Opinião

IA e as controvérsias da privacidade de dados

Por Durval Jacintho

Publicado em 1948, o clássico da ficção científica intitulado “1984”, do jornalista inglês George Orwell, ganhou notoriedade pelo conceito do “Big Brother is watching you”, entidade que representa o estado de um regime totalitário, que governa a vida e a liberdade das pessoas, através de teletelas em todas as casas, com monitoração 24 horas por dia da vida privada de um país fictício Oceania.

Quando chegou o ano de 1984, a realidade mundial foi bem diferente daquela visão pessimista traçada por Orwell no final dos anos 40, quando se iniciava a guerra fria. Os movimentos de abertura política, que culminaram com a queda do muro de Berlim em 1989, o fim de ditaduras como da Argentina e do Chile e a redemocratização do Brasil iniciada com a campanha das Diretas-Já em 1984, legaram novos ares de manifestação e expressão nas sociedades democráticas, cuja privacidade ainda era restrita ao ambiente doméstico.

Na década de 1990, a liberdade de expressão se tornou exponencial com o boom tecnológico resultante do advento da internet e da telefonia móvel, que legou ao século XXI um mundo novo, com novas formas de comunicação e interação pelo surgimento de comunidades nas redes sociais. Neste cenário, a exposição das pessoas passou a ser voluntária, em troca de pertencimento a um grupo de afinidades, promoção pessoal e acesso gratuito aos aplicativos e plataformas de relacionamento. Assim, o fim da privacidade não veio pelo fantasma do Big Brother, mas pela hiper exposição causada por mudanças de costumes na sociedade e no comportamento das pessoas, que passaram a ser monitoradas em seus hábitos de consumo, preferências por entretenimento e áreas de interesse.

Esse novo mercado elevou as Big Techs a liderar o ranking das maiores empresas em valor de mercado do planeta e agregando mais de 4,7 bilhões de internautas com perfis em redes sociais em 2023, além da geração de mais de 5 trilhões de transações anuais no comércio eletrônico. Esses números vultosos lograram grande poder aos detentores de informação de usuários e clientes e, em alguns casos, resultaram em abusos pelo uso inadvertido de dados sigilosos por parte de empresas de redes sociais, comércio eletrônico e mercado publicitário. Como forma de regulamentação e controle de desvios, foram criadas leis de proteção de dados em vários países do mundo, como a GPDR – General Data Protection Regulation da União Europeia e a LGPD no Brasil, publicadas em 2018.

Apesar dessas leis, nos dias atuais a privacidade segue sendo invadida por meio de crimes cibernéticos com grande impacto para as pessoas, como o vazamento de dados privados devido à exposição de informações sensíveis, protegidas e confidenciais dos usuários, que são roubadas de bases de dados de sistemas e aplicativos para vários fins: divulgação de propaganda de produtos e serviços nos meios digitais, utilização em sistemas estatísticos do big data e crimes financeiros, nos quais são usados identidade e dados sigilosos das vítimas. Com mais de 313 milhões de usuários de internet, o mercado online dos Estados Unidos está entre os mais importantes do mundo e o país é o mais sujeito às violações de privacidade, preocupando mais da metade dos internautas estadunidenses. No primeiro semestre de 2022, foram reportados 817 incidentes de violação de dados, afetando 53 milhões de pessoas.

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O caso mais notório de mau uso de informações privadas foi o escândalo da empresa britânica Cambridge Analytica, que coletou, sem autorização, dados pessoais de 87 milhões de usuários do Facebook e os usou para a divulgação direcionada de propaganda política na campanha eleitoral dos Estados Unidos de 2016 – com o objetivo de favorecer a eleição do ex-presidente Donald Trump. A Cambridge Analytica foi penalizada pela justiça inglesa. O Facebook recebeu multa recorde de 5 bilhões de dólares da Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, que terminou em dezembro de 2022 com a Meta pagando 725 milhões de dólares em acordo judicial, a título de indenização pelos danos causados.

Todavia, com o avanço do mundo eletrônico e da Inteligência Artificial (IA), outras formas de invasão de privacidade surgiram, novamente pela exposição de pessoas e empresas no uso da IA Generativa e recursos tecnológicos que permitem clonar – com alta precisão em áudio e vídeo – pessoas gerando na deepfake falas e imagens que nunca existiram.

Na interação com as ferramentas da IA, as perguntas feitas pelos usuários aos chatbots como o ChatGPT da OpenAI, bem como a entrega de códigos de programação para revisão ou aperfeiçoamento pelos algoritmos da IA, transferem conteúdo e informações ao domínio das plataformas. Isso levou à proibição do uso do ChatGPT por parte de algumas empresas como Samsung, JPMorgan, Bank of America, Goldman Sachs e Citigroup e a Apple, também por razões de competição. Governos atuaram no banimento desse aplicativo, como ocorreu na Itália.

Entretanto, como tudo no mundo da tecnologia tem seus contrapontos, estão surgindo novas formas de comercialização de dados das pessoas com a IA. A startup israelense Hour One está comprando rostos de pessoas reais, para criar personagens gerados pela IA, que são utilizados em vídeos educacionais e de publicidade. A empresa informa que já conta com uma lista de 100 imagens compradas – e outras em fila de espera, e busca diversidade de raça, etnia, idade e gênero. Como resposta aos questionamentos de privacidade e ética, a Hour One garante que rotulará os vídeos criados com marcas d’água informando que se trata de imagens geradas pela IA.

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Outra utilização controversa da IA é a recriação de celebridades mortas. Recentemente, o comercial da Volkswagen, em comemoração dos 70 anos da Kombi no Brasil, causou polêmica nacional por utilizar imagens de Elis Regina, falecida há 41 anos, interpretando a música “Como nossos pais” do compositor Belchior junto com sua filha, a também cantora Maria Rita. O filme utilizou uma dublê e imagens criadas pela IA, com um algoritmo treinado exclusivamente para reconhecimento facial de Elis. A obra foi aplaudida por muitos pelo belo resultado audiovisual e a memória afetiva despertada, porém foi criticada por especialistas e publicitários, questionando a invasão da privacidade de alguém que já não tem mais o arbítrio de sua própria imagem, mesmo que consentida e com geração de direitos autorais para a família. Um dos questionamentos foi: Se estivesse viva, Elis Regina concordaria em participar desse comercial para uma montadora de veículos?

