O Fórum E-Commerce Brasil, a ser realizado no Distrito Anhembi de 30 de julho a 01 de agosto de 2024, espera atrair 25.000 inscritos e mais de 12 mil empresas. Desde sua criação em 2010, o evento tem crescido em impacto e participação de profissionais do setor. Em sua 15ª edição, a expectativa é superar os R$ 1,2 bilhão em negócios gerados no ano passado.
O evento contará com mais de 350 palestras distribuídas em cinco palcos. “Estamos extremamente entusiasmados em levar o Fórum E-Commerce Brasil para o Distrito Anhembi. Este aumento em tamanho e capacidade nos permite oferecer uma experiência ainda mais rica e completa aos participantes”, afirmou Tiago Baeta, fundador do E-Commerce Brasil.
A curadoria das palestras é minuciosa, com cada conteúdo sendo analisado individualmente para garantir relevância e aplicabilidade. “A curadoria é feita de forma artesanal, com cada conteúdo sendo analisado individualmente”, explicou Baeta. Entre os palestrantes confirmados estão Fernando Yunes, SVP do Mercado Livre; Daniela Cachich, Presidente da Beyond Beer – Ambev; e Yuri Ramos, Program Director Industry do MIT.
Além das palestras, o Fórum contará com um Salão de Negócios com mais de 270 estandes de patrocinadores, workstations para reuniões e espaços de descompressão, promovendo networking e desenvolvimento de negócios.
Com o tema “A arte do E-commerce”, a edição de 2024 destaca a integração entre tecnologia e humanidade. “Queremos homenagear todos os envolvidos no e-commerce, transformando-o em um verdadeiro estado da arte”, destacou Baeta.
Especialista da Alura alerta sobre o poder de persuasão da técnica e ensina a identificar conteúdos falsos que podem viralizar e propagar desinformação
O uso da Inteligência Artificial (IA) para modificar vídeos e imagens reais e criar conteúdos falsos, técnica conhecida como deepfake, cresceu 830% no Brasil no último ano, aponta relatório da Sumsub, plataforma de verificação de identidade. Fabrício Carraro, Program Manager da Alura, maior ecossistema de educação em tecnologia, destaca que, embora a IA tenha sido desenvolvida para trazer mais eficiência e agilidade ao cotidiano, ela também tem sido utilizada de forma maliciosa, levando pessoas a acreditarem em vídeos e áudios com conteúdos manipulados.
Segundo o especialista, deepfakes permitem a sobreposição de rostos e vozes em produções audiovisuais, ao sincronizar os movimentos dos lábios e expressões faciais de maneira realista, o que dificulta distingui-lo do vídeo original, fazendo com que muitas pessoas acreditem nesses conteúdos e acabem sendo vítimas de golpes financeiros ou disseminando desinformação, como as fake news.
“Quem nunca viu um vídeo de um candidato político ou uma personalidade agindo de forma negativa? Esse tipo de conteúdo pode ser deepfake. Por isso, é crucial exercer sempre um nível saudável de ceticismo e saber identificar essas falsificações, para que menos pessoas sejam enganadas e repercutam informações equivocadas“, ressalta Carraro.
Para auxiliar as pessoas a não caírem nesses golpes, o especialista em inteligência artificial listou 5 dicas de como identificar uma deepfake. Confira:
Verifique a fonte das informações
Saber de onde vem uma informação antes de compartilhá-la ou mesmo acreditar nela é o primeiro passo para não cair em deepfake mal-intencionada. Carraro indica sempre utilizar fontes confiáveis e reconhecidas no momento de se informar, como sites de notícias estabelecidos e organizações respeitáveis.
“Procurar evidências que corroborem aquele assunto em mais de um canal e comparar esses conteúdos, com certeza será essencial para certificar que se trata de algo real”, complementa.
Analise o conteúdo detalhadamente
Examinar cuidadosamente o vídeo ou a imagem em questão é outra forma de encontrar manipulações. Achar inconsistências no conteúdo, como distorções visuais, cortes abruptos, falhas de áudio ou edições suspeitas, é um grande ponto de atenção.
Para o especialista, os detalhes são a chave para essa análise. “Deepfakes podem ter pequenas falhas que são detectadas com uma observação minuciosa. Fique atento desde as expressões faciais e movimentos corporais das pessoas dos vídeos até contextos do cenário”, pontua.
