inteligência artificial

Transformação digital trouxe para o marketing das agências a necessidade de criar processos, checklists e padrões

*Por Daniel R. Bastreghi

Se antes as estruturas orgânicas funcionavam bem para o marketing na mídia tradicional, a transformação digital trouxe a necessidade de padronizar alguns processos para garantir que as campanhas impactem os clientes e as pessoas certas. Para enviar um simples e-mail marketing, por exemplo, hoje é necessário garantir a qualidade do mailing, a segmentação de público correta baseando-se em filtros de dados, o respeito às leis de privacidade e configurações complexas de DNS, e integrações de sistemas para assegurar a boa entrega do conteúdo.

Junta-se a isso o desafio de que as agências precisam ser constantemente criativas, pois isso está no DNA do marketing e da comunicação. É sempre necessário adicionar elementos novos em cada entregável, pensando que cada cliente tem especificidades únicas: identidade visual, preferências, ferramentas. Nesse contexto, cada demanda possui suas próprias particularidades, então, como manter uma frequência razoável de entregáveis e garantir a produtividade do time com qualidade?    

Penso que as agências de marketing podem se inspirar bastante nas empresas de tecnologia, pois percebo que ambas compartilham contextos semelhantes: necessitam fazer entregas rápidas, com qualidade e bom nível de inovação; lidam com o intangível e com crescente complexidade; e utilizam-se predominantemente de capital humano. As agências de marketing e comunicação podem aprender muito sobre organização e inovação olhando com maior profundidade para as organizações de tecnologia, principalmente porque a transformação digital elevou a exigência de requisitos técnicos para o mundo do marketing, aspectos que não costumam fazer parte da formação de publicitários, designers e criativos, mas que são importantes para atingir bons resultados.

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Seja numa equipe de tecnologia ou de marketing, o ativo principal são as pessoas, que despendem tempo de trabalho e talento. Apesar de esse primeiro recurso ser um custo que precisa ser gerenciado, pois é ele que vai garantir a saúde dos projetos e o lucro das agências, é importante não exagerar. O uso excessivo de planilhas de tempo, por exemplo, pode levar a um micro gerenciamento ou à coleta de dados desnecessários, que não serão analisados no futuro. Nesse contexto, alguns profissionais sentem-se sufocados por controles rígidos e isso pode prejudicar a criatividade deles, uma vez que nunca se sabe quanto tempo será consumido até que uma boa ideia emerja.  

Dessa forma, cada empresa precisa encontrar o melhor equilíbrio, de acordo com o teor de suas atividades e a necessidade de gestão, para fazer o gerenciamento de tempo. Aqui, até mesmo o ócio criativo deve ser considerado, pois produtividade não é pressão, afobação ou pressa. Ela é o uso diligente do tempo e dos recursos, primando pelo que no final fará sentido e trará benefícios. Nesse sentido, se a criatividade requer ócio, o ócio precisa ser considerado como parte do processo produtivo. Mas, além disso, tem algumas outras estratégias que podemos considerar:

1.      Para estimular o foco, force o lançamento de tempo em blocos de 30 minutos, como um pomodoro. Isso estimulará as pessoas a agruparem as atividades por projetos ou clientes para que mensurem o consumo de tempo mais facilmente e percebam quantos minutos, em média, precisam para fazer cada tarefa.

2.      Estipule uma estimativa de tempo para cada demanda e combine com a equipe que, caso seja necessário extrapolar o tempo estimado, ela deve justificar isso em um campo de comentário. Isso fará com que ela reflita sobre a forma como está consumindo o tempo.

3.      Bloqueie um horário semanal seu para revisar os lançamentos de tempo.  Ao fazer sua parte, demonstrará disciplina e seriedade na revisão dos lançamentos para instalar esta cultura nos colaboradores.

4.      Para procedimentos mais técnicos, crie checklists. Em atividades reconhecidas pela altíssima qualidade, como aviação e construção civil, onde erros podem causar perdas imensuráveis, os checklists estão sempre à mão e tornam-se ferramentas essenciais. Lembre-se que checklists precisam ser curtos e práticos.

5.      A gestão a vista é sua aliada. Crie painéis de monitoramento dos tempos lançados por cliente ou demanda. Deixe-os a vista, de modo que todos possam acompanhar os lançamentos e ajudar a identificar inconsistências.

Além disso, podemos considerar ainda o uso da inteligência artificial, principalmente a generativa, para reduzir o esforço e elevar a qualidade da entrega da equipe. Aliás, de acordo com uma pesquisa da IDC, a aplicação da IA Generativa a uma série de tarefas de marketing empresarial resultará em um aumento de produtividade estimado de mais de 40% até 2029.

No entanto, é preciso fazer isso com responsabilidade e considerar que ainda estamos compreendendo todas as implicações do uso dessa tecnologia. Nesta etapa, como parte da gestão, a função é assegurar que o conhecimento interno sobre a ferramenta se espalhe o mais rápido possível e que exista boa absorção do conhecimento externo. Crie workshops recorrentes para:

  • Reconhecer bons casos de uso de IA em sua equipe;
  • Colaboração e compartilhamento interno de ferramentas e novas funcionalidades;
  • Treinamentos;
  • Discutir limites legais e éticos para uso da IA;
  • Brainstorming de tendências e impactos gerados pela IA.

As agências que cuidam da produtividade e da gestão de tempo das equipes verão melhor colaboração entre os membros do grupo e menos atrito causado por processos ineficientes e erros que poderiam ter sido evitados. Verão ainda um ambiente com relações mais leves e saudáveis. Tais agências terão mais lucro, pois possuirão maior controle sobre seus custos. Por fim, estarão mais capacitadas a apresentar resultados para seus clientes e provar o ROI de seus esforços.

*Daniel R. Bastreghi é sócio administrador e Consultor de Marketing na DRB.MKT, atuando com orientação e assessoria de planejamento estratégico, estruturação comercial, implantação de CRM, inbound marketing, ações integradas de marketing digital e pesquisas. Sendo assim, é a fonte ideal para falar sobre tendências do setor, social media, influenciadores, produtividade e gestão.  Daniel é MBA em Gestão de Projetos e especialista em Planejamento e Gerenciamento Estratégico.

Fonte: Mondoni Press.