Todos os pontos acima nos fazem refletir sobre mudanças culturais advindas da tecnologia e conduta ética em seu uso, pois colocam em risco a privacidade das pessoas na era da tecnologia digital, gerando demandas de responsabilidade no desenvolvimento e utilização das ferramentas de IA e na necessidade de incluir na regulamentação da IA – e até nos testamentos – cláusulas de privacidade post-mortem, além de normatização sobre os direitos autorais de imagens e vídeos criados pela IA com pessoas mortas.

A educação sobre a preservação da privacidade também deve ser considerada nesse contexto. A gestão de privacidade é uma questão psicológica que envolve confiança e riscos na tomada de decisões de uso dos recursos tecnológicos, conforme opina o psicólogo inglês Alan Smith, no blog Psyvacy. Ele argumenta que “o grau de propriedade que sentimos sobre nossos dados é um forte indicador de quão dispostos estamos a vendê-los. Portanto, se você está tentando fazer com que as pessoas melhorem sua postura de privacidade, concentre-se em criar esse senso de propriedade, porque garanto que as empresas estão tentando eliminá-lo. A confiança na empresa e na plataforma faz parte do processo de entrega de informações por parte dos usuários”.

Assim, nessa nova era, as organizações e seus Conselhos de Administração necessitam de um posicionamento claro sobre esse tema relevante, que exige redefinir regras de compliance e criação de uma cultura de privacidade cibernética, para preservação de sua imagem e reputação, bem como orientação de conduta aos colaboradores e demais stakeholders.

Nota: Este artigo não foi escrito pela IA.

Durval Jacintho é Engenheiro Eletrônico e Mestre em Automação Industrial pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e consultor internacional em tecnologia pela DJCon, com 37 anos de experiência C-Level no mercado de tecnologia e telecomunicações. Conselho de Administração certificado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e membro da Comissão de Ética do IBGC e da Comissão de Inovação do Capítulo São Paulo Interior. Integra o Comitê de Gestão do Hub da Gestão e o Chief.group. Contato no LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/durval-jacintho

Fonte: Mondoni Press

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Telecomunicações: quatro tendências para ficar atento em 2024

Por Juliana Najara

O setor de telecomunicação está entre os que participam ativamente da economia brasileira. Segundo a Brasscom, essa indústria avançou 10,3% em 2022, chegando a R$ 277,7 bilhões. Diversos fatores potencializaram esse resultado e, dentre eles, sem dúvidas, está a chegada da rede 5G. Por sua vez, passado todo o boom dessa fase, é fundamental que as empresas de telco estejam atentas às tendências, a fim de garantir uma gestão eficiente em 2024.

Assim como diversos segmentos precisaram se adaptar frente as atuais mudanças de mercado, o mesmo também aconteceu com o setor de telecomunicações. Isso é, se antes o centro das operações dessas empresas era em prol de redes com alta coberturas, atualmente, elas lidam com o desafio constante de buscar oferecer multisserviços com foco na excelência do atendimento ao cliente, bem como criar produtos e soluções para os usuários.

Mediante este cenário, é crucial que as companhias de telco tenham bem alinhadas práticas de gestão que favoreçam seu crescimento e desempenho. Diante disso, listo quatro tendências que precisam fazer parte, desde já, do planejamento estratégico do próximo ano:

#1 Redes autônomas e softwares: sim, investir na automação sempre será uma medida estratégica para o setor. Afinal, constantemente, são feitas atualizações que precisam ser administradas e, por meio das redes autônomas, esse processo passa a ser executado com agilidade e eficiência, garantindo o desempenho da empresa. Contudo, é preciso enfatizar que nenhuma rede irá funcionar sozinha e, para isso, a utilização de softwares é essencial, uma vez que seu uso, muito mais do que administrar dados, também é o que irá orquestrar as operações de forma autônoma. 

#2 Migração para softwares nativos em nuvem: essa é mais uma tendência que precisa fazer parte da realidade das organizações. Com os avanços da tecnologia, já se foi o tempo de utilizar sistemas legados, que são as plataformas consideradas ultrapassadas. Hoje, já existem no mercado diversas soluções que integram na mesma ferramenta diversas tecnologias que são alocadas em nuvem – algo que favorece no controle de gestão, bem como na maior acessibilidade e proteção.

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#3 Segurança: a toda hora e em todo lugar, um ataque cibernético pode acontecer. Porém, mais do que adquirir ferramentas de proteção, é preciso também investir na educação de práticas de segurança para os usuários. Até porque, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, 95% dos problemas de segurança cibernéticas são causados por erro humano. Sendo assim, a partir desse treinamento, é possível conscientizar os colaboradores acerca das possíveis vulnerabilidades, ampliar o conhecimento e instrução frente algo fora do comum e, com isso, mitigar possíveis riscos.

#4 Inteligência Artificial (IA): ela continua em alta. Embora a IA tenha ganhado ampla popularidade nos últimos tempos, é preciso destacar que ainda há muito potencial a ser explorado. Para o setor de telecomunicações, esse é um ponto benéfico, uma vez que seu uso pode contribuir efetivamente com a missão de ter o cliente no centro das operações. Isso é, por meio desta tecnologia, é possível obter e filtrar dados, analisar os comportamentos dos usuários e, assim, gerar e monetizar novas receitas. E, mais uma vez, para isso, é preciso investir no treinamento da equipe e direcionar os focos em prol da utilização eficiente da IA.

Todas as tendências destacadas têm em comum o fato de que vêm ao encontro do atual momento da transformação digital que as organizações estão atravessando. Afinal, se anteriormente o mercado era considerado descentralizador, hoje, ele se tornou centralizador, em que tudo precisa ser disponibilizado no mesmo lugar. Entretanto, há ainda há um longo caminho para que essa seja uma realidade para todas as empresas de telco, principalmente, no Brasil.

Isso é, mais do que aproveitar o hype do surgimento de novas tecnologias, é necessário buscar aprimorar internamente práticas de gestão em prol de garantir melhores resultados. Certamente, para isso, é necessário realizar mudanças que, durante essa jornada, podem causar dores e desconfortos. Quanto a isso, ter o apoio de uma consultoria especializada nessa abordagem e que ofereça tais serviços pode fazer total diferença nesse caminho.

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Em 2023, o setor de telecomunicações no Brasil deu uma desacelerada frente aos resultados obtidos nos anos anteriores, mas ainda há muito potencial a ser explorado e ganhos a serem adquiridos por meio de ações efetivas. Ou seja, mais do que entender a necessidade de gerar valor nas operações, é preciso que haja compreensão acerca da importância de investir em práticas que ajudem a trazer esses resultados.