Utilize outras tecnologias para identificar deepfakes
Muitas ferramentas podem impulsionar a supervisão humana para aumentar a precisão na detecção de deepfakes. Carraro ressalta que os algoritmos dessas tecnologias podem ser capazes de ajudar a identificar possíveis sinais de manipulação, complementando a revisão dos humanos sobre as suspeitas.
“A análise forense de vídeos, assinaturas digitais e marcas d’água são apenas alguns dos recursos que podem ajudar a verificar a autenticidade de materiais digitais e ser grandes aliados na luta contra o uso incorreto da IA”, enfatiza o especialista.
Consulte especialistas sobre o tema
Com o fomento da IA, mais pessoas buscam se aprofundar no tema. Muitas delas podem oferecer insights e análises técnicas para ajudar a determinar se o conteúdo é genuíno ou um deepfake.
“Se estiver em dúvida sobre a autenticidade de uma informação, não hesite em consultar especialistas em análise de mídia ou segurança cibernética”, aconselha.
Promova a literacia digital
Educar-se sobre o assunto também é um passo importante, não só para que a própria pessoa não acredite em vídeos modificados, mas também ajude a conscientizar a população sobre o tema. Familiarizar-se, pelo menos com as técnicas comuns de manipulação de mídia, já é uma ótima iniciativa nesse sentido.
Carraro ressalta que, embora os deepfakes sejam associados à desinformação e manipulação, eles podem ser usados de forma positiva em diversas atividades laborais, como dublagens de notícias e podcasts, efeitos visuais em filmes ou peças de publicidade, além de poder tornar a experiência do usuário mais personalizada junto a empresas. Entretanto, é crucial regular e mitigar os riscos associados a essa técnica. “Há agentes mal-intencionados que buscam desinformar a população e minar a confiança do público sobre diferentes temas. Discutir o assunto e aprender a identificar essas manipulações são as melhores formas de evitar os perigos dos deepfakes, especialmente em um mundo digital cada vez mais complexo”, conclui.
As novas tecnologias têm o poder de revolucionar o mercado, alterando a maneira como diversas profissões atuam e como as empresas conduzem seus negócios. Recentemente, a inteligência artificial (IA) tem desempenhado esse papel disruptivo. No entanto, nos próximos anos, a computação quântica promete ser a próxima grande inovação a mudar o jogo empresarial. Embora os investimentos ainda sejam iniciais, essa tecnologia está prestes a conquistar o mundo dos negócios no médio prazo.
Marcelo Abreu, CTO do Venturus — um instituto de inovação tecnológica com quase 30 anos de história em Campinas (SP) — discute o impacto potencial da computação quântica em entrevista exclusiva.
Investir em computação quântica é fundamental devido ao seu potencial para revolucionar diversos setores da economia e da ciência. “Ela promete resolver problemas complexos muito mais rapidamente do que os computadores clássicos, permitindo avanços significativos em áreas como criptografia, otimização de processos, desenvolvimento de novos materiais, medicamentos, entre outros”, destaca Abreu. O Venturus, por meio do seu Centro de Excelência em Computação Quântica, está apostando nesta tecnologia emergente para posicionar o Brasil na vanguarda da inovação tecnológica na América Latina.
Para que a computação quântica se torne mais difundida nos negócios, é necessário superar diversos obstáculos. Estes incluem o desenvolvimento de hardware estável e acessível, a capacitação de profissionais especializados, a criação de softwares compatíveis, além de investimentos contínuos em pesquisa, desenvolvimento e infraestrutura. Também é crucial identificar aplicações práticas que demonstrem claramente os benefícios da computação quântica para as empresas. “Apesar dos desafios, a computação quântica tem o potencial de causar um impacto semelhante ao da IA nos negócios”, afirma Abreu.
O Venturus está na linha de frente da popularização da computação quântica no Brasil. O instituto criou o Centro de Excelência em Computação Quântica (CDE Quantum), concebido como um hub de inovação aberta que promove a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias quânticas. Com um investimento de R$ 6 milhões, o Venturus está direcionando recursos para capacitação de profissionais e aquisição de equipamentos avançados, além de estabelecer parcerias estratégicas, como a exclusiva com a QuERA na América Latina. A aquisição de um Servidor Dell PowerEdge XE8640 com 4 GPUs HGX H100 é um exemplo dos esforços do Venturus para se equipar com tecnologia de ponta.