IA no varejo: market4u diminui em 90% o índice de fechamento de unidades e aumenta faturamento em 10%

Rede de mercados autônomos, market4u faz uso da IA para precificação, mix de produtos e previsão de índice de saúde das unidades

Durante a NRF Retail Big Show 2024, maior evento mundial de varejo, a Inteligência Artificial (IA), foi tema dominante no palco, sendo apontada como fator crucial para o futuro do segmento varejista. Na prática, o market4u, rede de mercados autônomos que opera em condomínios comerciais e residenciais, é uma prova real dos benefícios que a IA pode proporcionar para o varejo. Com a tecnologia, a rede conseguiu aumentar em 1,5% a média das margens das operações, expandir em 10% o faturamento e reduzir em 90% o índice de fechamento de lojas.

Segundo Lucien Newton, vice-presidente da vertente de consultoria do Grupo 300 Ecossistema de Alto Impacto, que estava presente no evento, foi dada especial atenção à integração da AI em funções de varejo fora do merchandising, explorando novas aplicações e casos de sucesso. “As discussões se concentraram em como os negócios podem se adaptar e prosperar em um mercado em constante evolução, com um foco específico em inteligência artificial, tecnologia e sustentabilidade. E como as empresas podem adicionar valor para si mesmas e seus públicos, criando experiências únicas para os clientes e se remodelando, com insights de um mercado dinâmico, destacando a importância da inovação e da flexibilidade nas operações de varejo,” ressalta Newton.

Segundo Henrique Magalhães, Chief Data Officer (CDO) do market4u, a empresa faz uso da IA na precificação dos itens comercializados e na sugestão de mix de produtos. “A Inteligência Artificial é uma grande aliada na melhor utilização dos dados que possuímos, permitindo que seja realizando análises de informações com uma precisão enorme e em tempo real, otimizando os processos de forma a aumentar a margem de lucro e a satisfação dos clientes”, comenta Magalhães.

Outro fator que também ajudou nos resultados do market4u, foi a capacidade da tecnologia para a previsão de índice de saúde das unidades. “Como a Inteligência Artificial transforma dados em insights, ela viabiliza a antecipação de problemas operacionais ou financeiros, possibilitando intervenções proativas que garantem a sustentabilidade e o crescimento contínuo do negócio”, explica.

Para o especialista, a ascensão da IA no varejo é o início da Era dourada da criatividade. “Essa tecnologia é uma ferramenta de automatização com nível de precisão jamais visto e nos dá a oportunidade única de ressignificar o propósito do ser humano, viabilizando acesso a recursos que nos permitem colocar em prática nossas ideias num piscar de olhos”, finaliza o CDO do market4u.

Fonte: market4u

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Tempo de mudanças: Especialista destaca como a expansão IA exige a atualização dos profissionais para 2024

CEO do Mission Brasil, Thales Zanussi aponta como a tecnologia do momento tem traçado os novos rumos e tendências para o ambiente corporativo

Recentemente, o mundo foi surpreendido pelo vazamento de um plano de reestruturação interna da Google. Segundo o canal CNBC, mais de 30 mil funcionários pelo mundo serão impactados pela readequação. Se num primeiro momento a notícia poderia ilustrar uma eventual crise da gigante de tecnologia, pouco tempo depois se soube que, na verdade, as realocações fazem parte de um movimento estratégico para intensificar de forma expressiva os investimentos em soluções de inteligência artificial. O noticiário dá conta que a empresa irá injetar mais de US$ 2 bilhões no desenvolvimento da área nos próximos meses.

O caso envolvendo a Google é apenas um dentre tantos exemplos que evidenciam como a IA está transformando o mercado de trabalho de maneiras sem precedentes, criando inúmeras novas tendências e oportunidades para 2024. Graças a alta capacidade de potencializar habilidades e competências humanas, a tecnologia vem se consolidando como um apoio indispensável ao trabalho, afastando cada vez mais a noção de representar uma ameaça. 

Não é à toa que mais de 75% das empresas globais, segundo um estudo do Fórum Econômico Mundial, já buscam incorporar a IA em seus negócios. De acordo com Thales Zanussi, CEO do Mission Brasil, empresa referência em digital outsourcing e staff on demand no país, estar alheio a esse movimento transformador pode representar riscos inclusive ao desenvolvimento de empresas e negócios. 

“A inteligência artificial não é apenas uma ferramenta tecnológica, mas sim um catalisador para a inovação e eficiência no ambiente de trabalho. As corporações que adotam a IA estão vendo melhorias significativas em produtividade e eficiência, além da redução significativa nos custos operacionais,” afirma Zanussi. 

Um novo cenário para profissionais

Se não há mais dúvidas quanto aos impactos da tecnologia pelo viés dos negócios, o mesmo pode ser dito em relação ao papel dos profissionais. Enquanto algumas tarefas rotineiras e repetitivas se tornam automatizadas, novas funções e atribuições começam a surgir. 

Para se ter uma ideia do tamanho desta renovação, um estudo publicado pela edX aponta que 47% dos líderes globais acreditam que os profissionais não estão preparados para o futuro do trabalho com a IA. Segundo Zanussi, à medida que a tecnologia passa a se popularizar, os profissionais também precisam se adaptar a essa nova realidade. “Estamos diante da curva de aprendizado mais íngreme desde a popularização da máquina de escrever”, afirma. 

Ainda de acordo com o especialista, trabalhadores que consigam usufruir da tecnologia para otimizar performance estão prestigiados no mercado. “É possível dizer que a habilidade mais requisitada num futuro próximo será saber aplicar o poderio da IA na sua rotina, independentemente de qual seja o setor de atuação ou o cargo em questão”, completa.

Fonte: Mission Brasil

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Como a IA transforma a eficiência operacional de startups de saúde?

*Por Rafael Kenji Fonseca Hamada, médico e CEO da FHE Ventures 

A inteligência artificial se tornou uma ferramenta poderosa na área da saúde e sua aplicação está revolucionando a forma como os serviços são prestados. Há muitas ferramentas que vão ao encontro desse universo. O aprendizado de máquina, ou machine learning, por exemplo, é uma subárea da IA que se concentra no desenvolvimento de algoritmos, permitindo que os sistemas aprendam e melhorem com a experiência.  

Na área, o ML é usado para treinar modelos com base em dados médicos e históricos para prever diagnósticos, resultados de tratamento e muito mais. Já as Redes Neurais Artificiais (RNAs) são estruturas de IA inspiradas no funcionamento do cérebro humano. Também são usadas em diagnóstico médico, além de análise de imagens, Processamento de Linguagem Natural (PLN), entre outras ações. 

