instituições de adotarem uma abordagem proativa em relação à segurança cibernética. A tecnologia deve ser vista como uma alavanca estratégica que contribui para a eficiência operacional e a proteção dos dados. Investir em cibersegurança é uma medida preventiva que reduz riscos e evita grandes perdas futuras. 
     
     
  1. Ignorar as particularidades do setor público: ao aplicar soluções do setor privado no serviço público, é comum negligenciar especificidades como a responsabilidade sobre dados sensíveis e obrigações legais. As instituições públicas lidam com informações críticas que exigem atenção especial. A segurança digital deve ser construída com foco nessas particularidades, respeitando a legislação vigente e garantindo a proteção adequada dos dados. 
     
  1. Reduzir a cibersegurança apenas à infraestrutura de TI: focar exclusivamente nas ferramentas e sistemas de proteção, sem considerar o comportamento das pessoas e os processos internos, é um erro recorrente. A cibersegurança deve ser abordada de forma integrada, com treinamento contínuo dos colaboradores e a criação de processos robustos que minimizem o risco de falhas humanas. 
     
     
  1. Permitir a falta de integração entre sistemas e órgãos públicos: a ausência de comunicação entre diferentes sistemas e órgãos públicos cria brechas que favorecem erros e fraudes. Para fortalecer a segurança, é fundamental garantir a interoperabilidade entre sistemas, possibilitando o compartilhamento seguro e eficiente de dados, o que aumenta a transparência e reduz vulnerabilidades. 
     
  1. Deixar de implementar uma governança de dados eficiente: a ausência de uma governança de dados adequada facilita o uso incorreto, o vazamento ou até mesmo o armazenamento de informações sem a devida proteção, como a criptografia. Para proteger dados sensíveis, as instituições precisam adotar políticas claras de governança de dados, com processos bem definidos para armazenamento, acesso e descarte de informações. 
     
     
  1. Subestimar os riscos de ciberataques em infraestruturas críticas: muitas vezes, a segurança digital nas linhas industriais e em infraestruturas críticas é negligenciada, mas os ataques a esses setores estão em crescimento. Instituições públicas e privadas que atuam com sistemas essenciais precisam adotar medidas rigorosas de proteção para evitar que falhas comprometam a operação, a segurança nacional e a confiança da população. 
     
     
  1. Adotar uma postura apenas reativa, sem foco em prevenção: ainda é comum que a cibersegurança seja tratada apenas depois da ocorrência de incidentes. No entanto, uma gestão eficiente exige políticas contínuas de segurança e a construção de uma cultura organizacional que priorize a proteção de dados desde a sua origem, adotando uma abordagem preventiva para reduzir riscos e fortalecer a confiança social. 

Com a identificação e correção desses erros, a especialista ressalta que os líderes estarão mais bem preparados para adotar uma postura preventiva e colaborativa, fortalecendo a proteção das informações públicas e corporativas. “A integração da cibersegurança à cultura organizacional não é apenas desejável, é essencial para garantir a continuidade dos serviços, a segurança dos dados e a confiança da sociedade”, finaliza. 

GenZ na sua empresa tem sido um desafio? Startup capta R$ 1,2M para atrair talentos do ensino médio 

Plataforma de estágio Mileto atrai e prepara estudantes do Ensino Médio integrado ao Técnico (M-Tec) em hard e soft skills; meta é empregar 100 mil jovens até 2029 

Diante da crescente atenção ao Ensino Médio Integrado ao Técnico (M-Tec) por parte do Governo e do setor privado — e inspirados em modelos educacionais internacionais — os sócios Giuliano Amaral, Priscilla Fraga e Victor Bolonha enxergaram nesse nicho a oportunidade de criar uma solução estrutural para aproximar educação e mercado. A Mileto nasce como uma plataforma de estágios que acaba de captar R$ 1,2 milhão para transformar o início da jornada profissional dos jovens e gerar mais e melhores oportunidades de carreira. A meta é direcionar 100 mil para o mercado até 2029. 

A HR Tech opera em modelo B2B, voltado a empresas que querem investir na Geração Z, mas encontram dificuldades para identificar talentos. A Mileto combina uma comunidade voltada ao desenvolvimento de habilidades com um programa completo de recrutamento e seleção, conectando empresas a estudantes de M-Tec — de cursos técnicos como administração, desenvolvimento de sistemas, gastronomia, entre outros — jovens na fase mais inicial da carreira, com vontade de crescer e abertos para a cultura corporativa. 

Além do conteúdo aprendido no M-Tec, os estagiários que participam da comunidade de talentos da Mileto têm acesso a formações de competências técnicas voltadas à inovação e socioemocionais — como análise de dados, inteligência artificial, comunicação e resolução de problemas — tudo isso antes de concorrerem às vagas. Após a contratação, a Mileto mantém o acompanhamento com mentoria e trilhas de aprendizado contínuo ao longo do estágio, acelerando a adaptação e evolução do desempenho. 

