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Empreendedorismo digital: um universo que vai muito além de cursos e lojas virtuais

Por Daniel R. Bastreghi*

Estamos vivendo uma era de transformação digital que está apenas começando. Isso significa que há um vasto espaço para inovação e empreendedorismo. O empreendedorismo digital oferece oportunidades para iniciar um negócio com investimentos mínimos, validar novas ideias e expandir rapidamente. No entanto, o que realmente é o empreendedorismo digital?

Ao contrário do que muitos pensam, o empreendedorismo digital vai muito além de simplesmente oferecer cursos online, treinamentos ou criar lojas virtuais. Em 2003, Gary Hamel e Liisa Välikangas introduziram o conceito de “inovação reversa” em seu artigo “The Quest for Resilience”, publicado pela Harvard Business Review. Eles descreveram essa inovação como a habilidade das empresas digitais de desafiar os modelos de negócios tradicionais. Este pode ser o caminho para o sucesso no empreendedorismo digital: superar as barreiras dos negócios tradicionais, oferecendo soluções inovadoras e práticas ao público.

Estamos vivendo em uma época única da história, na qual é possível empreender, mensurar e testar hipóteses para validar negócios verdadeiramente promissores. Os rastros digitais deixados pelos consumidores fornecem uma base valiosa para os empreendedores compreenderem o comportamento do cliente e aprimorarem suas ideias. Além disso, o ambiente digital oferece a capacidade de escalar os negócios, o que significa vender para um público maior sem grandes custos adicionais. Um produto 100% digital pode ser vendido para 100, 1.000 ou até mesmo 1.000.000 de pessoas, sem variações significativas de custo.

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Para ter sucesso no empreendedorismo digital, os empreendedores precisam ser obstinados na criação de soluções para problemas reais. Tanto no mundo digital, quanto no físico, um bom empreendedor deve ter a dose certa de iniciativa, ousadia, persistência e comprometimento para fazer o negócio prosperar. Além do conhecimento técnico, é crucial acompanhar as inovações tecnológicas e utilizar plenamente as ferramentas disponíveis.

No mundo digital, a concorrência é intensa; seu concorrente está apenas a um clique de distância. Pode levar um certo tempo até conquistar os primeiros clientes e seguidores. A competição não é apenas com outros negócios digitais, mas também com conteúdos que podem atrair a atenção de sua audiência, como vídeos de animais fofos ou as dancinhas da moda. Portanto, é fundamental ser criativo, persistente e focar nas necessidades do seu público-alvo. Resolva os problemas deles e você ganhará sua lealdade.

Um exemplo notável de empreendedorismo digital é a Preppo, uma plataforma de prepostos jurídicos que acompanhei de perto. A advogada Lucyanna Lima Lopes, de Curitiba, é uma empreendedora que identificou uma oportunidade após uma mudança na lei que flexibilizou as condições para prepostos jurídicos. Ela criou uma plataforma inovadora para conectar empresas a prepostos em todo o Brasil, reduzindo custos para as empresas e proporcionando uma fonte adicional de renda para muitas pessoas.

Chris Guillebeau, autor do livro “The $100 Startup”, é conhecido por sua abordagem prática e inspiradora ao empreendedorismo digital. Guillebeau destaca princípios-chave, como a simplicidade das ideias de negócios e a importância de oferecer valor genuíno aos clientes. Ele incentiva os empreendedores a encontrar oportunidades em mercados não atendidos e a criar soluções acessíveis. Além disso, ele enfatiza a necessidade de criar uma presença online sólida através de websites, blogs e redes sociais para alcançar o público-alvo.

Para ter sucesso no empreendedorismo digital, é essencial estar disposto a adaptar-se às necessidades do mercado em constante mudança. Esteja preparado para enfrentar a competição acirrada e, mais importante, esteja pronto para inovar e oferecer soluções que verdadeiramente resolvam os problemas dos seus clientes. O empreendedorismo digital é mais do que uma simples transação online; é sobre construir relacionamentos duradouros e proporcionar valor real em um mundo digital em constante evolução. E ai?! Você está pronto?

*Daniel R. Bastreghi é sócio administrador e Consultor de Marketing na DRB, atuando com orientação e assessoria de planejamento estratégico, estruturação comercial, implantação de CRM, inbound marketing, ações integradas de marketing digital e pesquisas. Sendo assim, é a fonte ideal para falar sobre tendências do setor, social media, influenciadores, produtividade e gestão.  Daniel é MBA em Gestão de Projetos pela UNINTER. Pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, possui especialização em Planejamento e Gerenciamento Estratégico.