Abreu enfatiza que o Venturus visa criar um ecossistema colaborativo que envolva empresas, universidades e startups. “Nosso objetivo é fortalecer a integração entre diferentes setores da inovação e promover a formação de mão de obra qualificada em computação quântica, antecipando-se às necessidades tecnológicas da próxima década. Queremos posicionar o Brasil como um líder na revolução quântica na América Latina”, conclui.
Com essas iniciativas, o Venturus está preparado para liderar a próxima grande transformação tecnológica, assim como a inteligência artificial fez nos últimos anos.
As cidades inteligentes, ou smart cities, emergem como um conceito vital para o futuro urbano, prometendo transformar a maneira como vivemos, trabalhamos e interagimos com o ambiente ao nosso redor. Estas cidades utilizam tecnologias avançadas da informação e comunicação (TIC) para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, aumentar a eficiência dos serviços urbanos e promover um desenvolvimento econômico sustentável.
A implementação de tecnologias inteligentes nas cidades traz uma série de benefícios sociais. A conectividade aprimorada permite um acesso mais fácil e equitativo à informação e aos serviços públicos. Isso inclui desde a educação e saúde até a segurança e mobilidade urbana. Por exemplo, sistemas de saúde digitalizados podem fornecer atendimento remoto, diagnóstico precoce e monitoramento contínuo de pacientes, especialmente os que vivem em áreas remotas ou têm mobilidade reduzida.
A mobilidade urbana é outra área que se beneficia significativamente. Com o uso de sensores, dados em tempo real e aplicativos de transporte, as cidades podem otimizar o fluxo de tráfego, reduzir congestionamentos e melhorar o transporte público. Isso não só economiza tempo para os cidadãos, mas também reduz a poluição do ar, contribuindo para a saúde pública e o meio ambiente, um estudo da ONU estima que cidades inteligentes podem reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 40% até 2030.
Além disso, as cidades inteligentes promovem a inclusão social ao fornecer infraestrutura acessível e serviços para pessoas com deficiência. Tecnologias assistivas, como semáforos inteligentes e sistemas de transporte adaptados, ajudam a criar um ambiente mais inclusivo e acessível para todos os cidadãos.
O impacto econômico das cidades inteligentes é igualmente significativo. A digitalização dos serviços urbanos e a automação de processos resultam em maior eficiência e redução de custos a longo prazo. Um relatório da CBINSIGHTS, mostrou que, em 2022, os investimentos globais em startups de IA atingiram um recorde de USD 22,6 bilhões. Empresas e governos podem economizar recursos ao implementar soluções tecnológicas que minimizem o desperdício e otimizem o uso de energia, água e outros recursos naturais.
A criação de um ecossistema de inovação é outro benefício econômico crucial. As cidades inteligentes atraem investimentos em tecnologia, fomentam o surgimento de startups e geram novas oportunidades de emprego. Empresas de tecnologia, desenvolvedores de software e prestadores de serviços especializados encontram um ambiente propício para o desenvolvimento de soluções inovadoras, impulsionando o crescimento econômico local.
A coleta e análise de dados em grande escala permitem uma tomada de decisão mais informada e eficiente. Governos e empresas podem identificar padrões e tendências, prever demandas futuras e planejar melhor suas operações. Isso resulta em uma gestão urbana mais eficaz e em políticas públicas mais direcionadas e eficientes.
Apesar dos inúmeros benefícios, a transição para cidades inteligentes também enfrenta desafios significativos. A segurança da informação é uma preocupação central, pois a digitalização crescente aumenta a vulnerabilidade a ataques cibernéticos. É crucial investir em medidas robustas de cibersegurança para proteger os dados e a privacidade dos cidadãos.
Outro desafio é a necessidade de uma infraestrutura de TI robusta e resiliente. As cidades devem garantir que suas redes e sistemas sejam capazes de suportar a demanda crescente por conectividade e processamento de dados. Isso requer investimentos contínuos em infraestrutura básica de TI e parcerias com empresas especializadas em serviços gerenciados e monitoramento.
Por fim, a adoção de cidades inteligentes deve ser inclusiva e equitativa. É importante garantir que todos os cidadãos, independentemente de sua condição socioeconômica, tenham acesso aos benefícios das tecnologias urbanas. Políticas públicas devem ser orientadas para reduzir a exclusão digital e promover a inclusão tecnológica em todas as camadas da sociedade.