“O M-Tec é uma fonte potente de talentos. Os jovens chegam ao mercado com uma base prática diferenciada e, mesmo entre 16 e 18 anos, demonstram perfil mão na massa e muito comprometido com o próprio desenvolvimento”, afirma Giuliano Amaral, CEO da Mileto. A startup quer se consolidar como referência na conexão entre empresas, estudantes e escolas de M-Tec. 

A solução já está sendo utilizada por diversas empresas, como Medway, Água na Caixa, Villa Bisutti e Modern Mamma Osteria. Dentre os resultados já mapeados, alcançou 100% de satisfação dos jovens com o programa, além de 90% das empresas terem aberto mais vagas após os primeiros 3 meses da primeira contratação — sinalizando a validação do potencial da solução. 

Um novo olhar sobre a Geração Z 

Segundo a OCDE, o Ensino Médio deve “capacitar os estudantes com habilidades relevantes, especializadas e transversais, além da consciência de seus pontos fortes e talentos, permitindo que agreguem valor à sociedade” e “desenvolver consciência do mundo além da escola, criando caminhos para carreiras gratificantes e recompensadoras”. Nos países da organização, mais de 40% dos estudantes de ensino médio optam pela formação técnica integrada, e 45% destes têm vivência prática em empresas, como estágios. No Brasil, apenas 12% dos estudantes do ensino médio no país estão matriculados em cursos técnicos integrados. “Ainda estamos presos em um vestibular 100% acadêmico e uma crença cultural ultrapassada de que todo o sucesso se resume a um diploma universitário. Mesmo nesse cenário, os jovens com vivência prática obtêm melhor base para a escolha do curso e bom aproveitamento da universidade”, afirma Giuliano. 

Giuliano Amaral, Co-Founder e CEO da Mileto.

Diante da necessidade de aproximar educação e mercado, o poder público tem ampliado seus esforços para impulsionar o Ensino Médio Técnico no Brasil. Iniciativas como o Partiu IF, o BEEM (Bolsa de Estágio de Ensino Médio) e o Juros por Educação buscam incentivar tanto a ampliação da oferta de vagas pelas redes de ensino quanto a contratação de jovens por parte das empresas. A meta é ambiciosa: alcançar mais de 3 milhões de matrículas no M-Tec até 2030. Neste sentido, Giuliano reforça: “o melhor caminho formativo é o M-Tec seguido do Ensino Superior, pois eles se complementam. Já existem diversas histórias de sucesso, como a de Tânia Cosentino, presidente da Microsoft no Brasil, mas há espaço para muito mais.” 

Segundo estudo do Itaú Educação e Trabalho, triplicar o número de vagas no Ensino Médio Técnico no Brasil teria impacto no PIB equivalente ao da reforma tributária — um crescimento estimado de 2,32%. “A ponte que estamos construindo é um enorme ganha-ganha: ganha o jovem, pelo maior engajamento e prazer no aprendizado, e pelo início de carreira de qualidade; ganha a empresa, que consegue investir melhor na atração e desenvolvimento de talentos; e ganha a sociedade, pelo benefício para a economia como um todo”, finaliza Giuliano. 

A rodada de investimento da Mileto contou com investidores-anjo que são referências nos setores de educação, tecnologia e RH, como Mario Ghio (Presidente da ABRASPE e do Instituto Alfa e Beto, e Conselheiro e ex-CEO da Somos Educação), Anderson Morais (Co-Founder e CEO da Agenda Edu) e Simmon Nam (CRO da Musa, ex-Rappi e QuintoAndar). 

Sobre a Mileto 

A Mileto é uma HR Tech que conecta estudantes do Ensino Médio integrado ao Técnico – (M-Tec) a empresas por meio de um ecossistema completo de comunidade, recrutamento e desenvolvimento. Fundada em 2024, a startup nasceu para impulsionar a empregabilidade da Geração Z e transformar o estágio do ensino médio na nova porta de entrada para carreiras de sucesso. 

30% das corporações desejam ter agentes de Inteligência Artificial como solução corporativa, segundo pesquisa

Empresa responsável pelo estudo anuncia avanços em sua plataforma Low-Code com IA

Bill Conner, presidente e CEO da Jitterbit

A realidade criada pela inteligência artificial, antes esperada para o futuro, já é percebida no presente. É o que observam especialistas e, especialmente, empresários de grandes corporações globais. A IA tem revolucionado a transformação digital iniciada na era da internet. Nesse cenário, a empresa global de tecnologia da informação Jitterbit, com sede no Brasil, anuncia agentes de IA em sua plataforma Harmony, que combina Low-Code com AI-Infused, com o objetivo de integrar dados e automatizar processos.

A novidade torna a experiência do cliente mais rápida, fácil e personalizada, já que os agentes de IA coletam dados e os utilizam para executar tarefas de forma autônoma, com o objetivo de atingir metas predefinidas. A empresa busca promover a democratização e a automação de ponta a ponta dos negócios. No entanto, não se trata apenas de automatizar tarefas, mas de arquitetar agentes inteligentes e autônomos — em uma plataforma unificada — que eliminam a fragmentação dos dados entre informações e aplicativos corporativos.