Fonte: Mondoni Press

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Mercado de tecnologia começa a abrir caminho na bolsa de valores

*Por Diogo Lupinari 

Uma das principais preocupações de quem empreende com tecnologia no Brasil é encontrar recursos financeiros que sustentem o crescimento da empresa. Há diversas fontes disponíveis atualmente: investidores-anjo, venture capitals e até financiamentos coletivos on-line. Cada uma dessas modalidades atende a objetivos, etapas e perfis distintos. Para as já  consolidadas, outra forma começa a ganhar corpo no Brasil (ainda que timidamente): a bolsa de valores, ou seja, abrir o capital a fim de que diferentes investidores possam comprar ações e, assim, levantar uma boa quantia para investir no negócio.

Diogo Lupinari – CEO e cofundador da Wevo

Isso se dá por um processo conhecido como IPO (initial public offering, ou oferta pública inicial), que é basicamente a venda inicial de ações. Recentemente, três empresas ligadas ao universo de tecnologia no Brasil se prepararam para entrar na B3: o brechó on-line Enjoei, a loja virtual de vinhos Wine e a gestora de cupons de desconto e cashback Méliuz. A tendência é atrair mais empresas de soluções tecnológicas, uma vez que dados da operadora da bolsa no Brasil mostram que já foram levantados mais de R$ 66 bilhões em vendas de novas ações apenas em 2020, com previsão de ultrapassar a marca de R$ 90 bilhões registrados em 2019.

Não se trata de novidade, evidentemente. A B3 já tem opções interessantes de empresas no setor de tecnologia, como a Totvs, Linx, Sinqia e B2W. Além disso, há outros nomes do varejo que estão cada vez mais próximos da área de TI, como a Magazine Luiza. Nesse sentido, é preciso reconhecer que o e-commerce, ainda que na teoria seja um canal de vendas do varejo, na prática as maiores operações têm tanta maturidade na aplicação de soluções tecnológicas que seria injusto não caracterizá-las como tech players. Como se vê, a modalidade está atraindo mais empresas, mas de fato já existia há algum tempo.

É um movimento diferente do realizado por outras empresas brasileiras de tecnologia, que fizeram IPO na Nasdaq, a bolsa de valores norte-americana voltada ao universo tech. Afinal, nem todo negócio tem pretensão ou característica para se tornar global. Muitas startups surgem para atender a mercados locais e virarem líderes apenas naquele território. Além disso, ainda que o volume de investidores na B3 seja uma fração ainda pequena, nota-se um crescimento constante de novas pessoas que aplicam na bolsa – o que certamente atrai empresas interessadas em ampliar seus investimentos.

No fim, é uma forma a mais de lidar com o problema citado no início do texto. As startups precisam ter acesso a capital para crescerem. Dependendo do estágio de maturidade do negócio, existem opções que podem fazer mais sentido tanto para o empreendedor quanto para os investidores. Os venture capitals, por exemplo, já são uma forma de disponibilizar capital maduro às empresas de tecnologia, uma vez que os mecanismos de acesso a esse recurso, as faixas de valores e a necessidade de maturidade da companhia são variáveis conhecidas e difundidas.

No caso da bolsa de valores, o mercado de tecnologia ainda precisa lançar mais empresas para que esse caminho seja tão popular quanto as demais opções. Porém, o primeiro passo já foi dado com a entrada dessas novas companhias na fila de espera para fazer IPO na B3. Elas terão o desafio de abrandar o espírito dos investidores e mostrar que o mercado de tecnologia, apesar de se transformar constantemente, também pode ser bem lucrativo.

*Diogo Lupinari é CEO e cofundador da Wevo, empresa especializada em integração de sistemas e dados.

 

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Paraíso das startups, Estônia tem atraído cada vez mais brasileiros

Apoio do governo, pouca burocracia e segurança são alguns dos fatores que estão levando empreendedores a migrar do Brasil para o país báltico

A Estônia, pequeno país no nordeste da Europa, hoje desfruta de um dos governos mais inovadores do mundo. Com quase todos os serviços essenciais do país, como hospitais, escolas e transporte público interligados e um governo altamente digitalizado, a Estônia se transformou num importante hub tecnológico. Na última década, o país viu aflorar um rico ecossistema de startups, que tem atraído profissionais de todo o mundo, inclusive do Brasil.

Atualmente, a Estônia é o 3º país com maior número de startups per capita. Empresas consagradas como TransferWise, Pipedrive e o Bolt são frutos desse terreno fértil que combina inovação, mão de obra ultra qualificada e uma inteligente política de incentivos por parte do governo. Esses casos de sucesso ajudaram a fortalecer a marca Estônia em todo o mundo. Hoje, a Estônia é sinônimo de eficiência e inovação, mas também de oportunidade.