As cidades inteligentes representam uma oportunidade única para transformar a sociedade e a economia, criando ambientes urbanos mais eficientes, sustentáveis e inclusivos. O sucesso dessa transformação depende de um planejamento cuidadoso, investimentos em infraestrutura e segurança, e um compromisso com a inclusão social. À medida que mais cidades adotam essas tecnologias, podemos esperar um futuro urbano mais conectado, eficiente e justo para todos.
*Sylvio Herbst, formado em engenharia de telecomunicações e pós-graduado em marketing, co-fundador e diretor comercial de marketing na 5F Soluções em TI.
Na última sexta-feira, 19 de agosto, um grande apagão cibernético afetou diversos setores no Brasil, incluindo aeroportos e a bolsa de valores. O incidente causou transtornos significativos, como a interrupção dos sistemas de check-in nos aeroportos, resultando em atrasos e confusões para os passageiros. Além disso, a bolsa de valores de São Paulo (B3) também enfrentou problemas, com interrupções nas negociações e impactos no mercado financeiro.
Para Christian Nobre, especialista em cybersecurity e autor do estudo ISG Provider Lens™ Cybersecurity – Solutions & Service da TGT ISG, a falha é uma surpresa, mas a repercussão é esperada. “Embora seja uma surpresa, estamos falando da CrowdStrike, que é considerada o padrão ouro em proteção inteligente contra ameaças, liderando em todos os estudos, não apenas os nossos, mas também os de outros institutos. A CrowdStrike é líder em nossos estudos, inclusive. O que acontece é que há uma dependência e uma relação muito próxima entre os agentes da CrowdStrike e as soluções que eles instalam em dispositivos, sejam servidores, elementos de rede, computadores ou celulares. Esses agentes se integram profundamente com o sistema operacional. Portanto, quando há uma mudança, um patch, uma correção, uma atualização nos sistemas operacionais ou uma atualização de versão da própria CrowdStrike que entra em conflito com os sistemas operacionais, pode ocorrer um efeito como esse”.
Christian destaca que isso pode acontecer com qualquer fornecedor de serviços, e é importante que as companhias e os clientes estejam preparados para as adversidades. “Não se tratou de um ataque cibernético, mas sim de uma falha cibernética de grandes proporções, considerando que a CrowdStrike é um player muito importante no mercado. No entanto, isso pode acontecer com absolutamente todos os fornecedores; ninguém está isento disso. De certa forma, a sociedade e as empresas deveriam tratar uma situação como essa com certa normalidade, não banalizando, mas reconhecendo como algo que pode ocorrer dada a importância da convivência entre o sistema operacional e os agentes de monitoramento cada vez mais inteligentes para proteção cibernética”, finaliza.
Com maior banco de dados do agro, plataforma da Agrotools monitora e rastreia origem do produto para empresas como Nestlé, Três Corações e Olam, trazendo transparência e atendendo requisitos de mercados internacionais
Dados da plataforma CupomValido.com.br, Organização Internacional do Café (OIC) e Dieese revelam que o café é a segunda bebida mais consumida no mundo, atrás apenas da água. Apesar disso, os produtores enfrentam desafios constantes, como a gestão de fornecedores, fortalecimento da cadeia produtiva e estar em conformidade com padrões internacionais de ESG (Ambiental, Social e Governança). Nesse sentido, o trabalho de inteligência de dados pode ser um diferencial, como a Agrotools vem realizando para nomes como Nestlé, Três Corações e Olam no Brasil.
Com o maior banco de dados do agro no mundo, a empresa monitora mais de 1 milhão de hectares de café em todo o país, o que ajuda a rastrear o produto na sua origem. Dessa forma, as grandes marcas conseguem evitar irregularidades no processo, como inconformidades socioambientais e cumprimento de requisitos e regulações como é o caso da nova regulação europeia.
“A tecnologia possibilita a análise das cadeias de originação de fornecedores do grão em larga escala, por meio de um processo que segue estritamente a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e é mensurável, reportável e verificável”, diz Rodolpho Mittelstaedt, Gerente Comercial da Agrotools. “Com isso, os exportadores conseguem entender exatamente o que estão vendendo, com a certeza de que os grãos não vieram de uma área que sofreu desmatamento ilegal ou de um fornecedor que aplicou um trabalho análogo à escravidão”, completa.