Este último recurso, inclusive, envolve a capacidade de os sistemas entenderem e gerarem linguagem humana. Isso é utilizado para automatizar a análise de registros, traduzir informações para facilitar a comunicação entre profissionais de saúde e pacientes e até mesmo para chatbots de atendimento ao cliente. 

Principais benefícios 

Não tem como negar que a inteligência artificial fornece vantagens tangíveis não apenas para os negócios, mas também para os pacientes. Entre os principais benefícios destaco: 

Diagnóstico mais preciso: é possível melhorar a precisão do diagnóstico médico, identificando doenças em estágios mais precoces e reduzindo erros humanos.  

Agilidade no atendimento: chatbots e assistentes virtuais baseados em IA podem agilizar o atendimento ao paciente, fornecendo respostas rápidas a perguntas comuns e facilitando o agendamento de consultas. 

Análise de Big Data: a IA pode processar grandes volumes de dados, permitindo que as startups identifiquem tendências de saúde, ajustem seus serviços e desenvolvam abordagens mais personalizadas. 

Monitoramento contínuo: dispositivos de IoT (Internet das Coisas) e aplicativos de saúde podem coletar informações em tempo real, favorecendo o monitoramento do paciente e intervenções precoces. 

Redução de custos: a automação de tarefas administrativas, como faturamento e agendamento, pode reduzir significativamente os custos operacionais. 

Melhoria na pesquisa médica: a IA pode acelerar a pesquisa médica, analisando vastas quantidades de dados e identificando correlações e insights que os seres humanos poderiam levar anos para descobrir. 

Portanto, as startups que adotam a tecnologia estão em uma posição vantajosa para oferecerem serviços de saúde mais eficientes e de alta qualidade, à medida que o segmento continua a evoluir com avanços tecnológicos. 

*Rafael Kenji Hamada é médico e CEO da FHE Ventures, uma corporate venture builder cujo principal objetivo é desenvolver soluções inovadoras voltadas ou adaptadas para as áreas de saúde e educação.  

Fonte: FHE Ventures

Sociedade, governo ou indústria: quem terá maior controle da inteligência artificial no futuro?

Por Durval Jacintho*

No futuro, quem terá maior influência e controle da inteligência artificial? Essa é uma inquietude a respeito do alcance e domínio da IA sobre os humanos que gera uma disputa de poder recorrente. Aliás, com a popularização do ChatGPT – lançado pela empresa OpenAI em novembro de 2022 -, na modalidade de IA Generativa, ela alcançou o domínio público devido a versatilidade e capacidade criativa – prerrogativa até então dos seres humanos -, principalmente para a geração de conteúdo em formato de texto, áudio e vídeo.

Podemos reconhecer que o tema é complexo devido aos impactos ainda incertos de uma tecnologia de propósito geral, ainda mais porque ela gera consequências em todos os segmentos sociais e econômicos. Para começar, podemos analisar a questão utilizando o conceito de vetores e observando as forças que atuam sobre todos os aspectos da IA. Considerando a atuação e influência dos stakeholders, ações essas que podem mudar os rumos desta tecnologia e todas as suas criações, chegamos aos vetores de poder econômico, poder político e poder social.

Vetor do poder econômico

O vetor econômico representa o poder da indústria de tecnologia sob a liderança das big techs, empresas que controlam as redes sociais, os serviços de busca na internet, os aplicativos e as compras online, entre outros serviços que utilizam a inteligência artificial. Uma dimensão deste vetor é medida pelo faturamento das maiores empresas americanas e chinesas de tecnologia. O número supera U$ 1 trilhão, maior que o PIB da Holanda em 2022. São também empresas líderes em valor de mercado entre as listadas na Bolsa de Valores dos Estados Unidos. Entre as cinco maiores do mundo em 2023, quatro são big techs, sendo a Apple a maior, cujo valor acionário chegou a 3 trilhões de dólares.

Em 2022, em meio a uma derrocada do mercado de ações liderada pela tecnologia, as cinco maiores, chamadas de FAMAG (Facebook, Amazon, Microsoft, Apple e Google) investiram US$ 223 bilhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D), contra US$ 109 bilhões em 2019. Como a IA exige grandes investimentos em capital humano para pesquisa, treinamento dos grandes modelos de linguagem (LLM – Large Language Models em inglês), hardware e software, a concentração de poder só tende a aumentar nesta tecnologia. Integram também o vetor do poder econômico as startups – que muitas vezes atuam em parceria com a big techs –, os centros de pesquisa em tecnologia e os fabricantes de componentes eletrônicos, hardware e software.

No momento, este vetor é o mais influente pelo pioneirismo em lançar produtos e serviços de inteligência artificial. Porém, seu protagonismo muda rapidamente de mãos dentro da indústria conforme os avanços tecnológicos. Até 2022, a OpenAI, criadora do ChatGPT, era uma empresa desconhecida fora do meio tecnológico. Os stakeholders deste vetor estão em uma ferrenha disputa de liderança e tendem a se opor à regulamentação da IA, que lhes exigiria mais responsabilidade sobre os conteúdos publicados e mais custos para controle. Entretanto, diante das pressões pelos potenciais riscos e danos que a IA pode causar, muitas empresas se empenham na autorregulação, criando códigos internos de conduta ou aderindo à manifestos em favor da ética e IA responsável.

Vetor do poder político

O vetor político se configura pela ação dos três poderes da república – executivo, legislativo e judiciário – e demais entes reguladores públicos e setoriais. Esse poder geralmente demonstra muita força devido a capacidade impositiva e da ação dos agentes estatais no controle, fiscalização e penalização dos demais agentes. Considerando que somente 30% da população mundial vive em regimes plenamente democráticos, se tornam recorrentes as discussões sobre o tema, pois a indústria sempre está à frente dos demais vetores e tende a desafiar regras e imposições regulatórias.

Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden assinou uma ordem executiva em novembro de 2023 em defesa da IA responsável, colocando diretrizes e barreiras no uso e desenvolvimento de grandes modelos de linguagem, que devem estar sujeitas a supervisão antes de seu lançamento. Na China, país importante na criação da tecnologia digital e com controle estatal centralizado, o órgão regulador da internet adotou medidas provisórias para reger os serviços da IA Generativa, com objetivo de criar uma lei geral para sua utilização. Iniciativas em prol da regulação da Inteligência Artificial também podem ser conferidas na Europa e no Reino Unido.