Desta forma, a fim de se preparem para 2024, as companhias de telco precisam estar antenadas para as tendências que irão surgir e aquelas que vão permanecer. E, para garantir o seu máximo empenho, é necessário investir em medidas desde já. Até porque, mais do que um ano novo, é preciso ter uma gestão nova.

Juliana Najara é gerente de produtos da G2 Tecnologia.

Sobre a G2:
A G2 entrega a melhor solução de gestão para empresas em crescimento em nuvem, provendo o ERP SAP Business One, totalmente em compliance com a SAP®, empresa alemã líder mundial no segmento. A companhia dispõe de ampla experiência em diversos mercados, como prestação de serviço, importação, exportação, indústria, varejo, e-commerce, telecom, energia, utilities, engenharia, comércio e outros.

Fonte: InformaMídia

Internet das Coisas: saiba como usar a hiperconectividade sem colocar em risco os seus dados

* Bruno Telles, COO da BugHunt

Lâmpadas que acendem pelo celular, ferros de passar roupa com sensor inteligente, aparelhos de som acionados pela voz. Internet das coisas é um termo que existe desde 1999, criado pelo britânico Kevin Ashton, e se refere aos dispositivos equipados com determinados mecanismos que possibilitam a conexão com uma rede. 

Já no ambiente corporativo, a IoT está presente em processos de cadeia de suprimentos, monitoramento de ativos, manufatura e até mesmo em cidades inteligentes. Hoje, a tecnologia tem ganhado cada vez mais destaque pela facilidade que promove no dia a dia das pessoas.

Apesar da praticidade que oferece, existe um perigo nessa hiperconexão. A falta de  conscientização sobre os riscos envolvidos pode levar muitos usuários a esquecerem da segurança de seus dispositivos e, assim, acabam negligenciando medidas básicas de proteção. Além disso, a carência de padronização e regulamentação na área de IoT também contribui para o cenário de exposição de informações sensíveis.

De acordo com o Relatório de Ameaças Cibernéticas 2023 da SonicWall, na América Latina, nos primeiros seis meses do ano, houve um aumento de 164% nos ataques a ambientes com IoT. Esses tipos de ações colocam em risco informações pessoais dos usuários, como nome, endereço, CPF, senhas, dados bancários, e compromete até mesmo a segurança física do consumidor, dependendo do tipo de aparelho envolvido.

Contudo, antes de desistir das casas conectadas e abandonar a Smart Tv e os assistentes de voz por receio de ter dados roubados, é possível fazer uso da IoT e suas ferramentas sem riscos de exposição por meio da implementação de medidas de segurança adequadas. 

Leia também: Internet das Coisas: ABINC elenca as principais tendências da tecnologia para os próximos anos

Um primeiro passo é focar na utilização de senhas fortes e únicas para cada dispositivo, com uso de caracteres que variam entre letras maiúsculas, minúsculas, números e símbolos.

A atualização regular de firmware e sistemas operacionais, a configuração correta de permissões de acesso e a utilização de redes criptografadas e seguras, como VPNs, para proteger a comunicação dos dispositivos, também estão entre as principais orientações para quem busca explorar a hiperconectividade sem riscos.

Além disso, usar autenticação de dois fatores para contas online, evitar o compartilhamento de informações pessoais em redes sociais, utilizar softwares antivírus em dispositivos e evitar o clique em links suspeitos ou download de arquivos de fontes não confiáveis, também auxiliam no reforço da segurança.

Portanto, ter controle dos dados dentro de softwares e outras tecnologias assegura a privacidade necessária no uso de sistemas residenciais, além de possibilitar maior segurança, já que os usuários podem garantir que suas informações estejam armazenadas e trafegadas de maneira protegida contra acessos não autorizados.

Sistemas IoT trazem muitos benefícios, mas com eles surgem riscos que precisam ser considerados e mitigados. Para utilizar a tecnologia sempre a favor dos usuários, é fundamental seguir boas práticas de segurança, conscientizar-se dos riscos envolvidos e estar atento às atualizações e correções de segurança disponibilizadas pelos fabricantes de dispositivos e softwares.

* Bruno Telles é COO da BugHunt, primeira plataforma brasileira de Bug Bounty, programa de recompensa por identificação de falhas.

Fonte: motim.cc.

Políticas de segurança, criptografia e diversidade de dados garantem o sucesso da automação de testes

*Por Everton Arantes

No mundo do desenvolvimento de software, a geração de dados para massa de testes desempenha um papel crucial na verificação da eficácia e qualidade dos sistemas. No entanto, essa atividade não está isenta de riscos, especialmente quando se trata da segurança e privacidade dos dados envolvidos. Neste contexto, é essencial reconhecer os desafios e adotar medidas para proteger a integridade e a confidencialidade dos dados de teste. Ao dar a devida atenção à segurança, fortalecemos a confiança em nossos sistemas e garantimos a proteção dos dados pessoais.

Como CEO da Prime Control, sei que para profissionais especializados, familiarizados com as principais ferramentas do mercado, sejam pagas ou de código aberto, a segurança deve ser sempre o primeiro foco. Tenho experiência em automação de testes de diversos tipos de sistemas, como ERPs, integrações, e-commerces e aplicativos e, atualmente, utilizamos a metodologia de automação Continuous Test Automation (CTA), baseada na filosofia lean. O CTA permite que nossos clientes aprimorem continuamente seus ciclos automatizados de testes, crescendo de forma escalável, ágil e flexível e a geração de massa de dados é algo que auxilia na implantação de testes contínuos, permitindo a execução de cenários mais complexos, garantindo as variações dos cenários automatizados.

Ao considerar a segurança na geração de dados para massa de testes e investir na automação dos testes, assegura-se não apenas a proteção dos dados pessoais, mas também a eficiência e a confiabilidade dos sistemas desenvolvidos. Os riscos inerentes à geração de dados para massa de testes são reconhecidos, e a importância de adotar medidas para proteger a privacidade e a integridade dos dados é compreendida.

Este processo pode expor informações sensíveis e pessoais se não tomadas as precauções adequadas. Para minimizar esse risco, é essencial anonimizar ou mascarar os dados, substituindo informações identificáveis por dados fictícios ou não identificáveis. Isso protege a privacidade dos usuários reais, garantindo que suas informações pessoais não sejam expostas indevidamente.