Um dos maiores diferenciais da Estônia é o apoio que o governo estoniano dá para pessoas que desejem trabalhar e empreender no país. Os interessados em migrar para o país báltico têm acesso a todas informações necessárias no site Work in Estonia. Além disso, o Work in Estonia estabelece ligações entre empresas e startups empregadoras e possíveis funcionários. Hoje, a iniciativa colabora com milhares de empresas empregadoras.

Ao fim de uma temporada de estudos no Estados Unidos, o empresário brasileiro Raphael Fassoni começou a escolher o local onde estabeleceria sua recém-criada empresa de consultoria. Entraram na lista de opções o Vale do Silício, na Califórnia, Londres, Copenhague, Berlim e outra cidades. Por fim, ele acabou optando pela Estônia, que não estava na lista inicial.

“A Estônia oferece um conjunto incomparável de vantagens. Aqui, há um ambiente muito mais aberto e menos competitivo do que o Vale do Silício. Dá para viver sem falar a língua local, porque quase todo mundo fala inglês. E o custo de vida é bem mais baixo do que uma cidade como São Francisco ou Londres, por exemplo. Além disso, o país é um dos mais seguros do mundo. Isso tem sido um fator especial de atração para os brasileiros”, comentou Fassoni.

O empresário estabeleceu um vínculo tão forte com o país que, em 2018, ele decidiu abrir a EstoniaHub, uma plataforma para ajudar startups que queiram se estabelecer na Estônia. “Começamos atendendo apenas empresas brasileiras. Mas logo vimos potencial para expandir nosso alcance e decidimos  atuar globalmente. O interesse pela Estônia tem crescido a cada ano”.

Abra empresa na Estônia e viva onde quiser

A figura do nômade digital é uma das grandes novidades do século XXI. Há milhares de jovens do setor de tecnologia optando por trabalhar remotamente e viver na estrada. Atenta a essa tendência mundial, a Estônia lançou o programa e-Residency. Com ele, é possível registrar, abrir e dirigir uma empresa na Estônia e viver em qualquer lugar do mundo.

Com poucas burocracias, o processo completo, desde o início da aplicação até a retirada do kit de e-Residency, é rápido e dura entre 6 e 8 semanas. Todos os passos completos estão descritos no portal do e-Residency do governo da Estônia. Assinar documentos digitalmente e verificar a autenticidade dos documentos assinados, criptografar e enviar documentos com segurança e declarar impostos corporativos on-line são alguns dos benefícios concedidos aos que se inscrevem no e-Residency.

Georg Klausner, na Áustria, e Ian Ayad, no Brasil, conseguem gerir sua empresa de marketing e softwares, a MansionTech OÜ, na Estônia registrada através do e-Residency. Para ambos, esse grande intercâmbio cultural beneficiou o negócio. “Como o Ian tem uma vida no Brasil, e eu na Áustria, conseguimos ver como as coisas funcionam nesses países e implementar e comparar com a Estônia. E com certeza todos os processos de trabalho na Estônia são super fáceis, muito mais simples e rápidos”, comentou Klausner.

A Estônia também oferece apoio e formação às empresas inscritas no e-Residency, assim como atua com startups sediadas em território estoniano. “Eu participo dos webinars que eles têm. Então o governo mesmo fornece informações sobre contabilidade, como fundar a empresa, networking, eles têm até um hackathon para desenvolver software”, explicou Klausner.

De acordo com os últimos dados atualizados no dashboard, o número de e-Residents atingiu a marca de 68.774, e demonstrou um aumento significativo ao longo dos anos. Diante da impossibilidade de imigrar para outro país devido a crise do COVID-19, o programa se torna um investimento potencial, já que possibilita naturalmente o trabalho remoto.

 

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Projeto cria rede colaborativa no setor imobiliário para superar a crise da Covid-19

Empresas se unem para dar benefícios e proporcionar soluções conjuntas durante pandemia. Com previsão de queda do PIB e tendência de aumento de pedidos recuperação judicial em curto prazo de tempo, soluções criativas para estimular negócios ganham espaço

A crise provocada pelo novo coronavírus impactou fortemente a economia e as empresas começaram a sofrer as consequências. Segundo o Ministério da Economia, a retração prevista para 2020 é de 4,7% do PIB brasileiro, reflexo do fechamento do comércio para conter a propagação da doença.