O executivo ainda ressalta que a inteligência de dados é essencial no contexto brasileiro, que é o maior produtor mundial da cultura do café, uma vez que permite aos produtores obter as informações necessárias sobre a confiabilidade e escalabilidade do produto mesmo diante de uma grande dimensão territorial. Hoje, há diversos estados do país reconhecidos pela produção de café, como São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rondônia.
“As ferramentas tecnológicas são capazes de contribuir para levantar e organizar insights estratégicos em cada região, fornecendo às empresas detalhes sobre o clima, a geografia e a topografia do local. Isso ajuda na formação de parcerias estratégicas de marcas que estão a milhares de quilômetros de distância, promovendo a segurança do produto e o crescimento acelerado dos negócios”, explica o especialista.
Importância da regulamentação para exportar para a Europa
Outra vantagem relacionada à aplicação da inteligência de dados pelos exportadores brasileiros de café é a adequação ao Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), que, desde 2020, proíbe os países do bloco de adquirirem itens de áreas desmatadas. Além disso, outras normas semelhantes também estão sendo implementadas pelos governos das próprias nações do continente, como a Lei da Cadeia de Fornecimento alemã, que busca prevenir a violação de direitos humanos e garantir a sustentabilidade.
Segundo um levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Brasil exportou mais de 39,2 milhões de sacas em 2023, sendo que a maior parte foi para países europeus. Apenas Alemanha, Itália e Bélgica adquiriram quase 30% desse montante, comprovando a importância estratégica do local para o agronegócio brasileiro.
“Atualmente, as regras implementadas pela Europa mostram que não há espaço para exportadores que não possuem uma governança sólida”, enfatiza Mittelstaedt. “Por isso, a tecnologia é essencial para o café brasileiro sair à frente de outros competidores na região, posicionando o nosso produto com uma identidade sustentável, séria e que respeita a sua legislação”, conclui.
Enquadrado na categoria de SuperApp, aplicativo do market4u é utilizado para as compras em lojas físicas, anúncio de produtos e serviços e como marketplace
De acordo com dados divulgados em fevereiro pela Offerwise Research, empresa global de pesquisas de mercado online, 86% dos usuários de internet afirmaram que utilizaram aplicativos para realizar compras no último ano. Segundo o relatório, 55% dos clientes declaram que conveniência e rapidez são os principais estímulos para esse comportamento de compra, sendo que para 48% dos entrevistados, a motivação é a possibilidade de efetuar as compras sem sair de casa. Neste cenário, em que a tecnologia se faz cada vez mais necessária no segmento varejista, o market4u, rede de mercados autônomos que opera em condomínios comerciais e residenciais, tem investido no phygital, como é chamada a estratégia que une o ambiente físico com o digital.
Com lojas que funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem a necessidade de atendentes, as compras nas lojas físicas do market4u são realizadas por meio de um aplicativo próprio da marca. Enquadrado na categoria de SuperApp, o software, além de operar como uma rede social em que os usuários podem anunciar produtos e serviços e alugar itens, possui a funcionalidade de marketplace, reunindo estabelecimentos parceiros que oferecem produtos e serviços indisponíveis nas gôndolas.
Segundo Eduardo Córdova, sócio-fundador e CEO do market4u, o objetivo da marca é, por meio do phygital, otimizar a experiência do cliente, entregando soluções para todas as suas necessidades. “Hoje em dia, para se destacar no segmento varejista, é necessário ir além da jornada de compra, proporcionar agilidade e, claro, atender ao máximo a precisão dos consumidores, de modo que os mesmos tenham uma experiência incrível”, explica o executivo.
De acordo com Córdova, ao unir a comodidade da loja física do mercado autônomo com a praticidade do aplicativo, o cliente pode economizar tempo pesquisando itens e preços antes de ir às compras. “No app do market4u, por exemplo, o cliente consegue acessar os preços dos produtos antes de ir até a loja para comprá-los, dessa forma, além de ir com a lista pronta, o consumidor já sabe quanto irá gastar”, comenta.