A Jitterbit é a responsável pela pesquisa The 2025 Automation Benchmark Report: Insights from IT Leaders on Enterprise Automation & the Future of AI-Driven Businesses, que revelou o interesse de mais de 30% de empresas incorporarem agentes de IA em suas operações.

Manoj Chaudhary, CTO da Jitterbit,

De acordo com Bill Conner, presidente e CEO da Jitterbit, essa é a próxima onda, que deve perdurar por mais de 20 anos. “Acredito que tudo girará em torno dessa combinação de Low-Code e IA, porque as companhias precisarão transitar e se adaptar às transformações tecnológicas que o mundo está exigindo. Isso não acontecerá da noite para o dia, já que a inteligência artificial ainda não está pronta para lidar com algumas das operações complexas de negócios em tempo integral. Mas a IA é um sistema de aprendizado. E, quando observamos a concorrência aqui no Brasil, não há nenhuma outra empresa fazendo isso”, explica, destacando o ineditismo do projeto.

Para Conner, em cinco anos a realidade será “drasticamente” diferente da atual, com a presença ainda mais significativa da inteligência artificial. A empresa global apresenta a novidade dos agentes de IA juntamente com um marketplace que oferece recursos prontos para uso, facilitando a criação de integrações entre sistemas distintos, como Salesforce, SAP, NetSuite e ServiceNow. Esse marketplace integra o ecossistema da plataforma Jitterbit Harmony.

As novidades foram apresentadas ao mercado durante evento em São Paulo nesta última terça-feira, 06 de maio, que reuniu grandes empresários do Brasil, Estados Unidos e da Europa.

Durante coletiva de imprensa após o encontro com empresários, Conner explicou ao Newly como viu a mudança da IA do ano passado para cá. “Antes ela era como uma criança [pequena, se desenvolvendo]. Agora, provavelmente está em um estágio como a da pré-escola. Mas, de toda forma, está se movendo muito rápido”.

Questionado sobre o mesmo tema, Manoj Chaudhary, CTO da Jitterbit, complementa como essa mudança avançada se apresenta na prática. “Quando começamos essa jornada, tínhamos que mudar toda a arquitetura em 90 dias. E isso não é só nós [Jitterbit] e sim todas as empresas que estão aderindo a jornada da IA. Agora, o processo fica mais difícil, já que a IA avança e traz mudanças”, analisa.

Força humana de trabalho x IA

A novidade no mercado promove mais segurança dos dados, além de gerar mais tempo e valor para atividades que realmente precisam ser realizadas por pessoas, impactando positivamente na produtividade. Porém, os dados precisam ser trabalhados a partir de uma categorização e organização prévias.

As empresas podem implantar agentes de IA por meio de três métodos distintos: a partir de uma linguagem natural e nativa em uma interface de chatbot; ter agentes criados por terceiros por meio do Marketplace oferecido na plataforma; bem como ter a Jitterbit como parceira que oferece serviço de testes e implementação personalizados para aquela organização em questão.

Yalo e Mondelēz Brasil sobem ao palco do APAS Show 2025 para discutir como a digitalização de canais tradicionais impacta o varejista 

Para mostrar como as novas tecnologias geram valor aos negócios das empresas de bens e consumo, a Yalo e a Mondelēz Brasil subirão, juntas, ao palco do APAS Show 2025. As duas empresas mostrarão como a parceria entre elas está impulsionando a digitalização do canal tradicional via WhatsApp. O painel acontecerá no 15 de maio, às 11h10, no auditório Inovação Ágil, e contará com a participação de Andres Stella, COO da Yalo, e Livia Seabra, Diretora de E-commerce e Emerging Channels da Mondelēz Brasil. 

Com o tema “Novas Tecnologias na Geração de Valor”, a apresentação vai mostrar como a integração da plataforma inteligente de vendas da Yalo com a Mondelēz Brasil tem transformado a rotina dos varejistas de bairro, digitalizando processos e fortalecendo o relacionamento com os pontos de venda. A tecnologia aplicada pela Yalo, através da assistente virtual Liz no WhatsApp, tem sido essencial para conectar vendedores e lojistas de maneira ágil e eficiente. 

Segundo dados da própria Yalo, a utilização da ferramenta, por grandes empresas como Coca-Cola, Unilever e Mondelēz Brasil, resultou em um crescimento exponencial no número de lojistas cadastrados e um incremento de 12% nas vendas B2B, com mais de 4,2 milhões de pequenos negócios digitalizados. O avanço da digitalização tem promovido maior eficiência operacional, agilidade na entrega e satisfação do cliente, além de otimizar a experiência dos varejistas com a marca. No palco do APAS, as duas empresas pretendem mostrar o segredo de sucesso dessa estratégia de vendas e compartilhar como a digitalização de canais tradicionais impacta o varejista. 