É importante destacar que a falta de representatividade dos dados de teste é um risco que compromete a eficácia dos testes. É necessário gerar dados realistas e diversificados, considerando fatores como geografia, demografia, comportamento e características específicas do sistema, a fim de identificar problemas que possam surgir em situações reais.

Outro risco a ser considerado é a falta de conformidade com as regulamentações de proteção de dados, como a LGPD. Devemos garantir que estejamos em conformidade, obtendo o consentimento adequado dos usuários quando necessário e adotando medidas de segurança apropriadas para proteger os dados de teste.

Além dos riscos mencionados, é essencial prevenir o uso inadequado dos dados de teste. Devemos estabelecer políticas claras sobre o uso exclusivo para fins de teste, evitando compartilhamentos ou acessos indevidos. Implementar controles de acesso adequados, criptografar os dados, monitorar a segurança dos sistemas e estar atualizado sobre as melhores práticas de segurança de dados são medidas fundamentais.

Priorizar a segurança na geração de dados para massa de testes é uma obrigação legal e uma prática recomendada. Ao fazê-lo, protegemos nossos usuários, fortalecemos a confiança em nossos sistemas e reduzimos os riscos associados.

*Everton Arantes é fundador e CEO da Prime Control e participa ativamente de projetos de automação, quality assurance, implantação de modelos ágeis e DevSecOps. Na Prime Control, atende grandes contas como Grupo Boticário, Vivo, C&A, Alpargatas, Azul Linhas Aéreas, Lojas Renner, entre outras.

Fonte: Mondoni Press

Inteligência Artificial: entre o bem e o mal

A nossa história se confunde com o surgimento de novas tecnologias. Da descoberta do fogo à internet, muitas pessoas ficam receosas com cada avanço que damos diante do desconhecido, até entenderem a melhor forma de utilizar essa nova ferramenta. O avanço da Inteligência Artificial (IA) pode ser a grande inovação da nossa era, assim como foi a eletricidade em outros tempos, mudando nossos hábitos, trabalho, relacionamentos e empresas. 

O que mais chama a atenção nessa tecnologia é a rápida evolução e melhorias que surgem sem necessariamente haver uma intervenção humana. No português claro e inclusivo, a IA é um sistema que aprende a partir dos dados recebidos. Se você não costuma consumir carne, por exemplo, a IA não deve lhe apresentar opções de churrascaria. 

É essa capacidade de aprendizado automatizado que faz com que a IA se desenvolva aceleradamente. Estamos diante de uma tecnologia duplamente desconhecida da maioria das pessoas. E se por um lado não sabemos como ela funciona, por outro não sabemos qual o seu limite. 

Em vista disso, diversos líderes globais de empresas de tecnologia já compartilharam as suas preocupações sobre o assunto. E isso acontece em um momento raro na nossa história em que vários criadores dessas tecnologias estão criticando os avanços de suas criaturas. O mais recente movimento nesse sentido reuniu 350 executivos – entre eles o CEO da OpenAI, criadora do ChatGPT – para manifestar as suas preocupações sobre o avanço da IA no mundo. “Mitigar o risco de extinção pela IA deve ser uma prioridade global ao lado de outros riscos em escala social ampla, como pandemias e guerra nuclear”, afirmou a carta do grupo. 

Leia também: O que a Inteligência Artificial deve transformar no mercado ainda em 2023?

Por outro lado, o Brasil está entre os quatro países que mais confiam em sistemas de IA, de acordo com o estudo “Trust in Artificial Intelligence”, da KPMG. Mas antes de qualquer conclusão sobre o que fazer, é preciso entender como essa nova tecnologia está sendo utilizada em algumas empresas. 

A capacidade de realizar tarefas e processos repetitivos pode ser considerada a primeira manifestação da IA que impactou o mercado. Isso porque os seus mecanismos são capazes de indicar ao consumidor produtos e serviços que se encaixam com determinado perfil, além de melhorar o atendimento, como no caso dos chatbots, reduzindo o tempo de espera e melhorando a eficiência do relacionamento. 

Já nos serviços financeiros, a IA pode ser utilizada para analisar dados de transações identificando possíveis fraudes ou antecipando produtos financeiros de acordo com o histórico de cada pessoa. Além disso, a tecnologia automatiza processos de empréstimo e crédito, tornando a decisão da instituição financeira mais rápida ao mesmo tempo em que identifica possíveis riscos de não pagamento. 

Outro setor com relevantes impactos é o da saúde. A tecnologia tem grande habilidade em aperfeiçoar diagnósticos e até antecipar tratamentos. Com muitos dados de diferentes pacientes, o sistema pode fazer correlações e identificar padrões de alguma doença de maneira mais rápida e assertiva. Um banco de dados de radiografias, por exemplo, pode antecipar um tratamento pelo reconhecimento de mudanças mínimas entre diferentes imagens. 

A Inteligência Artificial no Brasil 

O desenvolvimento da Inteligência Artificial ainda está concentrado nas mãos de poucas empresas, principalmente nos EUA e na China. Empresas como Google, Meta, Microsoft, IBM, Amazon, Alibaba, Tencent e Huawei investem intensamente na tecnologia. Não à toa são líderes globais. 

No Brasil, o desenvolvimento de IA ainda é incipiente, mas já existem empresas brasileiras promissoras com potencial para colocar nosso País no ranking acima. Contudo para que isso aconteça, é necessário um esforço coordenado do setor público e privado para incentivar a pesquisa e o desenvolvimento dessa tecnologia. Um bom exemplo desse trabalho são os cursos e iniciativas colaborativas que o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) vem realizando nos últimos anos. 

Entre o bem e o mal 

Assim como toda tecnologia, a IA precisa de pessoas que utilizam a ferramenta com responsabilidade, sob pena de transferirmos à inovação os nossos piores defeitos, como preconceitos, ódios, maus comportamentos e divisões sociais. 

Precisamos de uma regulação que garanta transparência e fiscalização sem necessariamente impedir o inevitável – sua aplicação e aperfeiçoamento – já que estamos em um mundo com cada vez mais acesso a conhecimento e informação online. 

Para que isso funcione em uma economia cada vez mais global em serviços digitais precisamos rapidamente de um esforço internacional que caminhe de maneira coordena entre os países. Caso contrário teremos ainda mais desigualdades sociais e econômicas entre as nações, derivadas do acesso às novas tecnologias. 

