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Especialista prevê crescimento do eSIM com o número de unidades globais saltando para 195 milhões até 2026

eSIM promete transformar a maneira como dispositivos IoT se conectam globalmente, simplificando processos e ampliando a acessibilidade

Em webinar promovido pela Kore Brasil, em parceria com a Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), Julio Tesser, vice-presidente da KORE Wireless, destacou a previsão de crescimento exponencial do eSIM, com o número de unidades globais saltando de 22 milhões em 2023 para 195 milhões até 2026, um aumento de 780%. Ele atribuiu esse crescimento ao novo padrão GSMA – SGP.32, que simplifica a adoção da tecnologia. “Isso vai acelerar a adoção da tecnologia eSIM e vai facilitar bastante a dinâmica de fabricantes de dispositivos, de SIM cards, clientes e as próprias operadoras a trabalhar em um ecossistema um pouco mais simplificado”, afirma.

Julio aponta como uma tecnologia que promete revolucionar a conectividade global, especialmente no contexto de Internet das Coisas (IoT). Entretanto, segundo ele, ainda existem obstáculos significativos para sua adoção em larga escala e um deles tem sido a confusão em torno do que realmente é o eSIM. “É o SIM card soldável. Muitas vezes a sociedade confunde um pouco o conceito do eSIM com o conceito do MFF2, que é aquele componente que é soldável no equipamento, numa placa. O eSIM basicamente é uma solução, uma tecnologia, e ela pode ser aplicada tanto no SIM card plástico como no SIM card soldável”, explica.

Além dos benefícios técnicos, o novo padrão GSMA – SGP.32 também traz uma mudança significativa no controle da tecnologia, que passa a estar nas mãos dos fabricantes e clientes, sem a necessidade de intervenção direta das operadoras. “Esse novo perfil traz o controle da troca dos perfis à mão do fabricante do equipamento ou do cliente final que vai usar aquele equipamento. Então a troca se torna muito mais democrática e adequada à operação”, enfatiza.

Outro ponto abordado foi a relevância do eSIM para setores como automotivo, logística e utilities, onde a simplificação e democratização da tecnologia abrem novas possibilidades. “O padrão é simplificado na adoção. Antigamente, com o padrão GSMA – SGP.32, a necessidade de um SMS para a troca de perfil dificultava a adoção massiva do eSIM. Com o novo padrão, isso democratiza a adoção do eSIM e torna possível uma escala superinteressante”, explicou Tesser.

Júlio enfatizou que a adoção do eSIM não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para diversos setores, especialmente aqueles que operam em condições mais adversas ou que exigem maior eficiência energética, como o setor automotivo e o de petróleo e gás. “Esse novo padrão também massifica a adoção da tecnologia eSIM para aplicações narrowband e low power, o que é um outro fator extremamente vantajoso para a massificação dessa tecnologia”, acrescentou.

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sheerME e L’Oréal Produtos Profissionais Brasil se unem para digitalizar o setor de beleza

Nova plataforma será lançada no dia 12 de agosto, durante o primeiro L’Oréal Pro Summit

Pré-lançamento da plataforma Sal(ON) na Academia da L’Oréal São Paulo

sheerME e a L’Oréal Produtos Profissionais Brasil, com as marcas Kérastase, L’Oréal Professionnel e Redken, uniram-se para digitalizar o setor de beleza e bem-estar. Por meio de uma parceria inovadora, ambas desenvolveram uma plataforma white label chamada Sal(ON), gratuita para os profissionais de salão, cujo objetivo é impulsionar o negócio, facilitar os agendamentos e otimizar a gestão desses estabelecimentos.

A união surge a partir da visão de que, para digitalizar um setor ainda em processo de evolução nesta vertente, faz-se necessária a criação de uma solução que conecte os consumidores aos melhores salões e serviços à sua volta. Além disso, para garantir uma transição perfeita, é de suma importância oferecer todo o apoio e suporte para os usuários da plataforma.

“O consumidor de hoje é extremamente digital e tem aplicativos à disposição que trazem eficiência a qualquer hora, seja para pedir comida em casa, chamar um táxi ou reservar um hotel. No entanto, ainda não havia um aplicativo que proporcionasse essa mesma conveniência quando o cliente precisa de um salão de beleza, estética ou academia. É aí que a sheerME se diferencia das outras soluções no mercado. Nosso foco é levar benefícios ao consumidor cada vez que faz seu agendamento, através de cashback e valores oferecidos por parceiros em uma carteira virtual, permitindo ainda que o agendamento seja realizado sem qualquer limitação de horário, com confirmação imediata”, explica Miguel Alves Ribeiro, fundador e CEO da sheerME.  

Para os donos de salão e profissionais do setor, a superplataforma Sal(ON) powered by sheerME, desenhada para parceiros L’Oréal, oferece gestão de agendamentos, negócio e marketing, com o suporte da inteligência artificial para facilitar todo o trabalho, ajudando na retenção do cliente, aumentando a frequência de agendamento on-line e o valor médio gasto, tudo de forma gratuita.