Na América Latina, somente o Peru publicou, em julho de 2023, sua lei de promoção do uso da inteligência artificial para o desenvolvimento econômico do país. Todavia, esse é um regramento muito principiológico e sumário, que não estabelece obrigações para os desenvolvedores da tecnologia. No Brasil, segue em fase de emendas no Senado Federal o Projeto de Lei PL 2338/23, que representa um avanço em termos de regulação de IA por equilibrar a proteção de direitos fundamentais humanos baseados em princípios éticos com o estímulo ao desenvolvimento tecnológico responsável. Entretanto, o projeto recebe críticas de alguns especialistas em IA, que enfatizam a dificuldade de regulação de uma tecnologia em estágio inicial de aplicações, e em contrapartida, sugerem investimentos em educação digital e reflexão da sociedade sobre o uso responsável da inteligência artificial.

Vetor do poder social

O vetor social representa as entidades da sociedade civil, das organizações não governamentais (ONGs), da imprensa, do meio acadêmico, das demais empresas e pessoas físicas consumidoras e de agremiações religiosas interessadas. É o vetor de poder mais heterogêneo e pouco escutado nas discussões sobre inteligência artificial, mas que pode ser decisivo com a união de forças em ação. Menos visível, age com base nos benefícios que a tecnologia pode trazer, resguardando valores fundamentais. Aliás, é no vetor do poder social que a maioria da população está inserida, então ela demanda do Governo a regulamentação e da Indústria a concepção de produtos regida pela “ética by design”, a fim de preservar direitos e privacidade nas aplicações da IA.

Algumas questões relativas aos impactos diretos e externalidades da IA colocadas pelos stakeholders da Sociedade são a perda de empregos para a IA, uma das maiores ameaças em todos os setores e agentes da sociedade. Segundo a OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que incluiu 38 países, até 27% dos empregos atuais podem ser substituídos pela IA, principalmente para trabalhadores cujas atividades podem ser facilmente automatizadas.

Outra questão é o direito autoral de criadores de conteúdo e do uso de imagens de artistas que são geradas pela IA para reduzir os altos custos de produções cinematográficas e produção de shows. Este debate resultou em uma greve de roteiristas e atores de Hollywood, que foi liderada pelo Sindicato de Atores com 160 mil associados. Também podemos discutir o legado digital de uma pessoa falecida, que pode ser trazida novamente à vida pelo uso de ferramentas de IA. É uma discussão no meio jurídico sobre a titularidade entre herdeiros, a responsabilidade civil e os lucros auferidos pelo uso da imagem de pessoas recriadas pela IA.

Leia também: Segurança cibernética: uma análise da ética nas empresas e do papel das lideranças a partir dos sete pecados capitais

Por fim, temos os vieses discriminatórios causados pelos algoritmos de IA, como a utilização de bases de dados incompletas, desatualizadas ou incorretas, gerando tratamento assimétrico entre grupos sociais. Por isso, a sociedade exige transparência, privacidade e explicabilidade dos algoritmos de IA. E temos ainda as fake news, que se tornam mais críveis com o uso das ferramentas de IA que permitem a geração de áudio e vídeos de alta resolução de uma pessoa a partir de textos apócrifos, como a oferecida pelo aplicativo FakeYou.

Por outro lado, os stakeholders deste vetor usufruem de vários benefícios  da IA, como na saúde, com o uso e alcance da utilização da IA no diagnóstico de doenças e procedimentos cirúrgicos e aceleração no desenvolvimento de fármacos e vacinas; da educação, na geração de conteúdo individualizado por aluno de acordo com a necessidade, assim como ambientes de aprendizagem colaborativos para professores, por meio de algoritmos e otimização dos sistema de gestão educacional; no sistema financeiro, na segurança e prevenção de fraudes, concessão de crédito e relacionamento com clientes; e em todos os processos produtivos das organizações.

As resultantes vetoriais

Diante de tantos agentes que podem modular os vetores na disputa pelo domínio, uso e controle da IA, concluímos que as principais resultantes vetoriais que irão definir o futuro da IA dependem da confluência dos interesses, negociação e benefícios logrados pelos vetores Governo, Indústria e Sociedade. São elas: regulação, mercado, pactos éticos-culturais e sustentabilidade.  

A regulação é medida pela somatória dos interesses e ações dos agentes dos vetores Governo e Indústria, que pode mover-se de intensidade e sentido de acordo com a efetiva participação da Sociedade na discussão. Já o mercado é decisivo para o futuro da Indústria, desde que esta atenda aos interesses do vetor Sociedade, que geralmente tem em suas mãos um trunfo: a seleção dos produtos e serviços de IA que aceita consumir, ainda que compulsoriamente, já que está submetida ao uso de diversas aplicações da IA sem anuência ou autorização prévia de dados. Por exemplo, os consumidores do mercado se impõem à tecnologia quando não encontram respostas para seus anseios e necessidades.

Já os pactos ético-culturais são formados pela somatória da ação de agentes dos vetores Sociedade e Governo, que atuam reativamente quando os produtos e serviços oferecidos pela Indústria provocam desvios éticos e afrontam valores culturais, além de uso criminoso da IA. Nestes casos, a Sociedade demanda ação imediata de entes governamentais por legislação que penalize os desvios. Por fim, a sustentabilidade é decisiva no futuro da IA, pois quanto maior a convergência dos três vetores apresentados, maior será o benefício para todos. Para a Indústria, a sustentabilidade será alcançada pela perpetuidade das empresas; para o Governo, será a estabilidade política e econômica necessária para enfrentar as grandes transformações que a tecnologia da inteligência artificial antevê; e para a Sociedade, será um futuro no qual esta tecnologia contribua para ampliar a produtividade, a segurança, a saúde, a mitigação dos impactos ambientais e em definitivo a qualidade de vida de todos. Que este futuro seja de uma IA inclusiva, acessível a todos e que seu uso ocorra com responsabilidade, transparência e ética.

Durval Jacintho é Engenheiro Eletrônico e Mestre em Automação Industrial pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e consultor internacional em tecnologia pela DJCon, com 37 anos de experiência C-Level no mercado de tecnologia e telecomunicações. Conselho de Administração certificado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e membro da Comissão de Ética do IBGC e da Comissão de Inovação do Capítulo São Paulo Interior. Integra o Comitê de Gestão do Hub da Gestão e o Chief.group.