Ainda conforme o CEO do market4u, oferecer a experiência phygital é uma forma de proporcionar benefícios cada vez mais buscados pelos consumidores, tais como produtos e promoções personalizadas, compras sem a necessidade de dinheiro ou cartão físico, mais de 10 formas de pagamento disponíveis, cashback e saldo em carteira, e atendimento ao cliente via chat. “Antes, as pessoas gastavam tempo para economizar dinheiro, hoje o cliente prefere pagar um pouco mais para ter praticidade e agilidade no processo. Assim, para além dos produtos ofertados, os clientes valorizam a experiência e neste quesito, não adianta sair inventando recursos a torto e a direita. É preciso entender a carência do cliente e solucioná-la“, finaliza.
Alunos estudam fundamentos de IA Generativa e Microsoft Azure (AZ-900), além de aulas de habilidades corporativas e desenvolvimento de carreira
A Avanade, principal fornecedora global de serviços digitais, nuvem e consultoria, soluções de indústria e experiências guiadas pelo design no ecossistema Microsoft, estabeleceu uma parceria com a Escola da Nuvem, organização social sem fins lucrativos que busca desenvolver profissionais e empregar talentos para carreiras em Tecnologia da Informação, com objetivo de formar três turmas de alunos em Microsoft gratuitamente. As aulas online já estão acontecendo e os alunos estão estudando para obter conhecimentos sobre a nuvem Microsoft, inteligência artificial e IA generativa.
O programa é oferecido por instrutores certificados e aborda conceitos gerais de tecnologia, incluindo conceitos de rede, armazenamento e plataforma de Nuvem. Ao final da formação, os alunos vão adquirir certificação Microsoft Azure AZ-900 e AI-900, além de terem aulas sobre desenvolvimento de carreira, currículo e outros assuntos relacionados às habilidades comportamentais para a área de Tecnologia.
A colaboração surge por conta do compromisso da Avanade com a Cidadania Corporativa. A empresa tem uma área dedicada a esse tema com o propósito de causar impacto sustentável nos jovens, nas comunidades sub-representadas e no meio ambiente. Patricia Valloni, Líder de Cidadania Corporativa para Mercados em Crescimento da Avanade, comenta que a parceria visa desenvolver talentos emergentes em áreas STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática). Ela afirma: “Como empresa responsável, faz parte de nossa missão inspirar e desenvolver as lideranças do futuro, promovendo ações que gerem um impacto humano genuíno”.
Além disso, a Avanade reconhece a importância de capacitar profissionais em tecnologia, pois conforme evidenciado pela recente pesquisa “Panorama do Capital Humano Brasileiro em Tecnologia”, realizada pela ANCHAM em parceria com a Accenture, 97% das empresas enfrentam dificuldades para preencher vagas relacionadas à tecnologia, o que destaca a necessidade crítica de qualificação nesta área. Nesse contexto, a formação oferecida pela Escola da Nuvem também prepara os formandos para o mercado de Tecnologia: ao final do curso, eles são indicados para trabalhar em empresas parceiras de contratação da ONG e têm a oportunidade de conseguir o primeiro emprego na nuvem, como de analista júnior, trainee ou estagiário.
Com o apoio da Avanade, os alunos tem a oportunidade de refletir sobre seus caminhos profissionais, facilitando a transição para o mercado de trabalho e contribuindo para a diversidade no setor. Segundo Patricia, “o objetivo é causar um impacto positivo e duradouro, desenvolvendo as lideranças do futuro e promovendo a inclusão e a diversidade no setor de tecnologia. A parceria com a Escola da Nuvem reforça nosso compromisso com as instituições educacionais e sem fins lucrativos, conectando educação e oportunidades profissionais de maneira significativa”, comenta.
“Essa parceria foi pensada justamente para trazer mais oportunidades de emprego para essas pessoas”, destaca Ana Leticia Lucca, CRO da Escola da Nuvem. No ano de 2023, a Escola da Nuvem formou mais de 3.400 alunos no total, tanto em Nuvem Microsoft quanto AWS, sendo que 83% das pessoas que seguiram para a etapa de empregabilidade já conseguiram emprego. Um novo ciclo de inscrições para turmas de Microsoft também se iniciará em agosto deste ano. Para mais informações, basta acessar a página de cursos da Escola da Nuvem e se inscrever na lista de interesse.