A colaboração da sheerME com a L’Oréal Produtos Profissionais será anunciada no dia 12 de agosto, durante o L’Oréal PRO Summit 2024, no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera, em São Paulo. O encontro de imersão reunirá inovação, tecnologia e tendências para a indústria profissional, reafirmando o compromisso da divisão com o setor.

“O objetivo da nossa divisão de produtos profissionais na L’Oréal sempre foi encontrar um caminho de desenvolver o salão – nosso grande parceiro –, e uma das frentes mais interessantes é a digitalização do seu negócio. Por isso, poder oferecer uma plataforma gratuita para que todos os salões possam ter um sistema que otimize a gestão e proporcione uma melhor experiência e liberdade de agendamento para o consumidor é incrível. E isso só foi possível por conta da grande parceria da sheerME. Agora, o próximo passo é retroalimentar os salões utilizando nossa inteligência e os dados, para acelerar ainda mais seu crescimento e dar continuidade à nossa grande missão de suporte ao setor”, afirma Daniel Guerra, diretor Digital de L’Oréal Produtos Profissionais.

Revolução do setor

A sheerME e a L’Oréal Produtos Profissionais Brasil têm como ambição oferecer aos profissionais de salão a solução mais inovadora do mercado. Em constante evolução, a plataforma irá considerar o feedback e acompanhar novas tendências, sempre com a tecnologia mais moderna e integração com os maiores players tecnológicos do mundo como Google, Meta, Uber entre outros. A sheerME é especializada na criação de plataformas digitais, com uma experiência de mais de 12 anos, e agora soma sua expertise ao Grupo L’Oréal, que está no Brasil há 65 anos atuando diretamente com os salões de beleza.

“Para nós, esta parceria com a L’Oréal Produtos Profissionais tem sido incrível, pois nos desafiou a desenvolver uma plataforma que acreditamos que vai revolucionar o setor. Ela ajudará os profissionais de salão a aumentar tráfego e visitas, proporcionará maior conveniência e controle dos agendamentos dos serviços e permitirá que os consumidores encontrem, paguem e agendem tudo o que precisam a qualquer hora e em qualquer lugar, sempre com benefícios em uma carteira virtual. O compromisso da sheerME com a L’Oréal e com o setor é trazer continuamente inovação, conectando cada vez mais consumidores aos melhores serviços e produtos ao seu redor. O feedback do mercado será crucial para adaptar nosso produto às reais necessidades dos profissionais e consumidores de serviços e produtos de beleza”, finaliza Ribeiro.

O projeto terá início com cerca de 100 salões parceiros da L’Oréal Produtos Profissionais, localizados, principalmente, em São Paulo e Rio de Janeiro, antes de abrir a solução para o Brasil inteiro e outros países em que a L’Oréal opera. Serão direcionadas campanhas e benefícios para todos os consumidores que baixarem o superapp sheerME e o utilizarem para agendar serviços de beleza e bem-estar. Durante o mês de agosto, os consumidores que baixarem o app receberão R$50 na sua carteira virtual da sheerME, oferecidos pela L’Oréal Produtos Profissionais para agendamentos em salões parceiros selecionados que possuam a plataforma Sal(ON). A campanha está sujeita à limitação de usuários.

A sheerME conta, atualmente, com uma equipe de mais de 55 pessoas, das quais 25 estão no Brasil. Em apenas um ano após o lançamento da operação no país, a plataforma já ultrapassou os 250 mil usuários e  possui cerca de três mil parceiros. Presente em Portugal, Brasil e Espanha, a empresa ambiciona expandir suas operações para mais países em 2025.

Prime Control nomeia Marcio Viana como novo CEO

Everton Arantes assume posição de chairman, com foco maior M&A, inovação e expansão do portfólio de produtos; movimentação na liderança da companhia tem como foco expansão e crescimento

Marcio Viana, novo CEO da Prime Control

A Prime Control, empresa especializada em qualidade de software e automação de processos, anunciou nesta semana a nomeação de Marcio Viana como seu novo CEO. Viana, administrador com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Dom Cabral e especialista em Supply Chain pela University of British Columbia, traz uma vasta experiência de liderança adquirida em grandes empresas como Ponto Frio, AmBev, Vale, Ouro Verde e TOTVS.

Viana assumiu oficialmente a posição no início de julho, marcando uma nova fase de expansão e inovação para a Prime Control. Em sua trajetória profissional, ele se destacou por sua capacidade de gerir grandes contas e implementar estratégias eficazes de crescimento, o que foi crucial para sua nomeação.

Expansão e Inovação

Everton Arantes, que anteriormente ocupava o cargo de CEO, assume o posto de chairman, com foco maior em fusões e aquisições (M&A), inovação e expansão do portfólio de produtos. A mudança na diretoria visa fortalecer ainda mais o portfólio da companhia, com ênfase na automação de processos com inteligência artificial e machine learning, além de empoderar usuários finais para desenvolver soluções que facilitem o dia a dia corporativo.

“A Prime Control tem um caminho sólido de crescimento e expansão em seu core business, sendo uma empresa muito forte em qualidade de software e automação de processos. Naturalmente, chega o momento de nos reestruturarmos para dar o próximo passo e alçar voos ainda maiores. Esse é o objetivo da entrada do Viana”, explica Everton Arantes.