“A união entre Yalo e Mondelēz Brasil está transformando a forma como os pequenos varejistas se conectam com a indústria. Ao digitalizar o canal tradicional por meio do WhatsApp, estamos não apenas simplificando processos e aumentando a eficiência operacional, mas também fortalecendo o relacionamento com os pontos de venda e elevando a experiência do consumidor final. Essa parceria mostra que inovação é, acima de tudo, inclusão — e traz um aprendizado valioso para o mercado: tecnologia e personalização caminham juntas na construção de um ecossistema de consumo mais ágil, próximo e eficiente”, explica Andrés Stella, COO da Yalo. 

O Brasil, que conta com 144 milhões de usuários de internet móvel, tem o WhatsApp como uma plataforma fundamental para estratégias de marketing digital, especialmente no segmento B2B. No decorrer do painel, Livia Seabra ressaltará a importância da tecnologia para alcançar os pequenos varejistas que ainda não utilizam ferramentas digitais em suas rotinas de compras. 

“Estamos sempre atentos as tendências e sabemos que o consumidor é cada vez mais omnichannel. Por isso, é muito importante que nossos clientes, principalmente os pequenos varejistas, também acompanhem essa transformação. E ao levarmos nossa operação para o WhatsApp, conseguimos nos conectar com pequenos varejistas de forma mais simples, direta e personalizada — exatamente como eles preferem ser atendidos. Essa é uma forma de democratizar o acesso à tecnologia e trazer mais agilidade para o dia a dia desses parceiros que são essenciais para o nosso negócio”, afirma Livia Seabra, Diretora de E-commerce e Emerging Channels da Mondelēz Brasil. 

IA avança, novos empregos surgem, requalificação e habilidades comportamentais ganham força, projeta FEM

Relatório do Fórum Econômico Mundial indica que serão criadas 78 milhões de novas vagas de emprego até 2030, mas mais da metade dos trabalhadores precisará se adaptar  

O Fórum Econômico Mundial publicou um relatório no início deste ano chamado Future of Jobs Report 2025 que trouxe diversas previsões sobre o futuro do trabalho. A expectativa é que, até 2030, sejam criados 170 milhões de novos empregos, enquanto 92 milhões tendem a se esvair, gerando um saldo de 78 milhões de novas vagas. Estima-se que, para se adaptar a este novo cenário, 59% da força de trabalho precisará de requalificação. O estudo trouxe ainda diversos outros insights, principalmente relacionados à Tecnologia, que revelam as tendências para os próximos anos. 

Impulsionadas pelo acesso digital ampliado e pelo avanço da inteligência artificial, assim como pela tecnologia e sustentabilidade, algumas profissões dentro da área de TI tendem a crescer, como os especialistas em big data, engenheiros e desenvolvedores de IA e aprendizado de máquina. Profissionais de saúde, como enfermeiros e cuidadores, e professores universitários também se destacam, enquanto assistentes administrativos, caixas, operadores, atendentes de telemarketing e bancários tendem a ser substituídos, principalmente devido à automação da inteligência artificial. 

“A inteligência artificial está trazendo uma nova dinâmica para o mercado de trabalho. Ela acelera as mudanças no perfil dos empregados, nas habilidades e qualificações necessárias para se estar no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, será cada vez mais utilizada para automatizar tarefas repetitivas, eliminando algumas funções operacionais. A tecnologia oferece oportunidades únicas de trabalhar na vanguarda da inovação, resolver problemas complexos em escala global e influenciar positivamente diversos setores, como saúde, educação, finanças e entretenimento”, comenta Ana Letícia Lucca, CRO da Escola da Nuvem, uma organização social sem fins lucrativos focada em capacitar e empregar pessoas em situação de vulnerabilidade social para carreiras em Tecnologia e Computação em Nuvem.  

Leia também: Liderança em três níveis: como a distribuição de funções impulsiona o crescimento empresarial 

Segundo o estudo, o domínio emocional também será um destaque importante dentre as habilidades interpessoais, principalmente características como pensamento analítico, criatividade, resiliência, flexibilidade e agilidade. Para se adaptar a essas novas demandas, não só os profissionais terão que se qualificar, como também as empresas precisarão executar mudanças para atrair e reter os talentos. Segundo o Fórum Econômico Mundial, 89% das empresas investirão na requalificação dos funcionários, enquanto 64% também focarão na saúde e bem-estar dos colaboradores. 

O estudo ISG Provider Lens™ Future of Work – Services and Solutions 2024 para o Brasil, produzido e distribuído pela TGT ISG, mostrou que as empresas de Tecnologia têm investido em programas de desenvolvimento profissional e bem-estar dos empregados, com iniciativas que promovem a saúde física e mental dos trabalhadores. Uma das estratégias usadas é fazer parcerias com universidades e laboratórios de inovação, pensando na preparação e capacitação dos profissionais. 