*Vitor Magnani é Presidente do Movimento Inovação Digital (MID).

Fonte: Sing Comunicação de Resultados.

Transformação digital garante melhoria na eficiência operacional das empresas

Quem adere a esse movimento está preparado para prosperar em um ambiente de negócios em constante evolução

A tecnologia está transformando rapidamente o cenário dos negócios em todo o mundo. A ascensão de novas tecnologias e a rápida adoção das mesmas proporcionam um ambiente altamente competitivo, em que as empresas precisam se adaptar e evoluir constantemente se quiserem permanecer relevantes e competitivas.

Rica Mello, gestor de pessoas, palestrante e empreendedor em diversas áreas de atuação, explica que uma das principais estratégias que as empresas estão adotando para enfrentar esse desafio é a transformação digital.  “Isso significa integrar todas as tecnologias nos mais diversos aspectos de uma empresa, desde a infraestrutura até os processos internos e a experiência do cliente. Essa abordagem permite a automação das tarefas, melhoria da eficiência operacional e, como consequência, oferecer produtos e serviços inovadores.

As empresas estão investindo cada vez mais em soluções como inteligência artificial, big data, Internet das Coisas (IoT) e armazenamento em nuvem para impulsionar sua vantagem competitiva. “Essas tecnologias permitem a análise mais avançada de dados, melhor tomada de decisões, automação de processos e comunicação mais eficiente”, aponta Rica Mello.

Uma das principais vantagens dessa transformação é a melhoria da eficiência operacional. A automação de tarefas rotineiras e a otimização de processos permitem uma redução significativa dos custos, além de economizarem tempo para utilizarem seus recursos de forma mais eficiente. “Isso resulta em uma produção mais rápida, um atendimento ao cliente mais ágil e uma maior capacidade de resposta às demandas do mercado”, ressalta o especialista em gestão.

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O movimento promove o desenvolvimento de uma cultura de inovação dentro das empresas. Ao adotar novas tecnologias e abraçar a mudança, as organizações encorajam seus colaboradores a pensar de forma criativa e buscar novas soluções. “Essa atmosfera nas empresas proporciona um ambiente dinâmico, no qual as ideias são valorizadas. Uma cultura dentro deste ritmo é essencial para se adaptar rapidamente às mudanças do mercado e, principalmente, para se manter à frente da concorrência”.

No entanto, Rica reforça que toda mudança abrangente requer uma estratégia bem definida, liderança eficaz e mentalidade aberta. Além disso, as empresas precisam investir na capacitação de seus colaboradores, visando o aproveitamento máximo das novas tecnologias e adaptação às novas formas de trabalho. “Quem adere a esse movimento está preparado para prosperar em um ambiente de negócios em constante evolução. Essa abordagem não apenas permite que as empresas enfrentem os desafios do mercado atual, mas também as posiciona para o sucesso a longo prazo, à medida que novidades nesse sentido continuam a surgir”, finaliza.

Sobre Rica Mello

Rica Mello é apaixonado por gestão, números, estratégia e pessoas. Dedicou uma década auxiliando grandes empresas como consultor estratégico da McKinsey e Bain & Company antes de criar seus próprios negócios. É empreendedor serial e está à frente de negócios em diversos segmentos como indústria, distribuição, importação, varejo, e-commerce e educação. Auxilia empresários a navegar no desafiante mercado brasileiro e é uma das lideranças da indústria que se preocupam com iniciativas de coleta e reciclagem de materiais. Possui MBA pela Kellogg School e especialização pela Singularity University. Ele aprendeu a gerenciar empresas de qualquer lugar do mundo, para alimentar sua outra grande paixão, que é viajar.  Conhece 136 países e almeja visitar todos os países do mundo até 2025.

Fonte: Carolina Lara Comunicação

Principais desafios enfrentados pelos times de TI e como superá-los

*Por Otto Pohlmann, CEO da Centric Solution 

É inegável que a transformação digital vivida mais intensamente nos últimos anos mudou a maneira como nos relacionamos uns com os outros e, como não poderia deixar de ser, com a própria tecnologia. Se antes os profissionais de TI eram vistos apenas como parte de uma atividade de suporte dentro das empresas, hoje se consagram figuras de peso em qualquer companhia, carregando o potencial de revolucionar processos internos e impactar significativamente qualquer negócio.  

No entanto, frente a uma sociedade que depende cada vez mais dos avanços tecnológicos e aspira por inovações digitais em todos os segmentos, os desafios que envolvem a área não são poucos. Manter-se atualizado em meio à velocidade na qual as novidades surgem deve ser, por exemplo, tarefa corriqueira. A célebre frase: “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades” faz mais sentido do que nunca. 

Um levantamento feito pela TOTVS em parceria com a H2R Pesquisas Avançadas mostrou que 85% das empresas ampliaram os investimentos em TI durante a pandemia e que três em cada quatro organizações incluíram a área em discussões de negócio. A pesquisa Tendências em Tecnologiaque ouviu 414 executivos, também aponta que 76% dos empresários consideram a tecnologia como algo estratégico para suas empresas. 

Nesse contexto, mais do que pensar apenas nas oportunidades inerentes ao cenário, é preciso conhecer os principais desafios que acompanham o outro lado da moeda para aliar a força da TI aos negócios com excelência. Então, convém ressaltar algumas dicas: 

Importância da segurança da informação  

Gestores de TI precisam cada vez mais se atentar ao número de ameaças existentes à segurança de seus clientes, servidores e processos. Para isso, é preciso desenvolver políticas, práticas, treinamentos e até mesmo promover a mudança comportamental entre os colaboradores. Os líderes podem implementar uma cultura organizacional voltada à ciberproteção, que consiste em fazer os times entenderem a importância de proteger os ativos de TI, de se anteciparem aos possíveis ataques e falhas que podem comprometer qualquer negócio. 

Promover os benefícios da cloud computing 

Projetos que usam os benefícios do cloud computing têm potenciais ímpares, portanto articular a adesão a essa tecnologia é crucial atualmente. Isso porque migrar pelo menos parte da infraestrutura de TI para a nuvem reduz custos de manutenção, atualização e suporte e permite acesso a servidores mais robustos por uma fatia de preço. Além disso, é possível escalar o negócio mais facilmente quando a oportunidade surgir, alavancando a capacidade de atendimento sem precisar aumentar a operação na mesma medida. 