Para tentar diminuir os efeitos da pandemia sobre a economia empresários têm se unido em iniciativas que promovem a economia colaborativa. Um exemplo é o projeto Todos por Todos criado pelo grupo Zap, plataforma de âmbito nacional especializada em negócios imobiliários. A iniciativa tem o objetivo de unir empresas e empreendedores do mercado de imóveis para, juntos, enfrentar a crise provocada pelo coronavírus.

O projeto busca fortalecer a união e melhorar o desempenho de empresas do setor neste momento ao fornecer soluções, análise de dados, conteúdos gratuitos e uma rede de benefícios para estimular as vendas. Por meio desta rede de benefícios, os participantes do projeto buscam oferecer facilidades para a realização de negócios como descontos e até acesso a plataformas gratuitas de vendas onlines e permutas. Uma das empresas participantes do projeto é a plataforma de permutas multilaterais XporY.com.

Por meio da plataforma, tanto empresas como profissionais autônomos podem oferecer bens imóveis para venda ou locação por meio de trocas por outros serviços. O usuário que permutar um imóvel recebe o valor em moeda virtual X$, exclusiva da plataforma e equivalente ao real, e pode trocar em serviços de diversas naturezas, de forma que facilite a gestão de seu negócio ou adquirir produtos para seu uso no dia a dia, como, por exemplo, serviços advocatícios, publicitários ou contáveis, ou aquisição de suprimentos como papelaria, itens decorativos, alimentação, mobiliário, etc.

Para contribuir ainda mais com o projeto e estimular a ativação econômica do Brasil, a plataforma está  oferecendo isenção da única taxa administrativa que era cobrada no valor de 10% de aquisições realizadas pela plataforma. Até o dia 30 de julho, os participantes do projeto Todos por Todos poderão fazer as permutas corporativas tento todo o suporte tecnológico sem precisar investir nenhum real.

Segundo o sócio-fundador da XporY.com, Rafael Barbosa, a iniciativa tem o objetivo de unir forças de empresários para manter o máximo de empresas do setor imobiliário em atividade. “Já estamos chegando a dois meses de isolamento e com grandes possibilidades de governos estenderem o isolamento social até o final do mês.  É uma busca de reativação da economia, onde uma empresas se ajudam mutuamente para que todos possam se sustentar durante a maior crise econômica da história”, ressalta o empreendedor.

Na prática

Um dos empresários que resolveu apostar na plataforma de permutas multilaterais para enfrentar esse momento de crise é o empresário Henrique Junqueira Cançado, que está oferecendo o aluguel de uma kitinete em Aparecida de Goiânia por meio da plataforma de permutas XporY.com. Para alugar o imóvel por três meses será preciso investir um valor de X$ 2.400, moeda digital equivalente ao real recebida quando é realizada qualquer troca no sistema.

Para ele, a alternativa de alugar o imóvel por meio das permutas é uma estratégia importante neste momento em que inquilinos estão perdendo emprego e renda e ficar com o imóvel desocupado seria prejuízo maior. “Estamos passando por um cenário econômico incerto. Antes alugava o espaço com recebimento em reais, mas a locadora acabou ficando desempregada e decidiu sair da casa. Então, resolvi fazer uma experiência e coloquei o imóvel para alugar na plataforma”, explica Cançado que ainda está analisando algumas propostas de possíveis inquilinos.

Em um momento em que poucas pessoas têm dinheiro para movimentar, o empresário acredita que deve haver aumento na procura pelas plataformas de permutas para conseguir alugar um imóvel. “Aqueles que já usavam o aplicativo e tem créditos, devem aproveitar as ofertas do sistema para evitar gastar dinheiro. Aqueles que estão em dificuldades, também devem procurar mais a plataforma para conseguir créditos e consumir dentro da própria plataforma”, projeta Cançado.

Outra empresária que está usando a plataforma para fazer fazer negociação imobiliária é a Alessandra Antonelli. Ela colocou o seu ponto comercial, uma clínica de estética montada, na região do Parque Amazonas, em Goiânia, à venda há duas semanas. E para facilitar e acelerar um fechamento de negócio, ela optou por disponibilizar o imóvel para troca por meio da plataforma XporY.com. Ela acredita que o coronavírus é um grande dificultador para concretizar o transação imobiliária, mas tem boas expectativas com a rede de colaboração formada pelos permutantes digitais. “As permutas são interessantes nesse contexto porque ela me possibilita novas oportunidades de negócios, sem falar a própria divulgação que a plataforma faz dos produtos e serviços de forma gratuita”, destaca.

A arte da negociação em tempos turbulentos

*Por Claudio Zini

Quem imaginaria que em 2020 um vírus abalaria todas as estruturas comerciais e econômicas em âmbito mundial. Inúmeras empresas já tinham seus planos traçados para o decorrer do ano, muitas com margens altas de crescimento nos negócios. Porém, agora, tudo precisará ser revisto e com extrema cautela para não prejudicar clientes, fornecedores e colaboradores.