“As empresas podem e precisam entender as necessidades dos funcionários se quiserem retê-los. É menos trabalhoso e oneroso treinar profissionais que já estão na organização e já conhecem a rotina dela do que dispensá-los para contratar profissionais que já conquistaram melhores qualificações. Essa é uma atitude estratégica e de valorização ao trabalhador. E então, quando a empresa precisar ir ao mercado encontrar pessoas, ela poderá fazer isso por meio de parcerias com organizações e institutos voltados à capacitação técnica e comportamental na área de Tecnologia”, comenta Ana Letícia.

Leia também: Entenda como o machine learning e a inteligência artificial podem revolucionar a educação

Outra tendência apontada pelo Future of Jobs Report 2025 foi a presença, acima da média mundial, de empresas brasileiras com iniciativas de Diversidade e Inclusão. No país, o número de organizações que têm como prioridade a D&I chega a 92%, enquanto no mundo este número atinge 83%. “A diversificação das fontes de talentos é essencial para garantir uma força de trabalho preparada e sustentável no longo prazo. O mercado de tecnologia precisa se abrir para formar novos profissionais e investir no desenvolvimento de talentos em estágio inicial de carreira. Isso inclui a criação de programas de treinamento, estágios e parcerias com organizações que trabalham com grupos sub-representados e em situação de vulnerabilidade, como a Escola da Nuvem”, acrescenta a especialista. 

Ainda de acordo com o estudo ISG Provider Lens™ Future of Work – Services and Solutions 2024 para o Brasil, produzido e distribuído pela TGT ISG, o futuro do trabalho será híbrido, colaborativo, conectado, autônomo, inteligente, seguro e sustentável, sendo moldado por uma combinação de fatores tecnológicos, econômicos e sociais. Segundo o relatório, o engajamento dos trabalhadores e a democratização da tecnologia são essenciais para o sucesso das organizações, mesmo diante de possíveis restrições orçamentárias. 

“Ao investir na formação de novos profissionais e ampliar as oportunidades para perfis diversos, como LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência, pessoas negras, indígenas e mulheres, as empresas poderão não apenas preencher suas necessidades de curto prazo, mas também construir um pipeline de talentos que alimentará o crescimento da indústria nos próximos anos. É importante haver uma colaboração entre empresas, governos e organizações da sociedade civil para criar um ecossistema inclusivo e sustentável de tecnologia, beneficiando pessoas em situação de vulnerabilidade e promovendo um crescimento econômico mais equitativo”, finaliza Ana.

Fonte: Mondoni Press.

Liderança em três níveis: como a distribuição de funções impulsiona o crescimento empresarial 

Entender a diferença entre o papel estratégico, tático e operacional é essencial para que negócios cresçam com estrutura, clareza e escala 

Em muitos negócios, especialmente em pequenas e médias empresas, é comum ver o dono atuando em várias frentes ao mesmo tempo: define as metas do negócio, acompanha a operação diária e ainda resolve problemas pontuais de equipe. Embora esse perfil multifuncional possa parecer produtivo, na prática, ele costuma indicar um problema estrutural grave: a ausência de clareza sobre os níveis de liderança dentro da empresa. 

Segundo uma pesquisa da The Alternative Board, empresários gastam, em média, 68,1% do seu tempo lidando com tarefas operacionais do dia a dia e apenas 31,9% em atividades estratégicas, como planejamento de longo prazo e crescimento do negócio. Além disso, 97% dos proprietários de pequenas empresas afirmam gerenciar pessoalmente pelo menos uma área das operações. Esses dados ressaltam a dificuldade que muitos líderes enfrentam ao tentar equilibrar responsabilidades e delegar funções de maneira eficaz.  

O papel de cada nível de liderança 

Segundo Marcus Marques, especialista em gestão empresarial e CEO do Grupo Acelerador, uma liderança mal distribuída limita a produtividade e compromete a escalabilidade do negócio. “Quando o dono está envolvido em tudo, não consegue estar 100% presente em nada. A empresa fica dependente, engessada e sem espaço para crescer de forma organizada”, afirma. 

Marques aponta que a estrutura de liderança pode ser dividida em três níveis: estratégico, tático e operacional. O primeiro está ligado à visão de longo prazo, ao posicionamento da empresa no mercado, aos grandes objetivos e à tomada de decisão com foco no futuro. Já o nível tático atua como ponte entre o planejamento e a execução, transformando metas em ações organizadas. Por fim, o nível operacional é responsável por fazer a engrenagem rodar — é onde estão os líderes que acompanham o dia a dia da equipe, entregas, produtividade e rotinas. 

“O papel do empresário não é estar em todos os níveis, mas sim garantir que cada camada da liderança esteja bem ocupada. O dono precisa subir para o estratégico e preparar líderes que assumam o tático e o operacional com autonomia. Quando isso acontece, a empresa ganha clareza, velocidade e independência”, explica Marques. 

Construindo uma cultura de liderança bem distribuída 

A falta de definição entre esses papéis afeta diretamente a cultura da empresa. Quando um líder estratégico desce constantemente para resolver problemas operacionais, ele impede que outros desenvolvam sua autonomia. Isso cria um ambiente de dependência, retrabalho e baixa maturidade de gestão. “Além disso, colaboradores deixam de assumir responsabilidades, pois sabem que as decisões finais sempre voltarão para o dono”, alerta. 