Leia também: Tecnologia de nuvem: cinco passos para uma migração eficiente

Ferramentas para potencializar o atendimento ao cliente 

Pensar em maneiras de diminuir a distância entre qualquer tipo de empresa e seus clientes é um modo de qualificar as relações. Isso também está ao alcance da tecnologia. Com a inteligência artificial cada vez mais em alta e (em uso), soluções para automatizar e otimizar o atendimento ganham a cena. Os chatbots são um exemplo. Correspondendo às expectativas de cada negócio, é preciso em pouco tempo compreender as necessidades e disponibilizar soluções completas. 

Gestão da informação 

A gestão de informações adequada favorece a logística e as inovações nos negócios. Por isso, transformar dados brutos em conteúdo gerencial é um dos grandes desafios da era da informação. Assim, por meio de captação, armazenamento e tratamento de dados, a tecnologia pode e deve proporcionar o melhor desempenho para cada companhia 

Como se vê, atualmente, as equipes de TI são o motor principal dentro de diferentes organizações e o mercado já percebeu o poder envolvido de potencializar a produtividade e a rentabilidade dos negócios. Dessa maneira, à medida que o futuro exige maior atuação desse pilar estratégico nas empresas, os profissionais precisam entregar cada vez mais eficiência operacional, melhorando a experiência do usuário, sempre. Afinal de contas, apesar dos desafios intrínsecos à área, a tecnologia informatiza e transforma. 

*Otto Pohlmann é CEO da Centric Solution, empresa de tecnologia que fornece soluções completas para atender aos requisitos de segurança e da LGPD, com foco em implementação, treinamento e suporte, a fim de ajudar a sustentar o desenvolvimento de negócios de todos os portes e setores

Sobre a Centric Solution 

Empresa de tecnologia que iniciou as atividades em 2005 e oferece soluções completas com foco em implementação, treinamento e suporte para ajudar a sustentar o desenvolvimento de empreendimentos de todos os portes e ramos de atividade. Adota ferramentas voltadas a helpdesk, service desk, active directory, cloud, IT security, network performance, compliance, data protection, aplicações e remote app. Também realiza treinamentos, desenvolvimento de projetos e monitoramento em tempo real, 24 x 7, de processos, negócios, redes, link e sistema de missão crítica. Com sede em São Paulo e uma equipe de 20 colaboradores, a Centric ultrapassou a marca de 3 mil clientes. Entre eles estão Banco Safra, Crefisa, Unimed, CPFL e 60% do mercado hoteleiro.

Fonte: NB Press Comunicação.

Competição entre empresas não se dá apenas entre cadeias de suprimento, mas sim entre ecossistemas de fornecedores e clientes

Por Omar Tabach*

Diferente do que foi defendido no passado, ouso afirmar que a competição entre empresas não se dá apenas entre cadeias de suprimento, mas sim entre ecossistemas de fornecedores e clientes, incluindo serviços, soluções e tecnologias. Digo isto baseado não apenas em teorias, mas em observação do mercado e análises recentes sobre diferentes segmentos do mercado de tecnologia. Isso foi discutido em uma reunião exclusiva e fechada de CIOs de importantes empresas brasileiras, chamada de Headlines, onde se debatiam assuntos relevantes sobre o mercado fornecedor de tecnologia.

Em 2005, Thomas L. Friedman afirmou em seu livro “O Mundo Plano” que a competição estava mudando devido à globalização e a importância da eficiência das cadeias de suprimento, mas não destacou a relevância das alianças estratégicas entre empresas de tecnologia e seus clientes. Hoje, a competição ocorre entre ecossistemas de empresas, onde a escolha de um fornecedor de tecnologia por uma empresa impacta no arranjo competitivo de seu segmento e na relação dos demais players com seus fornecedores.

Ao longo dos últimos anos, notamos que existem três conjuntos de decisões que definem o sucesso de um líder de tecnologia da informação em grandes empresas. A primeira, e mais óbvia, é sua estratégia de tecnologia: a jornada de digitalização, arquitetura de soluções, estratégias de suprimentos, definições de outsourcing x insourcing, focos de inovação, entre outras. Já a segunda e a terceira vão definir o sucesso da execução desta estratégia que são, respectivamente, a escolha de sua equipe interna e a definição de seus parceiros chave de fornecimento de serviços de tecnologia.

Para compreender o desenvolvimento do ecossistema, basta pensar que, quando um banco escolhe um fornecedor de inteligência artificial para a digitalização da jornada do seu cliente, ele muda o arranjo competitivo do mercado, impactando toda a relação entre os outros players do seu segmento e seus fornecedores de inteligência artificial, de um lado para proteção de vantagens competitivas e propriedades intelectuais, e de outro lado para “correr atrás” de novos serviços e melhores experiências proporcionadas aos clientes pelo líder. Da mesma forma, quando uma empresa de varejo ou de bens de consumo seleciona seu parceiro de solução para e-commerce, vemos movimentos semelhantes de rearranjo dos seus concorrentes e sua relação com os fornecedores de tecnologia – seja para seguir o líder ou para se diferenciar.

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Antes da escolha do fornecedor de tecnologia, é fundamental que se tenha claramente qual o objetivo da aquisição e a estratégia de solução. Se a solução vai auferir uma vantagem competitiva ao cliente, o processo de aquisição não poderá ser centrado em preço e escala. Se buscamos inovação, o processo de seleção deve ser aberto, sem RFPs que definam a solução, mas que apresentem o problema  a ser resolvido, permitindo que os licitantes possam desenvolver alternativas de solução e mostrar suas competências específicas. A questão de propriedade intelectual e exclusividade também deve fazer parte da estratégia de sourcing. Se estamos falando de uma solução inovadora que se tornará um diferencial competitivo, como a empresa espera que seu fornecedor trate demandas semelhantes de seus concorrentes?

A escolha dos fornecedores de tecnologia, sejam eles de solução, integração ou serviços gerenciados, é complexa e, muitas vezes, de difícil reversão (geralmente, é mais fácil substituir membros de uma equipe do que trocar um fornecedor de tecnologia). Por este motivo, é fundamental que, antes de um processo de contratação, se conheça profundamente as ofertas de mercado, os fornecedores que se destacam em cada nicho de serviços e seus diferenciais. Existem várias formas de se manter atualizado nas ofertas do mercado brasileiro, seja através de publicações de pesquisas de mercado ou de eventos do setor.