A expectativa é que, sob a liderança de Viana, a Prime Control possa crescer cinco vezes mais nos próximos cinco anos, atingindo um novo patamar de excelência e inovação. “Minha expectativa é de um crescimento exponencial, muito acima da média do mercado e dos nossos concorrentes. Vamos trabalhar diariamente para alcançar isso”, afirma Viana.

Sob a nova liderança, a empresa continua a fortalecer sua atuação em Quality Assurance e automação de processos, agora incorporando inteligência artificial e machine learning. A empresa também está investindo em dados e analytics para apoiar as empresas em suas jornadas de transformação digital. A nova liderança busca empoderar os usuários finais para que possam desenvolver pequenas automações e soluções que facilitem o dia a dia corporativo, mantendo sempre a governança e o guidance da área de tecnologia.

A expectativa é de um crescimento moderado em 2024, mas com um aumento significativo de 30% a 50% na receita a partir do próximo ano, segundo Everton Arantes. No último ano, a empresa manteve seu crescimento, projetando um aumento de 20% em seu resultado operacional, atingindo a casa dos R$ 50 milhões de receita bruta em 2023.

Paris 2024: IA está moldando os Jogos Olímpicos e elevando o padrão de performance

Mercado de análise esportiva, incluindo a IA, deve crescer para US$ 5,2 bilhões até 2028; veja como essa tecnologia está sendo utilizada na Olimpíada

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 destacam-se pela integração inovadora de tecnologias de Inteligência Artificial (IA) em diversas áreas, desde as transmissões ao vivo até o apoio a atletas e árbitros. O uso dessa ferramenta promete crescer ainda mais no universo esportivo e nas próximas Olimpíadas.

Conforme o relatório da MarketsandMarkets, o mercado de análise esportiva, que inclui a IA, deve crescer para USD 5,2 bilhões até 2028, com uma CAGR de 22,0%. Esses números refletem o potencial transformador da IA no esporte, não apenas no aspecto competitivo, mas também na maneira como os espectadores interagem e consomem conteúdo esportivo.

Em Paris 2024, a tecnologia de IA está sendo usada para personalizar e otimizar os treinos dos atletas. Equipamentos com sensores incorporados coletam dados em tempo real, permitindo que treinadores ajustem os programas de treinamento para maximizar o desempenho e minimizar o risco de lesões. Com essa análise detalhada, os atletas podem identificar áreas de melhoria e adaptar suas rotinas precisamente, mantendo-se no auge da forma física durante as competições.

“Nos Jogos Olímpicos 2024, a tecnologia está influenciando e revolucionando o treinamento esportivo. É possível observar como esses insights podem fazer a diferença, permitindo que os atletas atinjam novos níveis de desempenho enquanto minimizam o risco de lesões”, declara o especialista em dados e inovação e professor de MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Kenneth Corrêa.

4 áreas nas quais a IA está transformando a Olimpíada

  1. Transmissão ao vivo com IA

A NBCUniversal está liderando uma revolução nas transmissões dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 com a introdução do “OLI”, um sistema de chat impulsionado por IA. “Esse assistente virtual inteligente permite que os espectadores interajam naturalmente, fazendo perguntas sobre programação, informações de atletas e opções de visualização em tempo real”, completa Kenneth. 

Com a colaboração do Google, insights gerados por IA enriquecem a experiência dos espectadores, enquanto uma inovação fascinante é a recriação da voz do lendário locutor Al Michaels para narrar recapitulações diárias personalizadas na plataforma Peacock. Essas tecnologias oferecem uma experiência de visualização mais envolvente e personalizada.

  1. Parcerias tecnológicas avançadas

O Olympic Broadcasting Services (OBS) e a Alibaba estão transformando a visualização de replays olímpicos com o OBS Cloud 3.0, que utiliza IA para criar sistemas de replay multicâmera em 14 locais diferentes. Essa tecnologia oferece visualizações de vários ângulos e reconstruções 3D em tempo real, permitindo análises mais profundas e enriquecendo a experiência dos espectadores.

“Vale lembrar que pela primeira vez na história olímpica, o conteúdo será transmitido em Ultra Alta Definição (UHD), oferecendo uma experiência visual sem precedentes. Esta tecnologia não apenas enriquece a experiência do espectador, mas também serve como uma ferramenta educacional, permitindo uma compreensão mais profunda das técnicas e performances dos atletas” aponta o especialista.

  1. Análise de desempenho e previsão de lesões

A Intel está na vanguarda da análise de desempenho com sua tecnologia Gaudi AI, fornecendo insights instantâneos e personalizados para equipes olímpicas. Sensores biométricos e câmeras de alta velocidade capturam dados sobre o desempenho dos atletas, auxiliando treinadores em decisões táticas cruciais. O AthleteGPT, um chatbot alimentado por IA, oferece suporte logístico e estratégico aos atletas, enquanto a análise de dados ajuda a prever lesões e otimizar estratégias de recuperação.