Para reverter esse cenário, o especialista afirma que é preciso estruturar a liderança de forma consciente. “O primeiro passo é desenhar claramente as funções de cada camada, entender onde estão os gargalos e capacitar os gestores atuais. Na sequência, o empresário deve se retirar gradualmente das funções que não pertencem mais ao seu nível, focando em desenvolver líderes e construir uma cultura baseada em autonomia, indicadores e clareza de processos”, declara. 

O CEO do Grupo Acelerador acredita que delegar não é abandonar, mas sim organizar. “Quando o líder está no lugar certo, ele tem tempo para pensar o negócio e não apenas apagar incêndio. E isso faz toda a diferença nos resultados de longo prazo”, finaliza. 

Relatório OMDIA prevê 29,9 milhões de conexões via satélite em 2030 

Novas tecnologias e soluções abrem caminho para a expansão do IoT em áreas remotas, estimulando a economia e a conectividade em todo o território brasileiro 

O relatório da OMDIA sobre “Análise do Mercado de IoT via Satélite”, projeta um crescimento exponencial das conexões via satélite que alcançará 29,9 milhões em 2030, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 22,2%. O potencial de conectar dispositivos em áreas remotas e de difícil acesso revela como os satélites estão se tornando um elemento crucial para o desenvolvimento de aplicações IoT no Brasil, sinalizando um impacto considerável na economia e na conectividade em todo o território. 

Rogério Moreira, Diretor de Tecnologia da ABINC, aponta que a crescente demanda tem levado muitos players a considerar as conexões via satélite. “O mercado começou a enxergar a conectividade satelital como oportunidade para otimizar processos e promover o desenvolvimento sustentável de áreas remotas em setores verticais como transporte e logística, monitoramento remoto e energia e serviços públicos. A superação das limitações de tamanho e peso também contribui para a redução de custos e viabilização de novas aplicações”, revela. 

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o país possui, hoje, apenas 19% do território com cobertura de redes terrestres, deixando uma vasta área de 6,8 milhões de km² sem conectividade. “A combinação de tecnologias terrestres e satelitais, juntamente com o desenvolvimento de hardwares e softwares mais eficientes, está criando um ecossistema robusto e maduro para o IoT no Brasil”, complementa Janilson. 

Janilson Bezerra, líder do Comitê de Conectividade da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), destaca o potencial transformador do grande número de satélites previstos para lançamento. “Quando vemos as projeções do número de satélites de órbita terrestre baixa (LEO) a serem lançados nos próximos anos, atingindo mais de 24.000 satélites em órbita até 2029, compreendemos que a Terra passará a ter uma conectividade de alcance sem precedentes”, explica. 

Ainda segundo dados da Anatel, o mercado nacional de internet é majoritariamente composto por conexões via fibra ótica, representando 74,4% do total. Por sua vez, as conexões via satélite, possuem uma participação bem menor, de apenas 0,9%. Nesse cenário, o crescimento constante impulsionado pela inovação e necessidade de extensão da conectividade, torna a integração um elemento chave para gerar avanços no processo. 

O Brasil possui uma condição geográfica que demanda soluções complementares via satélite para alcançar a conectividade total em todo o seu território. “Com o apoio de órgãos reguladores como a Anatel, passamos a obter autorizações e certificações para conexões não terrestres. Ao investir em novos pilares tecnológicos e promover discussões sobre capacidade e superação de limitações, iremos colher os benefícios de uma conectividade sem fronteiras, impulsionando o desenvolvimento do IoT e, consequentemente, a economia e qualidade de vida em regiões remotas. A integração estratégica das tecnologias terrestres e satelitais representa um caminho promissor para o futuro”, finaliza Janilson. 

Mercado global de desenvolvimento low-code deve chegar a US$ 264,40 bilhões até 2032, impulsionado por IA e automação 

Ferramentas de desenvolvimento de baixa codificação estão revolucionando a indústria global, otimizando processos operacionais, aumentando a eficiência e remodelando os negócios de forma expressiva 

O mercado global de plataforma de desenvolvimento low-code deve chegar a US$ 264,40 bilhões até 2032, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 32,0% ao longo do período projetado – isso é o que revela o relatório do Fortune Business Insights. Em 2024, esse setor foi avaliado em USD 28,75 bilhões. Esses números apontam uma alta demanda por plataformas democráticas de desenvolvimento a partir da entrega rápida com mínima codificação manual, ou seja, a criação e o gerenciamento de aplicações por usuários com pouca expertise em TI. 

Com o uso de grandes modelos de linguagem (LLMs), como Gemini e ChatGPT, e os avanços da inteligência artificial, surge a possibilidade de explorar oportunidades para remodelar significativamente um negócio com funcionalidades inovadoras através de aplicações corporativas desenvolvidas de forma descomplicada, acelerada e segura. Entre as principais vantagens da criação de aplicações nas empresas estão: interfaces visuais e intuitivas, custos reduzidos, otimização de tarefas, maior produtividade, flexibilidade, desenvolvimento multiplataforma, escalabilidade, segurança aprimorada e análises aprofundadas com base nos dados gerados. 