Especialistas comentam as causas e repercussões, destacando a importância de maior resiliência em infraestruturas críticas e a interdependência tecnológica
Nesta sexta-feira, um apagão cibernético global causado por um defeito na atualização de um sistema operacional da Microsoft, associado à utilização do Sensor CrowdStrike Falcon, afetou severamente companhias aéreas, bancos, empresas de mídia e serviços de saúde em todo o mundo. A interrupção levou ao cancelamento de voos, à suspensão de operações bancárias e à indisponibilidade de serviços de comunicação, gerando transtornos significativos para milhões de pessoas.
Fabricio Polido, advogado e sócio da L.O. Baptista, professor associado de Direito Internacional e Novas Tecnologias da UFMG, destacou a interdependência da tecnologia em nossas vidas e a necessidade de maior resiliência e segurança em infraestruturas críticas. “A falha em um único sistema teve um efeito cascata em diversos setores da economia e vida social, demonstrando a necessidade de maior resiliência e segurança em infraestruturas críticas por empresas e programas de governança de privacidade que prevejam soluções corretivas e alternativas em tecnologias, sobretudo em casos de emergência”, disse Polido.
A CrowdStrike, fundada em 2011, é uma empresa de segurança digital conhecida por proteger grandes conglomerados empresariais contra ataques de hackers. Utilizando técnicas avançadas, como inteligência artificial e aprendizado de máquina, a empresa visa prevenir ações de hackers antes que elas ocorram. Sua principal solução cibernética, o Sensor CrowdStrike Falcon, pode ser instalada em sistemas operacionais Windows, Mac ou Linux.
Causa do Apagão
A CrowdStrike informou que o apagão não foi causado por um ataque hacker, mas por um defeito em uma atualização de sistema operacional destinada aos sistemas Windows, utilizados por clientes finais. A empresa está trabalhando ativamente com os clientes afetados para resolver o problema técnico que agora gera prejuízos incalculáveis.
O problema causou a indisponibilidade de sistemas Windows, afetando severamente companhias aéreas, empresas de mídia, bancos e serviços de saúde em todo o mundo. Voos foram atrasados, operações bancárias foram interrompidas e serviços de comunicação ficaram indisponíveis, causando transtornos significativos para milhões de pessoas. “Esse incidente destaca a fragilidade da infraestrutura de TI e a importância de integrar a segurança cibernética de forma nativa ao backup”, comentou Kevin Reed, Chief Information Security Officer da Acronis.
Rafael Narezzi, especialista em cibersegurança e idealizador do Cyber Security Summit Brasil, também comentou sobre a complexidade de reverter a situação. “O apagão foi devido a um problema técnico da CrowdStrike, e com isso, muitos dispositivos no mundo que rodam o CrowdStrike receberam essa atualização defeituosa, o que trouxe essa situação catastrófica. Não é fácil de reverter porque existe um processo manual, e quando você tem muitos computadores fora do ar, torna-se algo trabalhoso de se fazer. Além disso, na Europa, que se encontra num período de férias, os times estão reduzidos, o que agrava a situação”.
Narezzi também alertou sobre as implicações de um mundo hiperconectado. “O impacto cibernético só evidencia o quão crítico é o mundo hiperconectado. Embora este incidente tenha sido causado por uma falha de segurança, poderia ter sido um ataque cibernético como o WannaCry. Estamos cada vez mais dependentes da nuvem e da tecnologia, e as consequências de uma falha são enormes”, completou.
Questões Legais no Brasil
No Brasil, as questões legais relacionadas ao apagão cibernético causado pela CrowdStrike já estão sendo monitoradas de perto. Fabricio Polido destacou três principais pontos:
Responsabilidade Contratual e Extracontratual: A CrowdStrike pode ser responsabilizada por danos causados a empresas e serviços afetados pela violação de obrigações contratuais ou pela violação da integridade de sistemas informáticos.
Contratos e Acordos: Os clientes da CrowdStrike podem ter contratos e acordos que estipulam níveis de serviço, responsabilidades e compensações em caso de falhas.
Investigação e Autuação Administrativas: Autoridades brasileiras, como a ANPD, podem conduzir investigações para entender a causa do apagão e avaliar se houve negligência ou violação de regulamentos de privacidade e proteção de dados.