Fonte: Mondoni Press

IA em nuvem é investimento estratégico a longo prazo para impulsionar a inovação nas empresas

*Por Jefferson Camargo

A inteligência artificial está transformando diversos setores da sociedade, desde a medicina até as finanças, proporcionando avanços significativos em várias indústrias. À medida que a tecnologia continua avançando e os fornecedores de nuvem oferecem soluções cada vez mais sofisticadas, é importante acompanhar as oportunidades e abraçar a IA na nuvem para alcançar o sucesso em um mundo cada vez mais digital. No entanto, a implementação de projetos baseados em inteligência artificial pode apresentar desafios, especialmente quando se trata dos custos envolvidos. 

A implementação da IA na nuvem pode parecer um desafio financeiro inicial, mas ao analisar suas vantagens, fica claro que é um investimento estratégico com benefícios significativos a longo prazo. As possibilidades de economia, acesso à tecnologia avançada, flexibilidade, redução de custos operacionais e a democratização da IA são razões que mostram por que os custos não devem ser um impedimento para aproveitar os benefícios da inteligência artificial na nuvem, mas encarados como um investimento estratégico para impulsionar a inovação, aprimorar a competitividade e obter vantagens significativas no mercado atual. Segundo o relatório 2023 AI Index Report do Stanford Institute for Human-Centered Artificial Intelligence (HAI), em 2022, o investimento privado global em IA não passou dos US$ 91,9 bilhões, representando uma queda de 26,7% em relação a 2021.

O aumento significativo das demandas por soluções tecnológicas avançadas tem levado as empresas a reconhecerem a necessidade de aprimorar a eficiência, excelência dos processos e a produtividade, pois temem ficar para trás no mercado. A fim de reduzir os custos, algumas empresas estão considerando a possibilidade de migrar para soluções locais para construir recursos de inteligência artificial/machine learning. No entanto, elas estão cautelosas em relação a essa decisão, como mostra o estudo já mencionado, pois não querem perder competitividade em termos de capacidades de IA/ML em comparação com seus concorrentes.

Nesse cenário, as soluções em nuvem surgem como uma opção atraente para as empresas que precisam fortalecer sua infraestrutura para a integração de IA/ML. Essas soluções oferecem benefícios de escalabilidade, agilidade e acesso a tecnologias de ponta, ao mesmo tempo em que ajudam a controlar os custos de forma mais eficiente. Dessa forma, as empresas podem aproveitar os recursos da nuvem para impulsionar suas iniciativas de IA/ML sem comprometer sua competitividade no mercado.

Leia também: IA e as controvérsias da privacidade de dados

Por natureza, a IA requer recursos computacionais significativos para executar algoritmos complexos e lidar com grandes volumes de dados. No passado, essa infraestrutura de hardware estava restrita a grandes corporações com orçamentos substanciais. Mas tudo mudou com o surgimento da computação em nuvem. Agora, até mesmo pequenas startups e empreendedores têm a chance de aproveitar o poder da IA sem precisar investir em equipamentos caros e servidores de última geração.

Embora algumas pessoas possam se preocupar com os custos associados à implementação da IA na nuvem, é essencial ver esse investimento como uma estratégia de longo prazo, uma vez que as vantagens superam os desafios financeiros iniciais. A computação em nuvem apresenta várias razões para não se deixar intimidar pelos custos. Entre elas, destaca-se a economia de escala, no qual você paga somente pelo que realmente usa, o que gera uma economia significativa em comparação com a aquisição e manutenção de infraestruturas locais que muitas vezes acabam ociosas. Além disso, ao optar pela nuvem, você tem acesso à tecnologia de ponta, pois os provedores estão em constante competição para oferecer as melhores soluções de IA, mesmo que seu orçamento seja limitado.

A agilidade e escalabilidade são outras vantagens da nuvem, permitindo ajustar os recursos conforme a demanda, o que possibilita uma rápida escalabilidade à medida que seu projeto de IA cresce. Além disso, ao migrar para a nuvem, você elimina gastos com manutenção de infraestrutura, energia elétrica e refrigeração de servidores, reduzindo os custos operacionais.

Outro ponto relevante, é que ela permite que sua equipe se concentre no core business, desenvolvendo e aprimorando a própria IA e otimizando o desenvolvimento do seu produto ou serviço, sem se preocupar com a infraestrutura de TI. De certa forma, a democratização da IA é uma realidade com a nuvem, tornando-a mais acessível a uma variedade de setores e empresas, independentemente do tamanho ou dos recursos financeiros.

Essa mudança para a IA generativa pode ser um momento crítico para as empresas que ignoram o potencial valor dessa tecnologia para o seu setor e seus negócios. Por exemplo, fabricantes com cadeias de suprimentos alcançando 90% de eficiência devido à IA generativa terão uma vantagem significativa sobre aqueles que operam com apenas 60% de eficiência. Eles poderão oferecer cronogramas de produção mais rápidos, proporcionar melhores experiências aos clientes e funcionários, além de garantir maior qualidade a custos e preços mais baixos.

Leia também: IA previne fraudes no setor de tecnologia, mídia e telecomunicações

Entretanto, a realidade é que a IA generativa será um investimento significativamente elevado. Pois será necessário adquirir CPUs, GPUs e sistemas de armazenamento, e provavelmente mais do que se imagina inicialmente. Isso marcará um ponto de inflexão em inovação e gastos para aquelas empresas que estão totalmente comprometidas com a IA generativa e acreditam na história que mencionei antes.

Muitas empresas cometeram muitos erros que prejudicaram o valor que poderiam ter obtido da computação em nuvem. Elas dependiam excessivamente de simples migrações, ignorando melhores caminhos para uma infraestrutura em nuvem mais econômica. Pensavam que a computação em nuvem era apenas uma medida para economizar custos, e não uma forma de investimento. Agora, as empresas estão pagando o preço por isso, pois precisam voltar atrás e corrigir problemas que deveriam ter sido tratados desde o início. Em outras palavras, estão migrando as mesmas cargas de trabalho para a nuvem duas vezes.

Por isso, meu conselho é encarar a IA pelo que ela realmente é: um investimento estratégico que pode definir o valor da empresa em algum momento. Não economize nesse investimento. Faça as coisas da maneira certa desde o início. Tenho certeza de que não haverá uma segunda chance para corrigir esse assunto.