“A combinação do low-code com inteligência artificial está redefinindo a forma como as empresas desenvolvem e escalam suas aplicações. Hoje, não se trata apenas de acelerar o desenvolvimento, mas de permitir que equipes de negócio criem soluções robustas sem depender exclusivamente de especialistas em TI. Esse novo cenário possibilita maior flexibilidade, segurança e eficiência operacional, reduzindo custos e tempo de entrega. As empresas que souberem explorar essa sinergia estarão à frente na transformação digital”, explica Lucas Felisberto, VP LatAm de Vendas & CS da empresa global de software, Jitterbit. 

Lucas Felisberto, VP LatAm de Vedas & CS da empresa global de software, Jitterbit.

Uma pesquisa feita pelo Gartner revelou que, neste ano, mais de 65% dos aplicativos serão desenvolvidos utilizando plataformas low-code. Assim, a adoção de IA e a automação tecnológica implica expressivamente nos resultados gerados, na eficiência operacional e na agilidade dos processos. A Jitterbit, por exemplo, vem atuando na indústria com o desenvolvimento de soluções robustas de maneira simplificada e ágil através de suas soluções, como o  App Builder, permitindo a redução de custos, aumento da produtividade e fortalecimento da segurança operacional. Marcas como Cal-Maine FoodsZeppelin SystemsiHeartMedia e Etiya, já apostam nesse tipo de desenvolvimento simplificado e ao mesmo tempo robusto. 

“Estamos entrando em uma era onde inovação e acessibilidade tecnológica caminham juntas. O low-code democratiza o desenvolvimento de software, enquanto a IA potencializa suas capacidades. Isso significa que organizações de todos os portes podem otimizar seus processos, experimentar novas funcionalidades rapidamente e escalar suas operações de maneira inteligente, isso tudo ainda desafogando os times de TI, porém sem com que eles percam o gerenciamento disto. A velocidade e a flexibilidade dessas plataformas são diferenciais estratégicos para quem busca competitividade no mercado atual”, conclui Lucas. 

Investimentos em Infraestrutura de Dados define o futuro digital das empresas 

Segundo informações da IDC, movimentação no setor deve ultrapassar US$ 1,1 bilhão em 2025 

A infraestrutura de dados é a base para que as empresas evoluam e se adaptem ao mundo digital. Sem uma estrutura bem definida, questões como falhas, lentidão e perda de informações podem comprometer tanto a operação quanto a competitividade no mercado.  Para se ter uma ideia, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Softwares (ABES), negócios que apostam em serviços de TI aumentam a eficiência operacional em 70% e reduzem em 40% os custos com falhas e downtime, tempo em que um sistema, processo ou atividade é temporariamente interrompido. 

É pensando nisso que empresas do segmento têm realizado investimentos constantes na área. De acordo com informações da IDC, a movimentação financeira do setor de tecnologia da informação deve ultrapassar US$ 1,1 bilhão em 2025.  Só no ano passado, o Brasil ultrapassou a Coreia do Sul e a Itália e voltou a estar entre as 10 potências globais em tecnologia, com US$ 50 bilhões em investimentos. 

Para Ariel Salles, VP de Tecnologia da Avivatec, especialista em soluções de tecnologia, a infraestrutura de dados deve ser tratada como uma prioridade dentro das empresas, pois impacta diretamente a competitividade e a capacidade de inovação. “Investir em uma infraestrutura de dados robusta não é apenas uma questão de tecnologia, mas uma estratégia importantíssima para garantir que as empresas possam se adaptar rapidamente às mudanças do mercado, melhorar a tomada de decisões e impulsionar a inovação”, comenta. 

Isso porque, apesar dos avanços, muitas empresas ainda enfrentam desafios na modernização de seus sistemas, como a falta de integração entre plataformas antigas e novas. Além disso, o crescente volume de dados exige soluções cada vez mais sofisticadas para armazenamento e análise, o que pode tornar a migração para a nuvem mais complexa.  

“As soluções em nuvem oferecem a flexibilidade e escalabilidade necessárias não apenas para acompanhar, mas para antecipá-las garantindo uma vantagem competitiva. Combinadas com o uso de inteligência artificial, essas soluções tornam os processos mais ágeis e eficazes, além de otimizar a tomada de decisões.”, explica. 

Para superar essas barreiras, as empresas devem adotar estratégias de modernização que combinem inovação e eficiência operacional. A migração para a nuvem reduz a dependência de infraestruturas físicas e permite a automação de processos, trazendo ainda mais agilidade e precisão nos processos, enquanto a governança de dados assegura a conformidade regulatória e a mitigação de riscos. 