“Com base nesses insights, os treinadores podem ajustar os regimes de treinamento, personalizar planos de recuperação e implementar medidas preventivas. Isso não apenas reduz o risco de lesões, mas também otimiza o desempenho de pico. Na natação, por exemplo, a IA pode analisar a técnica de braçada e sugerir micro-ajustes que podem fazer a diferença entre o ouro e a prata. Esta abordagem preditiva e personalizada está elevando o nível de cuidado com os atletas, permitindo que eles compitam no seu melhor, com menor risco de lesões”, afirma Corrêa.

  1. Auxílio à arbitragem

A IA está transformando a precisão das decisões de arbitragem nos Jogos Olímpicos. No mergulho, por exemplo, a tecnologia analisa cada movimento em milissegundos, fornecendo dados precisos sobre ângulos, rotações e entrada na água, reduzindo a margem de erro humano. Na ginástica, sistemas de visão computacional verificam a execução de movimentos complexos, oferecendo ferramentas adicionais para árbitros tomarem decisões mais informadas e consistentes.

Os especialistas ressaltam que a IA não está substituindo os árbitros humanos, mas sim fornecendo-lhes ferramentas adicionais para tomar decisões mais informadas e consistentes. “Esta abordagem híbrida combina a experiência humana com a precisão tecnológica, elevando o padrão de arbitragem e potencialmente reduzindo controvérsias em esportes onde o julgamento subjetivo tem sido historicamente um desafio”.

O que esperar das Olimpíadas de Los Angeles 2028?

Com o sucesso da integração da IA nos Jogos de Paris 2024, as expectativas para Los Angeles 2028 são altas. Espera-se uma maior adoção de tecnologias de IA, expandindo ainda mais as capacidades de análise e personalização no esporte. A inovação tecnológica promete transformar não apenas o desempenho dos atletas, mas também como o público global se conecta com os Jogos.

“A IA deve continuar a evoluir em áreas como a realidade aumentada e virtual, oferecendo experiências imersivas para os espectadores em casa. Além disso, a implementação de tecnologias sustentáveis e eficientes em termos energéticos será uma prioridade, alinhando-se com os objetivos ambientais das futuras edições olímpicas”, prevê o professor. 

À medida que a IA avança, o potencial para novas descobertas em treinamento, recuperação e análise de dados é ilimitado. “Os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028 serão um testemunho do poder transformador da tecnologia no esporte, continuando a inspirar e conectar o mundo através do espírito olímpico” conclui Kenneth. 

Fonte: Agência Temma

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ISO de inovação: o que muda com a chegada da ISO 56001?

Por Alexandre Pierro*

A ISO 56002, também conhecida como ISO de Inovação, já se tornou uma grande aliada das empresas ao redor do mundo que querem inovar de forma estruturada e segura, mantendo seu destaque no mercado. Grandes cases de sucesso no mundo – e aqui no Brasil – já foram construídos com o apoio desta metodologia e, agora, mais uma novidade está a caminho para contribuir ainda mais com o fomento do potencial inovador das empresas: a ISO 56001. Ambas possuem propósitos semelhantes, mas existem diferenças consideráveis entre elas que precisam ser compreendidas antes de se ingressar nessa jornada.

Desenvolvida pela organização não governamental International Organization of Standardization (ISO), a ISO 56002, que foi publicada em 2019, trata-se de uma metodologia de diretrizes para a inovação, a qual, através da aplicação de um diagnóstico, fornece as melhores orientações capazes de alavancar a empresa em seu segmento e potencializar a conquista de resultados cada vez melhores.

Testada e aprovada por mais de 164 países, ela foi adotada por cerca de 600 empresas em todo o mundo e contém uma metodologia flexível e adaptável conforme cada perfil e necessidades, o que permite que cada negócio escolha qual caminho faz mais sentido de acordo com sua realidade e expectativas. Sua certificação não é obrigatória, mas, se desejar, a empresa pode contratar um organismo certificador e passar por uma auditoria de certificação. Quando aprovada, recebe uma certificação via atestado de conformidade.

Do outro lado, a ISO 56001 é uma norma de requisitos no desenvolvimento de um sistema de gestão para a inovação, com previsão de ser oficialmente publicada em setembro de 2024. Por se tratar de uma norma de requisitos, é possível que, no futuro, ela venha a ter a acreditação do Inmetro, que é o órgão máximo de padronizações no Brasil.

Neste caso, o Inmetro irá auditar os organismos certificadores, conferindo ainda mais rigor ao processo. Após essa fase, as certificadoras poderão emitir um certificado via acreditação para as empresas que cumprirem os requisitos na ISO 56001. Para muitos, ter a chancela do Inmetro é um ponto extremamente favorável, uma vez que traz mais segurança e confiabilidade ao processo.

Em termos práticos, não há grandes diferenças entre as duas normas. Enquanto a ISO 56002 possui um viés mais brando, a ISO 56001 traz uma proposta mais rigorosa. A ISO 56002 expressa, claramente, que a inovação pode ser adotada em serviços, produtos, processos, ou na combinação de mais de um desses, sempre levando em consideração que haja a geração de valor ao negócio. Já a ISO 56001 busca fomentar qual a intenção de inovação – ou seja, o que espera realmente conquistar com isso.