*Jefferson Camargo é empreendedor e executivo com uma carreira dedicada à Tecnologia da Informação. Como co-fundador e CEO da Kumulus, ele tem se concentrado em áreas como Gestão de Equipes, Administração de Serviços Gerenciados e Cloud Computing.

Fonte: Mondoni Press.

Telecomunicações: quatro tendências para ficar atento em 2024

Por Juliana Najara

O setor de telecomunicação está entre os que participam ativamente da economia brasileira. Segundo a Brasscom, essa indústria avançou 10,3% em 2022, chegando a R$ 277,7 bilhões. Diversos fatores potencializaram esse resultado e, dentre eles, sem dúvidas, está a chegada da rede 5G. Por sua vez, passado todo o boom dessa fase, é fundamental que as empresas de telco estejam atentas às tendências, a fim de garantir uma gestão eficiente em 2024.

Assim como diversos segmentos precisaram se adaptar frente as atuais mudanças de mercado, o mesmo também aconteceu com o setor de telecomunicações. Isso é, se antes o centro das operações dessas empresas era em prol de redes com alta coberturas, atualmente, elas lidam com o desafio constante de buscar oferecer multisserviços com foco na excelência do atendimento ao cliente, bem como criar produtos e soluções para os usuários.

Mediante este cenário, é crucial que as companhias de telco tenham bem alinhadas práticas de gestão que favoreçam seu crescimento e desempenho. Diante disso, listo quatro tendências que precisam fazer parte, desde já, do planejamento estratégico do próximo ano:

#1 Redes autônomas e softwares: sim, investir na automação sempre será uma medida estratégica para o setor. Afinal, constantemente, são feitas atualizações que precisam ser administradas e, por meio das redes autônomas, esse processo passa a ser executado com agilidade e eficiência, garantindo o desempenho da empresa. Contudo, é preciso enfatizar que nenhuma rede irá funcionar sozinha e, para isso, a utilização de softwares é essencial, uma vez que seu uso, muito mais do que administrar dados, também é o que irá orquestrar as operações de forma autônoma. 

#2 Migração para softwares nativos em nuvem: essa é mais uma tendência que precisa fazer parte da realidade das organizações. Com os avanços da tecnologia, já se foi o tempo de utilizar sistemas legados, que são as plataformas consideradas ultrapassadas. Hoje, já existem no mercado diversas soluções que integram na mesma ferramenta diversas tecnologias que são alocadas em nuvem – algo que favorece no controle de gestão, bem como na maior acessibilidade e proteção.

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#3 Segurança: a toda hora e em todo lugar, um ataque cibernético pode acontecer. Porém, mais do que adquirir ferramentas de proteção, é preciso também investir na educação de práticas de segurança para os usuários. Até porque, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, 95% dos problemas de segurança cibernéticas são causados por erro humano. Sendo assim, a partir desse treinamento, é possível conscientizar os colaboradores acerca das possíveis vulnerabilidades, ampliar o conhecimento e instrução frente algo fora do comum e, com isso, mitigar possíveis riscos.

#4 Inteligência Artificial (IA): ela continua em alta. Embora a IA tenha ganhado ampla popularidade nos últimos tempos, é preciso destacar que ainda há muito potencial a ser explorado. Para o setor de telecomunicações, esse é um ponto benéfico, uma vez que seu uso pode contribuir efetivamente com a missão de ter o cliente no centro das operações. Isso é, por meio desta tecnologia, é possível obter e filtrar dados, analisar os comportamentos dos usuários e, assim, gerar e monetizar novas receitas. E, mais uma vez, para isso, é preciso investir no treinamento da equipe e direcionar os focos em prol da utilização eficiente da IA.

Todas as tendências destacadas têm em comum o fato de que vêm ao encontro do atual momento da transformação digital que as organizações estão atravessando. Afinal, se anteriormente o mercado era considerado descentralizador, hoje, ele se tornou centralizador, em que tudo precisa ser disponibilizado no mesmo lugar. Entretanto, há ainda há um longo caminho para que essa seja uma realidade para todas as empresas de telco, principalmente, no Brasil.

Isso é, mais do que aproveitar o hype do surgimento de novas tecnologias, é necessário buscar aprimorar internamente práticas de gestão em prol de garantir melhores resultados. Certamente, para isso, é necessário realizar mudanças que, durante essa jornada, podem causar dores e desconfortos. Quanto a isso, ter o apoio de uma consultoria especializada nessa abordagem e que ofereça tais serviços pode fazer total diferença nesse caminho.

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Em 2023, o setor de telecomunicações no Brasil deu uma desacelerada frente aos resultados obtidos nos anos anteriores, mas ainda há muito potencial a ser explorado e ganhos a serem adquiridos por meio de ações efetivas. Ou seja, mais do que entender a necessidade de gerar valor nas operações, é preciso que haja compreensão acerca da importância de investir em práticas que ajudem a trazer esses resultados.

Desta forma, a fim de se preparem para 2024, as companhias de telco precisam estar antenadas para as tendências que irão surgir e aquelas que vão permanecer. E, para garantir o seu máximo empenho, é necessário investir em medidas desde já. Até porque, mais do que um ano novo, é preciso ter uma gestão nova.

Juliana Najara é gerente de produtos da G2 Tecnologia.

Sobre a G2:
A G2 entrega a melhor solução de gestão para empresas em crescimento em nuvem, provendo o ERP SAP Business One, totalmente em compliance com a SAP®, empresa alemã líder mundial no segmento. A companhia dispõe de ampla experiência em diversos mercados, como prestação de serviço, importação, exportação, indústria, varejo, e-commerce, telecom, energia, utilities, engenharia, comércio e outros.

Fonte: InformaMídia

Aplicações de IA generativa movimentam mais de US$ 40 bilhões e devem atingir US$ 1.3 trilhões até 2032

Taxa de crescimento anual da indústria de IA, na próxima década, deve ser de 42%; expectativa é que diversos setores tenham pelo menos um agente virtual em operação no dia a dia

A adoção de agentes virtuais criados a partir de Inteligência Artificial – como o ChatGPT, YouChat, Jasper, Bard, etc – tem sido cada vez mais frequente em diversos setores visando otimização de tarefas e atualização dos processos. As aplicações não estão sendo benéficas somente para as indústrias, mas também para o mercado, que está aquecido com as movimentações que a IA tem gerado. 