É nesse contexto que a estruturação também maximiza o potencial do uso de IAs nas organizações, permitindo um melhor treinamento de modelos e resultando em decisões mais assertivas para garantir qualidade, precisão e insights valiosos. Sem uma base sólida, a IA pode gerar resultados inconsistentes e pouco confiáveis, comprometendo a eficiência operacional e a capacidade de inovação das empresas. 

“Uma infraestrutura de dados bem regulada permite que as empresas acompanhem as mudanças e as antecipem, criando oportunidades. Ao adotar tecnologias como inteligência artificial e big data, elas transformam dados em ativos estratégicos, impulsionando a inovação e fortalecendo a competitividade no mercado, fatores de extrema importância para o sucesso a longo prazo.”, conclui Ariel. 

ABINC reúne especialistas na Inatel para discutir o futuro da indústria conectada e lança pesquisa inédita de IoT

Especialistas debateram como o IoT, os Data Spaces e o Open Industry deverão impulsionar a conectividade e a sustentabilidade de setores como saneamento, energia, agricultura e meio ambiente

“O futuro da indústria conectada e sustentável no Brasil terá de passar por tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Data Spaces e iniciativas de Open Industry — que serão capazes de transformar setores essenciais como saneamento, energia, agricultura e meio ambiente”, previu o presidente da ABINC, Paulo Spaccaquerche, durante o Fórum IoT Practices, realizado no Inatel, nesta terça-feira (9), em Santa Rita do Sapucaí. Com foco em aplicações práticas, especialistas debateram como o uso de sensores, automação, monitoramento remoto e compartilhamento seguro de dados já está mudando a operação de empresas em todo o país. O encontro ainda contou com a apresentação oficial da pesquisa “Panorama do IoT no Brasil 2025”, lançada em primeira mão, na Inatel, em celebração ao IoT Day mundial.

Um dos pontos centrais foi a apresentação do conceito de Data Spaces, espaços digitais seguros que viabilizam a troca estruturada e transparente de dados entre empresas e instituições. Para Rogério Moreira, diretor de tecnologia da ABINC, a criação desses ambientes é essencial em um cenário cada vez mais orientado à economia de dados. “Hoje, temos a IoT como um dos maiores geradores de dados. Mas, para que esses dados possam ser disponibilizados de forma segura e sem conflitos, é essencial saber exatamente onde eles estão. Por isso a importância dos catálogos de dados. Além disso, para que ocorra a troca de informações entre as partes, é necessário estabelecer regras claras, especialmente regras econômicas. É isso que fundamenta a governança dentro dos Data Spaces”, explicou.

Esse conceito está diretamente conectado ao Programa Open Industry, que será lançado oficialmente no final de abril com o objetivo de estabelecer um ecossistema de compartilhamento seguro de dados entre empresas industriais brasileiras. A iniciativa foca na criação de catálogos de dados, definição de protocolos de interoperabilidade e estabelecimento de regras para governança e segurança na troca de informações.

Outro destaque foi a digitalização no setor de saneamento, com foco no combate a perdas, detecção precoce de fraudes e vazamentos, além da otimização operacional. Francisco Portelinha, pesquisador do Inatel, demonstrou como sistemas compostos por sensores inteligentes, painéis analíticos e softwares especializados permitem que empresas tomem decisões antecipadas, evitando prejuízos e promovendo o uso eficiente dos recursos hídricos. Também foram apresentados cases de uso da IoT no controle remoto de chaves, religadores e gerenciamento de rede elétrica.

A sustentabilidade e o uso inteligente da água também estiveram em pauta com as apresentações de Thiago Teixeira Santos, pesquisador da EMBRAPA, Thiago Furtado de Oliveira, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Dario Prado, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Trivale Tecnologia e Tsen Chung Kang, Diretor de pesquisas de novos negócios do Grupo Jacto. Entre os exemplos, destacaram-se sensores multiparamétricos em reservatórios, boias de monitoramento da qualidade hídrica e sistemas automatizados de irrigação para uso racional da água da chuva.

A conexão entre inovação e sustentabilidade foi reforçada pelo professor Pedro Sérgio Monti do Inatel, que apresentou projetos de ponta em conectividade, como redes sensoriais, comunicação via luz visível, recarga remota de dispositivos IoT com drones e superfícies refletoras inteligentes para ampliação de sinal. As soluções exploram tecnologias como edge computing, energização via fibra óptica e comunicação óptica sem fio.

O evento ainda contou com a divulgação oficial da inédita “Panorama do IoT no Brasil 2025”, realizada pela ABINC e pelo portal TI Inside. O estudo revelou um crescimento expressivo no uso de Inteligência Artificial embarcada em soluções IoT — 81,7% das empresas fornecedoras já utilizam IA, sendo que 38% oferecem essas soluções ao mercado e 43,7% estão em fase de desenvolvimento. No entanto, os desafios ainda são significativos: o custo de implementação lidera as barreiras com 23,9% das menções, seguido por limitações na infraestrutura de conectividade (22,5%) e pela baixa adesão dos clientes (21,1%).