Podem parecer conceitos semelhantes, mas a profundidade proposta pela ISO 56001 é muito maior, abrangendo critérios de cultura e engajamento, além de propriedade intelectual com conceitos bem mais estruturados. Afinal, uma marca que busca inovar não precisa almejar apenas lucro, mas também mirar em uma maior satisfação de seus clientes, melhorar a experiência de compra, melhorar a captação de recursos de fomento à inovação ou, até mesmo, aumentar o valor de sua marca. O que vale, aqui, é a intenção por trás desta jornada.

De um lado, temos uma metodologia que traz em seu propósito um discurso de diretriz, orientando os empreendimentos sobre o que mais convém conforme suas metas. Do outro, uma norma mais rigorosa, conduzindo os caminhos a serem seguidos de uma forma mais imperativa, com foco nos resultados.

Essa visão, contudo, não quer dizer que uma é melhor que a outra, uma vez que tanto a ISO 56001 quanto a ISO 56002, são capazes de trazer excelentes resultados às empresas – desde que seu desenvolvimento seja conduzido de forma estruturada, planejada e aberto à ajustes caso necessários. A escolha entre uma e outra só depende do momento e dos objetivos de cada empresa.

O que realmente importa, na prática, é a geração de valor conquistada através deste processo, de forma que haja uma percepção nítida de resultados melhores que agreguem valor ao negócio, seja em termos financeiros, no aumento no número de clientes, redução de gastos ou outros aspectos relevantes.

Afinal, é com a ISO 56002 que as empresas conseguirão abrir seus caminhos nessa jornada e, junto à ISO 56001, pavimentar essa trilha estabelecendo passos mais seguros e concretos na tomada de decisões. O que também não quer dizer que seja necessário adotar primeiro uma e depois a outra.

Com essa diferença desmistificada, fica mais fácil identificar como ambas podem trazer resultados incríveis para o crescimento organizacional, cabendo a cada negócio decidir quais ações fazem mais sentido conforme sua realidade e expectativas. Independentemente da norma escolhida, as empresas que adotarem essa metodologia de inovação, certamente, estarão muito mais preparadas para aproveitar oportunidades em seus mercados de atuação.

*Alexandre Pierro é mestrando em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e especialista de gestão da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.

ABINC anuncia Hub de IoT no Futurecom 2024 com foco em impulsionar a transformação digital no Brasil e na América Latina

Associação Brasileira de Internet das Coisas promove, pelo terceiro ano consecutivo, um espaço dedicado a promover contatos, facilitar soluções e fortalecer diálogos dentro do Futurecom

Pelo terceiro ano consecutivo, o Futurecom recebe o ABINC SUMMIT como um importante Hub de IoT na maior feira de tecnologia da América Latina. Com um espaço dedicado a promover contatos, facilitar soluções e fortalecer diálogos, a ABINC promoverá um centro de debates sobre Internet das Coisas (IoT).

Thabata Mondoni, Diretora de Marketing da ABINC, destaca que esta é uma parceria consolidada há muitos anos com Hermano Pinto, diretor do Futurecom e conselheiro da ABINC. “A edição do ano passado nos trouxe grandes avanços e conexões significativas, posicionando-nos como um hub de soluções tecnológicas de ponta”.

Para 2024, Thabata reforça que as expectativas são ainda maiores, com planos de ampliar iniciativas e fortalecer ainda mais os diálogos e parcerias estratégicas. Segundo a diretora de Marketing, a participação da ABINC no Futurecom 2024 reflete o compromisso contínuo da associação com a inovação e o desenvolvimento do ecossistema de IoT. “Esta é a terceira edição do Futurecom em que participamos, não apenas como um Hub de IoT e levando nosso Summit para dentro da feira, mas também como curadores dos conteúdos apresentados nos painéis”, comenta.

A Arena ABINC contará com sete ambientes, sendo cinco temáticos e dois exclusivos, focando em ecossistemas como Agronegócio, Manufatura 4.0, Saúde, Smart Cities e Conectividade. Os expositores trarão todas as novidades desses setores, proporcionando um espaço dinâmico e interativo para os visitantes.

A feira também será palco da 7ª edição da cerimônia anual do Prêmio ABINC de IoT, onde serão anunciadas as melhores iniciativas de IoT de 2024 nas categorias: Startups, Empresas Consolidadas e Acadêmica. De acordo com Thabata, o prêmio tem como objetivo estimular o mercado a explorar as possibilidades que a IoT proporciona em qualquer segmento, assim como promover a divulgação de casos reais e seus resultados, aproximar mercado e fornecedores de soluções, dar visibilidade e fortalecer o ecossistema de IoT brasileiro.

Flavio Maeda, Vice-Presidente da ABINC comenta que o Prêmio IoT ABINC sempre buscou exemplificar para a sociedade e para o meio empresarial os benefícios da aplicação das tecnologias que compõem a Internet das Coisas, sem focar, no entanto, nas tecnologias em si, mas sim nos resultados das aplicações e soluções que elas viabilizam. “Buscamos incentivar e encorajar a inovação e o desenvolvimento tecnológico, tanto no setor privado quanto no público. A chegada de novas formas de conectividade como o 5G e redes satelitais, especialmente dedicadas a IoT, vêm também contribuindo para a diversificação e ampliação de casos de uso e, por consequência, de projetos inscritos para o Prêmio IoT ABINC”, ressalta.