Em resumo, a competição entre empresas mudou de cadeias de suprimento para ecossistemas, e a escolha de um fornecedor de tecnologia por uma empresa impacta no arranjo competitivo de seu segmento. O sucesso de um líder de tecnologia depende de três decisões importantes: estratégia de tecnologia, escolha da equipe interna e definição de parceiros de fornecimento de serviços. É imprescindível que o CIO defina as áreas estratégicas nas quais a tecnologia deve oferecer vantagem competitiva e inovação, bem como identificar fornecedores que aportam o conhecimento adequado às demandas de transformação da empresa. De forma análoga, ele deve saber onde não precisa de inovação e precisa de um parceiro que lhe dê eficiência em custos.

*Omar Tabach é sócio-diretor da TGT Consult e professor na Unicamp e ESPM

Fonte: Mondoni Press

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Por que o levantamento e a interpretação de dados são fundamentais para o crescimento das empresas?

Por Christophe Trevisani*

A gestão de dados e informações está cada vez mais sólida nas empresas. Isso porque ela possibilita tomadas de decisões estratégicas, justamente por fazer conhecer melhor seus potenciais clientes e, por que não, o mercado. Tendo sua relevância percebida pelas empresas recentemente, a gestão de dados e informações é um desafio não só para ser interpretada, como também praticada. 

Como é sabido, a gestão de dados e informações compõem a administração de todos os estágios das referências sobre clientes ou outra base que queremos analisar. Quando falamos em estágio, há de se separar a gestão de dados com a de informações, porque não serão a mesma coisa. Gestão de dados é o estágio inicial e, ainda, sem uma contextualização dela. É um dado, por exemplo, dizer que uma empresa emitiu 15 notas fiscais na semana. Mas por si só, esse dado é vago. Sem o contexto, não há muito o que extrair daí.

Contudo, se a partir desse dado extrair-se outros insights como quais os tipos das notas emitidas, os valores e comparar com períodos equivalentes, por exemplo, têm-se as informações. Por isso, é válido dizer que dado é o estado bruto dessa base, sem a devida “lapidação”. Já informação é o estágio mais avançado, com contextualização, permitindo uma melhor análise.

Então, é simples de se relacionar a gestão de dados e informações juntas, afinal, para que os dados sejam estratégicos, eles precisam ser transformados em informações e, desta forma, as tomadas de decisão podem ser mais assertivas.

Enquanto empreendedores e gestores, quando entendemos o que é gestão de dados e informações percebe-se que a sua principal importância é que ela dá embasamento para as tomadas de decisões. Tais escolhas tendem a ser mais assertivas com a análise de dados, que só poderá ser feita se houver uma gestão eficiente e organizada. Isso afeta decisivamente o bom crescimento da empresa, que entenderá melhor o seu público, o seu próprio negócio e o mercado em que como um todo.

Acredito que para realizarmos uma boa gestão precisamos partir de alguns princípios. Neste sentido, o especialista Ricardo Stumpf, publicou no artigo “O porquê de governanças de dados em organizações de controle” para o Tribunal de Contas da União, em 2016, alguns princípios:

Qualidade: diz respeito à organização, classificação e a definição de processos para que o dado ganhe qualidade; Gestão de risco: os dados normalmente podem trazer confidencialidades ou serem sensíveis. Por isso, é importante criar políticas e normativas para o seu tratamento; Federação: esse princípio é a respeito dos padrões importantes a serem realizados na gestão, como formatos de arquivo, priorização de dados; Eficiência: para Stumpf, o dado precisa estar disponível no timing adequado, no lugar certo e no formato ideal para ser analisado; Colaboração: tomados os devidos cuidados com LGPD, os dados precisam ser compartilhados e publicizados; Inovação: esse princípio diz respeito à necessidade de encontrar novas técnicas para ser eficiente e ter uma boa gestão constantemente; e Contextualização: a depender desse princípio, o dado pode ser analisado, tratado e armazenado de diferentes formas.

Tendo em mente os princípios de Stumpf, acredito que seja possível indicar algumas formas eficientes de realizar a gestão de dados e informações em uma empresa:

  1.     Proteção de dados

Antes de mais nada, é importante que a sua gestão de dados e informações esteja muito atenta em proteger esses ativos. Como um dos princípios, é necessário que dados sejam protegidos. Para isso, alguns profissionais serão requisitados, como os seguranças de informações, especialistas nessa área e que entendem de LGPD, ao mínimo.

A Lei Geral de Proteção de Dados regula que as empresas do Brasil precisam ter políticas e diretrizes para proteger os dados fornecidos por clientes, fornecedores e até mesmo colaboradores. Além de medidas legais, vale destacar que alguns dados internos são sensíveis e que, por isso mesmo, devem ser protegidos de maneira rigorosa para não comprometer o negócio.

  1.     Tenha um diagnóstico do que já possui

Para começar a uma boa gestão de dados e informações, é necessário saber o que você já possui em sua empresa. Assim, será possível entender quais são esses dados e as principais necessidades para tratá-los para, então, poder definir prioridades.

  1.     Faça uma organização e classificação

Tendo o diagnóstico e já sabendo quais são as necessidades, é possível também começar a organizar e classificar esses dados. Como você também já viu no mapeamento inicial, será possível realizar as prioridades além de saber o que é dado que precisa ser mantido e os que podem ser descartados, até para economizar espaço na nuvem.

  1.     Crie donos para a gestão de dados e informações

Cada dado e a estratégia para tratá-lo e analisá-lo, será preciso ter um responsável. Isso pode incluir terceirizações ou a contratação de um software para gestão de tarefas, até para criar prazos e que todos acompanhem o progresso dessas análises.

  1.     Tenha uma estratégia

Bom, com todos esses “passos” já podemos pensar em uma estratégia. E isso é essencial. Tenha metas a partir desses dados, com orçamentos, ferramentas definidas, quais equipes serão as responsáveis por aplicar a estratégia.

  1.     Garanta a integração de dados

Os dados de uma empresa são importantes para todos os setores e uma estratégia que parta do ponto da gestão de dados, só dará certo quando esse fluxo obedecer uma cadência em que todos estejam integrados. Não há como, por exemplo, um setor comercial agir sozinho sem que os dados do marketing possam fomentá-los de informações — e já bem trabalhadas.  É claro que cada setor ainda pode gerar seu próprio dado e informação e por isso, eles precisam ser integrados à análise juntos, sempre respeitando o princípio da contextualização. 