Essa não é a primeira crise que o mundo enfrenta. Passamos por um caos econômico em 2008, mas claro, sem comparações com o que vivemos atualmente. Na época, inúmeras empresas quebraram, milhares de profissionais perderam seus empregos – até então estáveis – e tiveram que rever planos para o futuro. Demorou, entretanto, tudo foi se encaixando novamente.

Saber negociar é uma questão de sobrevivência, principalmente, nessa época em que o coronavírus tem abalado todas as estruturas, sejam empresariais, econômicas, sociais e familiares. E agora, mais do que nunca, o instinto de negociação precisa se fazer presente. Cada dificuldade vencida nos prepara para um caminho ainda mais tortuoso que está por vir. Esse é o ciclo da vida e dos negócios. O que não nos derruba, sempre nos fortalece. E é em períodos de tormenta que se encontram as melhores oportunidades.

Um fator importante e que deve ser analisado é que a negociação precisa ser boa para todos os lados envolvidos. Encontrar um ponto de equilíbrio ao negociar é a grande vitória. O processo de negociar está diretamente ligado a ouvir. Mas precisamos ouvir com agressividade e intensidade. Assim, será possível driblar a resistência ocasionada durante um processo de negociação.

Na gestão de uma empresa, se não soubermos negociar com nossos colaboradores, todos os processos podem ser comprometidos. As melhores metas envolvem, necessariamente, pessoas, ou seja, semear. É fundamental que a geração de receita futura esteja aliada à cultura de inovação. E inovar é abraçar o futuro. Os resultados e os lucros de uma negociação são conquistados quando o futuro se torna presente.

Em uma estratégia de negociação o fator primordial para obtenção de êxito é perceber a mudança e adaptar-se a ela com rapidez antes da concorrência. Estipular valores é uma maneira de trazer à tona a consciência coletiva.

Todos já estavam passando por uma época de sobrevivência com o PIB de mais ou menos 1%. Para esse ano, a expectativa é que o índice feche a -4%. Os pedidos das empresas irão cair, com certeza, elas reduzirão a jornada de trabalho, mas continuarão prezando pela excelência de seus serviços. Tudo passa. Pode demorar, mas passará. Temos que ter essa certeza para traçar as melhores estratégias. O ano de 2021 será um período bom, já que a tendência é que após uma queda acentuada, o crescimento tende a ser vigoroso.

Confira 10 dicas para obter êxito nas negociações em tempos turbulentos (e na vida): 

1 – Se colocar no lugar do outro 

Em toda negociação, para que haja sucesso, nós temos que nos colocar no lugar da outra pessoa. E é exitoso quando conseguimos convencer a pessoa de que entendemos seus problemas.

2 – Empatia 

Ser empático é fundamental. Tente analisar o processo de negociação da maneira mais abrangente possível.

3 – Venda soluções 

Não se pode vender apenas o produto, mas a solução completa para os clientes. Há todo um ciclo de negociação envolvido desde a fábrica, passando por fornecedores e parceiros, com o objetivo centrado em fornecer ao cliente o que tem de melhor a um custo competitivo.

4 – O poder do convencimento 

Quando um líder necessita colocar uma ideia em prática isso também é considerado uma negociação, pois se ele conseguir convencer que quem está no comando é a pessoa que vai executar, é sucesso na certa.

5 – Ouça com agressividade 

Não devemos escutar, mas sim ouvir com agressividade. Ofereça o palco para o cliente, mas saiba que quem domina uma conversa é aquele que faz as perguntas.

6 – Moeda de troca 

Negociação é uma troca. Portanto, sempre se pergunte o que você tem a oferecer ao outro. E então, busque a informação para ofertar algo útil a quem se está negociando.

7 – Devagar e sempre 

Ofereça tudo o que puder. Mas com calma e aos poucos. Ou a pessoa não dará o devido valor às suas concessões.

8 – Vivendo e aprendendo 

Nunca perdemos em uma negociação. Segundo William Ury, antropólogo e especialista em negociação, ou ganhamos ou aprendemos.

9 – Abrace o problema do cliente

Uma negociação fantástica é também aquela em que abraçamos o problema do cliente e temos paixão por resolvê-lo.

10 – Aja com suavidade 

Nas negociações devemos ser suaves com as pessoas, evidenciando seus pontos positivos, bem como ser duro e exigentes com o problema que precisa ser resolvido.

*Claudio Zini é diretor-presidente da Pormade Portas