Em 2023, o Futurecom reuniu cerca de 250 marcas expositoras, que apresentaram as mais eficientes soluções tecnológicas aplicadas em diversos setores da economia. Durante os três dias de evento, 32 mil visitantes exploraram nove palcos, assistiram a 800 palestras e absorveram mais de 200 horas de conteúdo.

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TransUnion Brasil anuncia Rayane Conde como Head de Estratégia e Planejamento

A TransUnion Brasil, empresa global de informações e insights que atua como DataTech, anuncia Rayane Conde como nova Head de Estratégia e Planejamento. Formada em Economia pela Fundação Getúlio Vargas e mestre pela Barcelona School of Economics, Rayane tem mais de 12 anos de mercado e iniciou sua jornada na TransUnion em 2018.

Em sua nova função, será responsável por liderar projetos estratégicos que visam o crescimento da companhia, dando suporte executivo nos negócios da TransUnion no Brasil. Rayane atuará ao lado de Karl-Eric Zimniok, Vice-Presidente de Estratégia Internacional, e do Presidente Regional, Juarez Zortea, na definição da estratégia de expansão para a região.

“Estou muito honrada com este desafio de liderar a estratégia de crescimento da TransUnion no Brasil. O mercado de crédito brasileiro é um dos maiores do mundo, e requer cada vez mais soluções e informações que apoiem as tomadas de decisão e eficiência operacional. Tenho como objetivo conduzir iniciativas estratégicas para gerar ainda mais valor agregado aos nossos clientes, e identificar novas avenidas de crescimento para a companhia no Brasil. Nossa estratégia é atender às necessidades dos nossos clientes a partir de uma abordagem consultiva, portfólio robusto de soluções, tecnologia e dados, promovendo a construção de confiança entre essas empresas e seus consumidores”, afirma a executiva.

TGT ISG: otimização de custos da implementação de IA generativa é principal desafio dos fornecedores de serviços de nuvem híbrida

Estudo ISG Provider Lens™ indica que demanda por novas tecnologias impulsionou a migração de cargas de trabalho para a nuvem no último ano

Os orçamentos de TI estão sob pressão devido ao aumento do consumo de serviços em nuvem, impulsionado principalmente pela demanda empresarial por novos aplicativos, análise de dados avançada e IA generativa. A governança moderna de TI deve transferir a responsabilidade de aprovação e a responsabilização pelos custos da nuvem para as unidades de negócios que utilizam esses serviços. Essa é a conclusão da nova edição do estudo ISG Provider Lens™ Private/Hybrid Cloud – Data Center Services, distribuído pela TGT ISG no Brasil.

“As empresas devem repensar sua abordagem à criação e gestão do orçamento de TI”, explica Pedro L. Bicudo Maschio, distinguished analyst da ISG e autor do estudo TGT ISG. “O custo é um fator significativo, e a elevada demanda por IA generativa sugere que reduções substanciais de custos podem levar algum tempo para se materializarem. No longo prazo, a IA generativa será uma commodity de uso generalizado. Entretanto, as organizações não estão incluindo a IA generativa em seus orçamentos e estão tentando decidir quem deve pagar pelos exercícios de IA generativa. Em última análise, seu financiamento é transferido para a TI”.

De acordo com o relatório, a maioria dos executivos quer entender como a IA generativa mudará os negócios e as operações diárias. Em 2023, a IA generativa assumiu um papel central, quando muitas empresas estabeleceram metas de redução de custos para gastos com TI.

“Em 2023, as empresas reduziram o investimento em inovação para priorizar modernizações que reduzam custos, como a reformulação de aplicativos. O estudo observou que muitas cargas de trabalho foram transferidas da nuvem pública para hospedagem gerenciada, com um aumento na demanda por servidores dedicados”, explica Pedro. “Outras cargas de trabalho foram migradas de um fornecedor de nuvem para outro, com foco na redução de custos unitários de serviço e, ao mesmo tempo, na obtenção de incentivos e promoções”.

Compreender os custos e benefícios da IA generativa exige uma análise detalhada para distinguir entre o hype e a realidade. Segundo o estudo, a IA generativa está amplamente disponível na nuvem, com todos os fornecedores de plataforma de nuvem (hiperescaladores) oferecendo grandes modelos de linguagem (LLMs). Startups e grandes empresas podem utilizar esses modelos para desenvolver casos de uso de IA generativa, aumentando assim a demanda por data centers que hospedarão computadores para IA generativa.

Além disso, o relatório explica que a área ocupada pelos data centers nas empresas continua diminuindo. No entanto, o destino alternativo não se limita à nuvem pública. As empresas podem optar por tecnologias de nuvem em hospedagem gerenciada e instalações de colocation que oferecem conexões diretas com fornecedores de nuvem pública. Isso permite que os clientes distribuam aplicativos em diversos locais e troquem dados por meio de links privados, sem expor nenhuma informação na Internet pública.