A falta de profissionais no setor de TI é uma realidade: até 2025, haverá um déficit de 530 mil profissionais para ocupar vagas em Tecnologia da Informação e Comunicação no Brasil, segundo o Panorama de Talentos em Tecnologia do Google for Startups. O estudo, que buscou entender a realidade do setor no Brasil, se preocupou também em mostrar como a área é recente e muito desafiadora, visto que o primeiro computador pessoal, lançado pela IBM, surgiu na década de 1980. São menos de 50 anos passados desde então. Neste cenário, é compreensível que existam dificuldades para encontrar profissionais experientes no mercado, como aponta André Barrence, Diretor do Google for Startups na América Latina.
De acordo com as startups entrevistadas para o estudo, 84% acreditam que o mercado brasileiro de Tecnologia não desenvolve o número de profissionais seniores que deveria. Ao mesmo tempo, 54% percebem que cumprir todos os requisitos necessários para as vagas em Tecnologia no Brasil é muito difícil e 78% observam um grande afastamento entre os jovens brasileiros e as bases de conhecimento para a tecnologia. Ainda, 46% acreditam que a dificuldade de conseguir o primeiro emprego em Tecnologia faz com que os jovens busquem alternativas. Todos esses números anunciam uma realidade: a decisão de contratar profissionais juniores versus contratar profissionais seniores é complexa e precisa ser analisada de maneira multifacetada.
Trabalho como CRO na Escola da Nuvem, uma organização social sem fins lucrativos que busca a inserção socioeconômica de indivíduos por meio de capacitação técnica e comportamental na área de computação em nuvem, e uma das nossas frentes é empregar as pessoas depois de elas finalizarem os estudos conosco. No meu contato com as organizações contratantes, percebo que essa decisão inclui a estratégia de longo prazo da empresa, a natureza do trabalho, a urgência das necessidades do projeto, o orçamento disponível e a cultura organizacional. Ou seja, a escolha se resume a um equilíbrio entre o custo inicial e o retorno de longo prazo sobre esse investimento.
Quando a empresa decide contratar profissionais seniores, ela ganha em experiência e autonomia: eles podem contribuir imediatamente com suas habilidades, acelerando o progresso dos projetos; e também requerem menos supervisão e orientação, sendo capazes de gerenciar o próprio trabalho de forma mais eficaz. Além disso, conseguem atuar como mentores para membros menos experientes da equipe, compartilhando conhecimentos e práticas. Ao mesmo tempo, esses especialistas demandam salários mais altos e melhores benefícios, então pode ser mais difícil encontrá-los e retê-los. Outro desafio pode ser a adaptação a novas culturas empresariais ou mudanças de processos, especialmente se eles estiverem acostumados a métodos específicos de trabalho.
Ainda de acordo com o estudo Panorama de Talentos em Tecnologia, 75% das startups entrevistadas acreditam que falta acesso à estrutura física adequada para a população desde antes da idade profissional, o que, para mim, reforça que a ausência de profissionais seniores no mercado acontece também por conta de lacunas na educação e treinamento profissional. Além disso, temos barreiras na entrada e progressão de carreira e o crescimento rápido e desenfreado do setor de Tecnologia, que os profissionais não conseguem acompanhar para se manterem atualizados (a tecnologia é mais rápida do que o humano, um ser naturalmente analógico).
Já quando a decisão é de contratar profissionais juniores e capacitá-los ao longo da experiência de trabalho dentro da empresa, o custo inicial é menor, pois essas pessoas têm expectativas salariais mais baixas, o que é vantajoso a curto prazo. Além disso, capacitar funcionários desde o início pode fomentar uma maior lealdade à empresa. Esses profissionais também podem crescer e se desenvolver dentro da organização, preenchendo futuras posições seniores. Acredito ainda que novos talentos podem trazer novas ideias, energia e uma perspectiva fresca que é valiosa para a inovação e a solução de problemas.
Contudo, eles estão mais passíveis de erros devido à falta de experiência, o que também exige um investimento significativo em tempo e recursos para treinamento e desenvolvimento até que se tornem totalmente produtivos. Dessa forma, acredito que empresas focadas em crescimento e inovação de longo prazo podem se beneficiar mais ao investir em talentos juniores, enquanto aquelas com necessidades imediatas de expertise específica ou em projetos críticos podem preferir a experiência imediata que os profissionais seniores trazem.
*Ana Letícia Lucca é CRO da Escola da Nuvem. Também é Especialista em Gestão Estratégica de Carreira e possui certificação internacional em Coach pela Lambent.