Segundo o recente relatório da Bloomberg Intelligence, apenas entre este e o ano passado, as aplicações de inteligência artificial voltadas para o usuário final movimentaram US$ 40 bilhões. A expectativa é que até 2032 a IA alcance US$ 1.3 trilhões com as movimentações de mercado. O estudo ainda aponta que a taxa de crescimento de IA na próxima década deve ser de 42% ao ano – quase dobrando seu alcance anualmente.

O impacto econômico positivo com o uso de IA é exemplificado na automação de tarefas, criação de novos modelos de negócios, redução de custos operacionais, melhoria na experiência do cliente e inovação na indústria. A tendência é que, aplicada no mercado de trabalho, a tecnologia movimente a economia.

“O mercado já entende a força que a tecnologia tem em movimentar a economia, gerar mais rentabilidade e auxiliar no dia a dia para que as demandas sejam entregues com cada vez mais rapidez e assertividade. A aplicação de agentes inteligentes no mercado de trabalho não é mais uma tendência, é uma necessidade e essa evolução não volta atrás”, aponta Thiago Oliveira, CEO e fundador da Monest, empresa de recuperação de ativos através da cobrança de débitos por uma agente virtual conectada por inteligência artificial.

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A Monest opera aplicações de IA em um dos setores que a tecnologia tem se mostrado mais promissora – o setor de pagamentos e cobranças de débito, no qual é necessário um constante contato com o público. Os impulsos para crescimento do setor vem principalmente da demanda por mais agilidade nos processos e assertividade nos resultados. Com as inserções de IA, a empresa apresenta pelo menos 30% de economia nas operações, além do aumento na qualidade de atendimento e padronização do relacionamento com os clientes, resultando em mais assertividade e resultados positivos.

A tendência é que em 2024 surjam outras áreas de aplicação de forma a ramificar o uso de IA, como: IA Conversacional para atendimento ao cliente, proporcionando experiências mais gratificantes e eficazes, reduzindo o tempo de espera e resolvendo consultas de maneira precisa; Deep Learning, ou Aprendizado Aprofundado, uma técnica de IA que permite aos computadores aprenderem tarefas complexas sem programação explícita, apenas através de comparação de dados; Aumento da cibersegurança, IA está emergindo como uma ferramenta crucial para combater ameaças cibernéticas; entre outras evoluções.

“Com certeza essa é uma tecnologia que vai auxiliar em todos os setores – pagamentos, medicina, comunicação, indústria… todos aqueles que entendem a eficácia de se ter um agente virtual como auxiliador do dia a dia a um clique, terão com certeza mais sucesso, e isso vale tanto para as empresas quanto para o consumidor final”, finaliza Oliveira.

Sobre a Monest | monest@nr7.ag

A Monest é uma empresa de recuperação de ativos através da cobrança de débitos por uma agente virtual conectada por inteligência artificial. Focada em alta performance e transparência, a empresa possui um sistema digital e inteligente que testa, aprende, entende e melhora as estratégias digitais de abordagem para com os devedores, além de possibilitar que as empresas acompanhem em tempo real o desempenho da recuperação dessas dívidas.

A agente virtual da Monest, a MIA, utiliza de multicanais para se comunicar com cada devedor da melhor forma, além de personalizar a comunicação conforme o negócio, aumentando a possibilidade de um devedor voltar a ser cliente. Com mais de 16 anos de experiência, a empresa já negociou milhões de reais em dívidas no mercado de recuperação de ativos.

Fonte: Agência NR7

Inteligência Artificial: entre o bem e o mal

A nossa história se confunde com o surgimento de novas tecnologias. Da descoberta do fogo à internet, muitas pessoas ficam receosas com cada avanço que damos diante do desconhecido, até entenderem a melhor forma de utilizar essa nova ferramenta. O avanço da Inteligência Artificial (IA) pode ser a grande inovação da nossa era, assim como foi a eletricidade em outros tempos, mudando nossos hábitos, trabalho, relacionamentos e empresas. 

O que mais chama a atenção nessa tecnologia é a rápida evolução e melhorias que surgem sem necessariamente haver uma intervenção humana. No português claro e inclusivo, a IA é um sistema que aprende a partir dos dados recebidos. Se você não costuma consumir carne, por exemplo, a IA não deve lhe apresentar opções de churrascaria. 

É essa capacidade de aprendizado automatizado que faz com que a IA se desenvolva aceleradamente. Estamos diante de uma tecnologia duplamente desconhecida da maioria das pessoas. E se por um lado não sabemos como ela funciona, por outro não sabemos qual o seu limite. 

Em vista disso, diversos líderes globais de empresas de tecnologia já compartilharam as suas preocupações sobre o assunto. E isso acontece em um momento raro na nossa história em que vários criadores dessas tecnologias estão criticando os avanços de suas criaturas. O mais recente movimento nesse sentido reuniu 350 executivos – entre eles o CEO da OpenAI, criadora do ChatGPT – para manifestar as suas preocupações sobre o avanço da IA no mundo. “Mitigar o risco de extinção pela IA deve ser uma prioridade global ao lado de outros riscos em escala social ampla, como pandemias e guerra nuclear”, afirmou a carta do grupo. 

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Por outro lado, o Brasil está entre os quatro países que mais confiam em sistemas de IA, de acordo com o estudo “Trust in Artificial Intelligence”, da KPMG. Mas antes de qualquer conclusão sobre o que fazer, é preciso entender como essa nova tecnologia está sendo utilizada em algumas empresas. 

A capacidade de realizar tarefas e processos repetitivos pode ser considerada a primeira manifestação da IA que impactou o mercado. Isso porque os seus mecanismos são capazes de indicar ao consumidor produtos e serviços que se encaixam com determinado perfil, além de melhorar o atendimento, como no caso dos chatbots, reduzindo o tempo de espera e melhorando a eficiência do relacionamento. 

Já nos serviços financeiros, a IA pode ser utilizada para analisar dados de transações identificando possíveis fraudes ou antecipando produtos financeiros de acordo com o histórico de cada pessoa. Além disso, a tecnologia automatiza processos de empréstimo e crédito, tornando a decisão da instituição financeira mais rápida ao mesmo tempo em que identifica possíveis riscos de não pagamento. 