No quadrante Managed Services — Large Accounts, a adoção da nuvem híbrida é evidente, com um número baixo de grandes empresas totalmente comprometidas com a nuvem pública. Essas empresas operam muitos aplicativos legados que não são adequados para execução na nuvem pública, como aqueles em servidores RISC (computador com conjunto reduzido de instruções), mainframes e aplicativos Java desenvolvidos há mais de 20 anos.

“Na maioria dos casos, não há justificativa comercial para substituir aplicativos antigos. As grandes empresas preferem adotar uma arquitetura de nuvem híbrida, escolhendo a melhor opção para cada caso e colocando cada aplicativo na plataforma com melhor custo-benefício. Grandes empresas, como bancos, normalmente utilizam três nuvens públicas, SaaS e soluções de hospedagem, além de manter data centers locais”, comenta o autor.

No entanto, as empresas estão gradualmente esvaziando seus data centers sem pressa em desativá-los. O relatório revela que a situação varia significativamente para as empresas de médio porte. No quadrante de Managed Services — Midmarket, o ISG observou esforços mais intensos para redução de custos, incluindo a migração de cargas de trabalho entre nuvens e para hospedagem gerenciada. As empresas desse segmento incluem varejistas e e-commerces com logística robusta em todo o Brasil, exigindo alta disponibilidade. Para a maioria das empresas de médio porte, a interface do usuário é um navegador, com uso mínimo de aplicativos legados.

“Embora as empresas do mercado de médio porte sejam grandes usuárias de nuvem pública, a realocação de alguns aplicativos para soluções de hosting modernas e o consumo de bare metal como serviço são muito comuns. Os clientes do mercado de médio porte preferem terceirizar serviços gerenciados para um único fornecedor, confiando nele como consultor para a melhor arquitetura de serviços”, esclarece Pedro.

Como observado no ano passado, o bare metal como serviço provou ser uma opção atraente para a otimização de custos operacionais de determinados aplicativos. Este ano, o relatório notou um aumento no número de fornecedores oferecendo bare metal, com alguns aprimorando seus portfólios ao incluir mais opções e ferramentas de acesso remoto para facilitar o consumo desse serviço pelos clientes.

Adicionalmente, o relatório explica que, após a aquisição da VMware pela Broadcom em 2023, as condições de licenciamento e preços mudaram para um modelo de assinatura, impactando de forma variada os fornecedores de hosting gerenciado. Alguns planejam substituir o VMware pelo Red Hat OpenStack devido a custos mais baixos. “A mudança pode beneficiar os principais parceiros da VMware, mas ainda é cedo para avaliar os benefícios para os clientes”, finaliza.

O relatório ISG Provider Lens™ Private/Hybrid Cloud — Data Center Services 2024 para o Brasil avalia as capacidades de 43 fornecedores em quatro quadrantes: Managed Services for Large Accounts, Managed Services for Midmarket, Managed Hosting e Colocation Services.

O relatório nomeia Edge UOL, Equinix, SBA Edge e T-Systems como Líderes em três quadrantes cada, enquanto Kyndryl e TIVIT são nomeados como líderes em dois quadrantes cada. Accenture, Ascenty, Capgemini, Dedalus, EVEO, inov.TI, ODATA, Scala Data Centers, Skymail, Under e Wipro são nomeadas Líderes em um quadrante cada.

Além disso, a HostDime é nomeada Rising Star — uma empresa com um “portfólio promissor” e “alto potencial futuro” pela definição do ISG — em dois quadrantes, enquanto Elea Data Centers, Takoda e V8.Tech são nomeadas como Rising Stars em um quadrante cada.

Versões personalizadas do relatório estão disponíveis em DataEnvElea Data CentersEVEOinov.TISBA EdgeScala Data Centers, Takoda e Under.

Entenda a diferença entre fundo proprietário e fundo privado no investimento em startups

Segundo Cofundadora da Start Growth, que tem R$ 10 milhões destinados a empresas inovadoras, é recomendável conhecer características de cada fundo antes de buscar financiamento

Marilucia Silva Pertile, mentora de startups e cofundadora da Start Growth

Contar com recursos de terceiros acaba sendo uma estratégia comum e muito desejada por boa parte das startups, afinal de contas, para que o negócio possa crescer rapidamente é preciso que haja investimento. A questão é que existem algumas diferenças entre os fundos disponíveis no mercado, inclusive quando se tratam de fundos proprietários ou privados, e é importante entender quais são elas.

 Segundo Marilucia Silva Pertile, mentora de startups e cofundadora da Start Growth, que apoia fundadores visionários de startups na jornada para o próximo nível, combinando expertise, capital e experiência, um fundo proprietário, como o da Start Growth, é formado exclusivamente por capital próprio. “Trata-se de um fundo totalmente financiado pelos sócios da Start Growth, que acumula R$ 10 milhões destinados a investir diretamente em startups inovadoras e de alto potencial. Com isso, o primeiro ponto positivo é que conseguimos tomar decisões rápidas e eficientes”, conta. 

A especialista explica que, diferente de um fundo proprietário, um fundo privado não é formado apenas por capital próprio, mas por capital de pessoas que estão fora do negócio, como investidores privados ou institucionais. “O que acontece é que enquanto um fundo proprietário permite mais flexibilidade e autonomia com relação às decisões e negociações com o empreendedor, um fundo privado terá mais burocracia e lentidão, pois é preciso consultar mais investidores antes de aprovar algumas definições”, explica Marilucia. 