  1.     Acompanhe os resultados

Por fim, temos que acompanhar os resultados gerados por cada estratégia. Os resultados serão novos dados a serem analisados e o combustível de novas estratégias. Além, claro, de saber se as estratégias e a gestão de dados e informações tem funcionado. É importante definir metas e acompanhar os resultados ao longo da estratégia, não apenas no final. Como visto, é necessária muita atenção quando o assunto é dado e informações. Isso requer não só um cuidado especial com a segurança, mas também em como tratar esses dados. Quando se fala em dados e informações, esses ativos, normalmente, são bases alcançadas em campanhas digitais e em um número muito grande. O que se faz necessário é um processo automatizado e muito bem gerido, para que os profissionais e a empresa possam focar em tomadas de decisões estratégicas.


*Christophe Trevisani é fundador e CEO da eNotas. Christophe chegou ao Brasil em 2004, após concluir o ensino médio em Versailles, na França, onde viveu a maior parte de sua vida. No Brasil, cursou Informática Gerencial pelo Cotemig e Desenvolvimento de Sistemas pela UNA.  Iniciou a carreira como engenheiro de software na Cadsoft, onde ficou até 2011, quando passou a se dedicar integralmente ao negócio da eNotas.

Fonte: Seven PR

Realidade virtual: tecnologia “das antigas” e ainda à frente do tempo

Por Rodrigo Mello*

A Realidade Virtual (VR) é uma tecnologia que tem evoluído significativamente nos últimos 40 anos, tornando-se uma das mais promissoras. Curiosamente, sua história remonta ao início do século 20, quando o escritor e inventor francês Antonin Artaud descreveu sua visão de um “teatro total” que envolvesse todos os sentidos do espectador. 

A primeira demonstração pública de VR aconteceu em 1968, quando o pesquisador americano Ivan Sutherland desenvolveu um protótipo chamado “A Espada de Damocles”, que consistia em uma tela de visualização pendurada na frente dos olhos do usuário, que podia ver uma imagem em 3D de um cubo, controlada por um computador. Apesar de rudimentar, o modelo foi considerado uma das primeiras demonstrações do potencial da tecnologia.

No entanto, a verdadeira revolução na VR veio no fim dos anos 90 e início dos anos 2000, com o lançamento do dispositivo Oculus Rift, desenvolvido pelo estudante de ensino médio Palmer Luckey. O Oculus Rift era um Head-Mounted Display (HMD) que permitia aos usuários mergulhar em mundos virtuais de forma imersiva, com suporte a rastreamento de movimento e áudio 3D. O dispositivo foi lançado em 2012 e rapidamente se tornou um sucesso entre jogadores e desenvolvedores de aplicativos.

Desde então, a tecnologia tem evoluído rapidamente, com o lançamento de dispositivos como o PlayStation VR, da Sony; o HTC Vive, da HTC; e o Quest, da Meta. Além disso, a VR também tem sido utilizada em várias áreas, como jogos, entretenimento, treinamento, educação e saúde.

Hoje, essa tecnologia tem se mostrado promissora. De acordo com o relatório Global virtual reality market outlook 2016-2022, publicado pela Research and Markets, o mercado global de VR deve atingir US$ 45 bilhões este ano, com um CAGR (taxa composta de crescimento anual) de mais de 57% entre 2016 e 2023. A participação do Facebook Meta no mercado global de realidade virtual é significativa, e a empresa é esperada para liderar o mercado com uma participação de mercado de cerca de 20%. Além disso, o mercado de VR no Brasil também está crescendo, com a previsão de atingir R$ 1,2 bilhão, também este ano, segundo dados da consultoria IDC.

É importante notar, no entanto, que ainda há desafios a serem superados no campo da VR. Uma das principais preocupações é a falta de conteúdo de qualidade e acessível, que é essencial para atrair e reter usuários. Além disso, há questões técnicas a serem resolvidas, como o problema de náusea causado por alguns equipamentos (em especial os de baixo custo) pela discordância entre o movimento percebido e o movimento real.

Apesar desses desafios, as perspectivas para o futuro da VR são animadoras. Com o avanço da tecnologia, é esperado que os dispositivos sejam cada vez mais acessíveis e fáceis de usar, o que deve aumentar a adoção da VR em diferentes setores. Além disso, a incorporação de tecnologias como inteligência artificial e 5G deve permitir uma maior interação e imersão nos mundos virtuais.

Outra tendência importante é a crescente popularidade da Realidade Aumentada (AR), que permite superpor conteúdo virtual sobre o mundo real. A combinação de VR e AR, conhecida como mista ou XR (Realidade Extensa), tem o potencial de revolucionar a forma como as pessoas interagem com o mundo e com as informações.

A entrada de grandes players na realidade virtual tem sido um indicador importante do crescimento e potencial dessa área. Empresas como Meta, Google e Microsoft têm investido significativamente em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de realidade virtual e ampliado sua presença de mercado. Isso tem ajudado a aumentar a conscientização e a adoção da tecnologia, bem como a competição; e, consequentemente, a acelerar o ritmo de inovação.

Em 2023 é esperado que a Apple entre também nesse mercado com o lançamento de seus próprios devices. Ela tem um histórico de criar ecossistemas de aplicativos e conteúdos para seus dispositivos, o que pode ajudar a impulsionar o crescimento desse mercado, além de contribuir com algum impacto disruptivo e certamente com a popularização da tecnologia.

A realidade virtual tem evoluído significativamente nos últimos 40 anos, passando de simples jogos e experimentos científicos para uma tecnologia com aplicações em diversos setores, como saúde, educação, entretenimento e treinamento. Além disso, ela tem se mostrado uma tecnologia econômica promissora, com previsão de crescimento significativo nos próximos anos. No entanto, ainda há desafios a serem superados para que a VR atinja seu potencial máximo.

Para aqueles que ainda não estão prestando atenção na tecnologia de realidade virtual, é importante lembrar que ela tem o potencial de mudar a forma como as pessoas trabalham, como se divertem e como se relacionam com o mundo. É uma tecnologia que não pode ser ignorada, e que deve ser acompanhada de perto para entender suas implicações e oportunidades. Não estar preparado pode resultar em desvantagem competitiva e perda de oportunidades valiosas.

A realidade virtual já nos levou para o futuro, e, se você não estiver preparado, pode ficar para trás. Então, o que você está esperando para se tornar um profissional nessa área?

*Rodrigo Mello é CEO da Corinfo e associado da Assespro-PR ACATE

Fonte: Engenharia da Comunicação