Outro setor com relevantes impactos é o da saúde. A tecnologia tem grande habilidade em aperfeiçoar diagnósticos e até antecipar tratamentos. Com muitos dados de diferentes pacientes, o sistema pode fazer correlações e identificar padrões de alguma doença de maneira mais rápida e assertiva. Um banco de dados de radiografias, por exemplo, pode antecipar um tratamento pelo reconhecimento de mudanças mínimas entre diferentes imagens. 

A Inteligência Artificial no Brasil 

O desenvolvimento da Inteligência Artificial ainda está concentrado nas mãos de poucas empresas, principalmente nos EUA e na China. Empresas como Google, Meta, Microsoft, IBM, Amazon, Alibaba, Tencent e Huawei investem intensamente na tecnologia. Não à toa são líderes globais. 

No Brasil, o desenvolvimento de IA ainda é incipiente, mas já existem empresas brasileiras promissoras com potencial para colocar nosso País no ranking acima. Contudo para que isso aconteça, é necessário um esforço coordenado do setor público e privado para incentivar a pesquisa e o desenvolvimento dessa tecnologia. Um bom exemplo desse trabalho são os cursos e iniciativas colaborativas que o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) vem realizando nos últimos anos. 

Entre o bem e o mal 

Assim como toda tecnologia, a IA precisa de pessoas que utilizam a ferramenta com responsabilidade, sob pena de transferirmos à inovação os nossos piores defeitos, como preconceitos, ódios, maus comportamentos e divisões sociais. 

Precisamos de uma regulação que garanta transparência e fiscalização sem necessariamente impedir o inevitável – sua aplicação e aperfeiçoamento – já que estamos em um mundo com cada vez mais acesso a conhecimento e informação online. 

Para que isso funcione em uma economia cada vez mais global em serviços digitais precisamos rapidamente de um esforço internacional que caminhe de maneira coordena entre os países. Caso contrário teremos ainda mais desigualdades sociais e econômicas entre as nações, derivadas do acesso às novas tecnologias. 

*Vitor Magnani é Presidente do Movimento Inovação Digital (MID).

Fonte: Sing Comunicação de Resultados.

O que a Inteligência Artificial deve transformar no mercado ainda em 2023?

O uso da Inteligência Artificial para otimizar processos é provavelmente a maior tendência do ano. Enquanto alguns discutem os limites e riscos envolvidos no compartilhamento de dados, uma pesquisa da Deloitte aponta que 7 em cada 10 empresas devem investir em IA ainda em 2023.

A descoberta das ferramentas de IA e suas aplicações no mundo corporativo apontam para uma grande mudança nos postos de trabalho. O Relatório Inteligência Artificial e Empregos, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aponta que 27% dos empregos conhecidos atualmente podem ser automatizados pela IA e deixar de existir. 

Transformando as profissões e formatos de trabalho, uma pesquisa da FrontierView, encomendada pela Microsoft, aponta que a IA deve contribuir para um crescimento de 4,2% do PIB brasileiro até 2030. 

Segundo Luis Redda, Field Sales Manager da Harness, empresa de software delivery de ponta a ponta, é possível visualizar vários impactos para a IA ainda em 2023, mas sem dúvida, o principal destaque é o aumento da produtividade. “Essa ferramenta está ajudando na construção de planejamentos, documentos, resumo de textos e até mesmo em demandas mais complexas, como gerar códigos para desenvolvedores de software”, aponta Redda. 

No entanto, o executivo da Harness destaca que 2023 está sendo um ano de “aprendizagem” para boa parte das empresas que ainda estão amadurecendo de que formas essas novas tecnologias podem ser usadas em sua operação, “mas nos próximos anos o uso da IA no trabalho vai ser um diferencial extremamente competitivo no mercado. Isso já acontece no mundo da tecnologia com mais força, onde a Inteligência Artificial já está sendo usada pelas companhias e seus desenvolvedores de software para corrigir mais rapidamente erros na geração de códigos”, destaca Luís.

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De acordo com Vinicius Gallafrio, CEO da MadeinWeb, provedora de TI e transformadora digital, com a previsão de crescimento econômico para o segundo semestre, as empresas devem apostar na IA para melhorar a assertividade na previsão de vendas e com isso, gerar mais eficiência em toda a cadeia de produção e estoque. 

No entanto, os investimentos estratégicos em infraestrutura de inteligência escalável, recrutamento de talento e promoção de uma cultura de alfabetização de dados em toda a organização são etapas cruciais para a implementação bem-sucedida da IA na previsão de demanda. “A jornada certamente será repleta de obstáculos e oportunidades de aprendizado, mas as possíveis recompensas valem o esforço”, reforça o executivo.

No setor de marketing digital, a IA aplicada à prevenção de tráfego inválido pode reduzir prejuízos, de acordo com dados da Juniper Research, que devem chegar a ordem de US$ 100 bilhões globalmente em 2023. Ferramentas de machine learning, como soluções antifraude, atuam em tempo real prevenindo ações – muitas vezes criminosas – que não geram engajamento real e desperdiçam o orçamento da publicidade online. “O grande ponto é que as equipes de segurança pensam em uma estratégia macro e esquecem áreas mais vulneráveis, como é o caso do marketing. Geralmente, há um investimento grande em sistemas, firewall, autenticação em dois fatores, criptografia, detecção e prevenção de intrusões, mas a fraude nos anúncios digitais ainda não é prioridade para muitas empresas”, conta Tamirys Collis, gerente de marketing LATAM da TrafficGuard, empresa de tecnologia que atua globalmente no combate de tráfego inválido em anúncios digitais.

Outra vertente do marketing que a inteligência artificial está destinada a revolucionar é a otimização da personalização do usuário, que impulsionará a experiência do cliente para novos níveis de excelência. Segundo Victor Paschoal, Diretor de Marketing Latam da CleverTap, plataforma de retenção e engajamento de usuários, ao coletar e analisar dados em tempo real, a IA é capaz de compreender as preferências individuais, comportamentos de navegação e histórico de interações do usuário de maneira profunda e abrangente. “Com esse conhecimento, as empresas poderão criar recomendações altamente relevantes, oferecer conteúdo sob medida e fornecer comunicações personalizadas que ressoem com cada usuário de forma única”, explica o especialista. A capacidade da IA de aprender e adaptar-se continuamente permitirá que a personalização se torne mais sofisticada e precisa com o tempo, aprimorando assim o engajamento, a fidelidade e a satisfação do cliente em todas as interações.

Fonte: Agência NR7.