Além disso, a especialista afirma que um fundo proprietário normalmente investe de forma estratégica procurando sinergia com suas próprias operações, enquanto um fundo privado tem somente objetivos financeiros. “Isso também influencia o prazo de investimento, pois um fundo proprietário pode priorizar o desenvolvimento de uma parceria de longo prazo  ao retorno rápido, enquanto um fundo privado tende a determinar um período específico com uma expectativa clara de saída”, menciona a mentora. 

Marilucia ressalta que, no momento, o Programa de Investimento da Start Growth, com base em seu fundo proprietário, está disponibilizando R$ 10 milhões para novas startups brasileiras. “Queremos apoiar empreendedores visionários que estão prontos para levar suas ideias ao próximo nível e, além do capital, oferecemos suporte estratégico “mão na massa” com um método próprio para ajudar as startups a se desenvolverem e escalarem suas operações ao próximo nível”, detalha. 

Até 15 de agosto, empreendedores com soluções em HRtech, FINtech, EDUtech, DATAbase, MARtech, HEALTHtech ou startups B2B, B2C, B2E, B2B2C ou C2C em estágio inicial (early stage) inovadoras e de alto potencial podem participar do edital de investimento e aceleração. “Basta preencher o formulário em nosso site www.startgrowth.com.br e nos contar sobre a sua startup”, finaliza.

Uso da IA no e-commerce precisa manter o fator humano para evitar problemas, alertam especialistas durante Fórum E-Commerce Brasil 2024

Mercado Livre e GoBots destacaram como implementação de inteligência artificial no e-commerce ainda depende de expertise humana para ser eficiente, mesmo em meio às evoluções

Há cerca de 12 anos, o Mercado Livre começou a implementar a inteligência artificial em seus processos. Hoje, segundo o diretor de tecnologia da companhia, Daniel Ambrósio, a IA é utilizada em quase todos os processos, desde sugestão de títulos para anúncios, até a categorização do anúncio em tópicos mais entendíveis para o público final, aumentando vendas e garantindo a melhor experiência do cliente. Mesmo com o alto uso da tecnologia pelo marketplace do Mercado Livre, ele destaca que o papel de ensinar a IA como se comportar segue sendo do ser humano e que erros podem prejudicar as companhias.

Em fevereiro deste ano, a Air Canada perdeu um processo na justiça após um cliente comprovar que foi mal-instruido pelo chatbot da companhia aérea. Ao questionar o robô, o usuário foi informado que poderia ser reembolsado após a viagem por uma passagem comprada, contanto que o pedido fosse feito em até 90 dias, informação que, segundo a Air Canada, está incorreta. A derrota nos tribunais foi declarada pois, segundo o juiz, o chatbot não é responsável por suas próprias decisões e ações e a Air Canada é responsável por treiná-lo de forma errônea.

Esse é apenas um dos exemplos recentes de como o uso da IA para atendimento a clientes precisa de atenção. Segundo CEO da GoBots, Victor Hochgreb, empresa responsável pela implementação de modelos de IA no Mercado Livre e Casas Bahia, o futuro do uso da IA no e-commerce está diretamente conectado à habilidade do ser humano de utilizá-la. “A preocupação principal é que não podemos nos tornar preguiçosos e querer que a IA resolva tudo. O ChatGPT sozinho não sabe o que você precisa; esse é o papel do humano, de pensar, ser criativo, saber a dor do momento e saber o que perguntar para receber um auxílio da inteligência artificial”.

Segundo Victor, os marketplaces mais maduros utilizam a IA para potencializar o atendimento ao cliente, por meio de chatbots e sugestões personalizadas. “Se você entra em uma loja vazia e fica com alguma dúvida sobre o produto e não há ninguém para te ajudar, você vai embora sem levar nada. No e-commerce, ter essa opção de diálogo potencializa as vendas”.

Especialistas concordam: não precisa ser o Mercado Livre para implementar IA

O CEO da GoBots destaca que a IA vai favorecer quem já tem muitos dados, expertise e uma infraestrutura de tecnologia. Por outro lado, os modelos de linguagem em grande escala tornaram a inteligência artificial muito mais acessível. “Antes, você precisava ter diversas fotografias para identificar um fungo ou praga em uma planta, por exemplo, algo que o hoje o ChatGPT consegue fazer em segundos com apenas uma foto e uma pergunta”.

Para quem está começando, Daniel recomenda que a inteligência artificial comece a ser incorporada com o uso de ferramentas de produtividade para a equipe de desenvolvedores, uma vez que ferramentas de negócio dependem de grandes companhias para implementação ou criação. “As big techs já usam IA há muito tempo. A diferença é que, quando a OpenAI lança o ChatGPT, o paradigma muda, porque essa tecnologia sai da mão das big techs e se torna acessível para todos nós”.

“É importante reforçar que a IA não é mágica, ela pode causar problemas e, por isso, é essencial o cuidado com a sensibilidade das informações que são compartilhadas com a inteligência artificial”, finaliza Victor.